Capítulo 132
Quando Raphael preparou os cavalos, outros participantes já estavam com seus grupos e prontos para partir. Rezef se dirigiu ao grupo com bandeira vermelha, ali encontrou um homem que o saudou.
— Saúdo Vossa Alteza, o Príncipe.
Ele também estava na competição, na qual os participantes se dividem em grupos e cada um se dirige a um campo de caça diferente. Raphael e Rezef se encontraram no mesmo grupo.
— Hoje a competição será feroz!
Disse um nobre do mesmo grupo, rindo.
Um total de seis pessoas estavam no grupo de bandeira vermelha e se dirigiram ao campo de caça designado. Entraram no bosque até certo ponto, mas não havia presas e ocasionalmente viam um pequeno animal.
— O que aconteceu, não vejo sequer um faisão.
Alguém reclamou.
“Está tranquilo demais.”
Havia algo estranho. Raphael deu a volta, não havia rastros de pequenos animais passando, mas encontrou outros rastros.
“Grandes pegadas marcadas aqui e ali, também grandes garras. Suponho que sejam tigres ou ursos…”
Portanto, era natural que nenhuma pequena presa fosse vista pela presença de um grande predador. Raphael identificou os rostos de quem estava em seus grupos. Lamentavelmente, a exceção de Rezef, o restante não contava com grandes habilidades.
“É uma armadilha.”
Em outro caso, está claro o significado de tal organização, o encurralavam. Para todos, era óbvio que Raphael e Rezef eram os melhores do grupo.
Mas agora era diferente, apesar de somente eles dois não estarem indefesos ante o perigo, essa era a avaliação de Raphael. Era uma armadilha de Yester? Era um pouco tonto fazer isso, conhecendo o perigo, era questão de não entrar mais no bosque e sair imediatamente.
— Não há presas para caçar. Será melhor mudarmos de localização, retirada.
Ante suas palavras, todos exceto Rezef mostraram estar inconformados.
— Então, por que não entramos um pouco mais? Se não encontramos presas, não teremos que dar desculpas por não poder caçar.
— Vejo rastros de grandes animais, parecem estar atrás de animais pequenos e são tranquilos.
— Sim? De modo algum…
Rezef, que apenas escutava, disse:
— Está dando uma estranha desculpa, Duque.
Raphael o olhou diretamente.
— Do que fala?
— Não há bestas nesse terreno? Temos suficientes armas. Ou há razões para voltar?
Só Raphael falou, portanto não havia muitas pessoas que quisessem voltar. Entretanto, dado que não se pode ignorar o Príncipe, encontraram seu argumento razoável.
— Bem, entramos um pouco mais…?
A partir dai, um estranho silêncio recaiu sobre eles. Não, deveria ser chamado tensão, as palavras de Raphael lhes deram conta de que uma besta poderia aparecer e destroça-los! Os caçadores profissionais haviam decidido que não era perigoso, então escolheram este campo de caça, mas como isso aconteceu?
Começaram a estar atentos a seu entorno, contrariando a atitude relaxada anterior, alguém disse:
— Realmente não há presas a tal ponto…
— Ahhh!
Não muito longe foi audível um som assustador.
— …
Seus olhares se voltaram ao lugar de onde veio o grito. Um dos homens mordeu o lábio até sangrar.
— Creio que é outro grupo…
Não deveria ter presas nos campos de caça que provocariam tal grito, não deveria…
Um a um, começaram a tremer.
— Bem, algo ruim deve ter ocorrido, verdade?
— Voltemos!
Roarr!
A besta gritou.
— Ah!
Alguém estava tão assustado que disparou em vão.
Bang!
— Pare!
O homem que acabara de disparar parecia ter perdido os estribos, era a expressão de uma pessoa que sentia a morte. Rapidamente girou o cavalo e correu para a entrada do bosque, mas os arbustos tremeram e um homem e um cavalo gritaram.
— Está claro ter uma besta nessa direção, então vamos dar a volta e regressamos.
