Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    A reação do Papa deixou o sacerdote da verdade ao seu lado um pouco confuso. Ele falou com cautela: “… O mundo inteiro não congelará por causa do ‘desaparecimento’ prolongado do sol. Isso não é uma boa notícia?”

    “Olhando apenas para este fato, é claro que é uma boa notícia”, Luen balançou a cabeça suavemente. “Mas e se olharmos do ponto de vista do poder que o sol deveria ter? E se olharmos do nosso conhecimento e compreensão deste mundo, das ‘leis que as coisas deveriam seguir’?”

    O sacerdote de meia-idade franziu a testa ligeiramente, de repente compreendendo com o que o Papa estava preocupado.

    “O sol traz luz e calor. Quando o sol nasce, o dia se torna gradualmente mais quente, e quando o sol se põe, a noite esfria gradualmente. Se a ausência da luz do sol for longa o suficiente, até o Mar Infinito congelará. Essa é a lei das coisas, assim como o gelo derrete no fogo, é o mais simples dos princípios. Mas a situação agora é que… a curva de resfriamento da noite parece não ter mais relação com o sol”, disse Luen com uma expressão séria. “Sabe do que isso me faz lembrar?”

    Ele não esperou a resposta do sacerdote de meia-idade, mas fez uma pequena pausa e continuou: “Uma máquina enfeitiçada. Como o eixo de uma roda que continua a girar depois que o núcleo a vapor esfriou, como uma máquina diferencial que continua a cuspir fita de papel depois que as engrenagens travaram. O processo de funcionamento das coisas e seus resultados estão se separando gradualmente. Algumas leis que deveriam ser óbvias… estão falhando.”

    O templo mergulhou em um silêncio inquietante por um momento. Depois de muito tempo, o sacerdote de meia-idade quebrou o silêncio: “Deveríamos entrar em contato com as outras três arcas…”

    “Eles também estão prestando atenção a essas mudanças, não precisam do nosso lembrete”, disse Luen. “Mais importante… nossa frota da fronteira já partiu?”

    O sacerdote de meia-idade assentiu imediatamente: “Sim, eles entraram na área da cortina há uma hora. A comunicação ainda não foi interrompida. As frotas das outras três igrejas também entraram na fronteira de diferentes direções. Por enquanto, não há baixas.”

    Luen assentiu lentamente: “… E as rotas de refúgio marítimas?”

    “Já estabelecemos vinte e seis pontos de encontro nos principais pontos das rotas marítimas, com grandes navios-catedral e navios de abastecimento como núcleo de cada ponto. Atualmente, centenas de navios que não conseguiram retornar à Cidade-Estado a tempo responderam ao chamado e estão se dirigindo aos pontos de refúgio. De acordo com o plano, esses navios refugiados serão guiados para a ‘distância segura’ de três dias de viagem da Cidade-Estado mais próxima e permanecerão lá até o fim da noite.

    “Mas a eficácia real desses ‘abrigos noturnos’ marítimos ainda precisa ser verificada. Não sabemos que outras mudanças ocorrerão na noite com o passar do tempo. Agora só podemos fazer os maiores preparativos possíveis e, ao mesmo tempo, nos preparar para o pior…”

    Luen ouvia em silêncio, assentindo levemente.

    E nesse momento, o som de um sino vindo de não muito longe interrompeu sua conversa com o sacerdote. Os sinos de toda a nau-arca soaram um após o outro, com uma urgência incomum.

    Luen primeiro ficou atordoado, mas em seguida, como se tivesse sentido algo, ele inclinou o ouvido para ouvir e um sorriso apareceu de repente em seu rosto: “… Eles voltaram.”


    O Banido e o Brilho Estelar voltaram. No mar distante envolto pela noite, a chama verde-espectral que ardia no navio fantasma era tão visível quanto um farol. Os dois navios cruzaram diretamente a linha de alerta estabelecida pela igreja e pela frota da cidade perto da costa, navegando diretamente para Porto Brisa. A frota de patrulha, que havia recebido ordens com antecedência, não ousou impedi-los.

    Sem qualquer disfarce ou hesitação, o Banido e o Brilho Estelar atracaram diretamente na costa leste de Porto Brisa. Duncan entrou na cidade abertamente.

    A cidade estava sob lei marcial. Embora, pelo tempo, já devesse ser manhã, exceto pelo pessoal que mantinha as funções da cidade e outros postos especiais, a maioria dos cidadãos de Porto Brisa permanecia em casa por ordem. A “luz” dourada pálida que irradiava do mar próximo se espalhava silenciosamente pelas ruas vazias, tornando o lugar uma cidade fantasma ao crepúsculo.

    E na outra metade da cidade, que não era iluminada pela “luz” do corpo geométrico luminoso, havia apenas uma noite opressiva e sufocante.

    Nina puxou a mão de Shirley, seguindo Duncan e Morris. Ao passar pelas ruas vazias da área do porto, ela não pôde deixar de franzir a testa.

    “… A última vez que estivemos aqui, era tão movimentado…”

    “Tem até lojas abertas!” Shirley “viu” com surpresa algumas lojas na beira da estrada. “E também há pessoas saindo…”

    No entanto, depois de deixar a zona externa e entrar na área residencial mais densamente povoada, pedestres esparsos e apressados apareceram nas ruas, assim como algumas lojas que estavam abrindo.

    “Agora só restam os patrulheiros e os sentinelas”, Shirley resmungou. Ela usava uma faixa preta sobre os olhos para cobrir seus olhos um tanto assustadores, mas agora de repente percebeu que talvez não precisasse ser tão cautelosa. Depois de entrar na cidade, ela quase não viu ninguém se movendo do lado de fora. “Dizem que a lei marcial vai durar um ou dois meses.”

