Índice de Capítulo

    Os rumores sobre Cayena se tornariam amante do Imperador e, em breve, a próxima Imperatriz se espalharam, e ela não poderia mais trabalhar como serva. Annie não pôde esconder sua tristeza quando Cayena, a quem seguia muito, partiu.

    — Não seria bom você ficar, já que estará de volta?

    Cayena sorriu suavemente e afagou a cabeça de Annie.

    — Por que se preocupar quando você vai voltar de qualquer maneira? Além disso, o Duque Hill e Sua Majestade estão por perto.

    — Ainda…

    Ela já havia arrumado tudo. Depois de colocar tudo na carruagem, iria saudar Raphael e voltar para a casa do Duque.

    — Cayena.

    Então Raphael foi vê-la primeiro. Ele olhou para sua mala com um olhar sombrio que não se desdobrava há dias. Parecia patético como um filhote na chuva.

    — Você realmente tem que ir?

    — Vou ao palácio quase todos os dias.

    — Se vai fazer isso, por que está saindo? Fique comigo.

    — Sua Majestade.

    Annie alternou entre os dois e saiu do quarto de Cayena. Ela não esqueceu de manter a porta bem fechada.

    — Não me sinto confortável ficando aqui. Ainda nem estamos comprometidos.

    — O que importa para alguém que não sabe que vamos nos casar? Pode usar o Palácio Imperial antecipadamente. Ninguém terá objeções.

    — Isso vai contra a lei.

    — O que há de errado com as palavras do Imperador quando elas são a lei?

    No entanto, tudo bem. Cayena sorriu com uma expressão forçada.

    — Você gostou tanto?

    Raphael disse as palavras, segurando-a em seus braços com um olhar perplexo.

    — Você não sabe?

    Ele continuou com os lábios ligeiramente unidos como um gesto de carinho.

    — Estou enlouquecendo porque gosto de você.

    A participação delicada rapidamente levou a um beijo delicioso. Raphael lembrou-se rapidamente da donzela desaparecida.

    — Annie?

    Ela foi muito competente ao desaparecer com a porta fechada.

    — Acho que teremos que nos mover em dois passos. Não, cinco passos a mais.

    Annie rapidamente se tornou uma serviçal de honra. Raphael, constantemente ansiando pelos lábios de sua amante, a abraçou gentilmente e dirigiu-se à cama. Era mais estreito do que sua cama, mas talvez por isso o desejo voltou. Raphael a sentou na cama e apontou para o lado, persistentemente sem soltar os lábios. Enquanto uma mão descia pela cama e a outra pela cintura dela, segurando a bainha de sua saia, Cayena acariciou sua bochecha e disse.

    — Ouvi dizer que você também trabalhou duro hoje.

    Ela seguiu como costumava fazer.

    Foi uma situação em que ela não o fez. Mesmo assim, dizer isso significava que alguém estava informando sobre o horário e o estado de Raphael. Talvez tenha havido mais de uma ou duas pessoas.

    Todos pareciam considerar Cayena como a Imperatriz.

    — Todos estão me dando todo o meu horário.

    Mais precisamente, parecia que consideravam Raphael como o mestre das rédeas. Não era desagradável. O que poderia ser ofensivo?

    Ele estava bastante satisfeito com a situação em que Cayena era considerada sua mestra.

    — Por isso tem observado cada um dos meus movimentos. Como se sente?

    Cayena respondeu claramente.

    — Bem, bom trabalho.

    — Os elogios são mesquinhos.

    Cayena inclinou a cabeça.

    — O que mais devo fazer aqui?

    Raphael estava faminto por elogios. Não, apenas Cayena estava faminta. Ele segurou Cayena pela cintura e a levantou sem muito esforço, a colocando em seu colo. Num instante, sentou-se na cama e Cayena estava em cima.

    — Sua Majestade!

    Quando Cayena o chamou levemente, Raphael a beijou de maneira carinhosa.

    — Não há ninguém aqui neste momento, então não me chame de Sua Majestade.

    Foi um empurrãozinho fofo para que ela o chamasse de carinho. Cayena não queria chamá-lo assim, mas abriu muito os olhos. Ela queria provocar Raphael, que criava uma situação sugestiva, como se o arrastasse para a cama para ouvir elogios de propósito. Então, de repente, ela o chamou pelo nome.

    — Raphael.

    Raphael, que desejava que ela o chamasse de carinho, abriu um pouco os olhos diante do inesperado. Foi a primeira vez que ela o chamou pelo nome. Cayena disse algo triunfante.

    — Por quê? É irregular?

    Merecidamente, Cayena era mais jovem do que ele de qualquer forma e perdeu seu status. O nome do Imperador foi imediatamente chamado, e ela seria executada por desrespeito à Casa Imperial. Os olhos de Raphael brilharam.

    — Chame-me.

