Índice de Capítulo

    Os olhos de Rezef se arregalaram tanto que quase rasgaram os cantos.

    O que foi isso? Por que sua irmã…!?

    Barulho!

    A colher caiu em cima da bandeja.

    — Irmã! 

    — Sua Alteza! — Cayena encontrou os olhos de Rezef.

    — Rezef…

    Ela não conseguiu nem terminar suas palavras antes de desmaiar.

    Rezef abraçou Cayena enquanto ela desmaiava.

    Seu rosto ficou completamente branco e puro medo o atingiu como um tsunami. Rezef gritou: — Doutor! Vá chamar um médico! — O atendente que havia corrido para o médico entrou, ofegante. As damas da corte de Cayena também entraram correndo, com o rosto pálido.

    — Sua Alteza! — Rezef colocou Cayena em um sofá comprido.

    O médico imediatamente derramou o antídoto na boca da princesa e cuidou dela.

    — Se você não puder salvar a irmã, não vou deixar ninguém ir em liberdade! — Rezef ficou furioso, ordenando que todos os criados envolvidos na preparação da comida fossem presos imediatamente. Seu próprio atendente não era exceção.

    — Sua Alteza! Um dos empregados da cozinha desapareceu! — Rezef foi tomado por uma fúria enlouquecedora.

    — Libertem as tropas pela capital imediatamente. Encontre o servo! — Ele planejou fazer aquele servo desejar estar morto assim que fosse encontrado.

    Ele rasgaria toda a família do servo em pedaços, um por um, na frente deles… e ele não deixaria os amigos ou amantes do servo sozinhos, também!

    A visão de Rezef estava quase vermelha de raiva.

    — Felizmente, o corpo dela rapidamente rejeitou o veneno. Ela parece ter ingerido outro veneno recentemente…

    — O que? Outro veneno?

    — Sim. E porque os venenos são incompatíveis, ela vomitou imediatamente. Ela deve acordar logo.

    As emoções de Rezef superaram a raiva e se transformaram em absurdo e confusão.

    Outro veneno. Que veneno era esse e onde ela o tinha?

    — Este outro veneno parece ser do tipo que faz o interior do corpo se deteriorar rapidamente, embora não apresente nenhum sintoma imediato.

    — … o que você disse?

    Rezef sabia de tal veneno.

    Não foi exatamente esse o veneno que ele usou contra o imperador?

    “Impossível.”

    Cayena não tinha motivo para consumir aquele veneno. Ela também não poderia ter aguentado todo esse tempo; aquela senhora chamada Vera examinou minuciosamente o que Cayena comia.

    A voz zombeteira de Henverton Gillian ecoou nos ouvidos de Rezef.

    — Não foi por minha causa, foi por Vossa Alteza.

    Rezef se afastou de Cayena.

    — Você acha que coisas assim vão parar se eu desaparecer?

    Essa voz, como uma terrível marca de ferro, não parava. Isso corroeu sua mente.

    — Você parece valorizar sua irmã muito preciosamente…

    — Não…

    — É melhor você cuidar dela bem no futuro.

    Não era sua cul—!

    Rezef ofegou para respirar.

    Sua cabeça parecia que ia se despedaçar. Ele queria destruir algo, qualquer coisa, agora. Ou ele precisava ver sangue.

    Agora mesmo.

    Ele agarrou sua cintura, mas então percebeu que não tinha usado a espada que sempre usava desde que foi encontrar Cayena. Ele se lembrou de ter deixado sua espada para trás, porque temia que ela pudesse se machucar.

    Naquele momento, as pálpebras de Cayena lentamente se abriram.

    — Você está consciente?

    Depois de ouvir o médico falar, as damas da corte abordaram Cayena. O rosto de Vera, em particular, estava encharcado de lágrimas.

    — Sua Alteza! Você está bem?

    Uma barreira humana foi formada entre Cayena e Rezef. Ele estava congelado enquanto olhava para Cayena.

    A cabeça de Cayena se voltou hesitante para ele.

    — Rezef.

    O jeito calmo como ela o chamou o fez sentir frio. Ao mesmo tempo, ele foi envolvido por uma sensação de alívio e outras emoções complicadas.

    A área ao redor de seus olhos estava quente.

    — Não fui eu.

    — Eu sei.

    Sua voz estava rouca.

    — Você nunca faria algo assim.

    Cayena exalou lentamente e falou novamente.

    — Eu não consumi veneno. Só que a colher que tocou na sopa ficou preta.

    Todos ficaram confusos.

    — Perdão? A colher não é prateada, então não houve descoloração…

    Cayena disse com firmeza: 

    — Traga uma colher de prata e faça assim.

    — … com licença?

    — Eu não fui envenenada. Desmaiei porque fiquei chocada ao ver a colher de prata descolorida. Todos entendem?

    Foi então que entenderam que Cayena estava tentando proteger o Príncipe Rezef.

    Vera achou difícil aceitar, pois sabia que se Cayena fosse envenenada, o próximo na fila seria Rezef; mas Cayena falou tão decidida e severamente que Vera obedeceu a seus desejos.

    — Como você manda.

