História Secundaria 3 - Capítulo 07
Ethel avaliou a sala em que acabara de entrar com indiferença, aparentemente sem sentir nada absolutamente.
— Este quarto é inútil. Minha irmã não está interessada no piano.
— Ah, sim. É verdade.
Ethel não saiu da sala, dizendo que era inútil. Em vez disso, sentou-se diante do piano e acariciou as teclas.
Olivia sorriu involuntariamente.
— Lembro-me quando pediu para eu te ensinar piano mesmo não sendo músico.
— Fiz isso. Não era uma cultura necessária para Jim, mas gostei do som da sua interpretação. Poderia ter sido agradável de se ver.
Olivia ficou sem palavras por um momento.
A Ethel não importou, ele pressionou as teclas uma por uma e logo tocou uma melodia familiar. Era uma peça musical que Olivia aprendeu sozinha.
A apresentação foi interrompida no meio.
— O que vem depois disso? Já se passou tanto tempo que esqueci.
Olivia tinha um sorriso suave ao lembrar do antigo momento de ensinar piano, mas quando a interpretação parou, ela se sentiu triste e se aproximou de Ethel.
— Desculpe, Sua Majestade.
Com o toque de Olivia, a interpretação continuou de onde parou.
— Agora lembra?
Ao virar a cabeça, Olivia se sentiu frustrada. Ethel estava muito próximo.
Ethel ficou olhando para as teclas com uma expressão misteriosa no rosto.
— Sim, lembro-me a partir daqui.
Deslizou rapidamente o dedo para cima e tocou a nota mais alta, envolvendo Olivia ao seu redor.
Olivia encolheu os ombros. Estava quase numa posição de abraço, então não podia se mexer.
Ethel retirou lentamente as mãos do teclado e inclinou a cabeça, como se não tivesse a intenção de intimidá-la.
— Você parece diferente hoje, Condessa Grace.
Pensou que ele não perceberia que sua vestimenta mudou porque não disse nada na hora, mas não foi assim. De alguma forma, Olivia sentiu suas bochechas queimarem.
— Sempre me preocupou que Jim me pagasse muito pouco.
Ethel tocou o brinco de esmeralda em um tom sedutor que lembrava os olhos de Olivia.
— É bonito.
Tum, tum. Seu coração começou a bater violentamente como se estivesse prestes a explodir.
Depois de deixar as pessoas nervosas, Ethel se levantou de maneira bastante suave.
— Vou embora agora. Já vimos o suficiente de quartos, só precisamos selecionar um.
Foi o fim do trabalho.
— Já que estou de saída, vou te levar ao coche.
Para fazer isso, eles tiveram que passar pelo saguão cheio de nobres. Olivia ia dizer que iria sozinha, mas Ethel segurou sua mão e a colocou em seu braço.
— Sei do que você está preocupada, mas é melhor parecer mais amigável.
— Sua Majestade…
Queria que Ethel soubesse o que estava ouvindo, mas também era impossível.
Ethel disse com um semblante frio e determinado.
— Estou observando de perto aqueles que dizem bobagens, então não lide diretamente com eles. Se quiser se livrar deles rapidamente, me avise.
Era um tom que não permitiria fugas a quem fosse pego.
Até agora, Olivia pensava que estava assumindo a culpa sozinha, mas foi engraçado sentir-se aliviada. Será essa a razão? Riu sem perceber e fez uma piada.
— É melhor sussurrar quando disser isso, Sua Majestade, pois os outros podem ouvir.
— Deveria?
A expressão de Ethel era tão calorosa quanto o clima de hoje. Logo ele sorriu maliciosamente e sussurrou no ouvido de Olivia.
— A propósito, há alguém te olhando, mordendo um lenço. O que acha, devo emitir uma ordem de exílio?
— Não faça isso.
Mason, que os seguia, sorriu gentilmente como se sentisse um clima estranho.
“É um bom momento. É um bom momento.”
Eles não sabiam se estavam criando uma história de amor, e apenas os nobres que tentaram fazê-lo estavam sendo atormentados pela esperança, então não sabiam quem era o verdadeiro vilão.
Os dois chegaram à entrada recebendo olhares mistos de vigilância e inveja.
— Vá com cuidado.
— Vá na frente, Sua Majestade.
Recusar Olivia, que é tão teimosa nessa área, só renderia um olhar furioso.
“Gostaria de te levar pessoalmente lá algum dia. Passaremos por algum lugar para encontros e beberemos chá.”
Era hora de Ethel caminhar com uma expressão amarga no rosto.
— Condessa Olivia Grace! Ele está aqui.
Era a voz de um jovem.
Ethel parou de andar e olhou para trás. Uma impressão feroz que não pôde suavizar elegantemente. Bem vestido, mas antiquado. Era um homem estranho.
“Havia tal aristocrata na capital?”
Enquanto inclinava a cabeça, viu Olivia fingindo conhecer o homem.
— Oh, Conde Pérez Riagan? Este não é o lugar onde deveríamos nos encontrar, então como foi que…?
— Simplesmente não pude esperar. Se nos encontrarmos aqui, não poderíamos nos ver um pouco mais?
A testa de Ethel se franziu.
O Conde Riagan falava timidamente com um rosto muito emocionado.
— Você é mais bonita de perto. Tenho desejado vê-la novamente desde que nos encontramos brevemente na cerimônia de coroação de Sua Majestade o Imperador.
Olivia sorriu de forma desajeitada. Como não o reconhecia em absoluto, parecia que estavam se cumprimentando casualmente.
