Índice de Capítulo

    Cena 24. Espaço da verdade.

    O que aconteceu na competição de caça se estendeu rapidamente. Em particular, o fato do aparecimento de monstros e homens de poderes estranhos mudou a capital, assim como as ações de Yester também desconcertaram a sociedade aristocrática.

    — É uma blasfêmia!

    A ira não era possível de ocultar na grande capela, como uma besta que derrotou a morte.  A opinião pública se uniu, todos levantaram a voz clamando a execução imediata de Yester.

    Ele refutou.

    — Tudo que aconteceu esse dia o fez a Princesa! Ela é uma maga que tentou matar a todos!

    Mas não era nada convincente. Também se encontrou como evidência os barris de pólvora. Os agentes de Kedrey se irritaram ao ver seu mestre voltando inconsciente.

    — Escute.

    Raphael fechou os olhos e franziu o cenho.

    Toc, toc.

    — Escute, abra os olhos.

    — O quê…?

    Era uma voz estranha da qual nunca ouvira antes. Algo suave parecia golpear seu rosto. Lentamente abriu os olhos, vendo um gato amarelo em seu campo de visão.

    — Desperte, o mundo está de patas para cima agora, não é hora de dormir.

    — …

    Parecia ainda ser um sonho, Raphael tornou a fechar os olhos.

    — Acorde!

    Paf, paf.

    Ele saltou devido o forte golpe que não podia ser considerado sonho. Olhando ao redor, estava em seu próprio dormitório e o que estava na cama era um gato real.

    Então esse gato era o que falava? Raphael levantou o gato.

    — Kyah! Me solte! O que é isso?

    Era uma audácia familiar, como um toque que o recordava alguém…

    — Bayel…?

    — Correto! Agora me solte, Duque estúpido!

    Raphael franziu o cenho.

    — É um gato?

    — Um gato!

    Toc, toc.

    A porta do dormitório se abriu e Jeremy entrou. Raphael e Bayel olharam para a porta ao mesmo tempo.

    — Oh, acordou…

    Os olhos de Jeremy se arregalaram, estava feliz de que seu mestre tenha acordado, mas…de onde veio o gato?

    — Miau, miau.

    Raphael colocou Bayel em seu colo, logo coçou sua costa e cabeça.

    “Hm, esse também tem a mão boa.”

    Bayel fechou os olhos.

    — O que foi?

    — Ah.

    Jeremy voltou a si, logo pareceu preocupado e se aproximou de Raphael.

    — Como está seu corpo?

    — Bem.

    Então a mente de Raphael se lembrou de uma situação que o fez quase perder a cabeça.

    “Cayena.”

    Um mago estranho a atacou tentando matá-la.

    — O que aconteceu com a princesa?

    Raphael perguntou de forma urgente e Jeremy respondeu educadamente.

    — De alguma forma, Sua Alteza acaba de enviar um mensageiro, tão logo como seu corpo se reestabeleça, visite o Palácio Imperial.

    Ela estava em boa forma, ele soltou um suspiro.

    — Depois de ver um médico iremos, se prepare.

    — Sim.

    Quando Jeremy saiu a chamar um doutor, só ficaram Raphael e Bayel no dormitório. O primeiro tomou um momento para clarear os pensamentos e disse:

    — É o dono do jardim negro?

    — Sim, sou um grande ser.

    — Mas por que apareceu a mim?

    — Tenho algo que dizer.1

    — Pretende fazer da Princesa Imperatriz?

    — Não tem nada a ver com minha vontade. Mas não estou seguro de que sua força tenha um grande impacto no público geral.

    Isso era correto, Raphael o olhou como se entendesse o que dizia.

    — Quanto tempo demorará para que ela se torne Imperatriz?

    Bayel disse-lhe o que ocorreu depois que ele desmaiou e Raphael apagou o nome de Yester como candidato ao trono.