    — Vá e cuide disso.

    Todos rapidamente começaram a apagar as evidências do envenenamento de Cayena.

    Seu rosto e mãos foram enxugados com um pano preto embebido em água morna. Elas ajudaram Cayena a colocar uma roupa fina sobre o vestido ensanguentado.

    Rezef teve permissão para se aproximar dela novamente quando ela foi limpa, sem nenhum sinal de ter vomitado sangue.

    — Eu sei que não foi você. Então pare de chorar. Seu rosto vai inchar.

    Em algum momento, ele começou a chorar silenciosamente.

    Cayena suspirou e Rezef se sentou ao lado dela. O rosto de Rezef mostrou que ele estava em estado de choque.

    — Você deve ter ficado muito surpreso.

    Cayena o abraçou e deu um tapinha em suas costas. Ela tinha bebido veneno, mas estava confortando Rezef.

    — Oh não…

    Julia, que estava ao lado deles, não sabia o que fazer. Ela sentiu pena de Rezef.

    Enquanto isso, Vera fervia de raiva. Ela percebeu logo no início que Rezef estava envolvido em todos esses casos.

    Cayena nunca teria sofrido assim em primeiro lugar se não fosse por Rezef. Mesmo assim, ele estava sendo consolado por Cayena. Isso era ridículo.

    Por outro lado, Olivia sentiu que a visão era estranha. Susan parecia pensar de forma semelhante.

    “É muito estranho.”

    No entanto, Olivia contemplou a situação mais de perto.

    A situação parecia ser um nó insolúvel e emaranhado.

    Não havia maneira de resolver o nó a não ser cortá-lo.

    Essa era a relação entre Cayena e Rezef. Os dois tinham um relacionamento que não poderia ser separado.

    Um relacionamento que teve que ser cortado.

    Cayena deu um tapinha nas costas de Rezef novamente e disse: — Eu disse isso antes, mas você não está vendo tudo.

    — …

    Então, ela sussurrou no ouvido de Rezef em uma voz baixa, para que ninguém mais pudesse ouvir.

    — Não se esqueça de que aqueles abaixo de você estão apontando seus lances.

    Um homem surgiu na mente de Rezef.

    “Zenon Evans.”

    Quem usou o veneno deve ter sido Zenon Evans.

    As lágrimas de Rezef pararam de repente. Em seu lugar, uma chama azul surgiu em seus olhos.

    — Estou com frio, — disse Cayena.

    Imediatamente, Vera – que queria manter Rezef longe de Cayena – veio ajudar.

    — Você precisa descansar, Sua Alteza. Por favor, vou te ajudar a ir para a cama.

    Cayena acenou com a cabeça e olhou para Rezef mais uma vez.

    — Não faça nada perigoso. Você sabe que é o único com quem posso contar, certo?

    — … sim irmã.

    — Eu preciso descansar um pouco.

    Rezef ajudou a carregá-la até que estivessem na frente de seu quarto. Ele deixou o palácio da princesa somente depois de ver Cayena entrar na sala.

    Agora, ele tinha um rato para pegar.

    — Sua Alteza, você está realmente bem? Colocaremos um médico lá fora. O que mais…

    — Está bem. Não torne isso um estardalhaço maior e apenas deixe passar em silêncio.

    Cayena mais uma vez disse às damas da corte para ficarem quietas e se certificarem de que tudo estava limpo com cuidado.

    Apenas Olivia ficou no quarto para cuidar de Cayena.

    — Bem feito.

    Com as palavras de Cayena, Olivia balançou a cabeça.

    — O empregado da cozinha já deve ter fugido da capital.

    — Boa…

    Cayena havia se envenenado.

    Não muito tempo atrás, Cayena tinha sido capaz de encher a cozinha central com seu pessoal, graças às bisbilhotices de Vera e Olivia. Ela estava esperando que Rezef preparasse comida para ela.

    — Achei que aquela criança definitivamente me traria comida pelo menos uma vez.

    Já que Cayena continuava assando doces para ele, Rezef tinha que fazer algo recíproco. Isso foi o que ela planejou.

    A colher para comer a sopa saudável era propositalmente extravagante e não era feita de prata. Era bonito de se ver, mas não ajudava em uma crise.

    Isso também foi algo que Cayena preparou através de Olivia.

    Vera era claramente hostil com Rezef. Uma criança tão perceptiva quanto ele reconheceria seus sentimentos em relação a ele imediatamente.

    Olivia estava equilibrada e composta, mas também era ousada. Em muitos aspectos, ela era a pessoa perfeita.

    — Você disse que sua casa estava envolvida em uma dívida estranha, correto?

    — Sim, Sua Alteza.

    — Não há nada com o que se preocupar. Tudo será resolvido.

    Cayena deixou escapar um longo suspiro.

    — Eu sei que esta situação vai parecer estranha para você.

    — …

    — Vou apenas dizer que esta é uma forma de eu sobreviver.

    — Eu entendo bem o suficiente.

    Cayena sorriu levemente com a resposta de Olivia.

    — Obrigada por essas palavras.

    Ela fechou os olhos. Seu corpo estava frio há algum tempo.

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