Índice de Capítulo

    Eduardo acordou com o braço de Caio por cima de seu rosto. Ele o empurrou para o lado e sentou-se na cama. Apesar de dormir feito uma pedra, o cara era inquieto mesmo estando inconsciente. Olhou para cima, onde feixes de luz saiam por entre as brechas do telhado, indicando que o sol já nascera. Eduardo se levantou e esticou os braços, espreguiçando-se. Sentia dores vindas do “treinamento” noturno que fazia com Caio. Apôs o rio, ele perguntava constantemente sobre como Eduardo lutara daquela forma. No entanto, o próprio Eduardo não tinha noção de como havia feito. Seu corpo apenas sabia como se mover, assim como sabia manejar a lança. Ele imaginava se também tinha a ver com a dádiva dada pelo deus, como Theo tinha sugerido. Se for isso, por que Caio parecia tão desengonçado enquanto lutava? Não fazia ideia, na verdade não importava.

    Ele se levantou, quase pisando no braço de Theo, que preferiu dormir no chão a dividir a cama com eles. Caminhou até o guarda-roupas no outro lado do cômodo. Não havia tantas roupas nele, exceto pelo uniforme sujo de seu time de futebol, e algumas blusas de lã grossa dadas por Thierry. 

    Ele pegou uma delas, de cor vermelha claro, e uma calça folgada que também fora cedida pelo velho homem. O homem os havia dado abrigo, comida, empregos para se manterem… Eduardo não podia deixar de se perguntar por que Thierry era tão gentil para com eles. 

    Ele caminhou pelo corredor. A casa estava silenciosa, a exceção de um som vindo da cozinha, que por menor que fosse, ainda soava alto na quietude do lugar. Eduardo passou pelo cômodo, cumprimentando Roque, que preparava o dejejum. O garoto mais parecia um servo do que o neto de Thierry, realizando e ajudando o homem em quase todas as tarefas domésticas. Eduardo contrastou isso com as vezes em que seus avós faziam o possível para agradá-lo quando os visitava. Talvez as coisas fossem assim nesse mundo. 

    Continuou andando até chegar ao banheiro. Eles haviam preparado a água na noite anterior para tomarem banho. Estaria fria, afinal chuveiro não era algo que existia naquele mundo, ainda mais um elétrico. Antes de abrir a porta, ela se abriu, revelando duas sonolentas figuras femininas, usando longas camisolas que iam até seus tornozelos. 

    — Ah — Júlia se engasgou de surpresa. 

    Ela passou a mão no cabelo, embaraçada. As mechas molhadas caiam de formas selvagem entre seus ombros até abaixo do peito. Seu nariz fino estava vermelho, e suas bochechas, rosadas por conta do frio. Seus olhos castanho-claros, que a poucos segundos transpareciam sono, agora estavam arregalados, com suas finas e delicadas sobrancelhas erguidas. Em outras palavras, ela estava bem fofa aquela manhã. 

    — Ah, bom dia Edu — disse Carmen, que parara atrás dela. 

    — Bom dia — Eduardo respondeu, olhando de relance para a garota, e voltando sua atenção imediatamente para Júlia novamente. — Que cheiro bom, tá usando um perfume novo? — brincou. 

    Ela suspirou. 

    — Como se eu pudesse. É o mesmo sabão de sempre. 

    Eduardo se inclinou cheirando seu pescoço, e então se afastou, contemplando aquela cara vermelha que tanto adorava. 

    — É verdade, mas eu nunca me canso de senti-lo em você, é quase como se ficasse mais cheiroso a cada dia. 

    Ela revirou os olhos. 

    Carmen passou pelos dois com passos rápidos, se afastando. Sem tirar seus olhos de Júlia, Eduardo afastou seu corpo, lhe dando passagem. 

    — Você só quer uma desculpa para brincar com a minha cara — A garota, claramente envergonhada, protestou. 

    — Mas tu gosta disso, né? — Ele passou os braços pela sua cintura, ela pôs as mãos em seus ombros. 

