Índice de Capítulo

    Quando Raphael saiu do quarto do imperador, ele encontrou uma pessoa que não queria ver no momento.

    — Eu estava esperando por você, duque.

    Foi Rezef.

    — Como foram as coisas?

    Raphael tinha a intenção de pedir ao imperador para ser misericordioso com Rezef desde o início.

    Se o imperador penalizasse o príncipe por seus esforços para salvar Cayena, os apoiadores de Rezef ficariam muito insatisfeitos. Esse descontentamento pode ter feito com que atacassem Cayena, e Cayena não tinha o poder de se defender deles.

    — Felizmente, Sua Majestade foi compreensiva.

    Rezef ergueu as sobrancelhas como se não esperasse por isso.

    — Estou curioso sobre o tipo de acordo que você fez para que o imperador não me punisse.

    Raphael disse em uma voz um pouco mais baixa.

     — Não foi muito. Sua Majestade deve ter visto as verdadeiras intenções de Vossa Alteza.

    Isso nunca poderia ter sido o caso, mas Rezef não perguntou mais.

    Pelo menos o imperador não o responsabilizaria desta vez. Ele poderia proteger sua irmã com suas próprias forças.

    — Ficarei devendo a você, duque.

    Raphael não se atreveu a responder.

    Rezef perguntou: — O que você vai fazer com o visconde de Gillian?

    — Primeiro, já que só assumi meu título, vou cuidar da minha casa antes de convocar o visconde Gillian.

    Raphael nunca soube como era difícil agir normalmente. Sua cabeça ficava mudando de quente para frio. Mesmo assim, ele pareceu terminar de falar como de costume.

    — Então, eu vou indo agora.

    Ele saiu da sala de espera. Mas ele não podia ver seu ajudante, que deveria estar esperando do lado de fora.

    — Onde está Jeremy?

    Um dos atendentes relatou: — Os vassalos o chamaram para fora do palácio com pressa, então ele saiu por um momento.

    Jeremy não era o tipo de pessoa que ia embora assim.

    Raphael desceu para o primeiro andar do castelo. Ele foi capaz de encontrar Jeremy correndo do outro lado.

    — Vossa Excelência! — Sua expressão parecia mais séria do que quando deu a Raphael o relatório sobre Henverton Gillian.

    Raphael sentiu os muitos olhos sobre ele e saiu silenciosamente. Jeremy caminhou ao lado dele. Cobrindo a boca, ele disse: — Você ordenou que as pessoas vigiassem Clarence Elivan, e uma mensagem acabou de chegar.

    — O que aconteceu?

    — Baronesa Elivan está morta.

    — Quando?

    — Foi enquadrado como suicídio, mas foi definitivamente assassinato. Também obtive a resposta que Madame Elivan escreveu a Sua Alteza.

    A cabeça de Raphael latejava.

    Antes de sair do terreno, ele ergueu a cabeça e olhou em direção ao palácio da princesa.

    — A princesa ainda está inconsciente?

    — É o que dizem.

    Seu peito estava entupido.

    Ele recebeu a carta de Jeremy enquanto subia na carruagem que esperava por ele.

    Uma foto foi desenhada no envelope.

    Uma garota de cabelo dourado cavalgava em um balanço de árvore enquanto uma mulher com um vestido verde a empurrava.

    Provavelmente foi desenhado pela própria Madame Elivan.

    Cayena ficaria sabendo de sua morte como suicídio.

    Raphael se sentia em conflito.

    Se Cayena fosse informada de que Madame Elivan foi assassinada e recebesse esta carta, ela ficaria bem? Ela parecia durona, mas Raphael sabia que não era possível ficar forte o tempo todo. Ela pode desmaiar a qualquer momento, assim como quando enfrentou Henverton.

    Mas não seria enganoso se ele não contasse a ela?

    — Você sabe quem fez isso?

    — Estamos investigando, mas foi um trabalho especializado. Não é fácil rastrear o que aconteceu. Contudo…

    Jeremy acrescentou cuidadosamente: — É certo que alguém do lado do Príncipe Rezef arranjou tudo. Esta foi uma jogada para colocar Madame Relevance Dotty na posição vaga de empregada doméstica.

    Relevance Dotty era babá de Rezef.

    Ela já havia se retirada das linhas de frente, mas parecia que as forças de Rezef queriam trazê-la de volta como a empregada doméstica chefe.

    — … peça uma audiência a Sua Alteza.

    Jeremy olhou para Raphael com pena. Ele sentiu ainda mais pena da princesa que ficaria sabendo dessa triste notícia.

    Eles não disseram que todas as coisas ruins acontecem ao mesmo tempo? Ele suspirou.

     


    Quanto mais investigavam o visconde de Gillian, mais ridículo se tornava.

    Então, a coleção de cadáveres empalhados de Henverton foi descoberta, e o assunto tornou-se incontrolavelmente sério.

    Enquanto os sequestradores estavam sendo interrogados e o visconde de Gillian virava do avesso, o palácio da princesa estava em paz. Era como se o sequestro não tivesse nada a ver com este lugar.

    Cayena passava seu tempo vagarosamente, não parecia nada com a pessoa que ameaçou Henverton com uma arma no dia anterior.

    Ela parecia bem por fora, mas por dentro, ela estava uma bagunça. Ela tinha que parecer bem.

    Seu corpo e sua mente já estavam exaustos.

    Cayena queria ser uma princesa medíocre e não pensar em seu desamparo por um momento. Ela só queria ansiar por sua celebração da maioridade, vivendo uma vida normal e olhando feliz para seu vestido acabado.

