Capítulo 35
Cena 7. A casa da vilã
Vera olhou para Cayena, que estava lendo um livro sem pressa depois de sua breve entrevista com Olivia.
Em sua mão estava um diário de viagem descrevendo as regiões do norte do país.
“Ela poderia pelo menos ir encontrar Sir Kedrey.”
Parados lado a lado na biblioteca imperial, eles combinavam bem, como uma princesa e um cavaleiro de um conto de fadas. Além disso, foi Raphael quem veio ver Cayena naquele dia. Isso não era um sinal de que ele sentia algo por ela?
Mas recentemente, Cayena estava mantendo distância. Ela nunca falou sobre o quão legal ele era como ela costumava ser.
— A região Norte não tem mais nada para ver. Será desconfortável ficar lá.
Ela largou o diário de viagem e começou a falar sobre coisas ociosas.
Vera perguntou abruptamente: — Vossa Alteza, você sinceramente deseja que as coisas corram bem entre a Srta.Olívia e Sir Kedrey?
“Eu realmente quero que as coisas corram bem?”
Cayena bateu na capa do livro com a mão e abriu na primeira página, como se tivesse tomado uma decisão.
— Claro.
Para ser precisa, ela esperava tirar algo disso, já que eles se dariam bem de qualquer maneira.
Originalmente, Raphael e Olívia se conheceram pela primeira vez na celebração da maioridade de Cayena, após as conversas de casamento. Tudo se desenrolou como uma história de amor predestinada, mas também foi o prelúdio da tragédia de Cayena.
As perguntas de Vera não pararam por aí. — O que Vossa Alteza faria se Sir Kedrey desenvolvesse alguma afeição por você?
Cayena ficou surpresa com a especulação inesperada. Colocando o livro no colo, ela disse: — Que presunção ridícula.
Ela descartou assim.
— Sir Kedrey já está em negociações sobre casamento com Olívia. Espero que não falemos mais sobre isso.
— Sinto muito, Alteza.
Cayena abanou a cabeça.
— Eu não estou repreendendo você. Eu sei exatamente por que você diz isso.
Vera fechou os lábios, um pouco envergonhada por sua compreensão.
“Seria ótimo se Sua Alteza pudesse se conectar com a pessoa que ela ama.”
Vera se arrependeu ainda mais, pois tinha ouvido Cayena planejando e sonhando com aproximadamente 50 anos de um futuro com Raphael.
“Embora a Srta.Olívia seja inquestionavelmente bonita…”
Vera pensou em Olivia. Cayena disse que ela era uma senhora perspicaz e inteligente. Ela também disse que seria confortável trabalhar com ela, pois elas estariam em sincronia. Com esse elogio, Vera percebeu que a princesa tinha um respeito considerável por aquela mulher.
“Ela é uma pessoa tão capaz assim?”
Claro, sua primeira impressão foi excelente. Excluindo sua casa, Olivia parecia não ter defeitos visíveis. Vera não sabia exatamente como era a personalidade de Olivia, mas sua reputação social não era ruim. Na verdade, era impressionante como sua reputação não era ruim, considerando como todos sabiam que Cayena a odiava e desconfiava dela.
— Vera, você escolheu seu pessoal?
Ela saiu de seus pensamentos com a pergunta de Cayena. Cayena estava se referindo às pessoas que ajudariam Vera em seus deveres.
— Sim, Vossa Majestade. Em primeiro lugar, gostaria de nomear Annie.
— Essa é uma boa escolha.
Vera estava secretamente reorganizando a força de trabalho no palácio da princesa para que pudesse ser usada por Cayena.
— As duas damas da corte restantes virão amanhã.
Cayena olhou pela janela. A chuva de primavera ainda estava caindo.
— Eu quero que você ajude Olivia a se ajustar ao trabalho.
— Sim, Vossa Majestade.
Cayena pensava em criar uma espécie de classificação entre elas. A classificação mostraria aos outros quem a princesa favorecia mais. Enquanto Cayena olhasse Olivia, as pessoas seriam mais cuidadosas perto dela. Assim que Olivia ganhasse uma influência respeitável, Rezef e o arquiduque Heinrich teriam dificuldade em tocá-la.
Dessa forma, Cayena poderia criar um ambiente no qual elas poderiam sobreviver antes de deixarem o palácio imperial.
Quando Vera saiu, Cayena ficou sozinha no quarto. Ela fechou o livro. Ler sobre a região oeste parecia estranho, já que a cidade natal do visconde Gillian ficava no oeste. Ela largou o livro como se estivesse coberto de espinhos.
Um suspiro escapou de seus lábios. Ela pensou que havia se curado do passado. No entanto, essa crença foi destruída depois que ela encontrou Gillian. Ela ficaria bem quando tivesse que enfrentá-lo novamente? Cayena não tinha certeza.
— É melhor agir…?
Haveria alguma maneira de ela destruir o viscondado Gillian e destruir seu negócio de cavalos de guerra?
