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    O disse abertamente.

    — Mas… não morrerá tanto como para estar triste.

    Cayena conteve silenciosamente a respiração, sentindo que ele cobria seus ombros e segurava suavemente sua mão com a outra.

    — Quero ficar contigo de qualquer modo.

    Ante essas palavras, a cabeça de Cayena se afastou lentamente de seu ombro. Com uma voz tranquila e sincera, continuou:

    — Por favor, fique comigo para toda a vida.

    Não importava se era um pedido de casamento ou pela forma em que estava escondida, Raphael pensava que este era o máximo que poderia desejar. Não queria lhe ser uma carga e sim viver toda a vida como um forte amigo, companheiro e amante, sem nunca deixa-la só.

    — Então, está me pedindo em casamente agora mesmo?

    Raphael riu da evasão de Cayena. Sim, foi assim que fez para se desfazer de todas as palavras desagradáveis e atingir o ponto central.

    — Se, se casar comigo, meus desejos se tornarão reais perfeitamente.

    — Se o deixo pelo governo, me faria sentir culpada?

    — Não seria assim.

    — Em uma sociedade aristocrática, também é um grande pecado sermos apenas amantes sem um compromisso.

    — Sei que Vossa Alteza escapará para onde queira para distrair os olhares sociais.

     Os olhos dela se entrecerraram.

    — Hmm. Não gosto disso.

    Ela estendeu sua mão esquerda.

    — Quando a pessoa que doou o edifício para que me escondesse me propõe casamento, por quê não há nada em meus dedos?

    — Temo que se sentirá sufocada.

    — A pessoa que acaba de me ameaçar com sinceridade de cuidado, se importa por isso?

    Ante sua zombaria, ele negou levemente com a cabeça e tirou uma caixinha de seu bolso. Um estojo de anel. Cayena, incapaz de conter sua surpresa, perguntou:

    — Está decidido a fazer isso?

    — Isso… Não. Não pensava dizê-lo tão impulsivamente.

    Pretendia fazê-lo um dia, mas sem total intenção. Entretanto, a semana que passou com a ansiedade de que Cayena não acordasse mudara completamente sua opinião.

    Quando abriu a caixa, foi  visível um simples anel adornado com um diamante azul de tamanho modesto. O formato era simples, mas o preço notável. Cayena não pensou que um anel de diamante azul desse tamanho acabava de ser feito.

    — Então, o que significa esse anel?

    — Me preparava por pensar ter tempo para lhe dar.

    Em realidade, era um anel preparado para ser um dos presentes de maioridade de Cayena. De qualquer modo, estava seguro de que tal cerimônia servia para se casar, se perguntando se ela casaria com um estranho.

    “Por exemplo, Bayel.”

    Cayena riu um pouco e olhou o anel no estojo de cores vivas. Raphael tirou-o e o pôs lentamente no dedo anelar esquerdo de Cayena.

    — Sim. Se Vossa Alteza disser que herdará o trono, a seguirei.

    Tudo se fez para que ela pudesse usar a coroa em qualquer momento. Tudo o que restava era sua escolha, por isso não propôs antes, já que não tinham forma clara.

    — Não tem de ser o casamento notável de um servente.

    Ela tocou silenciosamente o anel que, ligeiramente folgado, parecia perguntar o que faria. Estava bem se esconder assim e viver uma rotina tranquila, mas se acontecesse, Raphael e os outros sofreriam um pouco. Então, o que faria agora?

    Ela riu, era uma pergunta respondida mesmo sem ter sido feita.

    — Lembro que pedi para que fosse meu marido.

    O fez, Raphael também lembrava. Quão absurdo soara essa pergunta? Se sentia como um passado longínquo.

    — Será meu marido, Raphael.

    Quando ele escutou a resposta, sorrindo, a abraçou e beijou sua testa. Sentia gratidão, alegria e felicidade.

    — Mas ainda temos muito trabalho por fazer.

    Ante isso, ele soube que seu coração estava determinado.

