Índice de Capítulo

    O clima na sala ficou duro com a palavra“acompanhante”.

    O papel foi demais para Catherine. Isso chamaria a atenção da sociedade para ela e, como acompanhante da princesa imperial, Catherine pode ser tratada como um membro adulto da família imperial.

    “Mas por quê?”

    Embora Catherine hesitasse, Jonathan interrompeu repentinamente.

    — Uma excelente ideia, Vossa Alteza. A ajuda de uma senhora é absolutamente necessária para a celebração da sua maioridade. Estou preocupado com isso há muito tempo.

    Em seguida, ele continuou calmamente: — Embora eu desejasse que minha esposa pudesse desempenhar esse papel…

    Cayena fingiu não tê-lo ouvido e se virou para Catherine.

    — Não há necessidade de pensar demais sobre isso. Famílias harmoniosas são importantes na sociedade aristocrática, e nós, a família imperial, devemos dar o exemplo.

    A razão foi convincente o suficiente, mas ser uma acompanhante ainda era um grande negócio.

    Em qualquer caso, Catherine viu que era uma boa oportunidade para estabelecer proteções para ela e seu filho. Ela levantou.

    — Aceito. Vou me certificar de que não seja um incômodo.

    Cayena sorriu.

    — Estou sob seus cuidados.


    Ethel saiu correndo da academia assim que a aula acabou. Cayena era esperada na residência de Hamel hoje.

    Ele olhou em volta, impaciente, procurando a carruagem. Naquele momento, um atendente bem-vestido desceu de uma carruagem ornamentada e cumprimentou Ethel.

    — Eu vim buscá-lo, Jovem Mestre.

    Ethel inspecionou a carruagem.

    “É o selo do condado de Hamel, mas…”

    Antes, os Hamels o faziam andar em uma carroça comum que não chamava atenção, como se tivessem vergonha de receber Ethel e sua mãe.

    Mas hoje, uma carruagem chique veio para Ethel. Era como se ele estivesse sendo favorecido.

    “Deve ser por causa da irmã.”

    Ethel sentiu muitos olhares observando-o e à carruagem.

    Essa era a força e o status de Cayena.

    — Por favor, entre.

    O atendente abriu a porta da carruagem.

    Ethel vacilou e depois subiu na carruagem. Ele verificou desnecessariamente se havia alguma ruga em seu uniforme escolar.

    Depois que Cayena mandou a academia punir os alunos que o atacaram, ninguém tentou mais brigar com ele.

    Assim, seu uniforme parou de ficar sujo, mas ele continuou a revistar suas roupas por hábito.

    A carruagem chegou à mansão.

    Ethel engoliu em seco e entrou.

    — Onde está a irm… quero dizer, onde está Sua Alteza?

    Ethel estava prestes a chamá-la de irmã, mas rapidamente se corrigiu.

    Cayena disse que ele poderia chamá-la assim, mas ele não tinha certeza se ela estava falando sério.

    O atendente respondeu educadamente,

    — Os adultos da casa estão recebendo Sua Alteza.

    — Ah…

    Ethel queria correr para a sala e ver Cayena. Muitas coisas aconteceram com ela, então ele queria verificar se ela estava bem.

    No entanto, ele não expressou uma palavra de seu desejo de ir para a sala de estar.

    Então, o mordomo correu para o primeiro andar e chamou Ethel.

    — Jovem mestre! — Ao contrário de antes, ele se dirigiu a Ethel com muita cortesia.

    — A princesa está esperando você voltar. Por favor, me acompanhe até a sala.

    “Ela estava esperando por mim?”

    Ethel estava envergonhado e mexia em suas mãos.

    Ele se dirigiu para a sala do segundo andar. Ele não estava familiarizado com esse sentimento. Normalmente, a sala do segundo andar era usada para cumprimentar aliados próximos e familiares.

    “É como se fôssemos uma família de verdade.”

    Finalmente, ele chegou à sala.

    Jonathan o chamou gentilmente, vendo-o na porta.

    — Oh, Ethel. Venha aqui! — Catherine ignorou como Jonathan estava se comportando de maneira diferente do normal e cumprimentou seu filho. 

    — Bem-vindo de volta, Ethel.

    — Sim, estou em casa…! — Ethel estava baixando a cabeça quando ele fez uma pausa.

    Ele encontrou os olhos de Cayena; ela estava olhando para ele.

    O sorriso dela era caloroso e terno, como se dissesse que ela não estava preocupada com nada.

    Ethel quis sorrir para Cayena, mas seu rosto rígido não se mexia de acordo com seu coração.

    Ele a cumprimentou respeitosamente.

    — Eu saúdo Sua Alteza, a Princesa.

    — Já faz um tempo, Ethel.

    “Eu tenho que perguntar como ela está…”

    Ethel estava extremamente preocupado, mas era difícil para ele perguntar sobre ela. Ele se sentia tímido. Ele brincou com a bainha de sua jaqueta.

    — É bom ver você, Ethel.

    Ethel ergueu a cabeça surpreso. Ele viu um homem de cabelos escuros sentado ao lado de Cayena.

    — … saudações, Duque Kedrey.

    Ethel franziu a testa.

    Ele odiava admitir, mas os dois sentados lado a lado pareciam combinar bem.

    “… onde devo sentar?”

    Cayena percebeu a reflexão de Ethel e se aproximou de Raphael, abrindo espaço ao seu lado.

    Por causa disso, todo o corpo de Raphael se assustou. Ele quase passou o braço em volta da cintura de Cayena quando ela de repente se aproximou dele.

    Raphael suspirou interiormente, segurando sua mão para que os outros não notassem. Ele teve que se controlar.

    Cayena, que não tinha notado o estado de Raphael, chamou Ethel.

    — Venha aqui e sente-se.