Raphael falou e Rezef também franziu o cenho diante de tal situação inesperada. Que tipo de besta haveria nos campos de caça? Foi quem escolheu o local, mas fora recomendação da Sra. Dottie…
Era obra de Yester.
Rezef rangeu os dentes. Decidira fazer uma aliança, mas não acreditava nele e fez uma loucura destas.
Bang!
Rezef voltou a si com olhos surpresos. Raphael disparou a algum lugar com um rifle de caça, havia um leopardo ao chão com a boca aberta em sua direção, mas jogado ao chão.
— Oh! O Duque é muito bom! Agora estamos a salvo…
O leopardo recebera o disparo na cabeça e se encontrava se retorcendo. Todos olharam o lugar com olhos arregalados, pois devia ter morto.
Raphael disparou algumas vezes mais, porém o animal não caiu e assim que abriu os olhos, havia fumaça roxa no lugar de suas pupilas.
— Ah, é um demônio!
Além disso, não só um, mas outros animais vieram de forma seguida.
“É magia?”
Se for assim, não tinha como lutar contra tal poder. Raphael gritou:
— Todos, fujam!
Bang, bang, bang!
Eram audíveis disparos vindos do terreno de caça, as damas que bebiam chá riam e disfrutavam.
— Parece que a caça é ativa, já se escutam tantos disparos.
Nesse lugar estava tranquilo, a banda tocava e os nobres disfrutavam de uma tranquila hora do chá, tirando lanches de suas cestas de piquenique. Cayena estava tranquila, mas assim que ouviu disparos tão frequentes, sentiu que havia algo errado.
“O comprovarei com magia espacial?”
Escapou de seu assento, por prevenção pretendia usar magia dentro da tenda para evitar os olhares de outros.
Ao entrar, encontrou um intruso: Cain. Ele sorriu.
— É você?
Sua figura sumiu em fumaça negra e reapareceu em frente a ela.
— Não sabia que era uma Princesa.
— Se soubesse, teria cuidado com suas ações?
Esperava que ele aparecesse nos campos de caça, mas agora provavelmente sentia um pouco de medo.
Ele inclinou um pouco a cabeça diante do olhar frio de Cayena. Que classe de mulher era? Quando nasceu um novo mago com poder de mover o tempo e espaço, Cain estava muito emocionado. A sensação excitante de ser repelido pela magia de tempo não fora esquecida, não conseguia apagar a sensação de repulsão sentida.
Por certo, ela era a Princesa.
Cain sentia curiosidade e encontrava divertida a mulher que tinha adiante, era um entretenimento muito bom antes de começar a trabalhar
Enquanto os olhos marrons escuros a olhavam, ela usou magia para se mover no tempo e espaço, havia tanta gente neste lugar que não podia lutar com magia.
— Não exagere, vim aqui para fazer uma boa sugestão.
— Sugestão?
Cain riu e disse como se fosse inofensivo:
— Sabe que há um modo de recuperar as rosas negras, verdade?
— Do que está falando…?
— Trocou uma grande quantidade de vida pela magia, podendo morrer amanhã, verdade?
— …
Cayena não se atreveu a responder, mas Cain sorriu com uma expressão de que o sabia.
— Não sei com qual propósito fez tal trato, mas o que vai fazer uma vez que consiga o que quer? É inútil simplesmente morrer.
Sua voz era baixa e apagada, sussurrando docemente como a tentação do diabo.
— Por certo… Sabia que, se herdar o jardim e invalidar seu contrato, a vida negociada retornará?
Não o sabia, era a primeira vez que o escutava.
— Por suposto, se isso acontecer, a maioria das flores negras do jardim morrerão. Mas não pretendo me esconder como meu irmão, essa esperança de vida pode ser renegociada.
Deve ter sido uma proposta interessante, conseguir o que queria e ter sua vida de volta
— Então, se cooperar comigo e me deixar obter o jardim, significa que terá seus anos de vida de volta.
Cayena trocou sua vida por poder mágico apenas por vingança e por aqueles que queria proteger. Mas depois de todos esses planos, havia uma forma de poder viver? Não se pode evitar.