    Em momentos assim, estar em outro mundo não importava, ele percebeu. 

    — Vocês podem fazer isso outra hora? Quero usar o banheiro — resmungou Theo atrás de Eduardo. 

    Eles se desvencilharam, afastando-se com a surpresa. Theo passou por ambos e fechou a porta. 

    — Vou me vestir… a gente se vê outra hora — Júlia disse, mexendo com o cabelo enquanto olhava para baixo. 

    Antes de ela começar a andar, Eduardo se inclinou e lhe deu um rápido beijo. 

    — Para começar bem o dia — declarou sorrindo. 

    A garota o encarou, vermelha como um tomate, acenou com a cabeça e vagou, com passos tímidos, até o seu quarto. Eduardo observou sua adorável figura se afastar, então tentou entrar no banheiro, franzindo a sobrancelha quando a porta não abriu. 

    — Tem gente — Theo gritou do outro lado. 

    — Merda — praguejou —, ele fez de novo. 

    Após o banho, ele se sentou à mesa com os outros. Caio se sentara a sua direita e Theo a sua esquerda. Júlia estava do outro lado, junto de Carmen que havia feito suas habituais tranças naquela manhã. Havia um canto vago ainda. O de Letícia, que fora a última a se levantar e ainda se arrumava em seu quarto. Thierry estava sentado na ponta da mesa, enquanto Roque, que terminara de servir a comida, sentou-se na outra. 

    A sua frente, a refeição servida por Roque, consistida por uma variedade de frutas, mingau e pão duro, com duas jarras de leite para que molhassem a garganta, permanecia intocada. E permaneceria assim enquanto não estivessem todos sentados a mesa. O anfitrião era bem rigoroso com certas coisas. 

    — Cara, quanto tempo essa mina ainda vai demorar? — Caio murmurou. 

    — Ela é bem lenta de manhã mesmo — comentou Carmen, apoiando a cabeça sore os braços na mesa. 

    — Esperemos — falou Thierry. —  Agora, me digam, Edwardo, Caio, como está sendo trabalhar com aquele rabugento do Paul? 

    — Bem, tá sendo tranquilo, mas ainda não nos acostumamos tanto assim com o serviço. 

    — Fale por você, derrubei seis árvores ontem — interrompeu Caio, com um sorriso orgulhoso. 

    — E quase derrubou uma em cima de alguém — Eduardo retrucou. 

    — Oh, é mesmo? — Thierry começou a rir. 

    — Eu avisei para saírem do meio. 

    — Quando ela já estava caindo — Eduardo disse, revirando os olhos. 

    — Que idiota — murmurou Carmen. 

    — Duvido que faria melhor — Caio disparou em afronta. 

    Carmen deu de ombros. 

    — Não preciso, estou muito bem com a senhora Anelise. 

    — Ela com certeza gosta de um trabalho fácil — Theo bufou em escárnio. 

    — Fácil é? — Carmen levantou as mãos, revelando todas as pequenas feridas causadas pelas agulhas. 

    Theo levantou uma mão, que ficara cheia de calos devido as semanas de trabalho nos campos, mostrando um sorriso de deboche. Eduardo suspirou, prevendo o que aconteceria. 

    — Sim, é bem fácil — declarou. 

    — Ah gente, deixa disso — Júlia murmurou. — Todo dia é a mesma coisa. 

    — Ele que começou — Carmen apontou um dedo para Theo, que lhe mostrou a língua. 

    Thierry apenas sorria com a situação. O velho não parecia levar aquilo a sério. 

    — Ela chegou — declarou Roque, sem virar a cabeça na direção da porta, antes que Letícia a atravessasse. 

    — Finalmente — bradou Caio, tamborilando com os dedos na mesa. 

    — Lê, me ajuda, esse cara tá me perturbando — Carmen choramingou apontando para Theo. 

    — Ai, amiga, deixa eu me sentar primeiro — suspirou Letícia, sentando-se em seu assento. 

    — Bom dia Letízia, como está a mão? — Thierry perguntou. 

