Índice de Capítulo

    Cayena se sentiu de uma maneira estranha quando ele a soltou subitamente e saiu da cama. Era uma sensação complexa e desconhecida, diferente de tudo que já tinha experimentado antes.

    — Bem, vou me retirar.

    — Sim.

    Ela saiu do quarto e entrou em seu próprio espaço. Annie, a criada encarregada dela, veio para ajudar.

    — Posso te ajudar a se vestir.

    — Sim, por favor.

    Apesar da situação estranha pela qual passara momentos antes, Cayena ainda tinha que cumprir seus deveres como a dama de companhia pessoal.

    “Tenho que estar mais atenta.”

    “Tenho que controlar minhas emoções e pensar racionalmente. Não se confunda se sentir algo por mim…”

    Cayena mordeu momentaneamente os lábios, estava confusa. O que estava pensando agora? Amor? Annie, enquanto arrumava o vestido, olhou casualmente para o rosto dela e perguntou curiosa.

    — Srta. Cayena, você está doente?

    — O quê?

    — Não, está tudo bem, estou bem.

    Cayena colocou a mão no peito com uma expressão séria, seu coração batia mais rápido que o normal. Era claramente um sinal de que ela estava se apaixonando. Sentiu vergonha, isso não deveria acontecer, não poderia amar Raphael, ele também sentiria algo por ela.

    E se ela se aproximasse, o que aconteceria com seu irmão Rezef, que tinha sangue imperial? Certamente o odiaria, não havia um Imperador que não odiasse um possível rival. Inclusive, na novela estava escrito que ele a odiava; sendo ela alguém com sangue relacionado, nem sequer pôde ser perdoada, isso era ainda mais cruel. Então, com Rezef, seria a mesma coisa.

    “Calma.”

    Cayena tentou acalmar seu coração, silenciosamente e aos poucos esqueceu esses sentimentos, isso seria o melhor.

    Enquanto Cayena acalmava suas emoções e tentava esquecer o que sentia, Raphael decidiu deixar o que estava fazendo e mudar suas atividades para desanuviar a mente.

    — Vou dar um passeio.

    Raphael seguiu por um atalho para um lugar que nunca havia visto antes. Quando entrou nesse caminho, não viu ninguém, onde a vista dos outros não poderia alcançá-lo, sentiu-se muito mais tranquilo.

    — O Imperador não deveria deixar o trabalho de lado para ser um cavalheiro e acompanhar uma dama.

    — Ela é a dama de companhia pessoal de Sua Majestade.

    Cayena recusou, mas ele decidiu acompanhá-la mesmo assim.

    — Pode ser um grande problema.

    — Não, acho que não será.

    — Então espero que possa aproveitar a atenção de Sua Majestade.

    Os rumores que se espalhavam eram ridículos. Sentia-se animado ao estar com Cayena, queria segurar novamente suas mãos, eram tão macias e leves, a qualquer momento poderiam voar como o vento.

    Cayena continuou cumprindo seus deveres, mas estava mantendo distância. Raphael não suportava essa distância, pegou suas mãos; gostaria de mantê-las presas e nunca soltá-las, apesar de ser cuidadoso, ainda estava cheio de ansiedade.

    Raphael deu um olhar furtivo, observando repetidamente o rosto de Cayena, imaginando a expressão que ela teria quando ele soltasse a mão dela.

    — Algum problema?

    — Não, estou bem.

    Cayena tentou manter a calma para não gritar.

    Raphael caminhou pelo jardim um pouco confuso, mantendo as mãos cruzadas, e os corpos foram se aproximando aos poucos. Estavam perto o suficiente para sentir a temperatura corporal um do outro. Havia tensão no ar; se um deles falasse, a doce felicidade poderia ser quebrada; era melhor não falar.

    Esperava que o outro não percebesse essa situação. Assim, esperava que esse momento durasse um pouco mais. Cayena percebeu que o amor não pode morrer facilmente. No entanto, tinha que sufocá-lo e mantê-lo oculto, porque era o melhor a fazer.

    Cayena olhou para o lado e perguntou:

    — Isso é um jardim de rosas?

    O silêncio foi quebrado, mas os dois continuaram ali. Raphael ficou satisfeito com isso e falou com uma voz alegre.

    — Desculpe.

    — Você gosta desse tipo de flores.

    — Sim, gosto de rosas. Os roseirais me parecem muito bonitos?

    Raphael olhou para os roseirais, que ainda não floresciam no início da primavera e nem mostravam brotos das flores.

    “Vou ter que aumentar as rosas.”

    Ele aprendeu, um a um, as coisas que Cayena gostava.

    Um ambiente tranquilo, livros cheios de conhecimento e lanches doces. Podia ver em qual dessas três coisas ela estava interessada.

    — Ah!

    Nesse momento, Cayena tropeçou em uma pedra. Raphael a segurou imediatamente por trás e a abraçou com firmeza.

    — Você está bem?

    Enquanto Cayena era segurada e sentia o peito amplo dele, seu coração acelerava descontroladamente.

    — Sim, estou bem.

    Enquanto ela inclinava a cabeça, Raphael se inclinou sobre a parte superior de seu corpo.

    — Cayena.

