Índice de Capítulo

    Se deveria culpar alguém, seria ele mesmo por não poder proteger a Senhora Clarence Elivans, por não entregar a carta a Cayena.

    Cayena se deu conta do que dizia, como se culpasse a si mesmo, e disse severamente:

    — A babá foi assassinada por Rezef. Não tem pelo que se culpar. Isso é… é meu problema com Rezef. É culpa de Sua Majestade, o Imperador.

    Raphael pensava nisso, se houvesse ajudado essa pessoa mais cedo e não terminasse encurralada ou tivesse atuado com mais audácia, talvez…

    — Tudo acabou.

    Cayena disse a ele, que estava prestes a chorar:

    — Quando tudo isso terminar, meu tempo restante será seu.

    Assim que só teria de aguentar um pouco, um dia e outro mais, o tempo que fica até sua morte será realmente seu e essa seria a verdadeira liberdade que esperava.

    Uma mão coberta por uma luva negra passou pela bochecha de Raphael e ele a beijou por cima do véu, logo após disse ao baixar a cabeça:

    — Eu ganharei.

    Agora o fracasso não existia em seus planos.


    Rezef deitou no sofá e olhou o teto ao longe. Não sentia motivação alguma, nada era agradável. Não se deixou levar pela ira que nunca antes experimentara, como se houvesse perdido sua alma, matava o tempo com um olhar perdido.

    Preparar-se para a competição de caça também lhe era irritante. O que faria ali? De todas as formas, teria de se esforçar para evitar ser pego em alguma armadilha preparada por Yester? Ou talvez veja a cara de sua irmã sorrindo inocentemente e fingindo não saber nada.

    “Está mais magro, Rezef.”

    Podia tocar levemente sua bochecha e olhá-lo preocupadamente.

    Rezef levantou a mão e tocou a própria bochecha, lamentava suas ações impulsivas e tontas que fizera no passado, não deveria ter matado a babá de Cayena.

    — Deveria ter a levado viva e matado ante seus olhos…

    Dessa forma, poderia abraçar e consolar Cayena que perdera sua babá e instar que se detivesse e estivesse sob sua proteção.

    Rezef perdeu a família que mais queria ter. Uma família que apenas o amasse, uma aliança sólida que está conectada pelo sangue e nunca poderia se romper.

    Sua irmã lhe mostrara doçura, fizera tudo por ele, mostrara grande interesse e derramara afeto.

    — Não preciso de nada mais.

    Essas palavras pareciam infantis, mas saíram com tanta frieza e sem empecilhos, mas ela o traiu. Tinha um grande desejo de cortar seus laços familiares e castiga-la de imediato, mas não podia se desfazer de seus sentimentos.

    Generosamente decidiu perdoar sua irmã.

    — Minha irmã tem de se ajoelhar diante de mim e pedir perdão.

    Quando decidiu isso, estava ansioso. Queria esclarecer a situação que o irritava e preferivelmente durante a competição de caça.

    — Jamil.

    Seu assistente secreto surgiu das sombras.

    — Minha presa sempre foi uma.

    Rezef se levantou.

    — Mate o Imperador durante a competição de caça.

    Jamil ajoelhou-se.

    — Aceito suas ordens.


    O Conde Zodiac foi derrotado pela misteriosa Madame Medea. Cayena pode dominar o mercado negro sem problemas, investindo o máximo de dinheiro que pôde.

    Jedair havia reagrupado os cavaleiros para o seguinte objetivo, estabeleceu o próximo golpe submeter a cidade de Heimbel, engoli-la com a ajuda do Duque Kedrey e o tornar tão poderoso quanto a maior pessoa do país.

    Cayena escreveu detalhadamente sobre a ameaça de Lorde Heimbel com os bárbaros que vira na linha do tempo original e com base no conteúdo da novela, até mesmo fez um desenho preliminar.

    — Quer dizer que podemos prender Lorde Heimbel de acordo com tais planos?

    Perguntou Jedair enquanto decorava o mapa do castelo do Lorde Heimbel desenhado por Cayena e a rota da invasão.

    — Bem, o cocheiro também foi recrutado para que pudesse escapar em direção ao Ducado Kedrey.

    — É possível que pelo poder, ele…

    Jedair perguntou ansioso:

    — E se o Duque repentinamente declarar independência?

    Permitir que Lorde Heimbel fosse capturado pelo Duque Kedrey aumentaria absurdamente o poder do mesmo.

    Para Cayena, Raphael poderia adquirir uma grande rota comercial e seria um grande apoio para Ethel, o próximo sucessor. Mas, por outro lado, o daria poder demais. Se declarasse independência como principado, o Império enfrentaria problemas, mas ela não se importava com isso.

