Capítulo 57: Infestação!

— Essa barreira psíquica é realmente resistente!

No escritório do pub subterrâneo, Adam e Gancho uniam esforços para romper a barreira psíquica daquele mundo.

O método para romper uma barreira psíquica era bem simples. Consistia em concentrar o poder psíquico em um ponto, moldando-o em formas como brocas ou pás, que podiam então ser usadas para danificar e cavar o espaço ao redor.

Claro, esse era o procedimento necessário para adaptadores de baixo nível quebrarem uma prisão psíquica criada por um adaptador mais avançado. Se fosse o contrário, o adaptador avançado poderia romper facilmente o mundo psíquico do oponente mais fraco e retornar à realidade.

“Pelo nível de resistência dessa barreira, o mutante psíquico que criou essa prisão pode ser ainda mais poderoso do que Oni no Hanzou.”

Enquanto Adam e Gancho trabalhavam, causando danos ao espaço ao redor, um grito súbito ecoou vindo de fora.

— Eu não disse pra ninguém fazer barulho?! — Adam escancarou a porta, irritado, e saiu do escritório em direção ao salão do pub. — Que raios vocês estão gritando?

— Tem ratos…

— Qual é o problema com ratos…

Antes que Adam pudesse reagir, um rato do tamanho de um cachorro saltou e cravou os dentes no pescoço de uma pessoa. A vítima jogou o rato longe com todas as forças, mas sua garganta já havia sido rasgada. Ela urrava de dor enquanto o sangue jorrava da ferida aberta.

Cenas semelhantes ocorriam por todo o clube.

Com os ratos fora de controle, a pista de dança rapidamente se transformou numa espécie de festa de sangue. Todos estavam sendo borrifados com sangue enquanto gritavam e fugiam em pânico.

“Ratos comuns não podem crescer até esse tamanho!”

Adam imediatamente percebeu que havia algo errado ao ver os ratos gigantes. Lembrou-se do que tinha visto lá fora: um dos mutantes psíquicos era capaz de vomitar ratos.

Aquele homem claramente se deleitava com carnificina e sangue, e quase metade das pessoas mortas na rua tinha caído para os ratos dele.

“Será que ele veio até aqui?”

Adam ficou em alerta máximo, mas não conseguiu detectar nenhuma presença de mutante psíquico. Enquanto isso, o pânico e o caos no pub continuavam.

— Talvez esses ratos tenham sido enviados como batedores! Não entrem em pânico! Reúnam-se perto de mim e protejam suas gargantas e olhos!

Sem sinais claros da presença de um mutante psíquico, Adam começou a exterminar os ratos.

Com suas habilidades, os ratos não representavam ameaça alguma para ele, mas à medida que a matança prosseguia, mais e mais ratos invadiam o local pela área do elevador.

Enquanto pensava numa forma de bloquear aquela entrada, um estrondo metálico ecoou daquela direção, e o elevador foi completamente achatado por alguma coisa. Em seguida, uma figura surgiu da abertura.

— Ah, isso aqui tá ótimo. Achei que ia ser só um trabalho chato de caçar adaptadores, mas tem um monte de gente reunida!

O elevador havia sido danificado por Adam antes, então o Rei dos Ratos teve que saltar diretamente do nível do solo.

Após uma queda tão longa, ele apresentava um corte profundo na cabeça, sangrando profusamente, e vários ossos de seus membros estavam quebrados. No entanto, enquanto mancava, os ossos das pernas começaram a se realinhar, e os ossos da bochecha, que estavam saltando para fora do ferimento no rosto, foram recobertos por carne e pele regeneradas.

O Rei dos Ratos inspecionou o ambiente e, ao ver a quantidade de pessoas no clube, ficou visivelmente animado. Logo em seguida, avistou o imenso lobisomem que era Adam, que destoava de tudo ao redor.

— Esse adaptador é estranho. Parece até que você sofreu uma mutação — comentou ele, encarando Adam. — Como prefere morrer?

— Por que está matando pessoas?

— Precisa de motivo pra matar alguém? Precisa de um motivo pra comer? Você come porque tem fome!

Enquanto falava, o Rei dos Ratos agarrou uma pessoa ao lado. Sua mandíbula se expandiu até metade do tamanho de um adulto, permitindo-lhe enfiar metade do corpo do homem em sua boca de uma só vez.

Um estalo grotesco ecoou quando o Rei dos Ratos mordeu, espalhando sangue para todos os lados.