    — Por favor, espere até que Ethel celebre a cerimônia de maioridade. Nesse momento, estarei disposta a tirar a coroa e ser a Duquesa Cayena Kedrey.

    Era o casamento com Raphael que sonhara antes de renascer, mas assim seria. Cayena pensou que seria um futuro incerto.

    “Por suposto, é muito incerto que me converta em Imperatriz.”

    Cayena o abraçou com força.

    — Está indo agora?

    Era tão bonita e adorável sua aparência de levantar a cabeça apoiada em seus braços, que parecia pouco realista. Ele suspirou brevemente, franzindo o cenho.

    Ainda haviam coisas por fazer. Dado que o Imperador morreu, como um nobre de alta patente, deveria visitar o Palácio cedo para expressar suas condolências e ir ao Grão Palácio. Além de que, no próximo dia, se realizaria um juizado divino. Também era esperado que ele o assistisse como jurado. Mas seus passos não foram ouvidos.

    Ele a abraçou pela cintura e a beijou com pesar.

    — Voltarei logo.

    Mesmo quando ele mesmo o disse, gostou muito. Quando voltou, seu coração batia com alegria, pensando que Cayena estaria em sua casa. Era uma grande benção para ele poder terminar o dia deitado lado-a-lado em uma cama cheia de seu suave aroma e a segurando em seus braços. Seria melhor se chegasse a noite em que não tivesse de se conter.

    — Estarei esperando.

    Não suportando devido sua resposta, Raphael começou a enrolar a mão entre seus cabelos e misturar profundamente sua respiração. Mordeu levemente a carne fina e a perseguiu, com a outra mão, varreu o fino vestido.

    — Hmm..

    “Oh, meu deus.”

    Estava emocionado quando Cayena emitiu um som que parecia engatado em sua garganta, mas tinha de voltar a razão… Não foi fácil parar, o impulso de abraça-la e ir diretamente até a cama o sacudiu. Um pouco mais, um pouco mais… O nível de desejo aumentava lentamente.

    — Ah, Raphi…

    Raphael, que escutou seu apelido depois de muito tempo, se deteve.

    — Ahh.

    Nesse ponto, se sentia como em uma prova, obrigado a se aferrar a sua mente. Parecia nunca poder se controlar se desse mais um passo.

    — Perdoe-me…

    Apenas se afastou dela e se desculpou.

    — Sinto muito.

    Cayena respirou lentamente e desenhou um sorriso em seu rosto. A razão pela qual parecia fascinante era provavelmente uma questão de sua mente. Raphael tomou algo, mas estava morno. Então se deu conta de que era realmente hora de sair.

    Cayena o agarrou pelas bochechas, lhe deu vários selinhos e se pôs de pé. Ela também sabia que tinha de enviá-lo até a saída.

    — Teremos muito tempo no futuro.

    Desde que teve a vida de volta, o tempo não acabaria como antes. Algum dia chegaria o dia em que teria de se deitar na cama.

    “Mesmo que até esse tempo parecesse insuficiente.”

    Raphael não se atreveu a dizer isso.

    Deram as mãos e foram até a entrada da vila. Cayena acenou após lhe dar um último beijo amigável para deixa-lo ir.

    — Nos vemos mais tarde.

    Raphael se viu obrigado a partir.


    Ele sequer preparou um crisântemo apenas para ir ao Palácio. O Imperador deveria ser enviado com as palavras mais miseráveis. Se não fosse por sua violência, o mundo não estaria tão bagunçado.

    “Mas por que tinha de ser assim?”

    Queria perguntar a alguém a resposta.

    Chegou ao Palácio e desceu da carruagem. Vários nobres de luto já haviam chegado e viu sua mãe entre eles. Ainda que tivesse o rosto coberto com um véu negro, rapidamente notou seu costume de uma cintura erguida e sua roupa intacta. Ela devia ter escutado que seu pai recebeu um tiro de Rezef e morreu imediatamente.

    — Está aqui.

