Índice de Capítulo

    A figura de Cayena apareceu na entrada.

    Zenon podia ouvir murmúrios involuntários de espanto, e não era apenas uma pessoa. A maioria dos vereadores engoliu em seco ou arregalou os olhos, e Zenon também ficou brevemente hipnotizado por sua aparência.

    O chanceler Debussy parecia surpreso. Depois de um momento, sua expressão de repente se contraiu. Contrariando suas expectativas, ele não encontrou nenhum defeito na roupa de Cayena.

    Vestida com cores frias como se soubesse que esse dia chegaria, ela exalava uma dignidade perfeita. Seu vestido prateado, capa azul e a tiara de pérola em sua cabeça não eram excessivos nem insuficientes para refletir sua posição atual.

    Cayena olhou em volta com orgulho. Ela não mostrou nenhum sinal de mansidão na sala de conferências cheia de ministros e outras autoridades.

    Finalmente, ela abriu a boca.

    — Parece que todos já chegaram.

    Os vereadores, que haviam perdido o foco por causa da entrada de Cayena, voltaram a prestar atenção em suas palavras. Ninguém se lembrou de cumprimentá-la, tão impressionados como estavam com seu espírito e beleza. Eles rapidamente se ajoelharam para prestar respeito.

    — Saudamos Sua Alteza, a Princesa.

    Cayena não permitiu que se levantassem. Ela cruzou a sala de conferências, andando nem muito rápida nem devagar.

    Em pé na frente do trono dourado, Cayena disse: — Vocês já podem se levantar.

    Os vereadores se levantaram em silêncio, incapazes de falar. A confusão de um momento atrás tinha desaparecido como se não tivesse sido nada além de uma mentira. O silêncio não podia ser desprezado.

    Cayena deu o primeiro passo.

    — Por que vocês não estão sentados?

    Eles a consideravam uma flor protegida, cultivada em uma estufa. Agora, eles se sentaram confusos ao seu comando.

    — Vamos começar a reunião do conselho.

    Os vereadores não conseguiam abrir a boca com facilidade. Eles apenas se entreolharam em silêncio.

    “É apenas uma reunião”

    Foi uma reunião como as muitas tediosas que ela compareceu em sua vida passada. Ela compareceu a reuniões com diretores executivos, membros do conselho, presidentes, vice-presidentes e até presidentes de mesa.

    No final, a reunião do conselho estadual foi uma questão de definir os itens da pauta e arbitrar as diferentes ideias dos ramos da administração.

    O conselho logo se recuperou e deu continuidade à assembleia.

    — Então, direi qual é o assunto mais urgente da agenda de hoje. Já foi mencionado algumas vezes antes, mas o orçamento de cada grupo e…

    Cayena observou que alguns rostos se endureceram assim que o orçamento foi mencionado. Ela silenciosamente os ouviu enquanto continuavam a reunião.

    — A maioria das tropas que defendem a capital é do exército central. Você pretende deixar nossa defesa ser violada reduzindo o orçamento?! 

    — Não estamos em guerra agora! — Aparentemente, o alvo hoje era Jed, o comandante do exército central.

    — O orçamento militar foi o primeiro a ser cortado da última vez. Você pretende fazer isso de novo? Você está brincando comigo?

    Quando o comandante Jed gritou de fúria, o chanceler estalou a língua.

    — Oh meu. Você não está falando muito rudemente na presença de Sua Alteza?

    Com essas palavras, Jed ralhou com Debussy. 

    — Não é a má gestão do governo que causou essa escassez de fundos?

    — O que, o quê?! — O rosto do chanceler ficou vermelho. Ele bateu com a mão na mesa. 

    — É porque alimentamos e abrigamos aqueles que nem mesmo funcionam que as coisas ficaram assim! — Jed se levantou. Com sua expressão severa, ele parecia estar a um segundo de puxar sua espada.

    No silêncio intenso, Cayena disse abruptamente: — Então, as coisas não se resolveria se houvesse um uso para o exército central?

    Sobre o que ela estava falando?

    Era isso que os rostos de todos pareciam expressar para Cayena.

    — O que você quer dizer com isso?

    — Há alguém aqui que pensou em como manter o exército central gastando menos dinheiro?

    Eles apenas piscaram.

    — Faz sentido que o poder do império enfraqueça se reduzirmos o orçamento militar, Chanceler Debussy?

    Em resposta, o chanceler Debussy sorriu vagarosamente e entregou um documento a um criado. O criado entregou o documento a Cayena.

    — Como você pode ver, é muito caro e desnecessário manter o exército quando não estamos em guerra, Vossa Alteza.

    Essa era a razão pela qual ele diminuía continuamente o orçamento militar. Foi uma decisão política para reduzir a influência de Jed.

    — É por isso que temos que cobrir o custo desse orçamento em outro lugar.

    A chanceler Debussy olhou ao redor da sala de conferências. Ele estava procurando chegar a um acordo. Todos acenaram com a cabeça e simpatizaram com as palavras do chanceler.

    Cayena sorriu maliciosamente enquanto folheava o documento que o chanceler Debussy lhe deu.

    Ontem à noite, ela compilou alguns dados sobre assuntos de estado. Vera, que estava ao seu lado, entregou alguns papéis ao conselho.

    Os olhos dos vereadores estavam grudados nos papéis.

    “Huh? A princesa preparou algo?”

    A reunião de gabinete foi definitivamente organizada no último minuto. A agenda ainda não havia sido anunciada. E, no entanto, a princesa havia preparado algo. Foi incompreensível.

