História Secundaria 2 - Capítulo 04
— Sua Majestade, posso me levantar por um minuto?
Raphael acenou com a cabeça sem desviar o olhar dos papéis. Então, num momento, percebeu que o interior do escritório estava escuro e ergueu os olhos.
Cayena estava escurecendo o interior do escritório.
— O que você está fazendo?
— Porque logo será a hora de comer — Raphael olhou para o relógio.
Cinco minutos depois, como ela disse, chegou a hora de ele se deitar no sofá do escritório e fechar os olhos.
“… Agora que penso nisso, estou muito sonolento” — não pude dormir nem suspirar a noite passada.
Ele se dirigiu ao sofá para dormir pelo menos algumas horas, como de costume. No entanto, Cayena o seguiu. Ela deitou no sofá por um longo tempo sem sequer lhe dizer para sair.
Cayena estava ao seu lado.
— Sua Majestade, posso me sentar ao seu lado?
O sofá era longo e largo para coincidir com a altura e o tamanho de Raphael. Se ele se deitasse de costas, haveria espaço suficiente para alguém se sentar. Mas, por que usariam o mesmo sofá se não fossem amantes?
Raphael parecia ter perdido as palavras por um momento, mas querendo chegar ao fim, cedeu-lhe o lugar para sentar.
— Sente-se.
Cayena sentou-se até a altura da cintura dele. Então, com as mãos abertas, estendeu a mão.
— Você poderia me dar sua mão direita, por favor?
— … O que?
— Que pedido absurdo é esse?
Disse Cayena:
— Hoje você segurou a caneta por muito tempo. Eu quero massagear sua mão.
Raphael olhou para Cayena em silêncio, então colocou sua mão direita sobre a mão dela. Cayena começou a massagear com força. No entanto, o esforço não foi grande, já que a pressão não era forte.
— Não está doendo?
Não poderia doer tanto. Raphael, ao invés de reclamar que era muito fraco para qualquer coisa, disse:
— Está bom assim.
Cayena riu um pouco, como se tivesse sorte. Parecia bastante feliz.
“De qualquer forma, é incomum”.
Suas mãos não estavam frias, mas ele estava confortável por não se sentir estranhamente distraído com Cayena.
Assim, suas pálpebras ficaram mais pesadas.
— Agora está feito.
Saiu uma voz sonolenta.
Inconscientemente, segurou a mão dela e a retirou para que Cayena parasse a massagem. E adormeceu como estava. Cayena estava tentando puxar a mão de volta, mas ele já estava quase dormindo e ela ficou quieta com medo de acordá-lo.
“Espero que você não tenha pesadelos”.
Ele não estava feliz porque sabia que tipo de sonho ele teria.
“Mas acho que estou bem ao ver seu rosto relaxado”.
— …Haa.
Bocejou por um bom tempo e lágrimas se formaram ao redor dos olhos com a outra mão livre.
“Costumava ficar um pouco sobrecarregado estes dias”.
Quando tentava ser reconhecida por Raphael e se tornar uma verdadeira ajudante, faltava-lhe sono.
Ela se sentia ainda mais sonolenta quando via um leão barulhento, que a deixava nervosa, relaxando completamente e adormecendo com uma expressão tranquila.
— Se eu olhar assim, é apenas a minha aparência favorita.
Como seria bonito se ela sorrisse com essa aparência tão serena? Cayena assentiu sem pensar em mais nada.
“Espero poder descansar um pouco”.
Seu olhar se fixou no amplo e macio sofá onde estava sentada. O sofá era largo, e mesmo se ela se deitasse no final por um tempo, ele parecia que ele não sentiria nenhum incômodo.
Cayena se deitou com a mão segura. Ela pensou em tirar um cochilo desse jeito por um segundo e então se levantar de novo.
Definitivamente pensou…
— …
Adormeceu como estava.
Raphael acordou sentindo algo em seus braços.
Assim que abriu os olhos, seu campo de visão captou cabelos dourados, aos quais estava acostumado. Quando abaixou a cabeça, viu Cayena dormindo com o braço em volta dele. Murmurou, achando que ultimamente se sentia estúpido com bastante frequência.
— É realmente ridículo…
Mesmo assim, não acordou Cayena.
Sou muito consciente de que Cayena tem estado fazendo demais ultimamente para que se sinta confortável. Embora não tenha te dito.
“Mas vou te dar um pouco de descanso”.
Quando ele corrigiu sua postura, percebeu mais tarde que estava segurando a mão de Cayena. Ele não podia retirar a mão caso ela acordasse e parecia estar dormindo.
— Mmm.
Bom, isso é algo único. Na verdade, para ser honesto, foi muito conveniente que Cayena ficasse com ele e cuidasse do que ele precisava, assim como a pessoa que entrava e saía de sua cabeça.
Ele notou que não estava incomodado, mas até comeu e nem sequer disse a hora de fechar os olhos.
Houve outra grande mudança.
“Não tive pesadelos nos últimos dias”.
Era o mesmo que ainda não conseguir dormir à noite. Mesmo se ele esquecesse de dormir, ele tinha pesadelos sem falhar.
Só não teve pesadelos quando fechou os olhos por um tempo em seu escritório. Foi uma mudança que aconteceu quando ele começou a se sentir mais confortável com Cayena.
Isso? De alguma forma, ele gradualmente parou de dizer “Vá embora”. Seja lá o que fosse, isso o deixou sozinho. Cayena estava disposta a vê-lo, não tinha medo algum. Ele achou que o comportamento espontâneo funcionara muito bem para Jeremy.