    — Se o Grão Duque é fraco, eu também tenho pontos, até agora não foi fatal…

    Se a evidência do armazém de pólvora e do Conde Zodiac fossem entregados á cúpula, Yester seria completamente derrotado e seus agentes já não esperariam benefício algum, deixando-o.

    — Então Cayena está concorrendo á sucessão, verdade?

    — Não somente ela, ainda há o Príncipe Rezef…

    Raphael deixou de falar. Havia um problema: as origens de Rezef. Além disso, não apenas ele sofreria danos quando isso se filtrasse.

    — Certamente haverão aqueles que queiram destronar a Imperatriz.

    Se a Imperatriz, que cometeu infidelidade, for destituída, não somente Rezef, mas também Cayena, perderão a legitimidade ao trono.

    Raphael pôs as coisas em ordem. Recentemente a influencia de Lady Cathrin foi aumentada por Cayena, era óbvio que planejava fazê-la Imperatriz. Então, o que ocorreria se trouxéssemos o assunto a um pouco depois e Cathrin seja coroada Imperatriz, dessa forma traria Cayena a sua guarda? Assim não se preocupariam pelo problema de legitimidade.

    “Mas tudo isso requer o consentimento do Imperador.”

    Raphael por fim se deu conta de que enquanto o Imperador estiver vivo, tinha de seguir adiante e trabalhar.

    — Cayena está ficando sem tempo.

     Por isso Bayel veio hoje.

     — A princesa está gastando muito rápido sua vida ao usar magia. Tem um contrato por sua vida e poderia morrer amanhã, mas…

    — …

    — Se eu romper o contrato mágico, sua vida retornará quase totalmente, mas se morrer antes disso, não haverá outra opção.

    Bayel não se atreveu a dizer nada sobre os golpes que sofreria. De qualquer forma, Cain foi entregue a ordem mágica, não havia nada que o ameaçasse de imediato, portanto, mesmo que o jardim negro se enfraqueça, só necessitava de um tempo para recuperação lenta.

    Raphael mordeu os lábios. Não importava quão rápido lidassem com isso, ainda tardariam meses.

    — Tenho de me desfazer rapidamente do Príncipe Rezef.

    Logo houve batidas urgentes e Jeremy havia retornado. Diferente de antes, pensava nisso.

    — Mestre! Sua Majestade foi envenenado e a Princesa nomeada culpada!

    — Irei de imediato ao Palácio.


    — O Imperador morreu!

    A colher de prata apresentada por Cayena não se tingiu, entretanto, enquanto bebia chá, o Imperador vomitou sangue e caiu.

    Os doutores correram para o diagnóstico, havia uma fraca respiração, mas o diagnosticaram como morto. Foram instruções dadas por Rezef, dado que Yester havia caído, merecia sua sucessão ao trono.

    Entretanto, exteriormente, a Princesa Cayena protestou de forma enérgica que não poderia ter ocorrido. Nenhuma das pessoas que levantaram as mãos cederam: Duque Kedrey, Marquês Dottie, Barão Elivan… Eram uma combinação que poderia reverter a composição da sucessão.

    Todos eram intuitivos, se isso ocorresse, a sucessão também será invertida e precisavam de uma combinação imediata.

    Em primeiro lugar, quanto a colher de prata que a Princesa falava seriamente resultou ser prata falsa, Cayena foi confinada no Palácio Imperial, proibida de qualquer contato exterior.

    O chefe Laden chegou tranquilo ao Palácio.

    — Saúdo Vossa Alteza, a Princesa.

    Cayena segurou o elixir e deixou de tentar visitar o Imperador. O chefe Laden empurrou uma pequena caixa a ela, que continha um velho diário dentro.

    — Este era o diário de Vossa Majestade.2

    — Por que me dá isso…?

    — É uma prova para revirar o prato. Como use está em Vossas mãos. Dará a volta no tabuleiro?