    A partir desse momento, Raphael não a chamou de “Srta.” Em vez disso, pronunciou o nome dela. Cayena teve que levantar a cabeça quando o Imperador a chamou, mas não conseguiu.

    Estava certa de que seu rosto ficaria vermelho; então, ele saberia como ela se sentia. Raphael suavemente levantou a cabeça dela, apertando a bochecha de Cayena.

    Por um momento, ela não pôde dizer nada. Não era um jardim de flores o que estava vendo; era apenas o rosto dela, tão vermelho como se uma rosa inteira estivesse desabrochando.

    “Você está ciente de mim?”

    Raphael não conseguiu esconder suas emoções; um sorriso tomou conta de seu rosto. Ele ficou feliz por pensar que talvez ambos tivessem os mesmos sentimentos, mas não agiu precipitadamente.

    “Está ficando quente.”

    Ele deliberadamente abriu espaço para que ela saísse. Uma pessoa cuja atitude mudou repentinamente nos últimos dias, deve haver uma razão se estiverem muito próximos. Meu coração está acelerado; não sabia qual poderia ser a causa.

    “Porque ela é uma princesa com grande dignidade e não sabe muito.”

    Cayena assentiu, evitando seu olhar.

    “Acho que a temperatura subiu depois de caminhar.”

    “Sim, caminhamos bastante.”

    Raphael retomou sua natureza fria, envolvendo a cintura de Cayena, que tentou se afastar com um olhar preocupado.

    “Sua Majestade, estou bem.”

    “Talvez você tenha torcido o tornozelo. Apoie-se com cuidado.”

    “Mas os boatos…”

    “Que boatos?”

    Perguntou Raphael, fingindo não saber.

    “Há um boato de que o Imperador está flertando com você?”

    “Sua Majestade…”

    Mesmo se houver tal boato, ele ficará feliz se Cayena não fugir; não se importa se for verdade. Ele se esforçava para captar o olhar dela.

    Havia tantas ideias preconcebidas sobre ele que todo mundo só conseguia controlar com “Silêncio ou morte”.

    Cayena se envergonhou pelo olhar que esse homem tinha, não sabia como interpretar aquilo. Meus pensamentos estavam nele, mas Raphael estava ficando mais e mais curioso.

    Ele estava agindo.

    “Você tem sentimentos por mim?”

    Além disso, às vezes parece apenas um capricho que passará em um instante, ele deveria ser um pouco mais cauteloso.

    Havia uma razão pela qual Cayena não tinha confiança.

    “Não sou a protagonista desta história.”

    O papel que ela tinha que interpretar era, obviamente, o de vilã. Mas agora estava longe de ser essa mulher má.

    Era apenas uma princesa comum, mas todos os eventos principais até agora fluíram da mesma maneira que a primeira parte da história. Claro, isso significava que o fluxo era o mesmo que na história original. Se o fluxo fosse o mesmo, havia um par para Raphael.

    Olivia Grace era o nome da mulher destinada a um casamento político com ele.

    “Não seria bom aproveitar isso um pouco mais?”

    “Entre, o Imperador vai te ajudar.”

    “Hein?”

    Quando Raphael chegou ao seu escritório, ele puxou as cortinas e o quarto escureceu. Não sabia por que estava deixando o quarto escuro, dizendo que queria ver se ela tinha torcido o tornozelo.

    “Sente-se.”

    “Sim, Sua Majestade.”

    Mas não tinha escolha a não ser segui-lo; quando Cayena se sentou, Raphael se ajoelhou diante dela.

    “Sua Majestade! Se fizer isso…”

    Então Raphael segurou seu tornozelo fino e colocou seu pé em seu músculo; Cayena ficou assustada. Não, e se ela deixasse o Imperador pisar em sua coxa!

    Estava tão envergonhada que nem podia falar, enquanto Raphael estava mais calmo em comparação.

    “O tornozelo está bem; no entanto, se não souber, é melhor que pare de se mexer e descanse um pouco.”

    Então ele se recostou preguiçosamente no sofá.

    “Você vai dormir?”

    Diante da pergunta de Cayena, ele respondeu em silêncio.

    “Sim, eu gostaria, só falta uma cama.”

    A maneira de ajudá-lo a dormir era simples. Como sempre, ela massageou suas mãos; era apenas uma maneira de ganhar sua simpatia.

    “Isso é o que sempre faz.”

    Cayena sentou-se no chão, tentando ajudá-lo; quando começou a massageá-lo, Raphael deitou de lado. Ela podia ver seu rosto, como no primeiro dia; um belo rosto parecia estar envolto em neblina.

    “Hoje não será fácil dormir.”

    Com isso, Cayena levantou forçadamente o olhar que segurava em sua mão.

    “Você quer que eu me deite ao seu lado?”

    “É?”

    “Por isso sinto que vou dormir.”

    Cayena hesitou e se aproximou com cuidado, diante da desculpa de Raphael.

    Era uma ordem do Imperador, apenas seguia uma de suas ordens; se deitaria no mesmo sofá com ele.

    Podia ouvir sua respiração ao seu lado, sentir seu corpo e seu olhar fixo nela. Cayena não sabia o que fazer e virou-se; deitaram na mesma direção.

    Raphael virou a cabeça para cima e deixou seu pescoço branco à mostra, lançou um breve olhar para as costas pequenas e rígidas e sentiu-as se agitando.

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