Índice de Capítulo

    Isso não foi tudo. Zenon voltou aos aposentos de Rezef após uma longa ausência.

    Rezef podia sentir um cheiro familiar dele.

    Era o cheiro que queimava no incensário do quarto de Cayena.

    — … então você se encontrou com minha irmã.

    “… como ele soube?”

    Atualmente, Rezef não tinha empregados que lhe reportassem a situação externa. Mesmo os cavaleiros postados fora de seu quarto não ousavam entrar em seus aposentos sem motivo.

    Mas Rezef foi capaz de determinar que Zenon se encontrou com Cayena imediatamente.

    A espinha de Zenon formigou.

    Ele estava atualmente sendo influenciado por Cayena. Mas agora, era mais como se ele estivesse pesando sua mente. Ele não tinha intenção de ceder a ela. Claro, ele também não tinha intenção de ajudá-la a fortalecer seu relacionamento com o príncipe Rezef.

    No entanto, ele teve uma forte premonição de que Rezef não hesitaria em desembainhar sua espada dependendo de como sua resposta.

    — Sua Alteza veio ver você mais cedo.

    Ele acabara de tornar a posição de Cayena um pouco mais vantajosa para Rezef.

    — Ela o procurava ansiosamente em relação à sua saúde e situação atual. Porque os cavaleiros bloquearam seu caminho, ela voltou para seu palácio.

    Foi divertido. Ele tinha ignorado a princesa antes porque ela era uma mulher, mas agora, ele a estava protegendo quando ela nem estava aqui.

    — … e assim mesmo?

    Rezef estava impaciente e violento, mas não era burro. Ele percebeu que o comportamento de Zenon era estranho.

    Aconteceu alguma coisa com Cayena?

    De repente, ele percebeu que algo que pensava ter na mão estava escapando lentamente, como grãos de areia.

    — Chamarei você se precisar de algo, então saia.

    — Então, vou me despedir.

    Muito tempo depois de Zenon sair da sala, Rezef chamou outro ajudante em sua sala.

    — Fique de olho em Zenon Evans.

    — Vou atender a sua ordem.

    Como um hábito, Rezef perguntou: — O que minha irmã está fazendo agora?

    — Sua Alteza saiu para um passeio.

    — Então você não acha que deveria me dizer para onde ela foi?

    — Peço desculpas, Sua Alteza. Vou encontrar essa informação imediatamente.

    Sem expressão, Rezef agarrou e jogou o castiçal ao lado dele.

    O ajudante foi atingido na cabeça pelo castiçal de latão, mas permaneceu em sua posição curvada sem pestanejar.

    Então, como se nada tivesse acontecido, Rezef continuou com uma voz indiferente:

    — Descubra as ações da minha irmã.

    — Vou atender a sua ordem.

    — E eu suponho que você ainda está misturando veneno no chá do meu pai?

    — Sim.

    O imperador sempre lavava o gosto amargo do remédio com chá doce.

    Rezef já havia feito um truque com uma colher de prata.

    Essa colher não manchava quando colocada no chá. Essa foi a razão pela qual o imperador não se curou de todo.

    — Aumente a dosagem.

    O ajudante curvou a cabeça ainda ensanguentada.

    Ele saiu para cumprir seu comando e Rezef fechou os olhos suavemente.

    Ainda era suportável. Ele poderia ser paciente. Ele ainda acreditava que Cayena era sem dúvida sua.

    A paz e a felicidade que ela havia mostrado a ele até agora não podiam ser falsas.

    Ela queria sua ajuda para se casar com a pessoa que ela queria? Ele ajudaria a cumprir seu pedido.

    Embora ele não soubesse quanto tempo seu parceiro seria capaz de segurar a respiração e viver.

    Cayena era dele. Ela sempre esteve sob a influência dele, e ainda estava.

    — Ela viu Raphael na biblioteca imperial…

    O assessor que perseguia Cayena anunciou o avistamento.

    Raphael Kedrey.

    Esse homem era alguém que Rezef não poderia tocar, mesmo sendo o imperador.

    Se Cayena se tornasse sua esposa, ela escaparia da esfera de influência de Rezef.

    Ela sempre teve a intenção de apunhalá-lo pelas costas depois de fazê-lo baixar a guarda?

    Rezef concordou que era bom trazer Raphael como um aliado. Era um plano realmente excelente.

    No entanto, Rezef não podia permitir que aquele homem levasse o que era dele. Rezef foi tomado por uma obsessão louca.

    Rezef abriu a entrada da passagem secreta que conduzia para fora do palácio do príncipe. Ele tinha que confirmar as emoções mais íntimas de Cayena imediatamente.

    Ele chegou aos aposentos da princesa pela passagem secreta.

    A única coisa que separava os dois era uma única tapeçaria. Naquela época, Cayena, sentindo-o, chamou por ele com uma voz ligeiramente embargada.

    — Por que você não sai agora, Rezef?

    Ela olhou diretamente para onde Rezef estava escondido.

    Rezef obedientemente saiu. Depois que ele saiu do corredor, choveu um pouco, então seu cabelo estava completamente molhado.

    Ela se levantou de seu assento. Ela pegou a toalha seca que estava estocada em seu quarto e a trouxe para ele.

    Rezef apenas olhou friamente para Cayena através de sua franja molhada.

    Cayena não teve escolha senão tentar secar o cabelo ela mesma.

    Smack!

    Rezef deu um tapa na mão dela e a toalha caiu indefesa no chão.

    Como um suspiro, Cayena disse: — Você vai pegar um resfriado.

    Rezef soltou uma risada e depois zombou.

    — Ou você prefere beber um pouco de chá quente?

