Capítulo 63
Dentro da sala fechada, no terceiro andar, dominada pelos raios azulados ao seu redor; Slezzy e seus demônios travavam uma batalha épica contra Barão II.
Poderes do Arché Superior, eram desferidos em todos as partes do lugar.
Porém, Barão II tinha grande vantagem em todos os cantos da estrutura, devido ao seu domínio completo do local.
A pintura no rosto de Slezzy perdia sua cor ao longo da batalha, devido ao suor que cobria sua face.
Ambos os lados estavam extremamente cansados. Até mesmo os Irmãos Sam.
Slezzy encarava seriamente seu inimigo.
Logo, Hiram indagou o adversário:
— Você não é digno o suficiente… para herdar todo esse império… Barão II…
Aquele homem o respondeu quase que instantaneamente:
— César! O meu nome é César Barão!
Barão II estava ofegante, assim como seus inimigos. Mesmo assim, prosseguiu:
— Isso é só a merda de um sobrenome idiota… e eu sinceramente estou cansado de lidar com tudo isso… como se estivesse metido em uma monarquia ou algo do tipo! Eu nunca gostei das escolhas tomadas por meu pai… ou da maneira que ele optou para ganhar muito dinheiro para a família, de maneira desonesta, suja e corrupta…! — Lágrimas corriam em seu rosto. — Mas… naquele dia…, naquele maldito dia em que fiquei sabendo da morte do velho… quando vi tudo que ele construiu… indo por água abaixo… percebei que esse era o meu caminho.
— Não… — era uma voz misteriosa que não estava presente naquela batalha.
Tanto Slezzy quanto Barão II, ficaram atentos ao seu redor.
Um menino de altura média, vindo de um dos cantos da sala, se aproximou:
— Você está completamente iludido, César Barão, Barão II ou qualquer nome de merda. Você e todos os subordinados das máfias que atormentam essa cidade… só pioram a vida das famílias, que apenas querem sobreviver nesse inferno! Mas, aparentemente… vocês nunca enxergarão isso.
Ao final daquelas palavras, Slezzy identificou de quem se tratava:
— Shane!? Como você entrou aqui?
Os Irmãos Sam ficaram surpresos.
— Você quer tagarelar… logo agora? — confrontou o espadachim, ainda sério.
Barão II indagou o garoto espadachim, em meio a risos:
— Como pode defender essa cidade!? Olhe a sua idade! Você não deveria estar em casa? Dormindo para ir à escola amanhã?
Logo, o vilão obteve a sua resposta:
— Para quem assassinou o maior bandido que essa cidade já presenciou, acho que prefiro os campos militares…
Após tal fala, Barão II se encheu de raiva, energizando a partir de então uma grande áurea avermelhada em torno de si.
— Você… foi você… aquela veloz sombra que assassinou meu pai da maneira mais covarde possível… — retrucou o mafioso, firme.
— Exato! — respondeu Shane, friamente. — Eu sou o homem que retirou uma das maiores ameaças criminosas das ruas da Região Leste à Sul! E que dará um fim, de uma vez por todas, na continuação da fracassada Sociedade Nobre!
Barão II, ainda energizando a áurea avermelhada, indagou-lhe:
— Você se ouve!? Quero dizer… como você pode defender essa cidade imunda? Composta por um governo corrupto, policiais e militares que defendem cegamente uma população ingrata. Um lugar onde o governo favorece apenas os mais ricos, os assegurando no maldito centro! A merda de um lugar… em que a maioria das crianças pegam em um rifle ou numa pistola, com apenas seis anos de idade! Como… VOCÊ AINDA PODE DEFENDER ISSO!?
