Capítulo 142
As provas de corrupção coletadas pelo sacerdote Danian foram precisas. O malgasto de fundos e o suborno eram graves delitos.
O fato de que o templo ajudou Yester e mudou de novo de família nobre a seus gostos teve um tremendo impacto na sociedade aristocrática. Mesmo os nobres que atuavam com timidez por não querer ser pegos em coisas inúteis estavam completamente ressentidos. O Império estava pobre e o aguardo do julgamento inflou com força a lâmina para acabar com a corrupção. Pouco a pouco, a escuridão que caia sobre o Império se dissipou, causando um cataclismo.
— Há movimentos entre os nobres na busca de um sucessor ao trono.
Raphael contou a história do mundo exterior enquanto tomava chá com Cayena na vila do ducado.
— No momento, Ethel é o mais influente entre as famílias de sangue que sucederão ao trono. Ele é o mais próximo da linha imediata, mas há um problema. — Ela disse dando giros e giros no chá. — Se o Imperador Esteban for dado como demônio, haverá aqueles que questionarão a legitimidade de seus descendentes, correto?
— Assim é.
Significava que a dinastia poderia mudar assim de fácil.
— Não será grande coisa por ser uma situação com falta de um Imperador no momento.
Cayena respondeu, como se contasse uma história alheia e bebeu um pouco do chá. Um sorriso apareceu em seus lábios ao provar o chá escuro que lhe foi preparado.
— Não há com o que se preocupar.
Falou como se fosse uma profecia.
— Mestre. — Jeremy, o assistente, chegou como se lamentasse interrompê-los. — O Conde Bayel Kronos chegou.
De repente, a pessoa que sequer conseguiam contato chegava assim? O olhar de Raphael se dirigiu a Cayena. O significado era claro:
“Existe algum plano?”
Cayena encolheu os ombros e tomou mais chá, não era como se ela o tivesse feito só.
“Tinha a esperança de que um gato amigável desse um passo.”
De qualquer forma, não fora feito por Cayena, então Raphael foi sozinho em busca de Bayel. Ao entrar na sala, Bayel com seu brilhante cabelo castanho escuro abriu os olhos e o olhou.
— Se tem um convidado, deveria vir rápido. — Bayel não tinha ido só.
— Saúdo ao Duque.
Jedair o saudou educadamente primeiro.
— Uau…
O homem, que estava preso em confusão, quase rola os olhos. A roupa estava enrugada, mas de um olhar pôde ver que era bastante rico.
— O que é isso?
Bayel respondeu à pergunta de Raphael:
— Um presente.
Isso era um presente? Raphael inclinou a cabeça.
— Os gatos não costumam caçar ratos?
Bayel tentou perguntar do que ele falava, mas novamente se deu conta de que era tratado como um gato.
“Muito justo… a próxima vez, deve trocar de forma a um rinoceronte quando acordar!”
Escolhera um gato por ser fácil de esconder e manobrável, mas se quisesse, poderia se tornar um animal ameaçadoramente de imediato. Jedair, que notou que os pensamentos de Bayel pareciam incômodos, rapidamente revelou a identidade do homem que estava preso.
— Esse homem é Lorde Heimbel.
— Lorde Heimbel…?
O olhar de Raphael se dirigiu ao homem. Geralmente, quando os senhores se mudam, mostram o rosto para promover a amizade e confirmam ter tal relação. Depois de fazer cargo do título, Raphael não pode passar pelo ducado ocidental, portanto nunca lidou com os governantes de países vizinhos. Hoje via o rosto de Lorde Heimbel pela primeira vez, recordando o plano que Cayena tinha previamente falado no templo do sacerdote Danian.
— Creio que seja melhor organizar a situação aqui e ir ao ducado ocidental, levará algum tempo absorver Heimbel.
Quando Bayel moveu um dedo, Lorde Heimbel desapareceu.
— A Princesa acordou?
Raphael assentiu.
— Parece que bebeu o chá. — Bayel assentiu, pensando ser uma sorte. — Oh, mas, Duque…
— Me chame de Raphael.
— Sim, Raphael. Sua casa é grande?
