Extra 02
Bayel se contorce e cai na cama, depois faz com que Raphael deite magicamente.
— Coitado!
— …!
Raphael se assusta e tenta se levantar, mas algo o está segurando, então ele não consegue se mover como quer. Bayel se aproxima da cama de Raphael e põe as patas na testa dele.
— As marcas de poder mágico ainda estão no corpo. É como um sintoma temporário causado por ele. Se tentar lembrar suas memórias, logo vai se recuperar.
— … Você é mesmo um mago? — Bayel pergunta diretamente.
— Então, eu sou um falso mago?
Cayena nega com a cabeça, pega Bayel rapidamente e o segura nos braços. Ela pensou que poderia ser prejudicial para a estabilidade física e mental de Raphael.
“Ok”.
Ao olhá-los, Raphael de repente se sente estranho. Mais precisamente, se sente traído. Foi quando decidiu que queria afastar imediatamente aquele gato da Princesa.
Swish.
— … Raphael?
Ele achou que tinha apenas pensado nisso. Mas não foi só um pensamento. Raphael encontra sua mão sobre o gato. Seus olhos e os do gato se encontram.
— Você quer voltar?
— …
Por que estou fazendo isso?
— Sua Majestade, o Grande Duque!
Jeremy mencionou um título desconhecido.
— Eu já ouvi a história.
Jeremy evitou mencionar a perda de memória para não ter que dizer.
— Vamos para sua casa.
— … Tudo bem.
Raphael só informou sua condição para seus colaboradores mais próximos e admitiu que algo estava errado com o mundo lá fora. Antes de sair do Palácio Imperial, olhou para trás. Cayena, parada a certa distância, sorriu enquanto fazia contato visual. Era um sorriso como se tentasse acalmá-lo. Estranho, já que ela não tem um jeito tão afetuoso.
Ele entrou na carruagem e foi para a residência do ducado. Não, agora é um Grande Duque. Raphael suspirou profundamente. Tudo isso estava sendo muito estressante para ele. Nada batia com o que ele sabia.
No caminho de volta, Jeremy apenas recapitulou os grandes eventos que preencheriam os seis anos de lacuna.
— Esteban está morto?
— Sim.
Seis anos separam minhas memórias do presente. Seis anos é muito tempo, mas será que tudo poderia ter mudado tanto assim?
O Imperador Esteban morreu e o Príncipe Rezef foi exilado. O Grande Duque Heinrich foi executado pelo Santo Julgamento. Seus pais se divorciaram e seu pai morreu pelas mãos de Rezef.
— O Príncipe Rezef era filho ilegítimo de Sua Majestade…
Algumas lembranças giravam vertiginosamente em sua mente. Uma cena em que se envolveu com ele e levantou o punho no Palácio Imperial. Rezef disparando uma arma contra Leo Francis. Ele fechou os olhos com força.
— Você está bem?
— …sim, continue — Jeremy disse novamente.
— Cayena se tornou a governante do império. O que é ainda mais incrível é que o tempo em que ela reinou foi o apogeu do império. Além disso, ela era uma Grande Duquesa.
— …
— É mantido em segredo do público, mas Sua Majestade planeja passar o título de imperador imediatamente após a cerimônia de maioridade do Imperador Ethel.
— Então ele vai se casar comigo?
Este fato foi o menos incrível. Cayena e eu vamos nos casar, sua cabeça começou a latejar novamente.
Cheguei ao Grande Ducado. Felizmente, sua residência não mudou muito em sua memória. Ele entrou em seu quarto. Mas havia algo estranho lá dentro, não do lado de fora. As roupas e acessórios não tinham as cores que costumava usar. Estava cheio de bugigangas com pedras preciosas azuis ou amarelas e camisas brilhantes.
— Não aguento.
Provavelmente não escolhi isso. Raphael pegou um terno preto enterrado no canto e o vestiu.
— Oh, me diga — Baston se apressou em se aproximar.
— Sim.
Raphael voltou ao seu eu original. Isso porque ele estava extremamente relutante em contatar alguém. Baston coçou o pescoço ao se lembrar de que seu dono só tinha suas memórias até os vinte anos. A reação estranhamente mexeu com os nervos de Raphael.
— O que foi?
— Ah, nada. Era um pouco estranho ver o velho mestre.
— Você está falando besteiras.
— Sim, estou.
Raphael suspirou e ficou em frente ao espelho. O homem refletido no espelho certamente era ele, mas não era familiar. Um rosto com traços mais duros, uma expressão um pouco mais suave do que se lembrava e uma cicatriz nas costas que desapareceu.