    Cayena o chamou novamente como se não pudesse evitar entender, como se estivesse pedindo para falar de novo para ser repreendida.

    — Raphael.

    Raphael descobriu pela primeira vez que seu nome era lindo. Cada palavra que saía da boca dela parecia ter uma nova vida e renascer.

    Raphael, era isso. Ele acariciou os lábios de Cayena com os dedos e murmurou com uma expressão incompreensível.

    — Isso é um grande problema.

    Cayena ainda zombava dele ao mencionar seu nome.

    — Por quê, Raphael?

    Desta vez, soltou as palavras e Raphael sorriu enquanto suavizava os lábios.

    — É bom ouvir você dizer meu nome, Cayena.

    Quando ela falou de repente, Cayena se sentiu envergonhada.

    — Sério? Você gosta?

    — Sim.

    — Então eu vou te chamar pelo seu nome quando você for gentil.

    Raphael riu diante das palavras doces.

    — Você é um ranzinza, meu senhor.

    A travessa Cayena era muito fofa. Ao mesmo tempo, ela deixou transparecer que queria provocá-lo. Por isso, o chamou de “Sua Majestade”. Como era de se esperar, ele pareceu envergonhado.

    — Não, espere. O que você quer dizer com Sua Majestade?

    Raphael inclinou a cabeça, curioso, sem saber qual era o problema.

    — Se nos casarmos, você será Sua Majestade.

    Mas não é isso que significa, certo? Agora, ela se referia explicitamente a ela como uma serva do senhor. Depois fingiu não saber nada com uma expressão inocente, o que foi surpreendente. Raphael sussurrou docemente, derrubando Cayena na cama.

    — Há algum problema em você ser minha majestade, assim como eu sou sua majestade?

    Cayena franziu a testa.

    — Não fale demais.

    Na verdade, ela temia que, se alguém ouvisse, o Imperador a apontaria com o dedo por estar louca e incapaz de discernir.

    — Se você falar isso para os conservadores, haverá rumores de que Sua Majestade está encantada por esta mulher.

    Sem perceber, parou de se mexer com seu vestido desabotoado. Este deveria ser o melhor traje das próximas cinco horas.

    — É verdade que estou encantado por você.

    Ele a repreendeu e beijou seus lindos lábios, impedindo-a de falar.

    — Mas não acho que eu possa te perdoar por dizer isso.

    — Então não vou te dizer…

    — Isso não é bom.

    Quando Cayena suspirou com uma expressão perplexa, Raphael explodiu em um sorriso gentil.

    — Não consigo evitar.

    Seus olhos e lábios estavam cheios de um afeto profundo que nunca poderia ser escondido. Antes que ela sobrepujasse novamente os lábios, ele disse.

    — Você será minha mestra para sempre. Então, está bem se eu te chamar de mestra?

    Se alguém ousasse dizer algo sobre ele, já bastaria para mostrar por que ele é chamado de tirano. Cayena evitou seus lábios e disse:

    — Não diga bobagens.

    Raphael até fez cócegas nela para que parasse de se preocupar, mas ela escapou de seus lábios com lágrimas nos olhos. Logo depois, Raphael a olhou com uma expressão estranha.

    Usar a força faria seus lábios se juntarem em um instante, mas ele nunca quis fazer coisas tão loucas.

    — Permita-me, Sua Majestade.

    Quando ele grunhiu superficialmente, Cayena soltou um som suave. O tema de um homem tão bestial como este às vezes a fazia se apaixonar por ele quando fingia ser um coelhinho. Mas isso não era algo que poderia ser feito. Cayena sabia muito bem que este homem era quem queria fazê-lo, então sabia que ele a apoiaria como um deus e lhe daria o trono.

    A mera ideia lhe deu dor de cabeça.

    — Mas você não pode. Certamente não como minha mestra.

    Raphael arqueou as sobrancelhas e fingiu ser pobre.

    — Não me chateie.

    — Estou muito frustrada…

    Cayena o olhou e disse o que queria dizer.

    — Se você quiser me chamar assim, me chame pelo meu nome.

    Raphael abriu os olhos um pouco mais e a admirou.

    Já havia uma palavra perfeita para chamá-la. Por que ele não pensou nisso? Ele simplesmente não conseguia suportar Cayena porque ela era ainda mais encantadora.

    — A conhecida princesa Hill não tem nenhum problema a resolver?

    Raphael estava falando como se estivesse brincando, mas ofereceu uma sincera admiração.

    Cayena era incrível.

    — De onde você tirou isso?

    — Estou impressionado que minha adorável amante seja tão brilhante.

    Cayena sorriu com um olhar indiferente. Raphael abriu a boca antes de envolvê-la em um sábio e belo amante.

    “Minha princesa, minha senhora, meu amor, minha amante, minha esposa, meu tudo”.

    — Minha Cayena.

    Isso era Cayena.

    ⟨Fim do segundo especial.⟩

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