Capítulo 55
Para falar a verdade, ela não prestou muita atenção ao cocheiro, mas ele parecia diferente. No entanto, suas roupas eram obviamente de um cocheiro imperial.
Quando Cayena percebeu uma estranheza, ela começou a notar as outras. Exceto por sua carruagem, os arredores eram excessivamente calmos. Parecia que tinha sido organizado dessa forma propositalmente. Sua mente, que estava sobrecarregada por causa de Raphael um momento atrás, esfriou.
Ela sorriu gentilmente e olhou para Olivia de uma maneira serena.
— Acabei de lembrar que esqueci de devolver os livros que peguei emprestado da biblioteca imperial.
Ela podia sentir os olhares do cocheiro e do cavaleiro da escolta ficarem afiados. Seus instintos lhe diziam que não deveria levantar suspeitas mostrando precipitadamente que não queria entrar na carruagem.
Cayena pediu a um criado que trouxesse o livro. Ela estava agindo o mais perto do normal que podia.
— Estarei esperando na carruagem, então, por favor, devolva o livro para mim, Olivia?
Se algo acontecesse com ela, Olivia notaria.
Olivia vagamente sentiu que o comportamento de Cayena era incomum. No entanto, falando objetivamente, não havia nada de suspeito que ela pudesse apontar.
— Como você ordenar.
Ela pegou o livro e saiu. O cavaleiro abriu a porta da carruagem.
Cayena ainda estava no limite, mas na superfície, ela mostrou um sorriso casual.
— Está um bom dia, então vou dar um passeio até que Olivia volte.
— Entendido.
O cavaleiro aceitou suas palavras sem uma refutação.
Ela estava pensando demais ou havia algo realmente errado?
Em qualquer dos casos, não era mau ser cautelosa.
Cayena deu um passo. De repente, alguém a agarrou por trás e cobriu seu rosto com uma toalha embebida em uma droga nocaute.
— Mmph-! — Assim, ela caiu inconsciente.
Olivia pegou o livro e se dirigiu para a biblioteca.
Mas antes que ela fosse muito longe, alguém a agarrou bruscamente.
— …! — Ela tentou gritar, mas uma mão áspera cobriu rapidamente sua boca. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo. No entanto, ela poderia dizer que este homem estava tentando levá-la para um lugar isolado.
Thump!
— Aghh! — O homem de repente se debateu. Olivia se virou e viu Raphael.
— Você está bem?
— S-sim.
Ela ficou tão surpresa que suas mãos tremeram.
Olivia olhou para o homem que os atendentes de Raphael haviam amarrado.
— Por que você estava sozinha sem a princesa?
Com isso, Olivia de repente ergueu a cabeça.
— Sua Alteza está na carruagem…! — A expressão de Raphael ficou gelada.
— Pessoal, vasculhem a área e prendam qualquer pessoa suspeita.
— Atendemos às suas ordens! — Raphael imediatamente correu para o lugar onde a carruagem estava. Uma premonição sinistra o atingiu.
Por favor, por favor!
Mas, apesar de seus sinceros desejos, a carruagem não estava lá.
Houve uma luz amarela. Cayena logo percebeu que o que estava vendo era a luz de uma lâmpada.
Onde ela estava?
Enquanto ela limpava à força sua mente nebulosa, ela tentou se levantar.
— …
Ela estava amarrada.
— Eu fui sequestrada.
Naquele momento, um homem entrou na sala escura.
Ela não reconheceu seu rosto. Ele segurava um pouco de pão e uma única tigela nas mãos.
— Você está acordada, Sua Alteza?
Ele sabia quem ela era. Ele deve ter sido um subordinado da pessoa que instigou seu sequestro.
O homem se sentiu um pouco desconfortável quando Cayena o observou com um rosto inexpressivo em vez de chorar ou ficar com raiva.
Seus olhos lhe deram arrepios.
Amaldiçoando, ele se aproximou de Cayena. A tigela em sua mão foi jogada descuidadamente no chão, seu conteúdo espalhando-se desordenadamente. O pão também foi jogado no chão sujo.
— Coma, — disse o homem, e se deitou no sofá.
Cayena verificou a luz que brilhava através das cortinas grossas.
Vendo a cor avermelhada, parecia ser fim de tarde.
Ela olhou ao redor para ver o que ela podia discernir da luz da lâmpada. Vendo os interiores, ela poderia adivinhar onde era esse lugar.
— É o anexo do templo.