Shane o confrontou com um olhar frio, respondendo-o logo em seguida:
— Não é sobre defender a cidade ou quem a compõe… É sobre eliminar o que a torna assim, Barão II! Como eu disse… você e todos os outros que fazem parte das máfias, estão cegos. Vocês querem combater a sujeira com uma grande montanha de lixo! É claro que não posso negar que a cidade de Maple possui todos os seus males, até mesmo em seus órgãos fundamentais, desde o governo até os militares. Mas… para que possamos resolver toda essa merda, precisamos ajudar uns aos outros, esquecendo qualquer desigualdade! E infelizmente… já passamos desse ponto, e somente conseguiremos reerguer essa cidade… quando derrubarmos um dos lados que a atormenta. É uma questão de escolha. E eu só escolhi a “menos errada”.
Barão II demonstrou um breve sorriso em seu rosto cabisbaixo:
— Você tem razão…
Slezzy desconfiou daquela fala repentina. Seu inimigo prosseguiu com sua fala:
— MAS É UMA PENA QUE EU ESCOLHI O OUTRO LADO! — berrou Barão; desferindo um grande poder, vindo da enorme áurea avermelhada que o acercava, na direção de Shane.
Rapidamente, o menino espadachim arremessou uma granada de fumaça, na direção de seus próprios pés, que ativou instantaneamente.
Logo em seguida, aquele grande raio avermelhado atravessou o vapor cinzento, causado pela granada.
Slezzy e seus demônios reagiram à altura, desferindo uma onda de raios de Arché Superior na direção do inimigo, que esquivou facilmente de tudo.
No final, Barão II se posicionou na frente da vidraça, atentando-se com todos os pontos fracos daquele canto.
Shane estava desaparecido.
— ONDE VOCÊ ESTÁ!? — gritou Barão II, enquanto caçava o garoto com seus olhos. — VOCÊ NÃO PODE SE ESCONDER! NÃO… ATÉ SER MORTO PELAS MINHAS MÃOS! VOCÊ AINDA IRÁ PAGAR PELA MORTE DE MEU PAI! TODOS VOCÊS…
“Sclash!”
O barulho do cravar de uma lâmina ecoou sobre todo o local.
Slezzy se espantou ao ver a ponta daquela mesma lâmina, fincada sobre a região do coração de seu inimigo.
— … irão… pagar… — Barão II concluiu aquelas palavras com uma extrema fraqueza. Seu sangue começou a escorrer sobre toda a sua roupa a partir daquele momento.
Slezzy estava trêmulo. Seu corpo estava completamente drenado após todas as conjurações de Arché Superior. Ele observava aquela cena com as últimas forças que restavam em seu corpo.
Barão II se ajoelhou, já que não conseguia mais ficar de pé, devido à grande perca de sangue. Após esse feito, Slezzy e os Irmãos Sam visualizaram o menino espadachim atrás do mesmo.
Shane havia cravado sua lâmina no herdeiro da Sociedade Nobre.
— Assim como seu pai… você não soube até que ponto poderia aguentar toda essa soberania, arrogância e ego… — comentou Shane, ainda de pé.
Todos os raios que dominavam a estrutura do terceiro andar, começaram a se esvair lentamente, de acordo com a perda de sangue do mafioso.
— César Barão, Barão II… tanto faz… No final, você não passa de um mero criminoso fracassado! E eu jamais perdoarei os que afetam de maneira negativa a vida de todos os inocentes, sobreviventes e pobres que habitam essa cidade. Morra em paz, ou pelo menos tente… depois de toda a desgraça que sua família trouxe a esse mundo — Shane concluiu aquela fala, arrancando a sua katana do coração do mafioso.
Logo depois, o corpo de Barão II, sem vida, derrubou-se.
O terceiro andar estava completamente livre de todos aqueles raios, a partir de então.
Após aquela cena, Slezzy se jogou ao chão.
— O que houve!? — perguntou Shane, preocupado.
Hiram se aproximou rapidamente de seu mentoreado.
Após alguns segundos, o demônio concluiu:
— Ele desmaiou! Seu rosto está superaquecido. Nada mais.
O menino espadachim suspirou, se aliviando.
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