Índice de Capítulo

    Com a morte de Clarence Elivan, restaram poucas pessoas em quem Cayena pudesse confiar emocionalmente.

    Rezef planejava seduzir Julia fingindo oferecer a ela a posição de princesa.

    “Aquela senhora da corte, Vera, parece ter passado para a casa da minha irmã.”

    Ele provavelmente não poderia conquistar Susan. Essa mulher era muito difícil e mal-humorada. Além disso, ela não gostava muito da família imperial.

    “E aquela mulher Olivia…”

    Rezef bateu na mesa. Um vale profundo apareceu em sua testa enquanto ele franzia as sobrancelhas.

    “Ela me lembra a irmã…”

    Claro, havia diferenças cruciais entre as duas. Mas, estranhamente, elas eram semelhantes. Isso irritou Rezef.

    “Ela é uma mulher desagradável.”

    Olivia não prestou atenção, admiração ou medo a Rezef – ela nem ligava para sua aparência.

    Seus olhos eram indiferentes a ele, não sentindo ódio nem sentimento. No entanto, quando ela olhou para sua irmã, aqueles olhos verdes ganharam vida.

    “Mas Cayena é minha.”

    Não fazia muito tempo, o mesmo aconteceu com Ethel. E não eram apenas eles; mais e mais pessoas pareciam admirar Cayena e querer sua atenção.

    Rezef pensou que deveria começar a limpar os arredores de Cayena.

    — Jamil.

    — Sim Vossa Alteza.

    — Existem alguns membros do palácio da princesa que conseguiram manter seus lugares, correto?

    — Havia duas criadas, Donna e Annie. Elas foram promovidas a jovens damas da corte.

    — Qual das duas tem circunstâncias mais difíceis?

    — Donna está trabalhando para sustentar sua família. Os pais dela estão doentes, e a equipe médica do palácio diz que ela sempre vem buscar ervas medicinais.

    Rezef sorriu.

    — Então é assim.

    Jamil abaixou a cabeça como se entendesse o que Rezef quis dizer e desapareceu.

    Parecendo revigorado, Rezef saiu do escritório secreto e entrou em seu escritório.

    Ele tocou uma campainha para chamar um criado.

    — Vou passar a hora do chá com a minha irmã hoje. Prepare algo saudável e avise-a.

    — Sim, Vossa Alteza.

    Eles estavam tão ocupados com as muitas coisas que aconteceram esses dias que tiveram pouco tempo para se verem. Em vez disso, sua irmã passou muito mais tempo com Raphael.

    “Tenho que impedir que ela se encontre com o duque.”

    Ele estalou a língua, infeliz.

    O duque Kedrey não era alguém que ele pudesse tomar com levianamente. Além disso, um único olhar mostrou que Cayena e o duque tinham uma relação estreita.

    “Mas não posso deixá-los como estão.”

    Hoje em dia, parecia uma má ideia Cayena sair de casa. Cada vez que a irmã de Rezef saía, havia algum tipo de incidente e um enxame de moscas tentando se agarrar a ela.

    “Quando seria o melhor momento para assumir o trono?”

    TOC TOC.

    Um servo entrou e disse: — A preparação está completa. Sua Alteza disse que você pode vir a qualquer hora.

    Rezef se levantou de seu assento. 

    — Eu irei para o palácio dela agora.


    Cayena organizou seu trabalho e soltou um pequeno suspiro. Ela teve que levar em conta os poderes que tinha recebido como deputada do estado, e ela teve que pensar com antecedência que medidas implementar para evitar que a facção de Rezef a incomodasse.

    “Eu também tenho que praticar magia.”

    Uma leve respiração saiu de seus lábios.

    — Sua Alteza, o Príncipe Rezef chegou.

    Cayena parou de esfregar os olhos com a mão. Esta foi a primeira vez que ela enfrentou Rezef desde que ouviu a trágica notícia sobre sua babá.

    As emoções sombrias que ela reprimiu à força sob sua carga de trabalho entraram furtivamente em seu coração.

    “Eu tenho que sorrir. Eu tenho que agir normalmente.”

    Cayena pensou consigo mesma com firmeza.

    Rezef era uma criança esperta. Sua sensibilidade para como os outros se sentiam por ele em particular era quase sobrenatural.

    — Diga a ele para entrar.

    A porta se abriu e Rezef entrou. Os olhos dos irmãos se encontraram.

    Cayena percebeu que não conseguiria se conter no momento em que viu o rosto sereno de Rezef.

    “Rezef matou minha babá.”

    Rezef não se importava com a vida das outras pessoas. Não era pele de suas costas matar alguém. Ele era uma criança que pensava que qualquer coisa que tentasse subir mais alto deveria ser morta. Foi por isso que ele matou Madame Elivan, para punir Cayena, que o aborreceu. Ele não tinha nenhuma consideração sobre o quanto Cayena amava a mulher.

    Mais uma vez, as pontas dos dedos dela estavam frias.

    — Irmã…

    Rezef sorriu agradavelmente e tentou se aproximar dela, mas seus passos logo pararam. O sorriso no canto de sua boca começou a ficar rígido.

