Capítulo 32
— Continuem avançando! — era a voz do Tenente Jan.
Os soldados e militares ganhavam território a cada minuto, aproveitando das paredes e de outras construções do local, enquanto trocavam tiros com os mafiosos naquele andar.
Slezzy, através de uma ótima brecha da parede em que o protegia, conseguiu visualizar a queda do Medalhão Lunar, desde o segundo andar até o meio do chão da prisão antiga.
Logo, o garoto também notou um pulo de grande estilo, realizado por um dos capangas de Corvo, na direção daquele mesmo objeto, em meio a uma fumaça.
— ELES ESTÃO FUGINDO! — gritou um dos soldados.
Os agentes da Operação Caos utilizavam de uma tática para adentrar o espaço de maneira eficiente. A linha de frente era composta por agentes que usavam enormes escudos. Logo atrás, agentes com rifles e fuzis faziam todo o suporte, disparando apenas nas perfeitas oportunidades.
— Yuki! A denúncia foi confirmada! O local está cheio de mafiosos! De fato, flagramos um tipo de reunião entre a Sociedade Nobre e a Asa Negra! Estamos dominando pouco a pouco o local! — Dizia Saith, cheio de adrenalina, ao rádio. O atirador entrava com o seu grupo em outra parte daquela prisão.
“— Certo, acabo de solicitar reforços, além de helicópteros! Eles estarão aí em minutos!” — confirmou Yuki, pelo aparelho de comunicação.
Slezzy, ainda na entrada principal, auxiliava o domínio daquele território.
Os agentes eram no total quinze; sem contar o grupo de Saith, que trocava tiros com outra onda mafiosos numa diferente entrada.
O jovem percebeu que grande parte dos mafiosos recuavam para outra parte da construção; assim, ele decidiu, tomado por suas fortes emoções, contornar a prisão antiga pelo lado de fora, para não deixar que nenhum deles escapassem.
— ESPERE, SLEZZY! — gritou o Tenente, se desconcentrando por um segundo, quase recebendo um projétil no meio do crânio.
— AONDE ELE VAI? — berrou Niash, enquanto se protegia no meio de uma das paredes, mediante a chuva de tiros dos mafiosos que restavam no local.
— SIGA ELE! EU TE DOU COBERTURA PRA SAIR! — ordenou Jan.
Depois de alguns segundos, quando os tiros dos mafiosos cessaram, o Tenente abriu fogo junto com os outros agentes, dando assim, espaço para que Niash saísse pelo grande buraco originado da explosão.
Niash começou a correr disparadamente, seguindo os rastros que Slezzy havia deixado com seus calçados, sobre a terra molhada que cercava os arredores da prisão. Ele conseguia ouvir tiros vindos daquela mesma direção.
Após alcançar a área aberta a qual o garoto se encontrava, Niash abaixou-se e se escondeu em um grande mato. Ele pôde ver Slezzy, que estava escondido atrás de uma enorme rocha, utilizando-a como um escudo.
A parte externa era um grande pátio, rodeado de desconstruções, rochas e tijolos partidos, espalhados pelo chão afora.
O sol incomodava a visão dos atiradores que disparavam contra Slezzy.
O final do mesmo pátio terminava em outra ala da antiga prisão que, por sua vez, era mais pequena que a ala anterior, cujo os agentes ainda se encontravam naquele exato momento.
“— Atenção! Os mafiosos estão se dividindo em dois grupos! Um está indo para um campo aberto, logo atrás da primeira ala! Já o outro… com maior número, está cruzando a rua! Eles estão deixando alguns capangas para trás… com objetivo de ganhar o máximo de tempo possível! Não se esqueçam de avançar com cautela!” — gritou Saith no rádio, emitindo aquelas informações para todos os agentes.
Niash viu que alguns mafiosos corriam em campo aberto, rumo a pequena ala.
No calor do momento, percebendo que Slezzy estava incapaz de os conter; e que aquela seria uma das únicas oportunidades, senão a única, de impedir o avanço da maioria dos mafiosos que fugiam; o policial decidiu que os confrontaria.
Assim que os tiros disparados contra a mesma rocha cessaram; Niash saiu de trás do grande mato, convicto, disparando contra as costas da maioria daqueles capangas.
— NÃO! — gritou Slezzy, ao perceber a exposição de seu colega naquela área.
Mesmo derrubando um total de cinco mafiosos ao chão, com os precisos tiros de seu fuzil; o que Niash não esperava, fosse que, antes mesmo que ele pudesse se proteger para recarregar sua arma, um grande raio fosco e flamejante o atingisse, perfurando seu peito em seguida.
Slezzy, chocado e desacreditado, conseguiu ver os olhos esbugalhados de Niash, antes que seu corpo desabasse sobre a terra molhada.
O agente caiu em seguida, não emitindo sequer um gemido de dor.
Sua morte havia sido instantânea.
A outra parte dos mafiosos que fugiam, conseguiram atravessar por completo o caminho entre as duas alas da prisão antiga.
Ainda assim, o jovem que se escondia atrás daquela rocha, empilhou seu fuzil e abandonou tal proteção.
Ele conseguiu acertar alguns disparos sobre as pernas de um daqueles fugitivos; mas a arma descarregou rapidamente.
Slezzy, tomado de raiva, jogou a arma violentamente contra o chão molhado daquele pátio.
Logo depois, acompanhado de seus demônios, caminhou em direção à segunda ala da prisão.
Pequenos raios alaranjados passaram a rodear o seu braço.
Seu olhar, além de desumano, agora era demoníaco.
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