— Vamos para o local que acordamos?
— Condessa Olivia Grace.
Ethel se aproximou deles com o rosto frio e rígido.
O Conde Riagan piscou e pareceu muito surpreso quando percebeu tardiamente que seu oponente era o Imperador.
O Imperador costumava ter muitos assistentes alinhados, então podia ser reconhecido de imediato, mesmo de longe. Mas agora Ethel tinha apenas um assistente muito simples.
De qualquer maneira, o Conde Riagan foi cortês.
— Apresento-me diante de Sua Majestade, o Grande Imperador! Conde Pérez Riagan.
Ethel olhou para o Conde Riagan com uma expressão que faria até uma pessoa inocente confessar, e de repente sorriu.
— Encantado em conhecê-lo, Conde Riagan. O sobrenome me soa familiar. É um aristocrata do sul? Você sabe, proprietário de um grande porto.
— Uau! Não consigo acreditar que alguém como eu foi reconhecido… É uma honra para a família.
— Sim. Havia algo que realmente queria falar com você. Muito bem. Jim tem uma sugestão, por que não vem comigo para o escritório?
— O quê, o quê? Ah…
O Conde Riagan olhou para Olivia com uma expressão preocupada. Isso fez Ethel ficar ainda mais irritado.
Olivia respondeu calmamente.
— Estarei esperando lá fora.
— Não. Não precisa fazer isso.
Ethel disse com um olhar irritado.
— Infelizmente, a Condessa Grace tem que terminar o resto do seu trabalho e partir. Não pode fazer horas extras.
Restava apenas confirmar o novo quarto de Cayena e planejar como decorá-lo. Também era algo que Olivia não precisava fazer.
— … Entendi.
Mas teria que fazer se o Imperador ordenasse.
Olivia não teve outra escolha senão seguir a emenda de Ethel. Enquanto isso, Ethel estava conversando com o Conde Riagan sobre isso e aquilo.
— Sua irmã fará sua estreia nesta temporada?
— Sim.
— É destino nos conhecermos assim, então vou enviar um vestido e joias para a estreia de sua irmã.
— Bem, minha família é muito modesta para ter uma honra tão inmerecida, Sua Majestade. Estou impressionado com suas palavras.
Então Ethel franziu a testa e sorriu como se estivesse ofendido.
— Você soa como alguém.
— O quê?
— Não. Não precisa rejeitar o presente se é algo que gosta. Estou ansioso para comparecer ao baile de sua irmã.
Como o Imperador havia ido tão longe, o Conde Riagan não tinha motivos para recusar. Ele respondeu com um olhar muito grato.
— Uau! É uma honra, Sua Majestade. Minha irmã ficará muito feliz. Estou ansioso para vê-lo nesta estreia.
— Você é um irmãozinho tão fofo.
Ethel parou diante do escritório depois de falar sem sinceridade e sem alma.
Ordenou a Mason.
— Guie o Conde Grace até o salão.
— Sim, Sua Majestade.
Olivia se inclinou com um leve movimento dos joelhos, como se quisesse suspirar. O mesmo aconteceu com o Conde Riagan, que estava ao lado de Ethel.
O Conde Riagan se despediu com o rosto corado.
— Bem, o compromisso de hoje é…
Ethel interrompeu com frieza.
— Tenho uma história importante para te contar, então vá logo para o escritório, Conde Riagan.
— Ah, sim!
No final, o encontro entre Olivia e o Conde Riagan foi cancelado sem deixar rastro.
Separador
Olivia estava descansando inesperadamente na sala reservada apenas para os convidados mais especiais do imperador.
— Quando começará o trabalho que Sua Majestade ordenou?
Então Mason sorriu.
— Os subordinados cuidarão disso sozinhos, Condessa. Por favor, descanse.
Como poderia relaxar quando não se sentia nada confortável? Preferiria voltar para casa se soubesse que faria isso.
“Não sei quanto tempo tenho que ficar aqui, do que diabos você vai falar com o conde Riagan”.
O mais preocupante foi o que Ethel disse ao Conde Riagan no caminho para o escritório.
“Você vai enviar um vestido para a estreia da irmã dele? Por que diabos?”
Era muito estranho o Imperador presentear um vestido. Olivia também recebeu todo tipo de presentes, mas nunca um vestido.
“Não sei se o objetivo é transformá-la na protagonista do baile ou se é apenas pelo seu bom gosto em dar um vestido”.
Passaram-se apenas 30 minutos quando Ethel chegou à sala, onde ela estava andando de um lado para o outro, incapaz de ficar quieta por algum motivo.
— E quanto ao Conde Riagan?
Assim que Ethel entrou na sala, franziu a testa.
— Por que está procurando por aquele homem? Quer ir a um restaurante comigo agora?
— Não. Eu o chamei para uma questão importante, mas ele chegou cedo demais.
— O assunto já está encerrado. O Conde Riagan esteve ocupado por um tempo e não estará na capital até o baile, então não o procure.
— O quê? Por que de repente…?
— Ele decidiu vender a Jim um porto pertencente à família Riagan.
O que diabos está acontecendo?
Olivia franziu a testa porque não conseguia entender Ethel, que disse ter comprado um porto do nada, mas logo assentiu.
Ethel disse enquanto se sentava no sofá com uma expressão arrogante.
— Agora o maior porto do Sul é de minha propriedade. Uma pena que a Condessa Grace não poderá ir lá. Está fora de seus limites.
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