Capítulo 61
Zenon cerrou os punhos com tanta força que eles tremeram. No entanto, sua voz estava calma como sempre.
— Que pena. Você acha que sou tão incompetente que nem consigo encobrir este incidente.
Yester percebeu seu blefe. Ele riu como se Zenon estivesse sendo ridículo.
— Parece que o Príncipe Rezef valoriza a princesa. Ele até saiu da liberdade condicional assim que soube.
Yester bateu em sua máscara como se achasse isso estranho. Ele continuou: — Fiquei honestamente surpreso. Por que ele fez algo assim, quando definitivamente vai custar mais para ele?
A joia em sua máscara de raposa brilhou quando ele moveu a cabeça.
Zenon queria arrancar aquela máscara, que ocultava os pensamentos de Yester, e jogá-la fora.
Mas ele engoliu a raiva à força.
Yester era maior do que aquele Raphael alto por meio palmo.
Yester tinha mais de 190 centímetros e tinha uma constituição ameaçadora. Seus músculos podiam ser vistos mesmo com o terno.
Quebrar a cabeça de alguém não era nada para alguém como Yester. Ele era como uma besta.
— Isso porque a Princesa Cayena tem muitos usos…
— Não, não.
Yester encolheu os ombros, abrindo os braços excessivamente.
— Você acha mesmo? A princesa Cayena é tão útil a ponto de quebrar as ordens do imperador?
— …
Não. Zenon não pensava assim.
Mas ele não podia simplesmente confessar isso. Vendo isso, Yester sorriu.
— Há algo sobre a Princesa Cayena.Certo?
— O que você quer dizer?
— Ah, é só que é divertido. O que torna todos loucamente apegados à princesa?
Ao dizer isso, ele apontou o dedo para Zenon.
— Você, Príncipe Rezef, Henverton Gillian… até o Kedrey.
Os olhos dourados de Yester brilharam tristemente.
— Estou tão curioso sobre ela que estou ficando louco.
“Filho da mãe louco…” pensou Zenon.
Os olhos e a voz de Yester não eram normais.
Ele era um maníaco total.
Ele era um ser humano perigoso, qualitativamente diferente de um drogado como Henverton Gillian.
“Droga, droga!”
No final, Zenon começou a ficar com raiva da princesa Cayena. Ela atraiu homens malucos como o flautista dos contos de fadas.
Então, Yester falou novamente.
— Trate bem a princesa.
— … o quê?
“Que tipo de maluquice foi essa?”
Yester disse com uma voz solitária: — Se você fizer algo irresponsável, ficarei tão assustado e triste que não sei o que vou fazer.
Então, ele inclinou a cabeça e olhou para Zenon.
— Não toque nos meus brinquedos.
Naquele momento, Zenon quis dar um soco no rosto de Yester.
— Meu amigo Zenon fará isso por mim. Certo?
— Por que eu deveria…!?
— Por que eu tenho evidências de que você tentou sequestrar a princesa?
Yester deu uma risadinha e disse a um Zenon congelado: — Não se preocupe muito. Vou me certificar de calar Henverton, certo?
Ele tentou se livrar de um fardo, mas acabou com outro.
— … certo.
Zenon foi forçado a aceitar a proposta.
Cena 11. Turbulência
A luz do sol fez cócegas em suas pálpebras.
Ela normalmente não sentia o sol assim quando estava na cama porque as cortinas estariam fechadas.
Então, Cayena sentiu uma mão cuidadosa varrendo seu cabelo. Quem foi?
Antes de abrir os olhos, Cayena sem querer pensou em Raphael.
— Você está acordada?
Ao contrário do que ela imaginou, Rezef era o único ao lado dela.
— Rezef…?
Ela tentou se levantar.
Mas todo o seu corpo latejava. Em particular, toda a parte superior de seu corpo, pulsos e tornozelos estavam doloridos. Ela lembrou que havia sido sequestrada.
— Por favor, continue deitada um pouco mais.
Rezef ajudou sua irmã a se deitar enquanto ela franzia a testa brevemente com o desconforto.
Seu toque era suave, mas restritivo. Cayena se deitou e soltou um pequeno suspiro.
Vendo que ela acordou na cama do palácio da princesa assim, parecia que Raphael vindo para salvá-la não era um sonho.
Sua mente estava um pouco confusa. Por que ele fez isso? Foi porque Raphael é um cavalheiro? Porque ele era alguém com moral?
Ou talvez ela estivesse fazendo um grande negócio especulando sobre algo que não tinha um significado profundo.
— O que aconteceu com os sequestradores? Especialmente…
Ela fez uma pausa para respirar rapidamente.
— O que aconteceu com Henverton Gillian?
— Os sequestradores foram presos e trancados na prisão imperial. Henverton também foi incluído. O visconde Gillian e o duque Kedrey também serão convocados para responsabilizar a família Gillian por este incidente.
