Capítulo 22
— Não há mais ninguém que ela conheceu? — perguntou o conde Benzeman.
— Eu vi Sir Raphael Kedrey com ela algumas vezes. Mas foram apenas reuniões breves, — respondeu Lydia.
— Hmm.
— Ela passa a maior parte do tempo com Sua Alteza Rezef atualmente. É bom ter a oportunidade de ver Sua Alteza com mais frequência, mas estranhamente, ele não é o mesmo de antes. Você ouviu o apelido ridículo de“treinador de feras”? Fiquei pasma! — Algo está estranho.
Ele soube que o Príncipe Rezef recentemente se tornou bastante obediente.
Disseram-lhe que era a influência da princesa Cayena. Ele não confiava muito nos rumores, mas ouvindo a história de sua filha, parecia que havia alguma verdade neles.
Ele desconfiava das intenções e do comportamento da princesa. Ela pode ter tentado obter uma posição de regente quando o príncipe foi coroado.
“Pode ser isso.”
Aconteceu de vez em quando na história que a mãe, irmã ou esposa de um herdeiro exercia seu poder como se fosse o dela. Até Cayena tinha o distinto conde Hamel do lado materno da família.
O Príncipe Rezef tornou-se subitamente complacente quando ouviu as palavras de Cayena. O que isso significa?
Agora que ele pensou sobre isso, havia algo estranho quando ele conversou com Zenon Evans sobre o incidente com Lydia.
Ele tinha a sensação de que Zenon Evans estava observando a princesa Cayena com atenção.
O conde Benzeman não conseguia se livrar da sensação de que havia uma conspiração.
Ele segurou o ombro de Lydia e disse furtivamente: — A princesa Cayena está desconfiada. Observe atentamente para ver se ela está em contato com alguém. Presentes, ou algo assim!
— Erm. Ela recebe tantos presentes, no entanto…
— Não vai ficar bem se você ordenar que as outras damas da corte ajudem? Seu pai vai repreendê-las e elas vão te seguir.
Lydia não ficou muito feliz por receber uma missão tão de repente. Ainda assim, ela gostou do que seu pai disse sobre fazer as outras damas da corte ouvi-la novamente.
— Compreendo.
Cayena estava olhando para o livro de contas com uma cara séria enquanto o sol brilhava pela janela.
Não que houvesse um problema específico.
— Eu tenho muito dinheiro sobrando no orçamento.
Rezef era quem tinha autoridade para controlar o orçamento. Isso porque Cayena, que deveria ter feito o trabalho no lugar da imperatriz, era incompetente.
Desta vez, Rezef fez ajustes sem precedentes no orçamento do palácio da princesa.
Era uma forma simples, mas segura de mostrar que se importava com Cayena.
“Se fosse o eu original, eu teria rido, comprando tantas coisas que mesmo esse orçamento seria insuficiente.”
Ou talvez ela tivesse desmontado e refeito o jardim ou o quarto. Ela pode ter comprado um buquê de flores que murchariam e seriam difíceis de tratar depois de alguns dias ou ter dado uma festa.
Agora que ela não tinha festas ou reuniões, ela não precisava de mais roupas, então Cayena não tinha nada para gastar dinheiro.
Recentemente, sua maior despesa foi trocar os sapatos.
— As bebidas estão um pouco atrasadas.
Vera, que atendia Cayena sozinha enquanto as outras criadas estavam fora, parou de bordar.
— Devo ver o que aconteceu?
Cayena sorriu e balançou a cabeça. — Você não precisa.
É fato que é preciso tempo para fazer certas coisas.
Hoje em dia, com exceção de Vera, as damas de companhia deixavam o quarto de Cayena sempre que podiam.
Vera disse que elas pareciam estar procurando alguma coisa.
Por causa disso, eles foram mais negligentes com seus deveres. Cayena não as repreendeu, então elas não se importaram mais.
Além disso, Cayena não saía nem recebia convidados, de modo que as damas de companhia não tinham o que fazer.
— A hora do chá da tarde está quase acabando, Vossa Alteza.
— Certo. Ainda assim, está tudo bem, já que tenho os biscoitos de manteiga que fiz.
— Só comer doce não faz bem ao corpo. Eu mesma irei trazer seus refrescos.
Dizendo isso, Vera saiu do quarto.
Ela não se dava bem com as outras damas da corte ultimamente. Era quase como se ela estivesse sendo intimidada.
Mas Vera não ligou nada.
— Agora é a véspera da explosão.
Vera testemunhou a mudança de Rezef de frente.
Ela viu em primeira mão como sua atitude em relação a Cayena havia mudado dramaticamente.
Cayena continuou a cutucar Vera suavemente. Vera sentiu o desejo sutil de escolher um lado logo.
“Tenho a sensação de que ela mudará todas as damas de companhia.”
Mas, como Cayena faria isso?
Mesmo o imperador não poderia jogar pessoas fora sem justificativa. Como a princesa pôde fazer isso?
Naquela época, uma empregada trouxe as bebidas de Cayena. Era Donna.