    Além disso, era óbvio que Cayena havia passado uma boa quantidade de tempo se vestindo para a ocasião. O tempo que ela gastou preparando sua roupa deve ter sido considerável, então quando ela preparou isso?

    Eles sentiram que algo estava errado.

    — Não houve uma praga na capital por quase 10 anos.

    Essa foi a maior conquista do chanceler Debussy durante sua gestão. Um ministro respondeu em seu lugar.

    — Sim. Tem sido assim desde que reorganizamos o sistema de água e esgoto.

    — Essa é provavelmente a razão pela qual a população da capital triplicou ao longo dos anos. Porém, não cultivamos mais terras, e apenas as favelas e favelas aumentaram.

    Dizendo isso, Cayena bateu nos documentos que trouxera. As sobrancelhas do chanceler se contraíram.

    — Assim, aumenta o número de domicílios não cadastrados em nosso cadastro, facilitando o colapso da ordem pública. Estou errada?

    Os vereadores, ainda parecendo perplexos, reconheceram suas palavras.

    — … você está certa.

    — Eu verifiquei que o número de vezes que o exército central foi mobilizado para garantir a segurança da cidade aumentou ao longo dos anos. A frequência aumentou dramaticamente nos últimos cinco anos, em particular.

    O Comandante Jed olhou para Cayena com olhos pensativos. Ele não esperava que ela investigasse esse assunto.

    Os vereadores começaram a se olhar mais enquanto Cayena continuava a falar. A princesa claramente se preparou bem para a reunião do conselho. Este não era mais um lugar onde ela poderia ser humilhada.

    — Não houve nenhum desenvolvimento urbano nesse período, além da reforma do sistema de água e esgoto. O que isso significa, Chanceler Debussy?

    A pergunta dela fechou a boca do chanceler, e ele ficou em silêncio como um rato.

    Cayena entregou os documentos que preparara ao chanceler Debussy. Ele estava fervendo por dentro, não conseguia nem pensar em tocá-los. Ele tentou se acalmar.

    Como essa novata ousa fingir ser instruída e tentar ensiná-lo?

    — Como você pode ver nisso, — disse Cayena, apontando para os jornais, como o chanceler Debussy fez anteriormente, — a população da capital aumentou, mas a terra não foi desenvolvida. Naturalmente, o preço da habitação disparou. A população sem-teto aumentou.

    Ela voltou seu olhar para o Comandante Jed.

    — Comandante Jed, qual é a proporção de pessoas no exército central que vêm da capital?

    Jed respondeu ansiosamente, como se estivesse esperando. Havia uma alegria estranha em sua voz.

    — É cerca de 30% do exército.

    Em sua resposta, Cayena olhou com pena para o conselho.

    — Se alguém entender o que isso significa, você pode me dizer sem se conter?

    — Umm…

    Eles consideravam o Exército Central um poço sem fundo para fundos, mas não haviam pensado em olhar mais fundo.

    Eles deveriam ter considerado o salário dos cavaleiros. Se um cavaleiro da região quisesse ser cidadão da capital, ele teria que comprar terras e calcular os impostos.

    — Você acha que pode comprar uma casa na capital, com os preços disparando com apenas o salário de um cavaleiro?

    — Isso é…

    Não havia como eles pagarem por isso. Naturalmente, a maioria dos cavaleiros estava estacionada na capital imperial. Ter tropas estacionadas na capital imperial era a norma e, para isso, eles precisavam do orçamento.

    Um ministro disse cautelosamente: — Não houve nenhum problema até agora, mas…

    — Isso é porque estivemos em guerra.

    Não houve problemas porque haviam recebido indenizações por meio da guerra, mas agora as coisas eram diferentes.

    — Você não pretende começar uma guerra para roubar das nações mais fracas agora, não é?

    Chanceler Debussy disse sarcasticamente. No final, suas palavras apenas apontaram o problema. Ela não havia fornecido uma solução.

    — Então, você usará o exército central para desenvolver mais terras? Isso não aumentaria as despesas? Seria bom que eles fossem mais úteis, mas no cerne de tudo, estamos tentando cortar o orçamento.

    Cayena abanou a cabeça.

    — Eu pretendo dar a terra reclamada aos cavaleiros em vez de salários. Eles não podem simplesmente se estabelecer ali, se casando e vivendo a vida? Então, eles não serão amarrados à cidade imperial. Eles apenas terão que se deslocar para o trabalho.

    Nesse caso, a população da capital ficaria mais estável e a carga sobre o orçamento diminuiria naturalmente.

    Conforme o terreno fosse limpo, o número de áreas residenciais aumentaria. Com o aumento das áreas residenciais, surgiram novas áreas comerciais. Em outras palavras, a capital se expandirá.

    — Ah, isso e…! — Os vereadores baixaram as mandíbulas.

    Eles estavam obcecados com a ideia de que o exército deveria estar estacionado na capital o tempo todo. E eles não sabiam que havia tão poucos soldados nativos na capital.

    Zenon encorajou o chanceler a usar a reunião do conselho de hoje para domar Cayena. Mas ao invés de eles derrotarem seu espírito, ela os esmagou.

    “Princesa…!”

    Zenon olhou para Cayena com o rosto completamente torto.

    Seus olhos se encontraram por um momento. Os olhos indiferentes de Cayena olharam para ele e se viraram.

    Zenon se sentiu humilhado.

    — Então, alguém tem mais alguma coisa a dizer sobre esse assunto?

    Ninguém poderia dizer mais nada.

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