    Disse com uma voz firme, sem sequer olhar seu filho. Raphael se assegurou de que sua mãe, Noah, não sentiria pesar algum pela morte de seu pai. O corpo do Imperador falecido foi posto no dormitório.

    — Se ofereceu para ter um funeral no templo?

    Circulavam rumores de que o Imperador  é um feiticeiro, portanto, nem mesmo o templo poderia decidir. Respondeu sua mãe:

    — O tema do funeral pedia que esperássemos até o juizado de amanhã.

    — Entendo…

    Isso significa que tomará uma decisão definitiva no santo julgamento. Raphael refletiu um momento: O sumo sacerdote Mieln é uma pessoa religiosa corrupta, recebera dinheiro de todas as partes, recorrendo a ondas de choque e ondas de defesa, como um morcego.

    “A pessoa teve sua linha monetária cortada, mas não pode ficar quieto.”

    Tanto os postos de Imperador, como os de sucessores, estão vazios agora. Era óbvio que se estabeleceria um Imperador que pudesse dormir e controlar o império. Se assim fosse, apontaria a Ethel?

    “Não. Se colocaria em contato com Rezef, que tem um ponto fraco.”

    Rezef agora estava preso em um dormitório. Poderia ser visitado em segredo, sem chamar a atenção e ter algum tipo de conversa. Os comentários de Rezef no julgamento decidiriam quem é o mago.

    “Se Cayena admitir ser a maga, poderia dar a volta no tabuleiro.”

    Entretanto, nesse mesmo tempo, Raphael também revisava o templo. Depois de confirmar que o Imperador estava morto, saiu do Palácio e foi até o templo em que se encontrava o sacerdote Danian.

    — O que aconteceu para que não enviasse uma mensagem antes?

    O sacerdote Danian ainda estava orando só em um templo sem fieis. Acreditava em deus essa pessoa?

    De repente, essa pergunta veio e se foi.

    — Vim pedir ajuda.

    — Não sabia que o nobre Duque me pediria duas vezes por ajuda.

    Danian o ofereceu um assento, o qual foi recusado e respondido com um pensamento direto:

    — Quero que se converta no sumo sacerdote.

    — …

    O sorriso gradualmente deixou os olhos do sacerdote.

    — Um sumo sacerdote… Está fazendo um pedido inesperado.

    — Estou pensando em derrubar Mieln e quero que sejas o sumo sacerdote.

    — Não sou tão grandioso.

    — Não creio que o sumo sacerdote Mieln o seja.

    — Hmm. — Danian ficou sem resposta.

    — Não o digo por ser uma pessoa com uma fé particularmente grande ou por ter muitas habilidades. Não o conheço tão bem.

    Ante suas palavras, o outro riu.

    — São palavras comoventes.

    Isso não o ofendeu. Melhor dito, lhe gostava a forma de falar natural, não aristocrática.

    — Só quero construir uma rede de segurança com alguém em que possa confiar.

    — Não me conhece tão bem, mas diz que pode confiar em mim?

    — Porque creio em Bayel.

    Os olhos do sacerdote se arregalaram. É uma relação que já gerou tanta confiança? Estava um pouco perplexo, mas quando o pensava, o comportamento de Bayel também era inesperado, por não querer se envolver muito em assuntos humanos. Entretanto, parecia muito importante que também tenha feito amigos humanos.

    O sacerdote Danian pareceu pensar um momento e logo se pôs de pé. Quando baixou o quadro na parede, apareceu um bloco com rachaduras que, ao ser golpeado, havia um espaço detrás. Houve um som de afrouxamento e quando se abriu o bloco, havia um cofre dentro. Depois de aberto, sacaram-se documentos e livros, entregando tudo a Raphael.

    — Essa é a corrupção do sumo sacerdote Mieln que compilei.

    Raphael comprovou os dados, organizando as provas decisivas. Danian voltou a sorrir com doçura.

    — Creio que esta também é a vontade de Deus. — Raphael assentiu.

    — Entrarei logo em contato.

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