— O que aconteceu com as damas de companhia? Por que você está trazendo os lanches de Sua Majestade?
Donna respondeu: — Elas disseram que, já que você está aqui, tudo ficaria bem. Elas me deram um lanche para dar a Sua Alteza e foram embora.
Ela olhou para Donna com olhos desconfiados. Donna era uma empregada doméstica que frequentemente cuidava de Cayena.
— Há algo acontecendo.
— … me dê aqui.
Donna entregou a bandeja de prata com salgadinhos para Vera.
Ela verificou as bebidas na sala de estar antes de entrar no quarto.
— …
A expressão de Vera ficou sombria.
— Essas mulheres loucas…! — Biscoitos de nozes foram misturados com os lanches.
Cayena era alérgica a nozes.
As damas de companhia precisavam verificar cuidadosamente se a comida continha nozes antes de servir a Sua Alteza.
Em outras palavras, este foi um caso sério de negligência.
Clique
A porta do quarto se abriu e Cayena, usando um vestido leve de interior, saiu.
— Por que você não está entrando?
— Peço desculpas. Há um problema com os refrescos, por isso vou prepará-los novamente, Vossa Alteza.
— Oh, não há necessidade.
Cayena sorriu brilhantemente.
— É um lanche muito bem preparado.
— … perdoe-me?
Cayena se aproximou da mesa onde a bandeja estava colocada. Então, ela deliberadamente pegou um biscoito de nozes.
— Vossa Alteza, isso…! — Era um biscoito com nozes.
— …?
— Acho que vou comer isso.
Ela pretendia cometer suicídio? Vera não conseguia entender.
— Você vai dar a Rezef o lanche que eu fiz para o chá da tarde. Porque você estava executando minhas tarefas, você não tinha ideia de que nozes eram misturadas aos refrigerantes.
— Sua Alteza.
— Vou ficar aqui sozinha no quarto, e Donna vai ficar chocada. Ela vai chamar o médico imediatamente. Claro, essa notícia terá que ser contada a meu pai. Donna vai ajudar. Mas, você não deveria saber de nada disso.
Vera finalmente entendeu.
— Você pode fazer isso?
Vera entendeu que ela havia sido escolhida.
Cayena estava planejando demitir todas as damas da corte de uma vez com esse truque. Todas, exceto a própria Vera, seriam expulsas.
Vera imediatamente se ajoelhou e abaixou a cabeça.
— Serei o servo obediente de Vossa Alteza.
Ao fazer isso, Cayena sorriu alegremente.
— Fico feliz em ouvir isso.
Rezef verificou a espada, o arco e suas novas dragonas.
— Os espiões que plantamos pelo lado do arquiduque Heinrich relataram que ele comprou um dardo.
— Um dardo?
Por que o arquiduque Heinrich comprou um dardo?
— Vai ser um problema se os cavalos ficarem assustados quando as lanças forem atiradas. Veja o que ele está tentando fazer.
— Sim, sua Majestade.
Rezef tirou sua capa e se sentou no sofá.
Então, os servos começaram a retirar as armas da mesa.
— Como está minha irmã?
Zenon levantou a cabeça de onde estava trabalhando em outra mesa.
— Ela está em seu quarto.
Hoje em dia, a princesa não se envolvia em atividades externas de forma estranha.
Segundo o médico, ela deveria ter se recuperado completamente do veneno.
— Não sei o que ela está pensando.
Ele tinha um mau pressentimento sobre isso.
— Vossa Alteza, uma dama de companhia da princesa, está aqui para vê-lo.
— Deixe-a entrar.
Vera trouxe apenas uma criada.
— Saudamos Sua Alteza Imperial.
Rezef sorriu para a bandeja de prata em sua mão.
Foi porque ele reconheceu que eram lanches feitos e enviados por sua irmã.
— Sua Majestade preparou isso para o seu chá da tarde.
— Traga aqui.
Agora, este evento não era mais estranho.
Zenon se levantou, pegou a bandeja e deu os lanches a um criado.
Depois de confirmar que nada estava envenenado, Rezef provou o biscoito de manteiga.
— A propósito, parece que você vem com frequência atualmente.
— Sua Alteza confiou em mim para fazer isso.
— É assim mesmo?
Ele olhou para ela com olhos azuis, como se a abrisse para olhar dentro.
Vera inadvertidamente fez contato visual com ele e ficou apavorada.
— O que minha irmã está fazendo?
— Agora mesmo, ela estava com dor de cabeça porque o orçamento para o palácio da princesa tinha sido muito alto.
Com essas palavras, Rezef riu.
— Se ela quer gastar dinheiro, deve gastar o quanto quiser.
Ele estava prestes a falar com sua irmã, usando isso como desculpa quando aconteceu.
Naquele momento, um criado entrou com urgência na sala.
— Alteza, algo grande aconteceu! — O que é isso?
— De repente, Sua Majestade desmaiou e o médico foi chamado ao seu palácio! — O quê? Minha irmã desmaiou?! — Rezef correu para o palácio da princesa.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.