    — Bom dia, está melhor, já nem sinto dor. 

    Ela mostrou a mão enfaixada, mexendo os dedos. 

    — Fico feliz em saber, afinal… 

    — Avô — Roque o interrompeu, seus olhos estavam caídos. 

    — Ah, certo, é verdade. Agora que estamos todos a mesa, façamos a prece. 

    Apôs o final da refeição, eles se despediram de Thierry, seguindo até seus respectivos trabalhos. Theo partiu sozinho, desanimado, pelo caminho que levava até os campos. Júlia e Letícia pegaram cada uma, uma trouxa de roupas, as quais elas levariam aos respectivos donos. Eduardo lhe deu um beijo, sentindo suas mãos macias antes de se despedirem. 

    — Então, podemos ir agora DiCaprio? — Caio perguntou apôs Júlia se afastar. Ele tinha um machado nas mãos e um sorriso no rosto. 

    — DiCaprio? 

    — Prefere que eu te chame de Romeu? — O sorriso em sua boca aumentou. 

    Eduardo revirou os olhos, pôs o machado sobre o ombro, e começou a andar, Caio o seguindo. 

    — Vamos logo. 

    — Ei, esperem garotos — ouviram um grito. 

    Quando olharam viram Carmen correndo em sua direção. 

    — Que foi, precisa de algo? — Eduardo perguntou. 

    Carmen parou a poucos metros deles, pondo as mãos nos joelhos. 

    — Como é que vocês… conseguem andar tão rápido hein? — perguntou ofegando. 

    — Acho que são os meus pés grandes — Caio comentou de forma franca. 

    — “Há, há” — Carmen ergueu o corpo, pondo uma mão no peito. 

    — Mas o que foi? — Eduardo perguntou novamente. 

    Carmen olhou para ele. 

    — Nada, eu só… queria acompanhar vocês — respondeu ela. 

    Ela usava um vestido violeta que ia até embaixo dos joelhos. Quatro botões desciam até a sua cintura. Suor começava a escorrer por seu pequeno rosto, provavelmente por conta da caminhada, algo que ela pareceu se incomodar devido ao nervosismo com que o limpou. Seus olhos redondos alternavam entre Eduardo, o chão e Caio. 

    — Pera, mas você não vai por ali todos os dias — Caio comentou, apontando a direção. 

    — É, mas… minha chefe mandou eu pegar algo na casa de uma cliente. 

    — Algo? — Eduardo repetiu. 

    — Sim — Ela concordou com a cabeça. — Um tecido qualquer. 

    Caio deu de ombros. 

    — Tá beleza, mas tente acompanhar nosso passo — disse dando virando-se, e começando a andar. 

    — Vamo lá — Eduardo falou. 

    — Certo — Carmen respondeu, jogando sua trança por sobre o ombro. 

    Eduardo achou tal gesto, um tanto estranho, porém não lhe deu muita atenção. 

    Eles seguiram conversando pelo caminho que conduzia até o bosque. Podiam ver as paliçadas de madeira que rodeavam o vilarejo. Segundo Thierry, elas foram erguidas a poucos anos pelo novo senhor feudal para proteger os aldeões dos goblins, que antes realizavam constantes ataques aos moradores. Ele também fez esforços para expulsar as criaturas para o outro lado do rio. Além de exterminar monstros que infestavam aquelas terras. Desde então o vilarejo se desenvolveu de forma surpreendente, ao ponto de mais pessoas se mudarem para a região, construindo suas casas ao redor da aldeia cercada. 

    Thierry fora um desses. 

    Ele chegara ali a três anos, porém, a forma como era tratado e respeitado pelos moradores fazia-o parecer que sempre vivera lá. Eduardo podia entender isso, uma vez que passara a gostar do homem. O velho era animado. Gostava de conversar sempre que tinha oportunidade. Roque, no entanto, era o oposto do avô, permanecendo discreto o tempo todo, falando quando falavam com ele. 