    Ethel vacilou e foi para o lado de Cayena.

    O povo do condado de Hamel olhou para a cena com a boca aberta.

    Jonathan, em particular, parecia o mais chocado.

    Catherine também mostrou uma expressão de surpresa porque os dois irmãos pareciam ser mais afetuosos do que ela pensava.

    Cayena puxou Ethel gentilmente para se sentar ao lado dela.

    — Como você tem estado?

    Ethel olhou para Cayena e respondeu com dificuldade.

    — … bem.

    Cayena inspecionou o uniforme de Ethel.

    Havia algumas rugas da vida cotidiana, mas, felizmente, não havia vestígios de Ethel se metendo em brigas.

    Ethel, hesitante, reuniu coragem e perguntou: — Como vai… vossa Alteza?

    Ele pensou que poderia confortavelmente chamar Cayena de“Irmã” assim que a visse novamente, mas aquele epíteto afetuoso não saiu de seus lábios, como se tivesse sido colado dentro de sua boca.

    Cayena pareceu notar a hesitação de Ethel e acariciou seus cabelos prateados com um sorriso pensativo.

    — Sua irmã mais velha está bem.

    Ao ouvir a palavra irmã, Ethel arregalou os olhos e a encarou.

    Estava certo chamá-la assim?

    No entanto, os outros na sala reagiram fortemente ao título íntimo. Ou melhor, eles sentiram que as coisas eram incomuns há algum tempo.

    Ethel olhou para o rosto severo de Jonathan e perguntou a Cayena,

    — Posso chamá-la de“Irmã”?

    Cayena respondeu imediatamente, como se fosse óbvio.

    — Todos aqui são parte da minha família. Claro que você deve me chamar de“irmã”.

    Cayena acrescentou como uma reflexão tardia, — Claro, o Duque Raphael não é da família. Mas ele foi nossa testemunha na academia, não foi?

    — … sim, irmã.

    Jonathan, que estava ouvindo Cayena em silêncio, acenou com a cabeça e caiu na gargalhada exagerada.

    — Sim! Esta é a sua casa e a de sua mãe agora, então não precisa ficar desconfortável, Ethel! — Jonathan foi extremamente transparente. Cayena tomou um gole de chá sem acrescentar nada às palavras dele.

    Ela estava pensando em lidar com o problema do condado de Hamel, além de pedir a Catherine para ser sua acompanhante hoje.

    Especificamente, a questão da sucessão da família.

    — A propósito, a saúde do avô piorou ainda mais?

    O conde Hamel tinha mais de oitenta anos. Nesse período, foi uma vida bastante longa. Assim, Jonathan não foi capaz de herdar o título da família, apesar de ser de meia-idade.

    — Bem, ele está bastante envelhecido. Na verdade, tenho cuidado dos assuntos de família, — disse Jonathan, mencionando sutilmente suas contribuições.

    Cayena fez uma expressão entristecida. 

    — Se for assim, então você precisa assumir o controle. Tio, você precisa assumir os fardos do avô para que ele possa descansar confortavelmente.

    Jonathan rapidamente apagou o sorriso que se formou nos cantos de sua boca.

    Cayena estava apoiando a ascensão de Jonathan.

    — Desejo que o conde se retire em paz.

    — Se os vassalos também cuidam da saúde do Conde Hamel, eles concordarão que você deve cuidar da família.

    Jonathan baixou a cabeça profundamente. 

    — Não tenho mais escrúpulos, pois Vossa Alteza reconheceu que estou agindo com sinceridade pela família.

    Cayena sorriu brilhantemente. 

    — Somos uma família, afinal. — Dizendo isso, ela segurou Ethel perto dela e acariciou sua cabeça. 

    — Por favor, cuide bem do meu irmãozinho fofo também.

    — Claro.

    Ethel continuou a receber tapinhas de Cayena enquanto seu rosto ficava vermelho.

    — Oh, Ethel. Você aprendeu a andar a cavalo?

    — Aprendi um pouco na escola…

    — Você tem um cavalo?

    — Não.

    Jonathan, parecendo envergonhado, interrompeu.

    — Lady Catherine e Ethel acabaram de se juntar à nossa família, então ainda não fui capaz de cuidar disso.

    — Quero dar um cavalo de presente a Ethel, então, por favor, incentive-o a praticar diligentemente enquanto estiver aqui. É uma necessidade para um jovem de família de prestígio, não é?

    — Eu vou ter certeza de fazer isso.

    Ethel ficou fascinado como Cayena prendeu Jonathan com cada palavra. Foi ainda mais incrível porque seu tom não soou forte.

    Então, Catherine disse,

    — Ethel, você precisa agradecer a ela.

    — Obrigado… irmã.

    Quando Ethel, constrangido, a chamou de irmã, Cayena deu um grande sorriso.

    Era fofo como o adolescente tímido laconicamente falava com ela.

    Cayena se recostou com um sorriso, esbarrando em Raphael. Raphael apoiou Cayena, segurando levemente seu ombro.

    — Oh, me desculpe.

    — Está bem.

    Ele deveria ter se mudado para o sofá. Isso foi o que Cayena comunicou com sua expressão, mas Raphael ainda não se mexeu.

    Ela suspirou um pouco e perguntou:

    — A propósito, duque, você não disse que veio aqui para ver Ethel?

    Apesar da pergunta repentina, Raphael não foi pego desprevenido. Em vez disso, como se estivesse esperando, ele disse: — Sim. Na verdade, estava pensando em dar um presente para Ethel.

    Raphael chamou sua comitiva, que avançou com uma caixa.

    Era uma espada excelente, leve o suficiente para que até mesmo um menino como Ethel pudesse empunhá-la. Os olhos de Ethel brilharam ao ver a espada.

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