Capítulo 122
A frase do Marquês Miles significava que abandonaria Rezef e apoiaria Cayena. Era esperado que o fizesse devido seu caráter. Todos o esqueceram, mas o Marquês Miles não era alguém que tolerava o olhar de Rezef sobre ele, tratando-o como ferramenta.
— Isso seria uma traição a suas irmãs, certo, Marquês?
A primeira irmã do Marquês era a Rainha Mãe do reino de Chamberd. Sua segunda irmã se casou com o Grão Duque Hiran, irmão do Imperador do reino de Yulryeong. Os dois países eram vizinhos e aliado ao Império Eldigm, e o Marquês Dottie estava estreitamente relacionado com ambos reinos.
De fato, atuava como um diplomata do Império. Também foi a razão pela qual o Império pôde atuar, apesar de que não era uma grande família militar e não tinha o maior celeiro. Suas irmãs apoiaram Rezef como o próximo Imperador, era seguro dizer que fora escolha de ambos reinos.
— Não posso servir um monarca que não considera as facções como aliados.
— É uma observação bastante perigosa.
O Marquês Dottie disse em voz baixa:
— Creio que possamos ter um novo sucessor.
Cayena virou de costas sem dar resposta alguma.
— Como convencerá a Sra. Lervans Dottie?
— Deve haver se surpreendido por sua larga vida no Palácio e uma série de acontecimentos. Será melhor que descanse em um lugar afastado.
Era uma quarentena e um exilio. De fato, o motivo de que Cayena não mencionar a vida da Sra. Dottie não seria suficiente para salvar a face do Marquês.
— Enviarei minha esposa para recuperação e não buscarei sua redenção. É como tirar uma pedra do meio do caminho.
O Marquês Dottie se expressou como se quem a encontrasse primeiro e recolhesse fosse seu dono. Se havia uma força externa tentando derrubar seu castelo, seria suficiente formar uma nova aliança como forma de proteção. Não existia lealdade no ato. Para uma relação mais limpa, tudo que tinha de fazer era oferecer um benefício satisfatório e convincente. Era o suficiente para explorar.
— Leve Lervans Dottie.
O Marquês levantou de seu assento e baixou a cabeça.
— Obrigado por sua amabilidade,
O Marquês Miles Dottie arrastou sua esposa, que gritou dizendo que iria a casa de seus pais, mas fora ignorada.
— Minha esposa ficou histérica pelo trabalho pesado e necessita calma e estabilidade. Alteza, representante dos assuntos estatais, também a animo que se retire até que recupere a saúde.
A notícia se difundiu rapidamente. Isso, devido a que as pessoas reunidas no salão de banquetes estavam falando sobre a noticia impactante. Sequer estavam interessados em como se usariam os alimentos que foram roubados, dada tamanha notícia.
Inicialmente, Rezef planejava não aparecer no banquete, mas realmente não pôde não se apresentar devido o comportamento inesperado do Marquês Dottie. Os nobres observavam como a Princesa Cayena apareceria.
Enquanto o Palácio se agitava pelo assunto da Marquesa Dottie, a carruagem do Duque Kedrey chegou. Dela, desceu Bayel, vestido com um traje azul marinho e uma gravata de seda vermelha.
— É um bom momento para apresentar um novo amigo.
Raphael desceu. Todos o olharam, já que vinha acompanhado de um estranho na carruagem com o símbolo do Duque Kedrey.
Não era estranho trazer um amigo como parceiro. Isso, devido a que era estranho a pessoa não ter um prometido quando debutou na sociedade, portanto se juntam com antecipação considerando seus parceiros de dança. Talvez por isso, ou porque haviam dois homens bonitos lado a lado, chamaram muito a atenção antes de entrarem ao salão de banquetes.
— Há algo estranho.
Raphael disse enquanto Bayel franzia o cenho.
— É a primeira vez que venho ao salão de banquetes acompanhado.
— Sério? Parece tão popular que estou surpreso.
Bayel riu e logo depois ficou sério. Isso pela rigidez dos olhos que os encaravam.
— Escute, seguem olhando-nos estranho, o que aconteceu? O que há com eles?
Raphael nunca assistira a um banquete com sua família, muito menos com uma mulher. Mas era seu primeiro sócio. Os olhos dos nobres eram irados. Quem diabos era este homem?
Raphael explicou brevemente:
— Estão duvidando se é meu amigo ou não.
— É meu amigo, não?
Os olhos de Raphael se viraram a ele.
— Questionam se temos relações sexuais…
— Argh!
Bayel tapou os ouvidos perante a essa terrível frase.
— Por que me diz tal coisa?!
Quando ele o repreendeu, Raphael respondeu amargo:
— Algumas pessoas falam informalmente ao Duque Kedrey.