Cayena se lembrou de como Henverton avidamente a desejava enquanto ela estava drogada.
Como em sua última vida, ele estava disposto a matá-la se necessário.
Isso significava que tudo o que aconteceu ainda aconteceria, mas de uma forma diferente? Em um instante, o medo a dominou.
“Isto é errado. Eu não morri.”
Ela tentou manter a calma.
Não havia necessidade de temer algo que não aconteceu. Ela não estava de volta às salas familiares do palácio da princesa agora?
Isso não significa que tudo correu bem?
“Está tudo bem agora.”
Ela se lembrou de Raphael, que apareceu com uma luz na escuridão totalmente escura. Suas mãos, que tremiam por um minuto, voltaram a aquecer.
Rezef silenciosamente observou tudo isso acontecer.
“Eu deveria ter estourado a cabeça de Henverton também.”
Não era tarde demais para fazer isso agora. Ele mataria Henverton o mais dolorosamente possível.
Foi a primeira vez que viu Cayena demonstrar um terror tão vívido. A raiva que ele conteve enquanto observava a adormecida Cayena voltou à vida.
Rezef de alguma forma destruiria a casa de Henverton também.
“Mas não consigo me livrar da minha raiva.”
A raiva o inundou. Só quando Cayena olhou pela janela é que ele voltou a si.
— Há quanto tempo estou desmaiada?
As cortinas estavam abertas e ela podia ver a brilhante luz dourada do sol. Parecia que em breve seria o pôr do sol.
— Faz apenas um dia. Irmã, você deveria descansar mais.
O rosto de Cayena ainda estava mais pálido do que o normal.
A médica também enfatizou a necessidade de descanso, dizendo que seu estado físico estava prejudicado pelo estresse e traumas.
TOC TOC.
Então, Vera entrou.
— Vossa Alteza! — Vera parecia que ia explodir em lágrimas quando viu Cayena.
— Você está acordada! Está com fome? Como está seu corpo?
Vera se aproximou de Cayena como se ela estivesse correndo.
— Estou bem, então se acalme.
Cayena de repente se lembrou de algo.
— E quanto a Olivia?
Vera respondeu com voz rouca: — Olivia está ilesa. Ela estava vigiando sua câmara até agora, quando saiu por um momento.
Vera relatou que no dia anterior Olivia havia sido atacada por alguém e que correu ao palácio imperial para relatar o sequestro da princesa. Também foi Olivia quem convenceu o príncipe Rezef a mobilizar o exército ontem.
Vera ia explicar isso, mas Rezef a interrompeu.
— Irmã.
Rezef chamou Cayena como um suspiro e olhou para ela.
Ela estava tentando cuidar dos outros assim que se levantava, em vez de cuidar de seu corpo.
Sua pele ainda parecia pouco saudável.
— Não se preocupe com assuntos diversos.
— Como eu não poderia?
Cayena olhou para Rezef. Confusa, ela disse: — A propósito, se sua liberdade condicional acabou, você deve se apresentar ao imperador. Por quê você está aqui?
Além disso, sua roupa era estranha. Por que ele estava vestindo uma capa vermelha e um uniforme?
Seu olhar alcançou o espaço da capa aberta. Uma arma estava visivelmente em sua cintura.
— Você não poderia ter-! — Ela percebeu que Rezef deve ter fugido de sua liberdade condicional porque soube do sequestro dela.
O fato de ser seu último dia e a princesa estar em perigo não era desculpa.
As ordens do imperador eram mais importantes do que a segurança das crianças imperiais. Estava claro que seu pai não levaria em consideração as especificidades da situação e puniria Rezef.
E Rezef não permitiria que tal imperador fosse.
— Está tudo bem, irmã.
Se necessário, ele assassinaria o imperador imediatamente. Cayena não podia deixar isso acontecer.
De jeito nenhum alguém sentado em um trono manchado de sangue estaria bem. A tragédia se repetiria novamente.
— Mesmo que algo ruim aconteça comigo, as ordens de Sua Majestade vêm em primeiro lugar. Volte agora. Eu vou falar com ele.
Dizendo isso, Cayena se levantou, ignorando sua dor.
— Está tudo bem, irmã.
Cayena tentou sair do quarto, fingindo que não tinha ouvido.
— Irmã! — O rosto de Rezef se contorceu e ele agarrou Cayena.
— Ah! — Mesmo que seus pulsos estivessem enfaixados, eles não puderam se recuperar de serem amarrados em apenas um dia.
Rezef se encolheu com o breve grito e rosto dolorido de Cayena. Ele rapidamente soltou o pulso de sua irmã. Em vez disso, ele a segurou em seus braços, o rosto ainda enrugado.
— Rezef!
— Por favor, me escute.
Então Cayena se virou para ele com uma expressão estupefata e disse: — Você deveria me ouvir.
Os dois se enfrentaram em um confronto estranho.
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