Capítulo 15
— Por favor, chame um médico! — Vera despejou a água fria no braço de Cayena.
Cayena fez uma careta de dor. Felizmente, a queimadura não foi severa porque a torta a tocou brevemente antes de cair.
Lydia prostrou-se no chão e implorou perdão a Cayena.
— Eu cometi um crime digno de morte! Por favor, me perdoe, Alteza! — Era um crime colocar a menor cicatriz no corpo de alguém da família imperial. Mas para queimar a única princesa da família Imperial. o pedido de desculpas não seria suficiente, mesmo que Lydia fosse açoitada imediatamente.
— Lydia! Você ficou louca!
— O suficiente. — Cayena parou Vera.
— Eu desnecessariamente choquei muito todos vocês. Foi minha culpa não explicar que a torta deve ser resfriada primeiro, então não há necessidade de fazer isso.
Como poderia ser culpa de Cayena? Isso era ridículo.
Então, o médico entrou correndo, ofegante.
— O médico chegou, Sua Alteza! — Cayena mostrou seu braço vermelho ao médico. Foi um pouco doloroso, mas, fora isso, estava em boas condições.
— Deve ficar tudo bem se você apenas aplicar a pomada por alguns dias.
Todos ficaram interiormente aliviados com essas palavras.
— Estou feliz que seja apenas uma queimadura leve.
Pode não ter sido uma grande queimadura, mas este incidente não foi algo para ser considerado leviano.
No entanto. Cayena gentilmente consolou Lydia.
— Você deve ter ficado muito surpresa, Lydia.
— Está tudo bem. Você ainda é jovem, então é claro que às vezes pode cometer erros.
“Lydia tem a mesma idade de Sua Alteza.”
A cabeça de Vera doía, como se latejasse ligeiramente.
— Como já preparamos, posso pelo menos dividir a torta restante ao meio e enviá-la para Rezef.
Cayena viu que o resto da torta havia esfriado e ordenou que fosse preparado com outros refrescos.
Os criados da cozinha ficaram profundamente comovidos com sua calma e magnanimidade.
— Isto é para você, como prometi. — O chefe de cozinha recebeu a fatia com as duas mãos, admirando a atitude tolerante de Cayena durante a loucura.
— Obrigado, Sua Alteza.
Cayena também disse às damas de companhia:
— Todas devem ter ficado muito surpresas, então levem Lydia com vocês e vão descansar.
Vera cuidou do resto da situação e levou Cayena para seu quarto.
— Lydia não se arrependerá de suas ações, Sua Alteza.
Vera tinha sido paciente com a má gestão das damas da corte, mas não aguentaria hoje.
— Por que você é tão generosa com elas? — ela perguntou.
Ela suspirou quando olhou para o braço de Cayena, envolto em gaze. Cayena sorriu suavemente com as palavras preocupadas de Vera e segurou sua mão.
— Achei que você soubesse que não estava realmente dando um passe de boa vontade para elas.
Vera hesitou com o comentário.
“Eu pensei que parecia quase planejado, mas…”
Ela sentiu calafrios quando Cayena confirmou seu palpite.
— Você não tem me observado até agora?
— …! — Vera ficou sem palavras.
“Como Cayena sabia? Era tão óbvio?”
Vera acalmou sua mente e voz.
— … perdoe minha ignorância, mas não entendo o que quer dizer, Alteza.
Cayena tinha uma expressão cética no rosto, como se perguntasse:“Sério?”
Vera engoliu em seco. Sua boca ficou seca. Então…
— Alteza, os lanches estão prontos. O que você gostaria que fizéssemos? — perguntou uma empregada ao entrar no quarto.
Cayena deu uma missão a Vera, como se ela estivesse testando como ela agiria agora.
— Vá entregar as bebidas em Rezef.
— Sim, sua Majestade. — Vera aceitou o pedido com uma expressão complicada.
Rezef não tinha apetite desde o café da manhã.
— … estou cansado.
Recentemente, muitos aristocratas têm visitado a capital e Rezef também teve que manter o arquiduque Heinrich controlado. Havia muitas coisas nas quais prestar atenção.
— O que minha irmã está fazendo agora? — ele perguntou a seu ajudante. Quase se tornou um hábito.
— O último relatório afirmava que ela estava indo para a cozinha de seu palácio.
Como ele não teve tempo de encontrar Cayena enquanto lidava com todos os visitantes, Rezef perguntava sobre ela mais de uma dúzia de vezes por dia. Graças a isso, Zenon estava confiante de que conhecia o paradeiro de Cayena melhor do que qualquer outra pessoa na cidade.
Rezef inclinou a cabeça quando ouviu sobre sua localização inesperada.
Ele não via como o lugar poderia ser do interesse de Cayena.
— O que ela está fazendo lá?