    Cayena se deu conta de que ele estava tratando de ajudá-la. Mas, que efeito teria tal diário para causar reviravolta no tabuleiro? Mesmo a existência de tal diário era desconhecida em sua vida passada e na novela original. Cayena o abriu desconcertada.

          『 O Império… ano… mês… dia…

           Não sabia que Leo me abandonaria e se casaria com ela. Disse que era uma forma de me proteger. Me persuadiram dizendo que era uma bobagem ir contra a vontade da família… é realmente isso? 』

    — Leo…?

    Cayena folheou o diário cujo conteúdo continha a comoção de ser traída por um homem chamado Leo.

         『 Dizem que nasceu um filho entre Leo e essa mulher. Não posso acreditar, realmente me abandonaram. 』

    — Leo, Leo…

    Cayena seguiu rodando o nome em sua mente. Parecia não conseguir relacionar a alguém.

        『    Meu pai disse que me casaria com o Príncipe Esteban, que me converteria na Imperatriz do Império Eldigm no futuro e seria a mulher mais preciosa do Império. Mas tenho medo tanto do Palácio Imperial, quanto do Príncipe Herdeiro… 』

      『      Me encontrou de novo, quem pensava que seu carinho por mim havia acabado e que teria um casamento feliz por encontrar uma nova mulher.

    Disse ter se arrependido de ter casado com Noah Kedrey e que ainda me ama.』

    『 Quando escutei isso, por quê chorei tanto? O Imperador não me trata como uma pessoa, mas como uma ferramenta para dar luz a um sucessor. Me olha com frieza, esperando afeto. Estou tão cansada. Quero ser amada… 』

    — Duque Leo Kedrey…

    O amante da Imperatriz parecia ser Leo Kedrey, então a amante do Duque Kedrey era sua mãe? Sua cabeça doía enquanto surgia uma profunda dúvida em sua mente.

       『   Nasceu um filho, creio que se pareça a ele… 

          O ar no Palácio Imperial é pesado demais, parece que alguém deseja minha morte. Clarence disse que não pensa nisso. Eu só tenho a ela… 』

    A Imperatriz era uma pessoa muito fraca. Não encaixava com o Palácio. Clarence Elivan foi mencionada uma e outra vez pela razão de que não podia resistir.

    Cayena se sentia culpada por sua babá. Tal pessoa que cuidasse de sua mãe era muito difícil. Além disso, tornou a se sacrificar por ela.

    『       Desceu ao sul como desculpa de tratamento médico. 』

    Leo chegou lá. O que acontecerá com sua esposa e filho? Me disse que logo se divorciaria. Será sério? Leo disse que Clarence poderia acusar-nos ao Imperador se descobrisse nossos segredos. É difícil mentir a ela, é a única amável comigo. 

        『  É estranho que minha menstruação não comece. 』

    — …

    Queria cobrir o diário nesse momento, ansiosa por pular para a seguinte página.

          『 Estou grávida. Clarence se deu conta primeiro. Ela já sabia que Leo se esconde no sul e tinha uma aventura comigo.

    Choramos o tempo todo esse dia, nunca devemos ser descobertas. Tirou Leo do sul á área ao redor, estava completamente assustada de que descobrissem a gravidez. 』

      『    Sua Majestade desceu ao sul. Minha barriga cresceu um pouco, mas não foi tão evidente quando a cobri com uma cinta e usava um vestido folgado. 』

    Cayena passou ao seguinte capítulo e conteve a respiração.

    『      Parece que me descobriram. 』

    E isso era tudo no diário. Doía como se rompessem sua cabeça e faltava-lhe o ar por sentir como se seu peito fosse obstruído e congestionado.

    Rezef não é filho do Imperador.

    — É certo?

    Agora sabia porquê fora tão duro com Rezef. Cayena sentou no sofá e segurou a cabeça.

    Rezef não o sabe.

    Cayena olhou a garrafa de elixir, havia apenas duas gotas.