Durante a guerra com os bárbaros, foi atingido por uma farpa nas costas e teve uma longa ferida aberta. Por ser uma cicatriz muito profunda, a ferida que ele pensou que nunca desapareceria simplesmente não estava lá. Raphael se lembrou de que Cayena era uma feiticeira.
— O que ela fez?
— A Princesa…
Raphael fez uma pausa, fechou os olhos por um momento e depois os abriu.
— É verdade que Sua Majestade realmente me prometeu um futuro? Não há razões políticas? — então Baston se assustou.
— Nunca ouvi falar sobre a perda parcial de memória até agora, mas não se comporte como está se sentindo agora. Claro, Sua Majestade é quem considerará completamente a condição do meu mestre neste momento, mas derramará lágrimas quando você recuperar a memória!
— Derramarei lágrimas?
Quando Raphael perguntou novamente com uma expressão desagradável, Baston parecia nervoso. Oh, este mestre não deveria cometer um erro real!
— Vou apoiá-lo. Nunca faça nada do qual se arrependa quando recuperar a memória. Concorda?
— …
Não respondeu, apenas olhou Baston em silêncio e disse:
— Não sei. Aliás, Baston, você está bem velho.
— Você é velho! Se sair, consegue ouvir o barulho lá fora!
— Hmm.
Raphael fingiu não ouvir e até vestiu uma camisa. Baston sorriu, pensando que havia sido único e corajoso como sempre. Então, de repente, teve muitas preocupações reais.
— Ah, então, o que acontece com a cerimônia de premiação da AA? Decidiram não realizar a cerimônia em grande escala, mas todas as pessoas principais comparecerão…
Raphael foi nomeado Grande Duque, mas não houve publicidade. Desta vez, haveria uma cerimônia quando ele descesse para a capital, mas isso seria em quatro meses.
— Não acho que seja uma pessoa especialmente falante, mesmo quando tinha seis anos.
Baston concordou com as palavras dele.
— Claro, ele nunca inicia conversas com ninguém. Oh, exceto pelo Conde Bayel Kronos.
— Bayel Kronos?
— Sim, é o melhor amigo de Sua Majestade. Você não se lembra porque era um amigo próximo há três anos.
— Bayel…
Raphael achou o nome familiar, então associou ao gato. O nome do gato era Bayel.
— Não é um gato…?
Ser amigo dos gatos foi um pouco inesperado, mas ele disse que era. Depois de um tempo, um servo chegou ao seu quarto. Baston conversou com o servo, assentiu e informou a Raphael.
— Dizem que o Senhor Valdemar chegou à mansão.
Decidiu manter o congressista Valdemar na mansão até que estivesse completamente curado. Logo Valdemar visitou o quarto de Raphael. Valdemar reexaminou sua condição e disse.
— Você não precisa ficar em casa, precisa ir aos lugares que costumava frequentar. Assim, as memórias voltarão rapidamente — Baston acrescentou.
— Então, não há lugar como o Palácio Imperial.
Raphael fez uma observação. Isso não significa que ele terá que ver Cayena?
— … Tudo bem, saia e vá.
Raphael emitiu uma ordem e ficou sozinho em seu quarto.
— Estou com amnésia.
Raphael suspirou, dirigiu-se à cama e parou. Outra lembrança estranha veio à mente. Um aroma suave, uma textura de pele suave e uma sensação estranha vieram à mente ao mesmo tempo.
— … Cayena.
Ele franziu a testa.
“Você está louco, deve estar louco. Misturou seu corpo com o dela.”
Raphael enxugou o rosto com as mãos e lavou o rosto seco. Parecia que sua garganta estava queimando. Em primeiro lugar, você não pode ter um contato tão profundo com alguém. Mas o que são essas lembranças?
Raphael lutou para esquecer como se sentiu bem quando segurou o rosto dela.
— Oh…
As mudanças que eram difíceis de lidar intensificaram sua dor de cabeça. Ao mesmo tempo que uma forte dor de cabeça, ele teve um pensamento.
“Que tipo de pessoa é o eu de vinte e seis anos?”
A verdade é que era uma pessoa muito difícil de imaginar por si só.
Raphael se deitou na cama. Estranhamente, parecia que podia sentir um cheiro ali. Parecia que deveria haver alguém ao seu lado.
Sua visão escureceu.
Conforme o sol surgia lentamente, ele se sentiu sensível à luz que filtrava. Raphael se levantou abruptamente de sua cadeira. Olhou ao redor, pensando que teve um sonho muito estranho.
— …
Mas seu quarto era exatamente como tinha visto ontem. Raphael resignou-se e aceitou o fato de que na verdade não tinha vinte anos, mas havia perdido seis anos de memória.