    — Então tem que pensar que estava destinado a ser assim.

    — Isso é realmente…

    Jedair não sabia sobre a relação entre Raphael e Cayena, então apenas coçou a bochecha e assentiu.

    — Então começarei com Heimbel imediatamente.

     Cayena perguntou:

    — E seu irmão mais novo?

    Queria dizer-lhe que havia melhorado após beber o elixir, Jedair tinha um leve sorriso.

    — Obrigado por isso, me sinto muito mais tranquilo.

    — Estou feliz, dado que o Palácio é grande, deve ser forte para poder se mover bem.

    Não importava o rápido que Jedair fizesse o trabalho, teria de abandonar o Império quase um mês. Enquanto isso, Cayena pretendia levar seu irmão ao interior do Palácio para protege-lo.

    Quando Jedair saiu do dormitório, um gato apareceu. Passaram dias desde o tumulto no submundo, parecia que tinha algo que o impedia de vir ao Palácio enquanto isso.

    — Terminou com os problemas relacionados ao seu irmão?

    O gato suspirou.

    — Esse garoto louco, estava tentando conseguir seu poder para que pudesse ter um jardim negro.

    Bayel explicou que os magos naturais poderiam roubar a rosa negra no corpo de magos contratistas.

    — Então poderia morrer ali mesmo?

    — Sim.

    Ela recordou da situação no momento.

    — Seu irmão parece estar trabalhando junto a Rezef. Disse que, se detivesse o tempo antes, outros magos poderiam sentir, verdade? Por isso veio ao lugar que sentiu flutuação mágica. Se for assim, não sabe ainda que sou uma Princesa.

    — Não se preocupe por Cain, o deterei de alguma forma.

    — Isso é reconfortante.

     Cayena coçou o queixo de Bayel quando ele se aproximou.

    Bayel estava pensando em se irritar com ela por coçar o queixo de um homem adulto, mas cerrou os olhos diante de seu toque frio.

    Cayena conteve um suspiro e disse:

    — Descobri que Raphael sabe algo sobre a magia.

    — O quê?

    Bayel abriu os olhos e se arrumou.

    — Passei por alto que era alguém de mente rápida. Tão logo quanto notou, começou a aprender sobre a magia.

    Franziu um pouco o cenho, explicando que Raphael até mesmo sabia sobre o intercâmbio de sua vida. Bayel bateu o rabo sobre a mesa e disse:

    — As brigas entre casais são armas de duplo fio.

    Era algo reconfortante que se importasse, então ela sorriu.

    — Não estamos comprometidos, muito menos casados.

    — Bem, de qualquer forma.

    Isso deu lugar a uma hipótese muito convincente.

    — Nessa competição de caça, Cain aparecerá.

    Era uma crise certeira.

    — O que fará?

    — Certamente tenho de participar de tal evento.

    Se a crise fosse revertida, não haveria oportunidade maior que essa. Cayena organizará as linhas de sucessores nessa competição.

    — O tempo está acabando.

    Cayena murmurou e segurou suas mãos trêmulas, sentia seu corpo se debilitando dia-a-dia pelo uso frequente da magia.

    “Só um pouco mais.”

    Não restava muito tempo para a tomada do trono.

    Toc, toc.

    Bayel voltou a sumir quando escutou as batidas, em pouco tempo, a porta abriu e Annie entrou.

    — Vossa Alteza, a carruagem está pronta.

    — Vamos.

    Hoje era o dia em que iriam ao local que ocorreria a competição de caça.

    — Começarão as buscas pelo terreno hoje, então os homens nobres já chegaram.

    Se era assim, Raphael também estaria ali.

    — Como não sei o que ocorrerá ali, devo lembrar a mim mesma de ter cuidado.


    — Chegamos.

    O terreno de caça era bastante grande, Cayena foi guiada para as melhores tendas interiores. Podiam não ser tão boas como os dormitórios do Palácio, mas estavam perfeitamente preparadas para receber a família real.

    Era uma tenda e competição de caça e, estranhamente, se parecia um campo de batalha. Não estava claro o que ocorreria ali, mas era óbvia a espera de que algo perigoso e com risco de morte sucederia.

    — Bayel.

    Ela tratou de chama-lo, mas o gato não parecia estar ali agora. Quando saiu, viu a tenda do Duque Kedrey não muito longe e escaneou sua tenda com magia.

    “Estou só com Raphael.”

    Havia algo que queria dizer a ele, já que logo sairiam para caçar, então se teletransportou a sua tenda para vê-lo.