— E se não cumprir o trato?
Cain estendeu as mãos como se pensasse que causaria tanto cuidado nas palavras de Cayena. Fez uma caneta aparecer no ar e começou a escrever em linguagem imperial, cheia de brilhos dourados.
Se os termos do contrato mágico não forem cumpridos, a execução forçosa do contrato de acordo com as leis do mundo e o mago que incumpriu a lei, será morto.
— Há alguma prova de que esse contrato é real?
Cain a olhou ante tal pergunta.
— Posso te dizer se é real ou não.
Ante essas palavras, Cayena se girou a um lado. Como se houvesse visto, Bayel em forma humana havia falado.
— É um contrato de mago real, feito com as regras do mundo mágico, onde não se assume que o contrato não possa ser seguido a menos da forma escrita nele. Entende?
Cain riu, apresentando claramente as melhores opções para Cayena. Seu irmão não poderia fazer a mesma oferta que ele. Bayel havia sido dono do jardim negro a tempo demais e nunca havia pegado de volta a magia que trocara, era um mago de natureza amável e um homem de sangue frio que apenas se move com a razão.
Cain era um mago ganancioso que poderia ser dito bastante humano em comparação a Bayel. Não tinha dúvidas de que ela seguraria a pena e assinaria de imediato. Os humanos eram todos iguais, os resultados sempre os mesmos, independente se tem o maior ou menor status, sempre buscam o maior benefício que podem obter.
Então Cayena falou:
— Por que está olhando isso?
Bayel perguntou:
— Se encontra um local de contrato tão ridículo, tem que anulá-lo com poderes mágicos. O que espera?
Desde o ponto de vista de Cayena, os olhos de Bayel se arregalaram como faróis. De fato, tanto Cain, quanto Bayel não tinham dúvidas de que ela assinaria o contrato. Não havia razões para negar? De fato, havia uma razão para não deter Cain como ela disse: queria ver algo e saber que tipo de escolhas os humanos tomariam, mesmo se o chamassem — amigo— a muito tempo, pelos laços que fizeram.
Cayena golpeou a caneta flutuante em frente a ela.
— Não faço tratos com pessoas que não confio, especialmente irmãos mais novos que não me falaram.
Ante suas palavras, a face de Cain se distorceu cada vez mais.
— Por que é um humano estúpido e tonto…
Se atreveu a ignorar sua oferta, não podia acreditar.
— Não há outra maneira de obter a rosa sem ser lhe matando então?
Cain invocou um chicote com espinhos pretos, mostrando sarcasmo por sua estupidez. Cayena se moveu antes que o chicote tocasse seu corpo.
O entorno tinha mudado, bastante longe de onde fora montada a tenda. Justo ao lado havia um bosque que era o campo de caça.
— Bayel.
Em qualquer caso, o chamou mas não houve resposta. Parecia que Bayel não havia chegado onde estava.
Bang!
Quando os nobres entraram no campo, os disparam eram mais audíveis, até mesmo sons como gritos faziam eco.
— …
Ela tinha um mal pressentimento.
Crack
Era o som de uma besta que jamais ouvira antes, mas estava segura de que era muito grande. Seus passos retrocederam.
Não deveriam haver bestas no campo de caça, adivinhara que Yester faria algo, mas uma besta? Qual era a razão para tal tipo de trabalho?
— Está apontando a Rezef…?
Era um Principe que foi assassinado nos terrenos de caça.
Não era um mal cenário, mas não era o que ela esperava. Seu irmão não deveria morrer dessa forma. Tinha de primeiro perder o que mais desejava em frente a ela, e estava convencida de que poderia fazê-lo. Cayena, ninguém mais além dela, deveria ter tal prazer.
Crack
A figura negra estremeceu o bosque, Cayena estendeu a mão e descobriu que a besta negra vinha correndo em sua direção. Então começou a condensar magia do espaço e o alargou, provocando uma pequena explosão.
Bang.
A besta, jogada para trás pela explosão gritou agudamente. Mas logo depois se levantou.
“O quê?”
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