Baston veio ao quarto para ajudar.
— Mestre, sou Baston.
— Adiante.
Tentou trocar de roupa por conta própria e permitiu que Baston o ajudasse. Isso também é algo com o qual ele terá que se acostumar. Baston tirou uma camisa brilhante que Raphael mal usava e a combinou com abotoaduras de topázio amarelo.
— … Por que não é um traje de treino, mas um traje de sair?
Normalmente, ele fazia seu treino matinal. No entanto, a roupa que ele estava usando agora era claramente para sair, não importa como olhasse.
— Sua Majestade está de férias agora. Ele vinha para a capital todos os invernos e passava cerca de um mês com Sua Majestade.
Era mais uma história sobre Cayena.
Raphael o viu com um olhar de perplexidade.
— Lembro-me claramente de você dizendo que Sua Majestade é incomum.
— Ah, de onde você tirou essa história? Ninguém é tão bom quanto o nosso Majestade o Imperador! — Raphael balançou a cabeça.
— Então, o que isso tem a ver com o que estou usando agora?
— Você precisa ir ao Palácio Imperial!
Ele pensou que isso seria dito, mas não resistiu. Raphael preferiu não responder, trocou de roupa e se preparou para sair. É um lugar para passear. Ele cavalgaria em vez de usar uma carruagem.
Se é um lugar com o qual está familiarizado, haveria mais do que o Palácio Imperial. Por exemplo, a Academia Real ou a Biblioteca Real. Raphael foi para lá em vez do Palácio Imperial. Bom. Definitivamente pensei que estava indo para a Academia Real…
— Saudações ao Grande Duque Sua Majestade. Foi dito a Sua Majestade que o Grande Duque havia chegado. Por favor, aguarde um momento.
Por que você veio ao Palácio Imperial? Raphael se despertou e perguntou ao assistente.
— Não. Eu só vou voltar…
— Raphael!
Cayena abriu a porta ela mesma e apareceu antes que todas as palavras pudessem continuar. O suave aroma que ele sentiu como um devaneio em seu quarto ontem o atingiu. Ele estremeceu. Quase abraçou Cayena quando ela se aproximou dele sem perceber. Estranhamente, a mulher à sua frente parecia tão bonita.
— Deve ser loucura — Raphael olhou para Cayena se aproximando, rígido.
— Você está bem?
Cayena tinha um olhar cheio de expectativa. Raphael ficou em silêncio assim que viu sua expressão. Seu coração batia rapidamente.
Ela provavelmente espera que sua memória tenha retornado, certo?
Do ponto de vista dela, tal expectativa era natural. Claro… Ele estava tão incomodado que não sabia por quê. Agora essa mulher está apaixonada pelo Raphael de 26 anos. Não pelo Raphael de 20 anos.
Parece que tem recebido atenção dele há muito tempo, de um jeito muito irritante. Foi um interesse não desejado. Se for esse o caso, seria normal se sentir assim mesmo agora.
O sorriso gradualmente desapareceu do rosto de Cayena. Ainda assim, o sorriso persistia. No entanto, havia um olhar amargo.
— Vamos, Grande Duque Kedrey.
Não era um apelido ou um nome. Raphael sentiu uma sensação de êxtase por um momento. Parece que ela mantém essa distância comigo.
“…Isso não é a primeira vez que acontece?”
Primeiro, ele fez uma reverência para Cayena.
— Saudações a Sua Majestade, o Imperador.
Cayena acenou com a cabeça e deu um passo para longe de Raphael. Ela manteve a distância apropriada. As sobrancelhas de Raphael se arquearam para cima.
— Adiante.
Ele seguiu sem problemas Cayena até seu escritório privado. Cayena disse a Annie:
— Pode preparar um pouco de chá?
— Claro, Sua Majestade.
Só restaram duas pessoas no escritório. Cayena olhou para ele com ansiedade.
— Como está o seu corpo?
— Está bem.
Um silêncio estranhamente desconfortável tomou conta do quarto. Cayena sabia como Raphael de 20 anos pensaria dela. Naquele momento, Cayena era muito tola e arrogante. Não hesitou em ser rude com Raphael. Mais uma vez, manteve uma sensação de distância em relação a ele.
— Não foi um pouco louco ontem? Eu deveria ter explicado isso e aquilo para você.
Raphael se perguntou por que ontem não fez as perguntas.
— Mas Sua Majestade é um mago? — Cayena assentiu.
— Sim, eu o despertei de repente. Antes disso, eu fiz um contrato com Bayel e trabalhei como assistente de contratos.