    Pegou os planos que havia desenhado de antemão e quando saiu do dormitório, Annie e Donna surgiram. Cayena disse:

    — Chamem o exército central e abram caminho. Irei ver Sua Majestade, o Imperador.

    Donna sacudiu os ombros e Cayena a advertiu com frieza:

    — Donna, se me interromper agora, não haverá lugar para o perdão. Acha que estarei de acordo por me trair?

    Suas palavras passaram por sua mente, Donna pensou e caiu no chão.

    — Por favor, me perdoe, Vossa Alteza! Fiz uma escolha idiota por medo de que matassem meus pais!

    Cayena a olhou, não tinha de perdoar, mas estava cansada de ter de castigar as pessoas.

    — Não te castigarei por minha boa vontade.

    — Obrigada pelo perdão!

    Donna estava encantada de ter escapado de sua ira, diferente de Annie. Cayena decidiu que essa criança não era apta para ser usada como ajudante, Donna retrocedeu com seu gesto. Evidentemente, também se juntou a vigilância.

    Annie saiu por uma passagem secreta para contatar o exército central em nome de Donna. Os que agora ocupavam o Palácio eram soldados diretos da família imperial, sendo a maioria apoiadores de Rezef, portanto não sairiam com as ordens de Cayena. Não havia desejo algum de usar a força, mas ainda deveriam mostra-la.

    O exército central contatado por Annie entrou no Palácio. Para eles, favorecidos por Cayena, suas palavras eram como as do Imperador, leis imperiais. Tal exército, incluído o comandante geral Zed, enfrentaram os cavaleiros imperiais.

    Cayena andou até a entrada do Palácio e disse aos cavaleiros:

    — Se não querem ver sangue, deem um passo atrás. Estão em caminho de buscar o verdadeiro criminoso?

    Nesse momento, o primeiro ministro Debussy apareceu entre os homens.

    — Isso é traição!

    Cayena inclinou a cabeça.

    — A quem estou contra, primeiro ministro?

    O ministro Debussy se irritou ao se dar conta da atitude calma de Cayena.

    — A colher de prata que a Princesa deu a Sua Majestade resulta ser falsa e tenta resolver as coisas pela força! Sua Majestade não deu a Vossa Alteza o comando do exército central para isso!

    — Parece que ainda não entendeu a situação. — Cayena negou com a cabeça. — Sua Majestade está em crise, quem é o líder após ele?

    Debussy fechou a boca com força. Certamente, essa seria Cayena, que possui poder estatal.

    — A colher de prata foi certificada ante o notável templo, mas resultou ser prata falsa? Significa que podemos assumir que o templo o instigou a condenar Sua Majestade?

    — Bem, que bobagens está dizendo!

    — Ministro Debussy.

     Cayena disse com frieza.

     — Se não quiser morrer, que saia do caminho.

    — …

    O primeiro ministro assim deu um passo atrás com um punho cerrado e tremendo. Não tinha poder suficiente para deter a Princesa e ela levou o exército central à residência do Imperador, com ninguém para deter tal passo.

    — Reúnam todos os conselheiros e assistentes que diagnosticaram Sua Majestade.

    — Aceitamos as ordens!

    A porta se abriu com força e os que haviam enchido o lugar e chorado falsamente gritaram. Cayena acabou com a desordem, passando pela sala de espera e parando em frente ao dormitório.

    Lentamente, quando abriu a porta, viu alguém deitado na cama. Ela impediu que alguém entrasse no local e se aproximou lentamente, sem pressa. Quando tocou o corpo do Imperador, sentiu um batimento muito fraco, indicando que ainda não morrera e que assim que o desse elixir, se restauraria.

    1. Aqui, realizei uma omissão, no espanhol estava — Tengo algo que decirte. — Bayel dijo. — O que gera redundância incômoda à leitura.[]
    2. Aqui, o Sua Majestade se refere à Imperatriz, mãe de Cayena e Rezef.[]
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