    Caio contava a Carmen o que os lenhadores faziam com as árvores apôs derrubá-las, embora ela não parecesse tão interessada no assunto, observando o movimento da estrada. Eduardo fazia o mesmo. 

    Homens robustos conduziam carroças carregadas de feno, cheirando a estrume. Mulheres passavam com cestas em cima da cabeça cantarolando belas melodias. Crianças repletas de energia corriam, por cima da amurada de pedra na bordada estrada e pulando para o outro lado. Desprezo, receio, curiosidade, todos eles os encaravam com os mais diferenciados olhares. Porém, o olhar que mais preocupava Eduardo era o dos soldados que passavam de tempos em tempos. Eles os olhavam, como se os vigiassem. Theo tivera a mesma impressão, dizendo sempre haver um deles por perto. Eduardo se perguntava se com Júlia ocorria a mesma coisa, embora, muito provavelmente ela nem se importasse com isso. Havia momentos em que ela ficava presa nos próprios pensamentos. Eduardo se perguntava constante no que ela estava pensando, se ainda pensava no rio, ou em outra coisa. 

    — Olhem ali um cervo — Caio disse de repente, apontando em direção ao campo

    — Uhn, aonde? — Carmen perguntou. 

    — Ali, não estão vendo? — Caio mostrou a direção com a mão. 

    — Ainda não vejo nada — Carmen murmurou protegendo os olhos do sol —, e você Edu? 

    Eduardo esforçou sua vista, mas tudo o que via era uma silhueta de um animal se movendo pelo campo gramado a centenas de metros de distância. Mal poderia percebê-lo se não prestasse atenção. Como Caio conseguiu vê-lo de tão longe? Mas espera, Carmen o havia chamado de “Edu”, quando haviam ficado tão próximos? 

    — Ah desisto, você só tá brincando com a nossa cara — grunhiu Carmen voltando a andar. 

    — Tá muito longe, como tu tá vendo isso? — Eduardo perguntou. 

    Caio apenas deu de ombros. 

    — Sei lá, só tô vendo, ele foi embora — disse, retomando o passo. 

    Quando se aproximaram do bosque Eduardo olhou para o lado, notando Carmen ainda a segui-los. 

    — Ei Carmen. 

    — Hum, que foi? — ela olhou para ele surpresa. 

    — A mulher em que você ia, mora mesmo por aqui? 

    — Verdade, não tem muitas casas por esses lados — Caio observou olhando ao redor. 

    Carmen parou, olhando para eles, e depois para os lados, brincou com a sua trança e disse: 

    — He, acho que me distrai e passei da casa — Ela lhes mostrou um sorriso se graça. 

    Deu meia volta e caminhou pela estrada na direção contrária, enquanto Eduardo e Caio a observavam se afastar. 

    — Que garota distraída — Caio comentou com um sorriso debochado no rosto. 

    Eduardo deu de ombros e voltou ao seu caminho. 

    Andaram por mais algum tempo até chegarem no ponto de encontro até chegarem, uma grande choupana no meio do pequeno bosque onde morava Paul, o líder dos lenhadores. Em frente a ela estava uma dúzia de homens, aguardando pelo início do dia. 

    — Olha vejam só, as duas lebres peladas chegaram — disse Collet, um homem calvo e barrigudo, que aparentava estar próximo dos cinquenta. 

    Manon, um homem mais velho e mais magro, com a pele repleta de manchas, bufou. 

    — Já era hora, esses fedelhos devem pensar que podemos esperar o dia todo — resmungou ele. 

    — Foi mal o atraso, o caminho é bem longo — Tentou se justificar Eduardo. 

    — Também moro tão longe quanto Thierry, e chego aqui antes do nascer do sol garoto — disse Manon, cuspindo no chão. 

    Eduardo sentiu como se na realidade o homem quisesse cuspir neles. 

    — E daí, não é problema nosso se você acorda mais cedo — protestou Caio. 

    — Fale comigo quando eu falar com você. 

    — Falo o que eu quiser a quem quiser coroa — Caio replicou. 