O homem fez uma pausa.
— Nem pense em gritar. Não há ninguém por aqui de qualquer maneira. E se você for barulhenta, posso amordaçá-la.
Mesmo com sua ameaça, Cayena manteve a calma.
A princesa era certamente linda. Mas algo sobre ela o deixou desconfiado. O homem tinha um bom senso de instinto sobre essas coisas.
— Eu estou supondo que você vai me realocar mais tarde na noite?
— Oi, Vossa Alteza.
— Vendo o quão cuidadoso você está me tratando, a pessoa que te contratou não quer que eu me machuque.Então…
Bang!
O homem chutou uma mesa agressivamente.
— Não é hora de brincar de detetive.
Então alguns homens vieram de fora. Confusos com o barulho repentino, eles perguntaram: — O que está acontecendo?
— Nada aconteceu…
Cayena falou antes que o homem pudesse terminar de falar.
— Tenho certeza de que pelo menos um de vocês está trabalhando para Heinrich, então direi assim. Se você não me levar de volta ao palácio imperial com saúde perfeita, meu irmão mais novo receberá algumas notícias infelizes. Por exemplo, a localização de um grupo secreto.
Então, algumas das expressões dos rapazes mudaram.
O homem tinha uma aparência perigosa, como um demônio, e tentou acalmar Cayena.
— Eu realmente deveria amordaçá-la para que você calasse a boca…
— Sempre considerei a possibilidade de ser sequestrada.
Ela olhou para o homem com olhos apáticos incomparáveis.
— Se você não me levar de volta ao palácio imperial em um dia, verá por si mesmo se minhas palavras são verdadeiras ou não.
O homem recuou como se estivesse cansado.
— … essa princesa maluca.
Ela os estava ameaçando, apesar de ter sido sequestrada. Cayena encolheu os ombros.
— Eu escuto isso o tempo todo. Não é nada novo.
Claro, isso foi antes de ela voltar.
Cena 10. Um estranho refém
Quando Raphael encontrou Cayena na academia, ele percebeu o quão ansiosamente ele estava esperando por este dia. No dia anterior, o tempo estranhamente pareceu passar muito devagar. Ele pensou que estava entediado.
No entanto, era menos tedioso reservar o restaurante.
Os melhores lugares do restaurante, altamente recomendados por Baston, já haviam sido reservados com uma semana de antecedência por outra pessoa.
— Descubra quem fez a reserva.
A reserva foi feita por um jovem casal que estava prestes a se casar. Raphael deu a eles um pequeno presente de casamento e pediu que desistissem da reserva. Se o fizessem, o futuro duque Kedrey não esqueceria esse favor e ele mesmo compareceria ao casamento que se aproximava.
Um casamento com a presença de Raphael!
Estava claro que outras famílias de alto escalão estariam ansiosas para comparecer ao casamento se ele estivesse lá. O prestígio da família do casal aumentaria em um instante. Além disso, o presente de casamento era um lar matrimonial para os noivos. Era uma mansão muito cara nos arredores da capital.
Eles acabaram de marcar um encontro em um restaurante popular, mas acabaram com uma surpresa inesperada.
— Teria sido melhor dar a mansão como um presente ao seu herdeiro, assim que você tiver um filho…
Jeremy sentiu dor de estômago sabendo que Raphael tinha dado uma mansão incrível como um presente apenas para uma reserva em um restaurante. Ele olhou para Baston, que recomendou o restaurante. Era tudo por causa de Baston e sua boca perversa.
Baston assobiou e fingiu não notar o olhar de Jeremy.
— Não importa, já que posso comprar uma mansão melhor nesse momento. Ou posso começar a construir um agora.
— …
Jeremy sabia que Raphael era talentoso, mas às vezes achava que seu mestre não tinha muito sentido em economia. Claro, Raphael era rico o suficiente para não se preocupar com isso.
“Humph. Mesmo assim, doar uma mansão é um desperdício…”
Não era uma mansão que devesse jogar fora, apenas para ir a um encontro com a princesa.
Enquanto pensava nisso, Jeremy de repente teve uma compreensão. Ele lançou a seu mestre um olhar estranho.
“Isso significa que ele realmente favorece a princesa?”
Raphael parecia muito formal para isso. Ele não tinha a emoção característica de uma pessoa que se apaixonou.
“Espere, é assim que ele fica quando está animado?”
Vendo como ele estava gastando dinheiro de forma imprudente… esse pode ser o caso.
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