    “Você acabou de dizer que todo o estado de lei marcial vai durar um ou dois meses. Durante esse tempo, a ordem social mais básica tem que ser mantida”, Morris balançou a cabeça. “Acho que cada Cidade-Estado já estabeleceu algum tipo de ‘horário de vida’ com base no estado da longa noite que se aproxima, para que todos tenham a chance de sair para fazer compras ou trabalhar durante o período da lei marcial… a vida tem que continuar.”

    Ouvindo a conversa entre Shirley e Morris, Duncan não participou. Ele apenas ergueu a cabeça e olhou para a rua fria e deserta à frente, e disse casualmente: “Já vimos o suficiente… Ai.”

    Uma chama queimou do nada. A ave gigante esquelética envolta em chamas apareceu circulando acima de todos, emitindo um grito estranho e agudo: “Quem está chamando a frota?”

    “Leve-nos para a Rua da Coroa, 99”, disse Duncan.

    Uma chama atravessou o céu de Porto Brisa como um meteoro, cruzando a área urbana iluminada pela “luz” do mar próximo e voando diretamente para a “Mansão da Bruxa” no Distrito Superior.

    Este meteoro de chamas inquietante sem dúvida atraiu a atenção de muitas pessoas, mas para aqueles que realmente sabiam da situação, era, na verdade, uma boa notícia… reconfortante.

    Assim que a chama pousou e a visão se estabilizou, Lucretia viu os hóspedes inesperados parados na porta de sua casa.

    Helena, com um ar nobre e vestindo uma túnica azul-marinho; Luen, ligeiramente acima do peso e vestindo uma túnica de erudito; e um monte de sacerdotes e acadêmicos desconhecidos, que pareciam ser os assistentes ou assessores dos dois Papas.

    Parecia que eles estavam esperando ali há algum tempo.

    “… Uau”, Nina resmungou. “Veio bastante gente…”

    “Não é tão surpreendente”, a reação de Duncan foi muito calma.

    A primeira reação de Lucretia foi franzir a testa. Ela olhou para os “visitantes” que apareceram na porta de sua casa, caminhou rapidamente para a frente, sem esconder a impaciência em sua expressão, e falou antes que os dois líderes da igreja pudessem dizer qualquer coisa: “Eu não gosto de receber convidados, especialmente tantos.”

    Evidentemente, a jovem bruxa, que acabara de completar uma viagem pela fronteira e finalmente voltado para casa, não estava nada feliz com a aparição de tantos hóspedes inesperados.

    Luen, no entanto, não se importou com a atitude nada cortês da “Bruxa do Mar”. Ele parecia já conhecer a personalidade e os hábitos da jovem bruxa e, ao ouvir suas palavras, acenou para o pessoal que o acompanhava: “Então vocês podem ir primeiro.”

    Helena também dispensou os sacerdotes e guardas que a acompanhavam e depois assentiu para Lucretia: “Agora há apenas dois ‘convidados’ aqui.”

    Lucretia arregalou os olhos para os dois Papas parados na porta, suspirou com resignação e deu dois passos para o lado: “… Tudo bem, meu pai ficaria feliz em conversar com vocês. Luni, vá abrir a porta.”

    A boneca de corda Luni imediatamente passou por todos, subiu os degraus para abrir a porta, e Duncan assentiu levemente para Luen e Helena: “Vamos conversar lá dentro.”


    A luz brilhante dissipou a noite, o calor da lareira dissipou o frio da escuridão. Os autômatos e servos de lata que permaneceram na mansão já haviam limpado tudo antes da dona da casa voltar. Agora, o chá quente já estava na mesa, e os doces recém-assados ainda exalavam o calor do forno.

    Esta mansão brilhante e aconchegante quase fazia as pessoas esquecerem a longa e inquietante noite lá fora, esquecerem que o mundo estava se desintegrando.

    Todos se reuniram na sala de estar. Duncan sentou-se no sofá em uma postura muito casual e assentiu para Helena e Luen em frente: “Não esperava que vocês viessem pessoalmente esperar aqui. Eu pensei que, para pessoas como vocês, cada vez que saem da ‘arca’ é um assunto muito sério e cauteloso.”

    “Não podemos deixar a arca arbitrariamente sem um motivo suficiente, mas encontrá-lo o mais rápido possível é, em si, um ‘motivo suficiente'”, disse Helena. “Especialmente na situação atual.”

    “O que vocês querem saber agora?” disse Duncan. “É a situação atual deste mundo? A causa do fim do mundo? Ou o que acontecerá no futuro?”

    Luen e Helena trocaram um olhar subconsciente.

    “Queremos saber tudo isso”, Luen foi o primeiro a quebrar o silêncio. Ele ajustou sua postura, inclinando-se ligeiramente para a frente, sua expressão excepcionalmente solene. “Mas, primeiro, queremos saber o que aconteceu na Ilha do Santuário e sua conversa com… o criador do mundo.”

    “Já recebemos algumas informações, enviadas pelo o Maré”, acrescentou Helena ao lado. “Mas acredito que apenas você conhece a verdade completa.”

    Duncan ponderou por um momento e assentiu levemente.

    “Então, primeiro, vou lhes anunciar uma conclusão. Esta é a premissa de tudo.”

    Pela expressão e tom de Duncan, Helena de repente sentiu uma forte inquietação: “Con… clusão?”

    “Sim, a conclusão: o fim do mundo já está determinado. Qualquer forma de remendo chegou ao fim. No máximo… só pode haver uma continuação limitada.”

    O tom de Duncan era calmo. Sua voz não era alta, mas cada palavra parecia ter um peso imenso.

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