    — Raphael… Oh.

    Ela se calou. Raphael estava seminu, o corpo perfeitamente musculoso e marcado a fazia admira-lo.

    Raphael seguiu seu olhar e se deu conta de que estava tirando a camisa.

    — Ah…

    Não sabia se tinha de cumprimentar ou se vestir, ele entendia que ela era uma maga, mas não sabia que apareceria repentinamente. Primeiro que nada, deveria terminar de se vestir. Uma voz foi ouvida na entrada da tenda antes que ele terminasse de colocar a camisa.

    — Mestre, é Baston, posso entrar?

    — …

    Não houve tempo para dúvidas, Raphael pegou Cayena e se jogou na cama, a cobriu com uma manta negra e a escondeu.

    Quando ambos se deitaram, a coberta de pensa a cobriu por completo. Raphael a abraçou, ficando de costas para a entrada, aproximando-a completamente de seu corpo, pois se não o fizesse, não seria coberta pelo mesmo.

    Cayena conteve o ar com a bochecha pressionada contra ele.

    — Adiante.

    Raphael disse arrumando o cabelo dourado espalhado sob a coberta, a respiração que tocava seu corpo lhe causava formigamentos.

    Baston entrou na tenda.

    — Creio que logo terá de sair para o campo de caça.

    A expressão dele se tornou leve quando viu as costas de Raphael, escultural e cheia de cicatrizes.

    — Por que tirou a roupa?

    — Estava indo por a roupa de caça.

    — Mas por que se deitou na cama sem a roupa…?

    Raphael pensou um momento.

    — Estive tomando um breve descanso.

     Seu Mestre estava um pouco esquisito esses dias.

    — Posso ajudá-lo?

    Raphael disse sem olhá-lo:

    — Não é necessário.

    Audazmente varreu o cabelo de Cayena preso a seu braço.

    “O que acontecerá se formos pegos?”

    Certamente se é Baston quem os descobre, seria vergonhoso, ainda assim, não seria pior para a Princesa? Os dois sequer estavam comprometidos, portanto não seria bom para ambos serem pegos.

    “Deveria ter me movido de volta.”

    Estava envergonhado pela situação repentina, então sequer poderia pensar em regressar a sua tenda se movendo pelo espaço, então apenas deitou na cama.

    — Me prepararei e sairei, espere-me afora.

    — Sim, Senhor.

    Não importava o quanto Baston pensasse, seu Mestre parecia estranho, mas primeiro saiu, deixando a tenda em silêncio.

    — Se foi.

    Ante suas palavras, Cayena relaxou a tensão de seu corpo. A manta que a cobria caiu e Raphael sorriu sem notar, beijando a testa que se revelou, enquanto a segurava em seus  braços.

    — Me surpreendeu vê-la de repente.

    Cayena saiu de seus braços e corrigiu sua postura, colocando os braços em sua cintura e silenciosamente o olhando, acalmando seu coração.

    — Terá de ir daqui a pouco ao campo de caça.

    — Me está animando?

    — Não acho que seja muito ativo em competições do estilo.

    — Por você, posso conseguir a melhor caça.

    Ante suas palavras, Cayena beijou seus lábios com um olhar orgulhoso, os olhos dele se abriram por um momento, antes de se semicerrar lentamente. Cayena acariciou suas bochechas, queixo duro e peito e disse:

    — Creio que deve ter cuidado, então vim avisar antecipadamente.

    — Fala pelo Duque Heinrich.

    — Sim.

    — Trouxemos muitas armas e outras coisas que não foram reportadas as Estado.

    Cayena riu quando disse que cometeu uma transgressão da lei.

    — Fala com confiança frente a Princesa.

    Então ele se levantou e a pôs entre suas pernas.

    — Vai me prender?

    — Quero prendê-lo na minha tenda.

    Raphael disse — oh— e franziu o cenho, sua expressão era bastante travessa, ela perguntou:

    — Está me tentando?

    Raphael segurou sua mão e beijou sua palma.

    — Vossa Alteza.

    Uma sensação surgiu da ação, como se ressurgisse tal novo sentimento, a cabeça de Raphael baixou e a beijou, fechando os olhos e o ar quente filtrava dos lábios encontrados.

    — Se fizer isso, se torna difícil suportar…

    Mesmo com sua advertência, Cayena se ergueu e mordeu seu ombro antes de se preocupar por isso.

    Ele suspirou e olhou para a entrada da tenda.

    “Duas horas serão suficientes.”

    Infelizmente, não tinha mais remédio que se contentar com isso.

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