Índice de Capítulo

    — Que lugar estranho…

    Qualquer um que pisasse no Planeta do Sexo era imediatamente atingido por uma sensação de intoxicação.

    — Esse é um planeta pago, tipo aqueles cartões de jogos pré-pagos de cem anos atrás. Uma vez aqui, mesmo que você não faça nada, será cobrado por hora. Mas a taxa não é tão alta.

    — Esse planeta é só para adultos?

    — Isso mesmo. E não apenas para adultos… há várias categorias: homens héteros, mulheres héteros, homens com homens, mulheres com mulheres, qualquer coisa que imaginar. Além das orientações sexuais, também atendem a todos os tipos de fetiches. Por exemplo, eu gosto de todos os tipos de fluidos corporais. Da última vez, fui à Ilha do Vômito e…

    — Para! Não curto isso.

    — Tá bom, tá bom. Hoje estamos aqui só pra te ajudar a relaxar.

    Gancho guiou Adam pela curva do seio da valquíria até chegar aos lábios dela, onde estava uma enorme bruxa sedutora.

    A bruxa também era gigantesca, embora menor que a valquíria.

    A valquíria sob os pés deles se estendia por mais de dez quilômetros, enquanto a bruxa tinha uns duzentos metros de altura, equivalente a um arranha-céu no mundo real.

    Ela estava sentada ao lado dos lábios da valquíria, segurando seu cajado com as pernas firmemente juntas. Algumas pessoas tentavam entrar, mas eram barradas por ela.

    — Este é um local de alto nível, então vocês vão precisar de um cartão VIP.

    Cartões VIP do mundo real podiam ser usados no Metaverso com o uso de senha. Ao mostrar seus cartões à bruxa, ela sorriu de forma sedutora.

    — Entrem e aqueçam esses corpos, garotos. Está frio demais aqui fora.

    A bruxa agarrou Adam e Gancho e os empurrou diretamente para dentro de seu corpo ao abrir as pernas.

    Assim que entrou, Adam foi envolvido por uma onda de calor. Em seguida, se deparou com um pub luxuoso. Todos estavam sentados nas paredes carnudas do lugar, assistindo a um show com incontáveis artistas se apresentando.

    Entre eles havia ídolos virtuais e dados de pessoas reais, com uma grande variedade.

    Em tamanho e classe, aquele pub era infinitamente superior ao que Adam havia visitado no mundo real dias atrás. Se não fosse pelo fato de algumas pessoas preferirem a experiência real, não haveria concorrência alguma.

    Adam e Gancho pediram bebidas, e após circularem um pouco, uma figura virtual se aproximou para conversar.

    — Olá, bonitão. Oferecemos serviços privados aqui. Você pode entrar em uma cabine e assistir a um show de dança particular. O que vai querer? Uma bruxa? Uma amazona? Uma jogadora de basquete? Uma coelhinha?

    A cada personagem mencionado, a figura se transformava no traje correspondente, e a troca era tão rápida que quase dava vertigem.

    — Quero uma amazona. Tô indo na frente, pode fazer o que quiser.

    Uma amazona vestida com uma armadura prateada desceu do palco e entrou em um quarto com Gancho.

    Adam pensou um pouco, mas não sabia o que queria.

    — Me arruma uma normal.

    — Normal? Que tal… uma funcionária de escritório?

    — Pode ser. — Adam assentiu. — Ah, e quero uma pessoa real, não uma virtual.

    — Entendi. Tem gente que não curte os virtuais.

    A anfitriã virtual piscou sedutoramente e chamou uma mulher de meia-idade.

    Todas as artistas que trabalhavam ali eram ou extremamente talentosas ou muito bonitas e empáticas.

    A mulher de uniforme de escritório era do segundo tipo.

    — Olá, chefe, vamos para o quarto 666.

    Ela era simpática e educada, e levou Adam até um cômodo de carne antes de começar o serviço.

    Percebendo que ele não dizia ou fazia nada, ela logo entendeu que era a primeira vez dele e puxou conversa.

    — Todos os clientes que preferem pessoas reais… especialmente funcionárias de escritório… gostam de me perguntar o que eu fazia antes. Quer adivinhar, chefe?

    — Não faço ideia — respondeu Adam, balançando a cabeça.

    — Eu era recepcionista numa empresa de tecnologia.

    — Por que trocou de trabalho?

    — Por dois motivos. O primeiro é o dinheiro. Na recepção, eu era só um rostinho bonito. Cumpria tarefas simples que até os robôs mais básicos faziam. E ganhava só 3.800 por mês… um dos salários mais baixos da empresa.

    — E o segundo?

    — Eu sou bonita e sei dançar. Na escola, era líder de torcida. Quer ver?

    Ela começou a dançar de forma animada, e no meio da dança, pulou nos braços de Adam, e o resto fluiu naturalmente.

    Apesar de ser um quadro em branco, Adam ainda era um homem normal, e com índice físico no máximo, era até mais vigoroso que a média. Resultado: teve um desempenho surpreendente, apesar de ser sua primeira vez.

    Depois disso, ele realmente se sentiu mais leve mentalmente.

    — Você foi incrível…

    — Isso faz diferença até aqui?

    Adam se referia ao Metaverso.

    — Sim, existem pílulas que alteram os dados, mas dá pra ver que você já é bom do jeito que é… — A mulher ia continuar, mas de repente ficou séria. — Você precisa ser mais corajoso.

    — Quem?

    — Eu disse que precisa ser mais corajoso. Agora, você está muito tímido e cauteloso.

    — Corajoso? A que você está se referindo? — Adam estava bastante perplexo, e seu humor relaxado desapareceu instantaneamente quando ele ficou tenso e ansioso novamente. — Você está dizendo que eu deveria ter sido corajoso e assertivo com meus movimentos antes?

    — Estou dizendo que você deve ser mais corajoso ao enfrentar os adaptadores. Não há muito tempo para você. Neste momento, há pessoas que estão planejando usar mutantes psíquicos para lançar outro ataque terrorista. O plano deles é despertar o ressentimento contra os adaptadores no coração do público em geral e usar esse ressentimento para estabelecer um comitê para controlar e regular os adaptadores.

    — Quem é você? Do que está falando?

    Adam empurrou a mulher. Nesse instante, a música parou. E o ambiente ao redor começou a se transformar.

    A mulher diante dele virou a valquíria gigante de mais de dez quilômetros, e agora ele estava nas nuvens.

    — Cuidado com os mutantes psíquicos… Seja mais corajoso… Seu tempo está acabando…

    — Do que você tá falando? Quem é você? Me diz quem você é…

    Adam tentou perguntar mais, mas então ouviu uma voz fraca perto do ouvido:

    — Está tudo bem? O que houve?

    Adam voltou a si, e ao focar a visão, percebeu que ainda estava na mesma cabine de antes. A mulher de meia-idade continuava ali, olhando para ele com preocupação.

    — O que aconteceu? Você entrou em transe de repente. Você ficou off-line devido a uma conexão ruim?

    — Estou bem.

    A expressão dela parecia sincera, mas Adam sabia que era possível invadir a mente de alguém no Metaverso.

    Foi um evento… muito suspeito.

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