    Os olhos de sua irmã estavam diferentes do normal.

    Seus olhos estavam vazios. Rezef não conseguiu encontrar o menor sinal de afeto dentro deles. Não havia nenhuma das emoções calorosas e carinhosas que ele deveria ter sentido dela. Ele congelou em seu lugar. De repente, sua irmã pareceu distante.

    Quando ele sentiu como se seu coração afundasse friamente, a expressão em branco de Cayena foi apagada como se nunca tivesse existido. No entanto, aquele momento pareceu uma eternidade.

    Os olhos de Cayena se curvaram lindamente e ela tinha um sorriso familiar nos lábios.

    — Você tem trabalhado duro sem parar. O que você vai fazer se ficar doente, Rezef?

    Ele podia sentir o calor usual dela. Uma atenção gentil e pacífica derramou dela. A respiração que ele estava segurando voltou para ele.

    Ele deve ter se enganado antes. Agora que ele olhou mais de perto, Cayena parecia cansada.

    Rezef tinha ouvido dizer que ela não conseguia dormir direito, e depois de trabalhar tanto, suas bochechas estavam um pouco magras.

    — Irmã, parece que você é quem está se empurrando.

    Ele caminhou para Cayena mais rápido do que o normal.

    Ela se recostou na cadeira alta. Rezef ficou feliz por se sentar no tapete.

    Então, naturalmente, houve um toque amigável no topo de sua cabeça. Dedos finos percorreram seu cabelo dourado radiante.

    Rezef finalmente sentiu alívio.

    Ele sorriu gentilmente. Tudo estava como sempre. Quando ele viesse para vê-la, Cayena abriria espaço para ele ao seu lado. Ela mostrou afeto a ele como uma recompensa.

    Ele absorveu aquele afeto, curando sua mente e coração.

    Rezef apoiou a testa no joelho de Cayena e murmurou: — Eu estava preocupado, irmã.

    Ele realmente estava preocupado.

    Ele quase ateou fogo na capital com medo de que aqueles desgraçados nojentos levassem sua irmã embora.

    Não fazia sentido. Ela deveria ficar aqui assim, não cumprimentando ninguém mais gentilmente.

    Isso foi demais…

    Ele iria querer matá-los.

    Rezef abraçou a perna de Cayena.

    — Você teve muito trabalho esses dias, não é? — Cayena disse suavemente.

    — Parece muito perigoso fora do palácio imperial, irmã.

    Isso foi o que ele pensou sinceramente.

    O mundo fora do palácio era perigoso. As pessoas tentavam roubar ou ameaçar o que pertencia a ele.

    Ele tinha que tornar o mundo seguro rapidamente. Rezef queria criar um mundo onde tudo ficaria bem mesmo se ele ficasse parado.

    — Em qualquer caso, precisamos estabelecer um sistema para que possamos ser flexíveis em uma crise.

    Cayena o informou do que acabara de fazer.

    — Rezef, eu indiquei você como o próximo líder do exército central depois de mim.

    Se Cayena não conseguisse liderar o exército, Rezef, como seu próximo líder, o faria. De certa forma, parecia que ela havia entregado a autoridade a Rezef de graça. Mas a verdade era diferente.

    — Se eu desaparecer por 24 horas sem dizer uma palavra, o poder será automaticamente entregue a você.

    Se Cayena desaparecesse, isso garantiria que a culpa fosse apontada para a facção de Rezef.

    Rezef simplesmente respondeu: 

    — Entendo, — como se ele não tivesse entendido a bomba política que ela havia plantado.

    Então, o olhar de Cayena se voltou para o atendente que acompanhava Rezef. O atendente segurava uma bandeja.

    — O que é isso?

    Com a pergunta dela, Rezef afastou o rosto de seu joelho e respondeu: — Eu preparei algo nutritivo para você.

    Ele pegou a mão de Cayena e apontou para seu braço esguio.

    — Olhe para você. Você perdeu peso.

    Seu pulso estava limpo.

    — Por que você está fazendo isso? — Cayena perguntou, inclinando a cabeça.

    Rezef sentiu que algo estava estranho, mas ele ignorou e sorriu para ela novamente. 

    — Você está muito magra, irmã. Se você realmente se importa comigo, por favor, cuide da sua saúde também.

    Cayena balançou a cabeça suavemente. 

    — E pensar que eu ouviria esse tipo de repreensão de você.

    Rezef sorriu um pouco e pediu ao atendente que trouxesse a bandeja.

    A tampa foi removida para revelar um prato de frango cozido com ervas medicinais. Cayena não queria comer nada porque não tinha apetite, mas Rezef a olhou com tanta ansiedade que teve de erguer a colher. O cheiro era bom e saboroso. Ela primeiro engoliu a sopa espessa.

    — Certo. Tem um gosto bom.

    — Ouvi dizer que você teve problemas para dormir. Coma um pouco mais e tome um…

    Então, Cayena rapidamente cobriu a boca e tossiu.

    — Tosse! — Sangue vermelho-escuro escorria por seus dedos.

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