“Mas isso seria problemático para o ducado Kedrey se houvesse uma lacuna em sua área.”
Foi precipitado e difícil interromper as forças do duque Kedrey.
Rezef e Heinrich obviamente ficariam felizes se a influência dos Kedrey fosse reduzida. Mas, em primeiro lugar, não era sábio semear discórdia com o ducado sem justificativa.
“Existem muitos interesses conflitantes.”
O negócio de cavalos de guerra dos Gillians era muito importante. Talvez ela pudesse diminuir sua influência se o governo assumisse o controle, ou se houvesse mais competição no mercado…
Ela continuou a pensar nessas tramas complicadas quando fez uma pausa. Não havia necessidade de ir tão longe.
— Eu só precisaria substituir a posição de Henverton por uma nova pessoa.
E isso era mais adequado às habilidades de Cayena.
Felizmente, Henverton Gillian não nasceu com uma personalidade ou habilidade particularmente boa, e seus amigos eram ainda piores.
— Hmm…
No entanto, ela precisava cooperar com Raphael para implementar o plano.
Ela não conseguia se livrar do vassalo do Kedrey tão facilmente.
De alguma forma, ela continuou se envolvendo com Raphael. Ela não o odiava, mas tinha medo de fazê-lo se sentir desconfortável.
Cayena queria viver de forma diferente de si mesma no passado.
Ela calmamente olhou para suas mãos trêmulas. Henverton Gillian também estava obcecado por ela nesta vida.
Ele pode segui-la se ela fugiu e fazer a mesma coisa da última vez.
Suas memórias de ser abusada não eram completamente claras. Sua memória de ser morta também era nebulosa. Mas mesmo com a sugestão das memórias, seu corpo foi afetado dessa forma.
A reação de seu corpo era muito diferente da sua cabeça fria e racionalidade.
“Eu tenho que me livrar do que não posso controlar.”
Gillian era um elemento que ela não conseguia controlar. Então ela não tinha razão para hesitar em se livrar dele.
Vera trouxe apenas uma criada para acompanhá-la enquanto ela se dirigia à parte central do castelo para verificar a refeição da princesa.
Essa cozinha era a mais importante do castelo porque era onde se preparava a comida da família imperial.
Embora o lugar fosse bem administrado, Vera sempre entrava e saía da cozinha central por causa da alergia de Cayena. Além disso, ela não podia comer alimentos com um forte cheiro de peixe, então suas damas de companhia tiveram que prestar atenção especial ao servir frutos-do-mar.
“Sua Alteza finge o contrário, mas ela está tão fraca e preocupada desde ontem. Preciso preparar uma refeição para ajudá-la a recuperar as forças”
No entanto, o chefe de cozinha sempre parecia aborrecido sempre que Vera passava e se intrometia na comida. Ele abertamente condenou Vera ao ostracismo, agindo de forma não cooperativa e tentando expulsá-la o mais rápido possível. Era quase como se ele tivesse algo a esconder.
“Ele é muito contra admitir estranhos na cozinha. Alguém com a consciência limpa não faria isso.”
Vera pensou com um bufo. Se ela encontrasse algo suspeito, ela relataria imediatamente.
Mas o caminho de Vera foi bloqueada na entrada do palácio da princesa. Alguns cortesãos atrapalharam seu caminho e, entre eles, Vera viu um rosto familiar.
Era a Sra. Sovenin, o braço direito da Sra. Helier, a empregada doméstica chefe que estava encarregada de todas as funcionárias no palácio imperial. Além disso, ela era membro da facção de Rezef e era uma força hostil contra Cayena.
Vera a cumprimentou.
— Sra. Sovenin, posso perguntar o que você está fazendo aqui?
A Sra. Sovenin zombou.
— Estou reprimindo a família do palácio.
— Com isso, você quer dizer…
— Onde você está indo agora?
— Eu estava indo para a cozinha central. Preciso verificar as refeições de Sua Alteza.
Em suas palavras, a Sra. Sovenin ferozmente olhou para Vera.
Sua expressão mostrava que ela derrubaria Vera, não importava o que acontecesse.
— Esse local é o mais estritamente administrado de todos os departamentos. Você não é profissional. O que exatamente você pode fazer lá?
Vera percebeu que a sra. Sovenin estava tentando encontrar defeitos nela.
Como seu oponente ocupava uma posição superior à dela, as chances de Vera de vencer a luta eram mínimas. Ainda assim, ela não conseguia manter a boca fechada. A atitude de Vera era um reflexo de Cayena. Ela endireitou as costas.
— Eu sou a única dama sênior da corte no palácio da princesa. Se eu não cuidar disso, quem o fará?
Então, cinco senhoras da corte se alinharam ao lado da Sra. Sovenin como se estivessem esperando que ela dissesse isso.
— Mesmo assim, a empregada doméstica me disse para selecionar e enviar novas damas de honra seniores porque há um número insuficiente de damas da corte no palácio da princesa.
Vera estreitou os olhos com as palavras.
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