Que diabos significava tal pergunta? Qual sua intenção? Raphael franziu o cenho e respondeu:
— Ainda que não tão grande como o Palácio Imperial, é maior que a maioria das mansões nobres que existem.
Bayel aplaudiu satisfeito.
— Graças a deus. Me dê um edifício.
— Ainda tem alguns…?
— Se Danian se tornar o sumo sacerdote por sua culpa, meu lugar para ficar desaparece!
Raphael não gostou.
— Minha mãe é alérgica ao pelo de gato…
— Ah! Não sou um gato!
Ainda assim, ele não estava disposto. Mais tarde teria sua lua de mel com Cayena, mas teria de viver com sua família militar. De fato, ainda havia um controle sutil sobre Bayel. Bayel franziu o cenho, pensando que os olhos de Raphael eram estranhos.
— Escute, de maneira alguma você… — Ele gaguejou com uma expressão tristonha, — realmente não sente nada por mim…?
“Esse garoto tampouco é normal.”
Ante isso, Raphael assentiu:
— Creio estar bem que um gato estúpido fique em minha casa.
— O quê? Esse Duque!
Jedair silenciosamente pensou:
“Os nobres e magos são pessoas um pouco estranhas…”
Depois de tudo, o pensamento de pessoas tão importantes parecia difícil de entender para as pessoas pequenas e comuns como ele.
— O moverei para um edifício separado.
Raphael se aproximou de Bayel e estendeu sua mão. Bayel olhou a mesma e sentiu agonia por um momento.
“Me escoltará…?”
Isso também serve para homens? Mudaram os modos no mundo humano? Seu orgulho não permitiu perguntar ao que se referia, porque sentia que tinha se tornado um velho fora de moda por alguma razão. Bayel pôs sua mão sobre a dele.
— …
— …?
Raphael riu, incapaz de suportar sua expressão ridícula.
— Por quê? Por quê?
— !Estava estendendo a mão para nos mover daqui até o local.
— Bem, se assim fosse, deveria ter dito!
Bayel se sentiu envergonhado quando tentou ser bom em modos e não demonstrar que era um velho fora de moda. Ele era forte.
— E não preciso entrar em contato para teletransportar!
Um garoto ignorante que sequer sabe magia! Enquanto Bayel gritava assim, Raphael admitiu em voz baixa.
— É que não o sei.
— Ahh.
Se envergonhou ainda mais, querendo dizer algo a esse Duque descarado mas honestamente não estava seguro de ganhar. Bayel não tirou a mão e moveu o dedo.
Zup!
As três pessoas da sala de estar se moveram para onde estava a vila com que Cayena se encontrava. Ela apertou a mão de Bayel.
— Olá, Bayel.
— Humph!
Ele estava desconcertado, sem aceitar o cumprimento de Cayena. Ela olhou para Raphael questionando o motivo de suas ações, mas ele se fez de desentendido.
Exceto Jedair, todos se sentaram ao redor da mesa. A diferença de status era demasiada para que a Princesa, o Duque e o mago se sentassem juntos a ele. Ao vê-lo imóvel, Cayena apontou ao assento vazio.
— Sente-se ali.
Estava bem omitir, mas quando ela fez isso, Jedair se inclinou um pouco surpreso. Era uma grande consideração para a classe dominante prestar atenção a esses pequenos detalhes.
— Obrigado.
Com todos sentados, Bayel disse:
— Prendi Lorde Heimbel, agora tudo que tem de fazer é dizer o que irá fazer.
— …
— O que quer fazer?
Cayena disse:
— Foi mais rápido que esperava.
De fato, passara um mês antes de que Jedair trouxesse Lorde Heimbel ao ducado Kedrey. Era esperado que precisasse de, ao menos, quinze tentativas até que a notícia chegasse á capital. Não significava que fosse ruim que terminasse antes, mas sim que era uma situação que precisavam absorver.
— Quando houver gente que fale sobre o trono, será onde tudo se complica, a notícia de que Heimbel foi absorvida pelo Duque então deve ser difundida.
