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    Hoje era o dia em que Cayena se encontraria com Raphael. Foi também o último dia de liberdade condicional de Rezef.

    — Hoje, o médico disse que Sua Majestade, o Imperador, poderá receber uma audiência.

    Todas as manhãs, Cayena era informada do estado do imperador. Se o estado de seu pai fosse bom, ela pediria para visitá-lo pela manhã. Essas saudações haviam se tornado parte de sua programação agora.

    Cayena visitou os aposentos do imperador junto com suas damas de companhia, vestidas para poder sair logo em seguida.

    — Saudações a Vossa Majestade.

    — Você deve estar ocupada. Não há necessidade de enviar um servo para anunciar que você virá me visitar todas as vezes.

    Ele parecia indiferente, mas suas palavras mostraram que ele reconhecia totalmente as realizações de Cayena. Cayena sorriu e foi para o lado sibilante.

    — Tenho estado tão preocupada, minha mente não consegue ficar à vontade.

    Havia um sorriso daqueles que observavam a notável piedade filial da princesa.

    O imperador olhou para a roupa de sua filha e disse: — Parece que você está saindo.

    — Sim. Estava pensando em verificar a localização do prédio da academia imperial. Também vou revisar que tipo de instalação os alunos da escola precisam.

    O imperador também sabia que Raphael havia dado a Cayena um prédio como presente de aniversário.

    “Que Raphael não faria isso sem razão…” 

    O imperador acenou com a cabeça.

    Luden, o camareiro, entregou a Cayena uma bolsa de couro.

    — É o que Vossa Alteza pediu.

    “Esta é a carta de nomeação para o líder militar do oeste.” 

    Cayena curvou-se imediatamente.

    — Obrigada por aceitar meu pedido tolo.

    — Era algo que eu tinha que fazer de qualquer maneira. Espero que você faça bom uso disso.

    Cayena conversou um pouco mais com o imperador antes de partir.

    — Como estão as coisas no palácio do príncipe? — Cayena perguntou.

    Vera atendeu na hora. — As coisas ainda estão quietas lá.

    Depois de hoje, Cayena ficaria ocupada novamente enquanto lidava com Rezef.

    — Eu deveria ir para a academia mais cedo para descobrir a localização do novo prédio.

    Cayena disse que levaria Olivia.

    Logo, a carruagem ficou pronta e eles deixaram o palácio para a academia. Ela chegou uma hora antes do horário combinado. As únicas pessoas em sua comitiva hoje eram Olivia e um cavaleiro. Como muitos alunos ainda estavam na sala de aula, Cayena não tinha intenção de fazer uma cena.

    — Eu acredito que é lá onde o novo edifício será erguido, Vossa Alteza.

    Cayena voltou seu olhar para onde Olivia apontava.

    O terreno precisava ser limpo antes de começar a construir. Não havia nenhum trabalhador lá no momento porque ainda era hora de aula.

    Ela caminhou para aquele lugar silencioso onde ela pensou que ninguém estaria por perto, mas ela estava errada. Quando ela se aproximou, ela começou a ouvir um barulho estranho. Houve um som ensurdecedor.

    — Desgraçado arrogante! — O palavrão repentino a fez parar de andar por um momento.

    Cayena franziu a testa ligeiramente. — Que som foi esse?

    O cavaleiro da escolta deu um passo à frente.

    — Vou verificar apenas para ter certeza, Vossa Alteza.

    Cayena acenou com a cabeça e parou seus passos. O cavaleiro foi para trás do edifício. Ao fazer isso, a comoção terminou.

    — Parece que alguns alunos estavam lutando, — disse Cayena.

    Olivia acenou com a cabeça. Isso acontecia de vez em quando durante seu tempo na escola também.

    Logo, estudantes do sexo masculino que pareciam abatidos apareceram junto com o cavaleiro. Eles estavam bufando e, quando avistaram Cayena, fugiram rapidamente.

    “Hmm?” 

    Era natural que ficassem com vergonha de estar naquele estado, mas era estranho que eles fugissem assim.

    Logo o cavaleiro se reportou a ela. Ele tinha uma expressão um tanto preocupada.

    — Essas crianças estavam lutando contra um aluno.

    Então foi intimidação? A expressão de Cayena ficou azeda. A escolta falou perplexa.

    — Mas… o outro aluno é Ethel Lindbergh.

    Cayena fez uma pausa com esse nome.

    — Você quer dizer o filho de Lady Catherine?

    — Sim.

    O que significava que ele era seu meio-irmão mais novo.

    Com certeza, Ethel Lindbergh saiu de trás do prédio.

    Ela nunca tinha visto Ethel Lindbergh antes de retornar a esta vida.

    Eles nunca tiveram a chance de se conhecer, e porque Rezef o odiava, ela nem pensou em conhecê-lo. Portanto, foi a primeira vez que ela o conheceu na vida real.

    Ethel tinha cabelos grisalhos lindos e bonitos como os do pai. Os olhos azuis brilhando sob o cabelo também se pareciam com os do imperador Esteban.

    “Ele se parece muito comigo.”