Bayel estava irritado com as palavras de Raphael. Se tinha poder mágico, poderia construir um novo país, mas precisava se dar conta da dignidade deste homem arrogante.
— Escute, se estou decidido a… Não, não falamos sobre.
Bayel tentou ser infantil, mas renunciou com um suspiro.
“É uma questão de minha própria felicidade? Por que só se aproximam pessoas estranhas?”
Disse que era entre eles, mas os casais eram muito similares entre si. Bayel arregalou os olhos e manteve uma distância entre Raphael e ele.
Raphael olhou-o fixamente e perguntou:
— Está consciente de mim?
Era uma cena que parecia se tratar de um amante envergonhado com algo. Bayel sentiu seus braços se arrepiarem e gritou:
— Não fale coisas que podem ser mal interpretadas se, se ouve…!
— Não entendo o que diz.
“Deve ter um grave problema com sua forma de falar. Dessa maneira, fará minha ira explodir e lhe matar. Estou seguro.”
Podia colocar três rosas negras nele.
Entraram no salão de banquetes antes que se dessem conta. Raphael se moveu no ambiente sem vacilar com tais largas pernas. Bayel o seguiu com maldições para as largas pernas. Raphael, que habilmente se instalou em uma boa posição, perguntou a Bayel
— Quer algo para comer?
— O farei por conta própria, por favor não se importe comigo.
Todos no salão de banquetes já olhavam para eles. Nesta situação, queria recusar qualquer ato que o transformasse no amante de Raphael. Diferentemente de Bayel, que estava sensível, Raphael apontou.
— Quando se aproximem, será melhor que mude seu modo de falar.
Bayel tentou refutar de forma inecessária, mas alguém falou antes dele:
— Que convidado interessante.
Bayel franziu levemente o cenho enquanto virava o olhar. Um homem gigante, pouco mais alto que Raphael, com cabelo prateado se aproximou.
Em lugar de um nobre… Não o sabia, parecia mais um gangster.
“Este é o Grão Duque Heinrich?”
Yester olhou através de Bayel como se avaliasse um produto. O olhar desagradável chegou em Bayel, tornando-o um homem cujo olhos não gostara.
— Esses tipos sempre existem na história.
Raphael, arrastando Bayel naturalmente, disse:
— Este é meu amigo, Grão Duque.
Portanto, pretendia ser educado. Bayel começou a rir sem se dar conta de que era protegido pelos humanos. Franziu o cenho e suspirou internamente.
“Ainda que veja pessoas assim, sigo ajudando-os.”
Neste ponto, era suspeito que Cayena e Raphael estivessem decididos a dar lástimas e se comer entre si.
“Sim, o chamam de fraude entre casais.”
Yester bufou ante as palavras de Raphael. Era uma desculpa pouco sincera que não funcionaria.
— Nunca havia escutado sobre esse tipo de amizade com o Duque Kedrey. É um rosto que nunca antes vi na capital.
Bayel encolheu os ombros como se dissesse: — Não é nada.
— Oh, não sou um homem imperial, por isso.
— O que isso significa?
Se não fosse pelo Reino de Yulryeong, outros países ao seu redor eram de raça similar. Significava que era difícil distinguir a nacionalidade por aparência. Se o Duque Kedrey o levou ao banquete no Palácio, seu status não seria baixo. Entretanto, não havia uma celebridade de reino vizinho com esta aparência e desconhecida para Yester.
Ele parecia surpreso.
— Oh, meu Deus. É tarde para apresentações. Sou Yester, Grão Duque Heinrich.
Agora revela quem é.
Yester olhou Bayel com um grande sorriso. Já estava ansioso por quão humilde pareceria o homem. Os aristocratas que apareceram em montes próximos, também observavam com interesse a situação.
Bayel estendeu a mão com um sorriso atraente.
— Este é Bayel Kronos.
A palavra — Kronos— alterou os arredores. Nenhuma das pessoas aqui reunidas desconheciam o sobrenome do reino caído. Os descendentes da família real aparecem de repente como amigos do Duque Kedrey? Todos estavam perplexos.
“Pensei que esta rama da família real estava seca.”
Definitivamente era assombroso. Entretanto, era ambíguo que se tratasse da família real caída. Há rumores de que a família real vive com três gerações e que, mesmo se fracassem, serão apenas parte da riqueza, não da honra. Que sentido tem um governante sem nada que governar?
“Não creio que o Duque desconheça tal problema básico, mas ainda o apresenta como amigo. O que está tramando?”
Além disso, não apresentou evidência alguma do símbolo da família Kronos. Era apenas o preço do nome do Duque Kedrey que garantia sua identidade.