“Eu me acostumei a ter alguém ao meu lado? Eu?”
Poderia ser? Não era como se ele estivesse de mau humor por não ter alguém ao seu lado. Na verdade, ele se sentiu sufocado e suas náuseas aumentaram. Quando era jovem, a Rainha o enviou deliberadamente para o campo de batalha para que seus defeitos não fossem notados.
Agora, ele poderia tolerar isso sem se gabar, mas os sintomas não desapareceram. Mas por que Cayena…?
Cayena, que estava de costas para Raphael, virou-se e o abraçou. Em uma situação repentina, ele esqueceu completamente o que acabara de pensar. Cayena se virou e tentou se agarrar ainda mais aos braços de Raphael, onde sentiu o calor.
Ainda é primavera, então por que você está com frio?
Raphael não estava com muito frio, então não havia manta em seu escritório. Cayena abraçou a cintura de Raphael. Ela até esfregou o rosto para ver se o calor de seu corpo era agradável.
Susto.
Raphael parou de respirar sem perceber. Ela, que parecia menor do que seu corpo, devido à atmosfera, parecia estranhamente mais desconhecida do que seu estado físico.
Sim, quem não ficaria pequeno em seus enormes braços desnudos, coberto por alguém de 188cm de altura.
Ele moveu os braços lentamente e de forma natural para abraçar Cayena. Havia uma razão para adotar essa postura confortável e também a ansiedade de que ela pudesse ficar resfriada.
Foi apenas isso, mas ele não sabia por que se sentia tão estranho.
“Será a primeira vez que abraço uma mulher assim…?”
— Mmm…
Naquele momento, ele se perguntou se Cayena estava tentando acordar. Raphael ficou um pouco sombrio e rapidamente fechou os olhos, fingindo estar dormindo.
Cayena abriu os olhos e ficou surpresa.
— Haaa!
“Acho que estou louca!”
Ela tentou se levantar e conseguiu parar de fingir.
“Ele ainda está dormindo?”
Ela ergueu a cabeça com cuidado e viu o rosto de Raphael com os olhos completamente fechados.
“Bem, mas Sua Majestade está me abraçando, então se eu me mover, ele definitivamente vai acordar… O que devo fazer?”
Ela não podia fazer isso ou aquilo, e Cayena estava agitada com uma expressão envergonhada.
“Se eu me mover suavemente para baixo e sair…”
Nesse momento, Raphael, que não podia suportar as contínuas cócegas de Cayena em seus braços, abriu os olhos.
— Princesa.
— … Ah!
Cayena gritou um pouco menos elegantemente, então acalmou sua voz.
— Sim, Sua Majestade.
Os olhos dos dois se encontraram a uma distância muito estranha. Cayena olhou para ele e Raphael olhou para ela. Era uma situação que parecia a qualquer um como a de amantes amigáveis.
No entanto, ao contrário da aparência, essa situação não era particularmente agradável. Raphael pensou nisso e abriu a boca com expressão séria.
— Explique o que é isso.
Não havia nada para explicar, mas ele pediu tanto para tornar deliberadamente difícil para Cayena. Curiosamente, ao vê-la envergonhada, era porque seu coração sombrio estava batendo. Embora ele mesmo negasse que nunca fosse assim.
Como esperado, diante de sua pergunta, Cayena ficou ainda mais vermelha.
Com seu rosto branco e limpo, ela parecia fresca como se estivesse tingida de flores. Ele queria ver aquela bochecha, mesmo que a tocasse com o dedo e gentilmente a acariciasse, tanto quanto pudesse pensar.
— Bem, ele descansou a cabeça no sofá por um tempo… me desculpe.
Cayena se desculpou com uma expressão indecisa e desistiu. Qual poderia ser a desculpa para essa situação?
— Nunca fiz isso com intenções impuras em relação a Sua Maj
estade. É minha culpa.
Os olhos de Raphael se estreitaram. Ele sabia muito bem que ela não tinha intenções impuras, é claro que teria sido um erro.
Mas ele não gostou.
Embora o caráter de Raphael fosse muito sombrio, sua aparência era muito fascinante.
Portanto, não havia uma ou duas mulheres se aproximando dele para mostrar seu apelo sexual. Mesmo que não houvesse tal intenção, não havia mulher que não tremesse olhando para Raphael.
Isso significava que Cayena era a única mulher que deixava pouco espaço, se agarrava firmemente por um erro e até se queixava tentando se soltar de seus braços.
Como se ele não se sentisse homem de jeito nenhum, era tão simples quanto se fosse o trabalho de qualquer outra pessoa. Ela estava penetrando em sua vida mais agressivamente do que qualquer outra pessoa.
— Aliás, Sua Majestade, posso soltar meu braço? Não consigo me levantar.
Seus braços eram de um homem, mas eram firmes, sem movimentos sutis, como se fossem pedra ou mesmo atrás de Cayena.
— Ah.
Raphael percebeu tardiamente que estava dando cada vez mais força ao braço que a segurava sem que ele percebesse.
“Por que fiz isso?”
Ele continuou abraçando-a como se tivesse escrito algo por um tempo. Estava olhando para Cayena, que ainda estava reclamando e fazendo expressões preocupadas consigo mesma.
Raphael estava de um humor estranho e soltou os braços ao redor da cintura dela.
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