O plano de Cayena não era complicado. Rezef já tinha sido excluído e agora os nobres mostravam interesse em dar influencia a Ethel. Nessa situação, se desse a conhecer que Raphael é tutor de Ethel, haverá muitos a comprovar. Ethel é jovem e o poder do Duque é forte. Pode haver súplicas, perguntando se estavam tratando de estabelecer um jovem Imperador e regente.
“Ou, atacar Ethel, que é mais fácil que a um Duque.”
Cayena pensou que a possibilidade do último era assustadoramente alta.
— Com essa oportunidade, temos de aproveitar para que os nobres corruptos tentem mudar a família real por um Imperador que se adapte a seus gostos.
Era planejado pôr o Império na mesa de cirurgia e fazer uma melhora importante.
— O fato de que a riqueza de Heimbel foi absorvida pelos camponeses e que as fronteiras entre o reino Yulyeong e as fronteiras se puseram em contato com o reino seria alarmante para os nobres.
Já não será uma das três famílias principais do Império, mas Kedrey será a família dominante. Mais tarde, se,se casar com Raphael, o posto de Duque será baixo, portanto, era natural estabelecer um ponto de apoio para o ascender a Grão Duque. Bayel, ao escutar a história, disse:
— A conclusão é que jogará com força e dinheiro, correto? O entendo até agora, então, quantos anos tem esse tal Ethel?
— Tem treze anos.
— Quem colocaria uma criança de treze anos em um trono?
Cayena sorriu.
— Isso seria duro demais. Até que ele cumpra a maioridade, governarei o Império. Por outro lado, os nobres escutarão mais.
Se ela subir ao posto de Imperatriz, converteria Cathrin como subsequente e Ethel o Príncipe real.
Era uma situação na qual estabelecem-se pautas para melhorar a constituição do Império, sendo o maior problema a própria Cayena.
— Então, como subirá ao trono?
— Sou eu, então está bem se apenas sair e voltar ao Palácio Imperial, pois sigo sendo representante da administração estatal. Mas se for assim, não seria divertido?
“Que diabos é o divertido?”
Bayel parecia ter dor de cabeça, então comeu algo da mesa sem perguntar. Quando sua cabeça se enredava, comer algo doce era o melhor.
— Puaj.
Mas, mesmo que fosse doce, era doce demais.
— O que é isso? Uma bolacha feita de açúcar?
— É uma bolacha feita de açúcar.
— Bem…
Bayel se calou. Raphael lhe deu um prato com sobremesas sem açúcar e disse a Cayena:
— Mesmo se não ouvir, disse ao jovem Ethel que visitasse o Duque oficialmente. Nesse momento, Vossa Alteza também se reunirá ao jovem mestre?
— Creio que estará preocupado pela minha desaparição repentina… Se visitar a casa do Duque, seria bom que viesse ao anexo.
— O fará, então.
Cayena comeu um pedaço da bolacha de açúcar que Bayel reclamava.
“Moderadamente doce e delicioso.”
De todas as formas, o que precisavam era de tempo. Não era momento de fazer as coisas apressadas como antes.
Era hora de que suas reações esperadas fervessem e explodissem.
Rezef foi condenado ao exilio sem incidentes maiores. Se tivesse a vontade para fazê-lo, teriam o executado. Mas Raphael não o fez, pela proteção que Rezef deu a Cayena no santo julgamento. Só que a generosidade que poderia ter dado a Rezef estava no nível correto.
O Imperador morreu, a Princesa desapareceu e o Príncipe foi condenado a exilio. O trono não pode ficar vazio para sempre. O povo interpreta a ausência de um governante como enfraquecimento de poder nacional então, inevitavelmente, explodiria em guerra. Era necessário tomar controle sobre a opinião pública.
Como esperava Cayena, os nobres centraram sua atenção em Ethel, o sucessor mais influente. O Conde Hamel, seu tio materno, somente acolheu Cathrin na família e estava em uma situação em que achava favorável todo tipo de benefícios.
O Conde Jonathan, esposo de sua tia imperial, não possuía ninguém a notar, atuando como se já tivesse se tornado senhor do Império. Se tudo fosse bem dessa forma, se converteria em tio do Imperador, então começou a ganhar poder explorando ativamente o mundo social. Não esquecendo de frisar o fato de que sempre podia ver Ethel, quem se tornou seu sobrinho, em um lugar para se reunir quando quisesse.