    O menino se parecia tanto com Cayena que eles poderiam ser confundidos com irmãos. No entanto, seus olhos bem erguidos e aparência abatida mostravam que ele tinha um temperamento duro.

    Ethel também viu Cayena. Ele fez uma pausa enquanto enxugava a boca com uma manga.

    Ela viu sua testa enrugar. Foi um olhar hostil.

    Aos olhos de Cayena, ele parecia um porco-espinho levantando suas pontas para autodefesa.

    “Acredito ter lido que ele sofreu bastante depois que o imperador adoeceu.”

    No romance, Ethel Lindbergh só se tornou importante depois que cresceu mais. Com o total apoio do Ducado Kedrey, ele expulsou Rezef e se tornou o próximo imperador.

    Cayena não achava que testemunharia sua infância difícil pessoalmente.

    “Eu não acho que o grupo o atacou apenas uma ou duas vezes.” 

    Cayena afastou ligeiramente a malha que cobria seu rosto.

    O rosto de Ethel, cheio de hostilidade, ficou confuso. Ele ficou surpreso não apenas por quão bonita ela era, mas também por sua semelhança com ele.

    Ela cumprimentou Ethel com entusiasmo.

    — Olá?

    — …?

    Ethel tinha uma expressão que perguntava:“Quem é essa mulher maluca?”

    Já fazia muito tempo que Cayena não lidava com alguém com emoções tão transparentes. De alguma forma, isso a fez se sentir alegre.

    — Ethel Lindbergh, certo?

    — … eu saúdo Sua Alteza, a Princesa.

    Seu rosto relutante mostrou que ele estava se obrigando a se curvar. Cayena riu interiormente enquanto o ajudava a se levantar. Ethel rejeitou friamente sua mão.

    Não foi porque ele era arrogante por ter o favor do imperador, no entanto. Ele ainda não conhecia os caminhos do mundo, então ele era uma criança que estava sempre no limite. Além disso, ele era uma cabeça mais baixa do que Cayena.

    — Parece que você não se dá bem com seus amigos.

    Ethel mostrou os dentes e respondeu: — Eles não são meus amigos.

    — Se eles são filhos de funcionários de alto escalão, seria melhor para eles se darem bem com você.

    — O que isso importa para você?

    O cavaleiro se assustou com o tom atrevido. Cayena, entretanto, não pareceu se importar.

    — Eu sou sua irmã mais velha.

    — … ha! — Ethel nunca imaginou que encontraria a princesa, de quem tanto ouvira falar, naquela época e lugar inesperados. A situação em si era absurda, mas a atitude dela era tão audaciosa que o deixou sem palavras.

    Irmã dele?

    Certo. Pode ser apenas a metade, mas o mesmo sangue fluía neles. Se eles apenas considerassem os fatos, então sim, ela era sua irmã.

    Mas o relacionamento deles poderia ser definido de forma tão simples?

    Ethel soube que o príncipe Rezef e o arquiduque Heinrich estavam abandonando completamente ele e sua mãe por causa de uma situação imprevista.

    Na época em que o imperador tinha saúde suficiente para agir, todos se entreolhavam com atenção e não agiam contra ele. Esse não era o caso agora. Como fizeram um momento atrás, os filhos de oficiais de alto escalão frequentemente tentavam arranjar uma briga com ele.

    Era uma sorte que Ethel tivesse as qualidades de um espadachim promissor. Graças a isso, ele foi capaz de vencer todos eles.

    Mas quando ele lutou, coisas ruins aconteceram com sua família.

    A mãe de Ethel não falava muito, mas vendo que o vestido dela não mudava há três anos, ele percebeu que a situação era péssima.

    Então ele tentou não lutar. Como resultado, mais crianças começaram a pensar em Ethel como uma tarefa simples e as surras em grupo tornaram-se mais frequentes.

    Hoje também foi um daqueles dias normais. Até ele correr para Cayena, claro.

    — Você parece estar ferido.

    Cayena parecia distante, mas estranhamente, ela o tratava normalmente.

    Ela se aproximou de Ethel, bem na frente de seu nariz, sem hesitar. Ethel se assustou e tentou recuar, mas Cayena foi mais rápida.

    Sua mão esguia, coberta por uma luva, agarrou seu queixo e roçou sua boca machucada.

    — Ack! — Ele gritou um pouco de dor, então fechou a boca. As orelhas de Ethel queimaram de vergonha.

    — V-Vossa Alteza! — Naquele momento, o diretor, que tinha ouvido falar da visita de Cayena, correu em sua direção em pânico.

    Vendo Ethel, que parecia uma bagunça, ao lado dela, ele engoliu em seco.

    — Oh meu, Sua Alteza. Peço desculpas. Mostramos a você um exemplo pobre – deveríamos tê-lo reprimido…

    O presidente sabia que a relação entre as crianças imperiais e o filho de Lindbergh não era boa.

    Ele quase agarrou Ethel com a mão.

    — Não se preocupe, Sua Alteza. Vou garantir que esse aluno que perturbou a atmosfera seja punido com firmeza.

    Ethel engoliu sua raiva, rangendo os molares. Seu punho tremeu.

    Então, uma voz agradável fez sua raiva se dissipar.

    — E o que você vai fazer com os outros alunos?

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