— Não recebi nenhum relatório detalhado porque as damas de companhia estavam ocupadas servindo a Sua Alteza.
“O que ela está fazendo na cozinha?”
Rezef estava curioso. A pessoa por quem ele estava mais curioso atualmente era Cayena. Ela havia mudado completamente desde que desmaiou por beber veneno. E era o próprio Rezef quem estava se beneficiando com a mudança.
Em particular, ele obteve muitos benefícios ao se preparar para a cerimônia de maioridade de Cayena.
Os nobres teimosos e profundamente arregados começaram a se mover, pensando que tinham uma chance de se tornar parte da família imperial.
De qualquer forma, Cayena era a única princesa da família imperial e seu valor também aumentou recentemente. Rezef foi capaz de tirar vantagem da situação.
Na verdade, havia muitas outras coisas positivas além das vantagens políticas que surgiram com sua mudança.
Sem que ele percebesse, Cayena havia crescido e seu estômago se acalmou quando ele estava ao lado dela.
Ele pensava que ela era apenas uma boneca linda e tola, mas estava errado. Rezef ficou surpreso ao perceber que passar um tempo com Cayena era mais agradável do que esperava.
— Desde quando ela tinha tanta influência sobre ele?
Mas não era como se isso fosse ruim. Era quase no nível em que seria uma pena vê-la partir quando se casasse.
— Uma das damas de companhia de Sua Alteza chegou. O que devemos fazer com ela?
Ele acenou com a mão ao ouvir as palavras do ajudante, dizendo-lhe para deixá-la entrar.
Logo Vera entrou na sala.
— Eu saúdo Sua Alteza Imperial.
— É o bastante.
Ele mostrou um favor atípico para ela, permitindo que ela pulasse os procedimentos e saudações desnecessárias. Não era por causa da própria Vera, mas sim porque ela era alguém que Cayena havia enviado.
Vera agradeceu rapidamente e entregou a bandeja de prata em sua mão para Evans.
— Este é um lanche preparado pela própria princesa.
Rezef franziu as sobrancelhas em confusão com a explicação de Vera.
— … minha irmã? Ela mesma?
— Sim.
“O que isso significa?”
Zenon arregalou os olhos com as palavras inesperadas. Isso era suspeito.
— Traga isso aqui.
Zenon colocou a travessa na mesa. O aroma sutil de torta de maçã surgiu quando ele levantou a tampa.
A empregada que seguia Vera até aqui também entregou biscoitos, bolinhos, geléia e creme de manteiga. O bule ainda estava quente. Rezef sentiu um calor desconhecido.
— Esta torta de maçã foi feita à mão por Sua Alteza.
Rezef observou a torta de maçã com olhos duvidosos. Para começar, parecia certo. O cheiro também estava bom.
— Minha irmã realmente fez isso?
— Sim.
A resposta calma de Vera o fez olhar para a torta de maçã e então dar uma mordida rápida.
Zenon, que estava prestes a fazer um teste de veneno com uma agulha de prata, se assustou.
Ele deve saber que tipo de coisas podem ser colocadas na comida, mas ele simplesmente comeu sem qualquer cuidado!
Além disso, o adversário era a princesa Cayena.
Evans estava bastante desconfiado de Cayena, cujas intenções não eram claras ultimamente.
Mas Rezef não se importou com nada disso. Ele ficou surpreso ao descobrir que a comida era mais saborosa do que ele pensava. Ele não tinha apetite desde a manhã, mas o sabor moderadamente fresco e não muito doce estimulou seu apetite.
— Que cheiro é esse? Não a maçã. Eu gosto disso.
Embora fosse uma torta de maçã, havia uma fragrância peculiar nela. Vera explicou ao seu lado.
— Sua Alteza colocou canela.
— Ah, canela.
Ele gostava de canela, com seu sabor e aroma ligeiramente amargo.
Seus nervos, que estavam um pouco agudos de fadiga, suavizaram. Era engraçado que um lanche pudesse deixá-lo tão relaxado.
Ao lado dele, Vera serviu um chá quente de mel. Então, ela mergulhou uma colher de chá de prata que havia preparado no copo.
Não houve mudança.
— Minha irmã tinha esse tipo de talento?
Rezef comeu duas fatias de torta e sorriu satisfeito. Ele tinha algum tempo livre agora, então queria tomar um chá com Cayena.
— O que minha irmã está fazendo agora?
Vera não conseguiu responder de imediato. Ela abordou o assunto com cuidado.
— … na verdade, houve um acidente na cozinha.
Rezef, que estava enxugando as mãos em um guardanapo úmido, congelou. Ele largou o guardanapo e olhou para Vera.
— Acidente?
— Uma das damas de companhia acidentalmente derramou uma torta no braço de Sua Alteza e a queimou.
As palavras fizeram os olhos de Rezef ficarem frios.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.