Yester tinha boas maneiras.
— É descendente da família Kronos. Sinto não ter me dado conta.
Mas não apertou a mão de Bayel, como se dissesse que não queira se unir aos descendentes de uma dinastia em ruinas. A grosseria e ridicularização não parou por aí:
— Tenho uma pergunta: Onnãovive agora que não tem um reino? Pode ficar em minha casa se não se importar.
Yester sorriu e tratou Bayel como um refugiado sem lugar.
“Não creio que seja óbvio usar magia para fazê-lo sentir um pouco de dor.”
Bayel pensava seriamente, então Raphael respondeu em seu nome.
— O Grão Duque Heinrich nunca teve a família real como convidado, não se exceda.
Falava tão grosseiramente como Yester.
— Ahh…
Yester se moveu um pouco. Enquanto vivia na capital durante um tempo considerável, Raphael e ele nunca tiveram muitos problemas, já que o Duque Kedrey era neutro com um grande poder. Mas não era divertido?
Seus olhos brilharam perigosamente. O zumbido parecia cada vez mais próximo e os nobres se tensionaram e fugiram como ondas.
— O que faz aqui a pessoa que se supunha dançar comigo?
Era Cayena, luxuosamente vestida com joias brilhantes e fresca como um melão meio cozido¹. Apareceu de braços cruzados com Cathrin e sorria.
— Vamos, Alteza.
Todos eram educados com ela. Cayena também segurou a dobra de seu vestido e deu uma saudação simples.
Os olhos dos nobres mudaram ainda mais estranhamente com a aproximação de Cayena. Durante o dia a Sra. Dottie fizera uma cena e o Marquês Miles a levou. Mesmo os membros da facção do Príncipe, incluso Rezef, não se apresentaram ao banquete. Portanto, a aparição repentina dos descendentes da casa Kronos causou certa confusão, não deixando de ser um tema quente.
Yester disse a Cayena de maneira suave:
— Estava cumprimentando o amigo do Duque Kedrey, Alteza.
Cayena alternava o olhar entre Raphael e Bayel, pedindo explicações.
Raphael lhe apresentou com naturalidade, sem mudança de expressões.
— Este é Bayel Kronos, Alteza.
— Bayel Kronos saúda Vossa Alteza a Princesa.
Bayel beijou o dorso da mão de Cayena e foi devidamente educado.
— Oh, deve ser descendente da casa Kronos. Encantada em conhece-lo. Meu nome é Cayena.
Ela o disse e secretamente golpeou o estomago de Bayel com magia. Entretanto o dono do jardim negro facilmente a bloqueou.
“Essa Princesa é tão…”
Bayel respondeu enquanto tentava se desfazer de seu nervosismo:
— Foi uma honra do passado… agradeço sua hospitalidade.
— Espero que goste deste banquete.
— Não há melhor. É novo e fresco.
Como sua conversa parecia se alongar, a sobrancelha de Raphael se ergueu. Era uma queixa sutil. Parecia ser agradável falar com uma pessoa suspeita que se acredita ser um esposo fictício de uma maneira amigável.
“Bem, como o afasto?”
Raphael se aproximou de Cayena e disse:
— Decidiu ter sua primeira dança comigo hoje, Alteza.
— Sim, o fiz. Então busquei ansiosamente meu parceiro…
Ela olhou para Bayel. Como aceitar tal combinação?
— Todos estão esperando.
No baile, ninguém poderia dançar a menos que a pessoa de posição mais alta o fizesse ou desse permissão para que o fizessem.
Quando Raphael tentou ir com Cayena, Yester interviu.
— Então me daria a honra de ser seu parceiro de dança?
Dado que não havia uma pré-estabelecida, teria de dançar com o Duque Heinrich ao menos uma vez. Não tinham conexão consanguínea, mas sim em sua árvore genealógica.
Cayena estava a ponto de responder que sim, mas escrutou um grito maléfico atrás dela
— Aceite o castigo dos céus, Yester!
Era uma voz cheia de ódio. Os nobres próximos gritaram e a atmosfera rapidamente se tornou caótica. Cayena, igualmente, olhou para trás com tais gritos que nunca seriam ouvidos em tais banquetes.
Um homem bem vestido apontava uma arma a Yester e a ela.
Seus olhos brilhavam com ódio. Cayena sabia bem o que faria uma pessoa com tal olhar, já havia visto este tipo de olhar antes.
Raphael, ao ver a arma, distorceu o rosto.
— Alteza !
A posição da arma era justo atrás de Cayena.
“Não!”
Só os suaves olhos de Cayena e a arma lhe chamaram a atenção. Raphael se aproximou.
Bam!
Houve um disparo.
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