— Devido a que estou muito ocupado, passou um tempo desde que o vi. É uma corporação familiar onde os parentes só podem se reconciliar quando há intercâmbios frequentes.
Os ouvintes se limitaram a sorrir exteriormente a suas palavras. Nesse momento, um velho cavalheiro que apenas levantara um dos cantos de sua boca, disse:
— O Príncipe Ethel parecia estar mais ocupado que seu tio, quando foi visitar o Duque Kedrey… Não tem de se sentir tão culpado.
Os cavalheiros que o rodeavam começaram a rir com suas palavras. O rosto de Jonathan ardia intensamente.
— E não é seu verdadeiro sobrinho, Conde Hamel? Bem, vendo que sequer finge busca-lo, não parece ter muita vontade de se reconciliar.
— Suas palavras são demais!
O ancião encolheu os ombros. A maioria dos ali reunidos já haviam decidido derrotar Ethel. Dificilmente seria, pois o poder do Duque Kedrey é muito. Decidiram que havia chegado o momento do nascimento de três novas famílias, mudando a dinastia.
— Não era o Imperador Esteban o demônio de verdade? Do contrário, seu funeral não poderia ser tão humilde.
O povo tratou de criar opinião pública sobre a imoralidade do Imperador, havendo rumores de que era um mago e, na verdade, o funeral foi mal realizado.
— O sangue de uma pessoa assim… Tampouco existe uma lei que evitará que se repita. Estou sinceramente preocupado.
— Isso-, Ethel não é um mago!
Jonathan se encontrava muito envergonhado e o negou. Ao mesmo tempo, sua mente estava ansiosa. Se permanecesse assim, poderiam ser condenados como uma família portadora do sangue do diabo.
Desde então, o Conde Jonathan expulsou diretamente Cathrin do condado Hamel. Todos engoliram as línguas ante o trato impiedoso, mas o entenderam. Se for decidido que é filho do demônio, então o Conde também poderia ter de assumir a responsabilidade de sua caridade.
Os nobres se uniram com coesão, formando entusiasmadamente rumores de injustiça e encurralando Ethel. Além disso, o Duque Kedrey começou a pressioná-lo, dizendo que estava tratando o jovem Ethel como regente. Tudo era exatamente como o esperado por Cayena.
Nesse momento, uma grande notícia atingiu a capital: Heimbel fora absorvida pelo ducado de Kedrey, uma família com um grande exército e uma enorme quantidade de dinheiro.
Além disso, a fronteira entre os reinos de Eldigm e Yulryeong estavam em contato e o papel do Duque Kedrey se tornou mais importante. Kedrey era de fato a família mais poderosa do Império e inumeráveis nobres que se deram conta se fizeram de tontos. Isso por saberem que se zombassem ali, sua família deixaria de existir, sem qualquer traço no mapa.
Tal como estão as coisas, Ethel se tornaria Imperador e o Duque Kedrey se tornará no real governante. Todos assim o pensavam, mas de maneira estranha, o Duque Kedrey não mostrava sinal algum de mover-se para pôr Ethel no trono, como se esperasse algo.
Passaram-se dois meses desde que o Imperador morrera e seguia sem sucessor. O povo estava terrivelmente ansioso por não ter um novo governante e parecer que a qualquer momento um certo país se aproveitaria dessa oportunidade para invadir o Império. Se isso ocorresse, o território se dividiria em quatro partes e suas casas desapareceriam.
O povoado, e apenas ele, sofria mais que todos na guerra. Pensaram que tal situação era momento de tranquilidade antes da tragédia, na qual o mundo colapsaria. O povo angustiado pensava não poder ficar quieto.
— Encontrem Sua Alteza Cayena!
Os imperialistas se ergueram espontaneamente e começaram a buscar seu herói desaparecido. Não foi necessário criar um retrato de busca da Princesa, pois já havia imagens da mesma espalhadas por todo o Império e exibidos em todas as partes, como se fosse uma grande galeria.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.