Ao ouvir isso, outro recém-lembrou surgiu na mente de Raphael. O local era uma área de caça, e a cena em que Cayena estava usando magia aconteceu.
— Entendi.
Ele percebeu que já sabia que Cayena era uma feiticeira. Cayena riu um pouco de Raphael, que estava muito desconfortável com essa situação. Certo. A visitei pela primeira vez quando tinha 23 anos. Também não foi em minha primeira vida, mas nesta.
— Na verdade, eu nunca pensei que você me visitaria. Não nos dávamos bem quando você tinha 20 anos — Raphael não gostou disso. Então ele refutou.
— Nunca senti que tivemos uma má relação.
Cayena pareceu um pouco surpresa com sua refutação. Raphael viu a expressão e se arrependeu.
— Eu disse isso de forma rude. Por favor, desculpe minha falta de educação.
— Não. Não é por isso… — Cayena riu levemente.
— É apenas porque tenho um pouco de sorte. Pensei que você deve ter me detestado muito.
— Por que você pensa isso?
— Isso é porque você fez tantas coisas que não gostava.
Raphael fechou os lábios por um momento. Ele teve uma ideia.
— Eu disse a Sua Majestade que me sinto desconfortável com relações humanas?
— Não, não é isso. Só sabia disso, então tentei ser cuidadosa.
Raphael estava convencido de que enganá-la era inútil. Cayena descobriu que ele odiava o contato com alguém e o manteve a uma distância razoável.
Mesmo agora, em um passado que não sabia quando. Ele olhou para a própria mão e disse impulsivamente algo que nunca teria dito.
— Não foi ruim.
Quando Cayena inclinou a cabeça, Raphael respondeu com mais clareza.
— Não foi nada ruim para mim que você me tocasse.
Isso foi certamente inesperado. Cayena não disse nada por um momento, piscou lentamente e então mordeu o lábio.
— Então, posso te tocar?
Foi um pedido realmente estranho. Mas Raphael respondeu imediatamente, como se estivesse obcecado por algo.
— Sim. Por favor.
Cayena o abraçou como se a ansiedade que ela havia suportado o tempo todo estivesse explodindo. O cheiro que fazia cócegas no fundo do nariz o envolveu muito mais profundamente. Foi uma sensação de êxtase da qual ele nem sequer conseguia acordar. Raphael conheceu Cayena quase instintivamente. O abraço apertado, como se tentasse envolvê-la em seus braços, e ele enterrou a cabeça em seu pescoço.
Essa é a textura. Curiosamente, ele pensou em como evocar uma reação natural de Cayena. Raphael a mordeu ao redor do pescoço. Então Cayena se estremeceu. A reação chegou. Quando Raphael confirmou isso, sentiu um desejo franco. Tudo nela era muito viciante. Ele queria agir de acordo com seus instintos.
Mas Raphael mal teve paciência. Mesmo que eles tivessem prometido se casar, é uma promessa que ele não se lembra. Agora ela é uma estranha para ele, ele se perguntou se quando as memórias voltarem, ele não poderá abraçá-la simplesmente por desejo. Raphael soltou Cayena. Cayena riu um pouco absurdamente.
— Você é muito racional.
Ela disse isso e beijou Raphael na bochecha.
— …!
Raphael ficou surpreso e envolveu as mãos em suas próprias bochechas. Quando Cayena o viu, ela riu.
— Essa é uma reação tão ingênua. Aos 20 anos é quando se atinge a idade adulta. Isso é natural?
Cayena sentou-se ao lado dele de maneira mais descarada. Raphael não pôde fazer nada e agiu com mais cautela.
Toc Toc .
Então ouviram uma batida e a criada entrou. Annie riu ao vê-los de maneira estranhamente amistosa.
— Este é o chá que o Grande Duque vai tomar — Raphael olhou surpreso para Annie.
— Por que estão servindo chá separadamente?
Cayena explicou o motivo.
— Este é o nosso chá preto. É do seu agrado.
— É do meu agrado.
Raphael franziu levemente o cenho. O que aconteceu nos últimos seis anos? Até agora, não tive nada a ver com minhas preferências. Ele estava um pouco desconfiado, mas pegou profundamente uma xícara de chá preto. Primeiro, o aroma estava bom. Deu um gole, e o sabor estava bom para sua boca.
— Está bom?
— … Sim.
Diante da pergunta de Cayena, Raphael foi obrigado a concordar. Naquele momento, outra lembrança surgiu. Era uma cena em que Cayena servia chá em um dia de primavera ainda frio. Naquele momento, ele parecia estar observando a Princesa. Não, estava pensando de forma estranha. Semelhante ao agora.
— Você já me serviu este chá antes?
— Sim.
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