    Era óbvio que ele recusaria, mas ela ainda perguntou.

    Com certeza, Rezef a censurou com uma voz fria.

    — Como você pode dizer algo assim agora?

    Cayena estava cansada.

    Ela tinha saído pela primeira vez em muito tempo, apenas para encontrar seu ex-marido. As memórias de como ela escreveu para Rezef, implorando dolorosamente para que ele a salvasse, surgiram em todos os detalhes. Ela se lembrou de como se desesperou quando Rezef não respondeu uma única das incontáveis cartas que ela lhe enviava todos os dias.

    Mas ela tentou empurrar isso para fora de sua mente. Esse passado não existia aqui. Ela poderia apenas considerar isso como seu castigo por agir como uma vilã, e ela engoliu o calor crescente.

    Ela disse a si mesma que eles haviam ficado muito magoados na infância e não poderiam ter feito mais nada.

    Seu irmão, que estava diante de seus olhos agora, ainda era jovem. Ela tinha que acreditar que havia espaço para ele mudar.

    Ambos poderiam ser salvos.

    Eles poderiam ser apenas irmãos com um temperamento ligeiramente ruim, em vez de vilões.

    Foi o que ela pensou.

    Cayena disse com sua voz mais atenciosa: — Então o que devo dizer?

    Ela tentou pegar uma toalha limpa, mas Rezef agarrou seu braço com firmeza para que ela não pudesse sair de seu lugar.

    Cayena franziu a testa de dor.

    — O casamento é o que você realmente quer? É por isso que você foi se encontrar com Raphael hoje?

    — Foi apenas uma coincidência.

    — Claro que foi uma coincidência. Irmã.

    Era um rosto que não acreditava nela em absoluto.

    Cayena reconheceu que Rezef se afastou completamente dela com raiva e descrença.

    — Por que você não está dizendo mais nada? Basta dizer que tudo correu conforme o planejado. Assim como você se livrou de todas as pessoas em seu palácio.

    “Incluindo eu.”

    Mas ele não acrescentou a última parte.

    Rezef apertou seu braço. Cayena deixou escapar um pequeno gemido.

    — Isso dói, Rezef.

    Ele deu uma gargalhada descrente e soltou o braço dela. Em vez disso, ele agarrou Cayena pelo pescoço.

    Seus olhos se encontraram.

    — Minha linda irmã mais velha. Não gosto quando minha autoridade é desafiada.

    Isso era algo que Cayena já conhecia bem.

    — Não posso deixar nada que possa ser uma ameaça para mim por perto.

    Seus dedos começaram a se apertar em torno da nuca esguia de Cayena.

    — Se eu quiser, sua vida pode simplesmente desaparecer, de qualquer maneira. Porque o próximo imperador não é outro senão eu.

    Ainda sendo estrangulada, Cayena disse: — Tudo bem. Então, me mate.

    A mão de Rezef parou por um momento.

    — … o quê?

    — Está tudo bem se você me matar. Como você disse, você pode me matar quando quiser. Eu também sei disso.

    Cayena sorriu fracamente.

    Então, ela segurou as mãos que estavam enroladas em seu pescoço com ambas as mãos e apertou. Ela apertou com tanta força que os ossos puderam ser vistos sob suas delicadas mãos brancas.

    — … você é louca?! — Rezef gritou. Ele deu um tapa nas mãos dela.

    Uma marca vermelha já estava florescendo em seu pescoço.

    Cayena tossiu algumas vezes, depois falou com o irmão mais novo como se estivesse lhe ensinando uma lição.

    — Por que você está gritando? Você não sabe o que vai acontecer se for descoberto que você fugiu para cá?

    Sua calma era assustadora.

    Rezef achava que Cayena havia se tornado bastante madura. Ele sentiu que ela havia se tornado calma, doce e gentil.

    — Você está em seu juízo perfeito?

    Ele fez a pergunta com toda a sinceridade.

    De jeito nenhum ela faria isso a menos que fosse louca. A loucura e a raiva que subiram à ponta de sua cabeça começaram a esfriar.

    Cayena não se importou. Ela pegou a mão de Rezef novamente, como se estivesse dizendo a ele para se apressar e estrangulá-la.

    Ele bateu na mão dela com força. Cayena, empurrada pela força, caiu no chão.

    — Pare com isso! — Ela se levantou e alisou o cabelo, que estava bagunçado.

    Seus olhos nus estavam terrivelmente secos.

    — E você? Por que você não está me sufocando?

    — …

    Rezef não conseguiu responder.

    Os dois ficaram, cara a cara. Havia uma tensão estranha no ar.

    Rezef achou embaraçoso e absurdo que ele estivesse tão tenso ao encarar sua irmã mais velha.

    Ele estava definitivamente sendo pressionado pela vontade de Cayena. Ela, por outro lado, estava calma. Não havia nenhum sinal de escárnio em seu rosto.

    “Por que você não me estrangula?”

    Ele era alguém que não hesitava em desembainhar uma espada quando estava com raiva. Mas agora, ele não podia tocar Cayena com um único dedo.

    Esse fato feriu seu orgulho. Também era confuso.

    “Eles parecem ter notado que Rezef está lá dentro.”

    Estava claro que seus talentosos funcionários adivinhavam a situação interna.

    Rezef tinha falado alto várias vezes, mas ninguém entrou na sala para verificar.

    Além disso, Vera, que disse que ia preparar a água do banho, ainda não tinha voltado.

    Parecia que ela estava cuidando da situação do lado de fora sozinha.

    Cayena não queria continuar com esse confronto infrutífero.

    Cayena perguntou com voz apaziguadora: — Agora, você quer conversar?

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