    Portanto, ela estava tentando fazer arranjos de flores em um vaso. Talvez fosse uma peça estranha porque ela estava tonta ou porque lhe faltou habilidade, mas ela gostou.

    Vera, que estava ao lado de Cayena, perguntou ansiosamente: — Vossa Alteza, você realmente vai ter a cerimônia de maioridade sem uma acompanhante?

    As damas prepararam a maior parte dos convites e começaram a entregá-los por meio de mensageiros.

    Mesmo assim, Cayena ainda não tinha acompanhante.

    — Se não for Madame Elivan, eu não as quero.

    “Por falar nisso, ainda não recebi resposta… bem, ela está ausente há muito tempo. Por que ela ainda pensaria em mim?”

    Ainda assim, neste momento, teria sido um pouco mais fácil se ela tivesse uma babá.

    Cayena repreendeu a si mesma.

    “Não vamos pensar tão fracamente.” 

    Se ela aguentasse um pouco mais, seria a sua maioridade.

    Ela pretendia espalhar boatos na sociedade sobre seu marido fictício.

    A cooperação de Raphael pode ser necessária, mas Cayena de alguma forma sentiu que ele iria ajudá-la.

    Recorta.

    Cayena aparou o caule e cortou as flores. Ela se sentiu um pouco estranha com as flores vermelhas caindo sobre a mesa quando Olivia bateu na porta e entrou.

    — Sua Alteza, o duque Raphael Kedrey chegou.

    Ontem à tarde, Raphael enviou um mensageiro pedindo uma audiência, pois ele tinha algo para dizer a ela. Cayena tinha que agradecê-lo de qualquer maneira, então ela aceitou imediatamente.

    — Eu o trouxe para a mesma sala da última vez.

    — Bom trabalho.

    Antes de Cayena sair do quarto, ela sem querer se viu na frente do espelho. Ela usava um vestido rosa claro para combinar com o clima quente.

    Era tão lindo que ela não conseguia se sentir triste.

    Ela parou de olhar para sua aparência. Assim, não parecia que ela estava tentando vê-lo por outro motivo?

    — Ele está esperando lá dentro.

    Cayena acenou com a cabeça e entrou na sala. Raphael estava parado no centro da sala.

    Quando Cayena o viu, ela se sentiu aliviada, embora nada tivesse acontecido. Era esse o tipo de sentimento que se tem ao encontrar um forte aliado?

    Raphael virou a cabeça e encontrou os olhos de Cayena. O calor encharcou seu rosto gelado.

    Ele percebeu o que era estar vivo. Ele estava vivendo agora, no momento em que viu Cayena.

    Cayena piscou lentamente ao testemunhar o momento. Ele estava olhando para ela e sorrindo. Havia uma fissura em seu coração, que ela pensou ter fortalecido.

    Depois de hesitar por um momento, Raphael cumprimentou Cayena.

    — Eu saúdo Sua Alteza, a Princesa.

    Ela o cumprimentou de volta, agarrando a barra da saia.

    — Parabéns pela sua sucessão, duque.

    — Obrigado.

    Eles trocaram saudações formais. Não era nada especial, mas a estranha atmosfera que enchia a sala era incomum.

    Ela percebeu que algo havia mudado nos sentimentos de Raphael. A maneira como ele olhou para ela parecia mais profunda.

    Aos poucos, ela foi ficando sem fôlego.

    Cayena escondeu seus pensamentos em um sorriso.

    — Obrigada por sua generosidade, apesar da minha grosseria naquele dia. Não vou esquecer essa gentileza.

    Ela parecia estar mantendo uma distância firme dele. Raphael não tinha intenção de deixar essa distância.

    Seu coração agora estava bem ciente.

    Cayena era especial para ele.

    Seu coração rapidamente desabou quanto mais ele pensava nela.

    — Ouvi dizer que houve algum alarido ontem. Você está bem?

    — Não foi grande coisa. Você não precisa se preocupar.

    — Eu me preocupo.

    Cayena fechou os lábios com força. Foi porque ela sentiu que um suspiro sairia involuntariamente.

    Raphael olhou para ela com um olhar direto que ela não podia evitar.

    — Não consigo parar de me preocupar com Vossa Alteza.

    — … duque.

    — Perdoe-me por ser tolo.

    Ele segurou Cayena em seus braços.

    Compartilhar o calor era algo muito especial.

    Os nervos afiados gradualmente se entorpeceram, e o mundo que estava tremendo ansiosamente ficou tranquilo por um instante.

    Raphael abraçou Cayena com cautela, mas intensamente, como se estivesse segurando algo precioso. Cayena hesitou, então lentamente colocou as mãos em suas costas.

    — Você está bem?

    Raphael soltou uma risada baixa e angustiada com essas palavras. Mesmo nesta situação, Cayena o estava ajudando. Raphael percebeu que estava profundamente viciado em sua bondade.

    — Não, — respondeu ele infantilmente.

    Era verdade. Ele não estava nada bem. Ele se sentia exausto pela verdade que o imperador Esteban lhe revelara violentamente.

    Sinceridade que ele não conseguia transmitir encheu seu peito até a garganta.

    “Você sabia que seu irmão também é meu irmão?”

    “E que o imperador pretende usar você e eu para torturar o Príncipe Rezef até o fim?”

    “Por que você deve se tornar um bode expiatório para os outros?”

    “Fuja comigo. Deste lugar terrível, agora.”

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