O homem sequer teve tempo de gritar antes de ser partido ao meio.

A essa altura, já não havia mais nada a ser dito. Mutantes psíquicos eram completamente insanos, comunicação era impossível.

Assim, Adam não hesitou e avançou contra o oponente, lançando garras flamejantes pelo ar.

— Opa, esse ataque foi impressionante! Parece que você é um adaptador experiente.

Diante das garras flamejantes, o Rei dos Ratos sequer tentou se esquivar, sendo cortado em vários pedaços. Contudo, os fragmentos logo se juntaram novamente no chão, e ele estava de volta ao normal em instantes.

Adam já estava bem à sua frente e prosseguia com os ataques sem parar. O Rei dos Ratos continuava imóvel, recebendo os golpes de frente.

Era como se o corpo dele fosse feito de chiclete, sempre se colava de volta de maneiras estranhas, tornando os ataques de Adam ineficazes.

Mesmo assim, Adam não cessou o ataque.

Ele sabia que seus golpes não surtiriam efeito, mas precisava ganhar tempo. Enquanto mantivesse o Rei dos Ratos ocupado, Gancho poderia continuar tentando romper as barreiras psíquicas e permitir a fuga de todos.

— Tô começando a ficar entediado. É só isso que você tem? Nesse caso, não vou perder mais tempo. Preciso cumprir uma cota de quinhentas mortes hoje!

O Rei dos Ratos lançou Adam para longe com um soco enquanto falava, e depois abriu a boca mais uma vez, liberando uma nova onda de ratos.

Ao saírem de sua boca, os ratos espalharam o caos por todo o pub, rasgando os clientes com seus dentes.

Adam se levantou do chão e imediatamente começou a combater os ratos, mas havia simplesmente muitos deles para lidar de uma só vez, e o espaço do pub era grande demais, então a maioria dos frequentadores acabou sendo morta pelos ratos.

Esses ratos eram muito mais fortes e ágeis que o normal, e eram tantos que nem dava pra contar. As pessoas no pub não tinham a menor chance, caíam uma após a outra, sendo devoradas vivas.

Enquanto isso, Adam protegia o último grupo de sobreviventes, que havia sido encurralado em um dos camarotes. Havia uma parede atrás deles e pedaços de mobília servindo de cobertura ao redor, formando uma espécie de fortaleza onde Adam conseguia defendê-los bem.

Ao assumir essa posição vantajosa, Adam invocou imediatamente Múmia e Palhaço. Essas duas anomalias em miniatura não eram páreo para adaptadores, mas eram mais que capazes de lidar com uma praga de ratos.

Adam guardava o corredor principal, enquanto Múmia protegia os sobreviventes. Ao mesmo tempo, Palhaço saltava de forma errática por entre os ratos, eliminando qualquer um que escapasse pelas brechas.

Com isso, os ratos não conseguiam alcançar os sobreviventes e, após sofrerem algumas baixas, rapidamente se uniram, formando uma grotesca bola de carne.

A bola de carne se fundiu por completo, dando origem a uma aberração de rato gigante.

Todas as habilidades do Rei dos Ratos pareciam estar relacionadas à fissão e fusão.

Após sua formação, a aberração de rato desceu com força sobre o Palhaço. Felizmente, a astuta anomalia continuava tão alerta quanto sempre, e se escondeu imediatamente, fugindo ao perceber o perigo.

Múmia, no entanto, não teve a mesma sorte.

Era a anomalia da dor, e por isso não temia o sofrimento. Além disso, sempre teve inteligência limitada, agindo de maneira direta e brutal, confiando na própria resistência para se proteger.

Contra inimigos mais fracos, esse estilo esmagador de ataque lhe dava vantagem.

Porém, diante de oponentes muito mais poderosos, sua agressividade excessiva se tornava sua ruína.

Múmia ergueu sua arma e avançou diretamente contra a aberração de rato, mas antes mesmo de conseguir rasgar a pele da criatura com sua lâmina, a aberração abocanhou sua cabeça e começou a dilacerar seu corpo. Adam conseguia sentir que Múmia estava a um passo de ser completamente despedaçada.

“Ela acabou de ser ressuscitada. Não posso permitir que morra de novo!”

Adam saltou no ar e lançou a aberração de rato para longe com um golpe de garra, depois recolheu Múmia, gravemente ferida, de volta para dentro do corpo.