História Secundaria 2 - Capítulo 09
Se podia ouvir o canto dos pássaros. Cayena prendeu a respiração por um momento e se perdeu em seus pensamentos. Primeiro, por que estava ali?
Ainda estava sonhando. Isso não parece real? Parece que já está amanhecendo?
O sol já está entrando pela janela e se ouve o canto dos pássaros. Por último, por que a paisagem à sua frente é assim? Isso não parece ser o seu quarto?
“Adormeci”.
Tentei manter-me acordada, mas acabei adormecendo.
Seus olhos trêmulos se abriram lentamente. Podia ver a mandíbula forte, lábios suaves, nariz reto e cílios longos que projetavam sombras profundas, além de sobrancelhas tão bonitas que se viam através da franja fofa.
Raphael estava dormindo com ela em seus braços.
Cayena parecia ter soluços de vergonha, estava louca. Por que eu adormeci nos braços de Sua Majestade novamente? Não pode ser, será que tinha o hábito de dormir que não conhecia? Alguma vez tive o ridículo hábito de dormir nos braços de alguém enquanto estava adormecida? Cayena estava com o rosto vermelho.
O calor de suas mãos e braços envolvendo o torso musculoso era tão intenso que todo o seu corpo estava quente.
Desde o seu nascimento até agora, nesta sua terceira vida, nunca havia visto um corpo tão perfeito. Esse corpo robusto que tem algumas feridas, mas tem um grande charme selvagem.
— Você está interessada no meu corpo.
— Eu?
Cayena quase mordeu a língua.
— Como, como se sente Sua Majestade?
Começou a gaguejar como uma boba, fez isso enquanto observava Sua Majestade, era um grande pecado que havia cometido, seu corpo começou a ficar rígido. Quando levantou os olhos, aqueles olhos vermelhos como joias sorriam para ela.
— Dormiu bem?
Não podia responder mesmo que tivesse dez bocas, não sabia o que dizer.
“Sim, dormi bem. Não posso dizer isso a ele?”
Cayena se sentia tão culpada, não haveria maneira de pagar por seu crime.
Raphael sorriu.
— Compartilhar a cama com o Imperador não é um pecado mortal, mas é constrangedor, não é a primeira vez.
A última vez que Cayena dormiu com ele foi juntos no sofá, não tinha mais nada a dizer. Tentava ter Raphael como aliado, mas de alguma forma se tornou uma mulher que tenta seduzir Sua Majestade.
— Estou… muito envergonhada.
Cayena tentou se levantar, mas nem sequer conseguiu se mover, era porque Raphael ainda a segurava.
— Sua Majestade, eu vou me levantar, mas preciso que mova seu braço…
— Ahhh.
Prendeu Cayena em seus braços quando ela estava prestes a se levantar e disse de maneira descuidada.
— Se sair agora, pode ser mal interpretada.
Já o sol havia nascido completamente, devia haver muitas pessoas nos corredores, essa é a hora em que o Palácio é mais movimentado. Jeremy logo viria com roupas para se preparar e água para lavar.
Isso é um grande problema. Mas se disser que você veio aqui para me servir…
— Agora você entende.
Diante das palavras ditas, Cayena verificou suas roupas, estava com o cabelo solto e apenas um pijama fino.
— …
— Onde está o meu vestido?
Não fazia sentido mudar de roupa enquanto dormia, então alguém o fez…
“Quem diabos?”
O olhar confuso de Cayena se voltou para Raphael.
Raphael deu uma olhada suspeita, pegando Cayena pelas costas e a colocando em seus braços.
— Fique assim por um momento.
“É agradável segurá-la”.
Não era algo que deveria acontecer.
— Sua Majestade, acho que minhas roupas foram trocadas. O que aconteceu?
— O quê?
Raphael sentiu seus sentimentos se descontrolarem quando passou os lábios pela pele dela.
— Não sei.
— Que bobagem é essa?
— Vai me interrogar.
Cayena fechou a boca, se sentindo um pouco intimidada.
— Você teve uma boa noite de sono e não está mais cansada, estava reclamando porque suas roupas estavam desconfortáveis, então pedi a Vera para te trocar.
Não deveria ter perguntado.
Cayena tinha outra pergunta enquanto tentava controlar sua vergonha.
— E? Quer dizer que você me viu dormindo ontem?
— Mas por que não me acordou e até mesmo dormi com você na cama?
— Não queria te acordar.
— Sua Majestade, foi o senhor que me colocou aqui.
O rosto de Raphael, assim como seu pescoço e peito, estava corado. Essa era a verdade, seu coração começou a bater descontroladamente.