    O rosto de Manon se dobrou em um carranca antes de ele responder. 

    — Como é fedelho, quer que eu afunde meu machado no seu pescoço para aprender a respeitar os outros? Acha que tenho medo só por que ouvi que vocês mataram alguns goblins? — Manon segurou o machado com ambas as mãos enquanto encarava Caio, que também não desviou o olhar. 

    Os homens mais próximos se entreolharam confusos, o clima ficou pesado. 

    — Tá bom Caio, já deu, se acalma aí — Eduardo se pôs entre ambos, pondo uma das mãos no peito de Caio. 

    O garoto o olhou nos olhos com revolta estampada na cara, mas depois de uma breve conversa sem palavras entre ambos, recuou. 

    Manon riu. 

    — Viram, eu disse que os boatos eram mentira, esses dois não matam nem coelhos. 

    — Verdade — Collet também começou a rir. — Devem se borrar só de ver um coelho de chifres, imagine um goblin. 

    Risos e murmúrios se espalharam entre os outros. Apôs começarem a viver por ali, boatos se espalharam entre os moradores sobre o rio. Muitas histórias absurdas. No entanto muitos as contavam apenas para fazer chacota com a cara deles. Caio, que tentava provar sua veracidade os encarava com raiva toda vez que isso ocorria. Eduardo dizia a si mesmo que aquilo não importava, tentando fazer o incomodo passar, embora fizesse um esforço para não repara o desagradável sorriso do velho homem. 

    — O que é isso, uma balbúrdia? — gritou um homem alto, de ombros largos e constituição forte, com braços e pernas tão grossos como toras. Seu corpo era coberto com uma espessa pelugem negra dos pês a cabeça. Tinha olhos firmes e um queixo duro, escondido pela espessa barba em seu rosto. 

    — Não senhor Paul, estávamos apenas conversando e brincando com os novatos — respondeu um dos lenhadores próximos a ele. 

    Paul, o líder dos lenhadores, passou o olhar pelo grupo. 

    — É verdade isso Collet? — perguntou encarando o homem. 

    — S… sim senhor, é — Collet baixou o olhar, como se para não o encarar. 

    Paul encarou Manon, que apenas bufou, olhando em outra direção. 

    — Se quiserem brigar, brincar ou fazer qualquer coisa que não seja derrubar as malditas árvores, façam isso em outro lugar — Ele então se virou para Eduardo e Caio. — Vocês dois, cheguem mais cedo a partir de amanhã, ou nem apareçam. 

    Caio tentou dizer algo, mas Eduardo o interrompeu. 

    — Certo, desculpe o atraso — Ele baixou a cabeça, tentando fazer uma reverencia. 

    Não soube dizer se teve qualquer efeito, pois Paul apenas se voltou novamente para o resto dos homens e anunciou o que fariam naquele dia. Eduardo o ouvia atentamente quando percebeu alguém dentro da casa, observando-os. Paul era um homem casado, então era comum que sua mulher estivesse lá. Mas quem os espiava não era a senhora de idade de cabelos grisalhos que de vez em quando servia bebidas e pães salgados aos homens, mas um rapaz jovem de cabelos loiros. Paul tinha filhos, Eduardo sabia, mas o jovem que estava na janela não se parecia nenhum pouco com o urso negro que naquele momento berrava ordens aos homens. Seus olhos se cruzaram e Eduardo percebeu que ele o estava encarando. Mesmo a dezenas de metros, podia perceber que seus olhos eram verdes. 

    — É isso que faremos hoje, entenderam? — perguntou ele chamando a atenção de Eduardo. 

    — Sim senhor! — responderam todos em uníssono. 

    Eduardo olhou novamente para a janela, agora vazia. 

    — Ah, cara, sério que vamos ter de contornar o moinho? Vamos andar pra caralho — Caio resmungou. 

    — O moinho? — Eduardo falou confuso. 

    — É, você não ouviu? 

    Ele negou com a cabeça. 

    — Tá, tanto faz, eu explico no caminho. 

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