Como interpretar essa situação? O que deveria fazer? Cayena piscou impotente, sem saber o que fazer, e seus lábios se moveram.
— …Ha.
Raphael continuou abraçado a ela e começou a fazer cócegas nela, estava ficando louco.
— Se não está tentando me seduzir, gostaria de um pouco de tranquilidade.
— O quê? — Cayena ergueu a cabeça curiosa.
Raphael pensou em beijá-la com os lábios macios e rosados, mas decidiu não fazer isso, sua sede aumentou sem motivo. Passou um polegar pela bochecha de Cayena, perguntando se ela gostaria disso, o toque suave do dedo era fascinante.
Em vez de beijá-la, ele pressionou o dedo e o passou pelos lábios dela.
“Deus, como eu gostaria de beijá-la”.
Suas ações eram suaves, compartilhando um momento com sua amante. Cayena podia sentir a atmosfera estranha, não conseguiu evitar olhar para ele e falar.
— Seu corpo está melhor.
— Sim, estou melhor.
Cayena se contorceu e conseguiu liberar um braço e tocou sua testa, a fe
bre havia ido embora.
— Isso é um alívio.
Raphael pegou a mão dela da testa e a trouxe perto de seus lábios.
“Esta mulher estava realmente determinada a me provocar?”
Ele queria devorar todo o corpo dela e sentir a doçura de sua boca, sentia que Cayena tinha um muro a separando, estava determinado a quebrar esse muro. Raphael apertou a mão dela num repentino ataque de raiva.
— Uhg.
Quando Cayena estremeceu e encolheu os ombros, ele pegou a mão dela e mordeu os dedos.
— Isso dói.
Ela fechou os lábios sem perceber, Raphael permaneceu imóvel. O olhar ardente permanecia fixo em Cayena, que permanecia em silêncio enquanto ele pensava em beijá-la.
Cayena sentiu a temperatura de seu corpo aumentar, havia uma atmosfera estranha entre eles.
Toc, toc.
— Sua Majestade, é o Jeremy.
Jeremy quebrou a atmosfera estranha que havia ali.
Cayena estava tão surpresa que estava prestes a se levantar, mas o braço de Raphael não se moveu, então ela não pôde se levantar.
— Sua Majestade…
— Fique tranquila.
Raphael puxou o lençol e a cobriu completamente, quase tornando Cayena invisível.
— Entre.
Cayena se encolheu nos braços de Raphael, mas deu risadinhas por causa dos movimentos, já que isso a fazia cócegas.
Jeremy ficou perplexo ao entrar no quarto. Sua Majestade ainda não tinha saído da cama?
— …
Quando Cayena ouviu os passos de Jeremy se aproximando, ela se assustou, e as mãos que seguravam a parte superior do corpo apertaram mais seu corpo.
Raphael sentiu ela estremecer, franzindo ligeiramente o cenho disse a Jeremy.
— Não é assim, estou pensando em tirar um dia de folga hoje, não irei para o escritório. Informe-os disso.
— Sim, entendi, descansarei e informarei a todos rapidamente.
Vamos espalhar essa boa notícia entre os nobres!
Era bastante estressante ver quem seria o próximo a perder a cabeça sempre que um decreto chegava. Raphael nem sequer parou de trabalhar desde que foi coroado, estar ao seu lado era como andar sobre gelo fino.
“Hoje todos poderão respirar aliviados.”
Estes dias, o rumor de que Raphael estava mais relaxado teria um efeito ainda mais positivo com a notícia de hoje. Jeremy saiu do quarto com um sorriso e a porta se fechou.
Cayena se contorceu com força e conseguiu tirar a cabeça do lençol.
— Você nunca parou de trabalhar por um único dia, está tudo bem?
Raphael não pôde responder por um momento e olhou fixamente para Cayena sem se mover.
… Isso é loucura.
A aparência dela envolta num lençol branco parecia descuidada, ao contrário da Cayena arrumada e habitual, seu coração batia mais rápido.
Sua mente não estava preparada, ela estava tão bonita e hoje parecia ainda mais bela.
No meio disso tudo, ela estava sem camisa e com o torso nu, enquanto Cayena usava apenas um pijama fino, deixando sua roupa íntima à mostra, ela não tinha nenhuma roupa externa.
“Sou um idiota.”
— O quê?
As finas sobrancelhas de Cayena estavam ligeiramente franzidas. Como se não conseguisse entender suas palavras, ao contrário de seu eu habitual, ela não parecia entender hoje.
“Tenho certeza de que estou enfeitiçado por esta mulher.”
Do jeito que as coisas estavam, ele não poderia aguentar mais. Ele se levantou, soltando os braços que seguravam Cayena com força.
— Não há ninguém aqui agora.
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