Índice de Capítulo

    Olhar da Perda de Controle era um feitiço que podia fazer até mesmo Anjos mostrarem sinais óbvios de perda de controle, com efeitos melhores quanto mais instável fosse o estado mental do alvo. Entretanto, assim que Torriope lançou o feitiço, a Mágica desapareceu. Ela não apareceu em nenhum outro lugar nesta área, aparentemente tendo ido embora completamente.

    O olhar de Torriope se concentrou enquanto ele observava a figura horripilante criada pelo Olhar da Perda de Controle se dissipar gradualmente. Ele não aproveitou a oportunidade para escapar. Não que Ele não quisesse, mas era tarde demais. Somente quando a Rainha das Estrelas Cattleya entrou na torre do feiticeiro, Ele recebeu a revelação e fez a profecia correspondente, dedicando algum tempo para interpretá-la.

    Não lhe restava tempo para escapar. Ele só podia ir até as profundezas deste mar e esperar pacientemente. Esperar por uma oportunidade. Essa abordagem não foi interpretada apenas a partir de Sua própria profecia, mas também veio de Sua compreensão desse lugar no lado escuro da torre do Feiticeiro e de seu conhecimento dos eventos passados ​​da Ordem Ascética de Moisés.

    Em apenas um ou dois segundos, o feitiço Olhar da Perda de Controle terminou completamente. Ao mesmo tempo, Torriope viu novamente aquela jovem senhora vestindo o manto negro bordado com estrelas prateadas.

    Ela havia retornado.

    No Vingador Azul, lutando para navegar pela neblina e pelo mar.

    Professora, Tabela Periódica e Protótipo estavam todos no mar pela primeira vez, e todos caminharam até a amurada do navio para olhar a distância, onde a luz era bem fraca e as ondas pareciam rugir.

    — Para o oeste… estas são as profundezas do Mar da Névoa? — A Professora fez seu julgamento com base nas palavras anteriores de Franca e no ambiente ao redor.

    — Sim. — Quem respondeu não foi Franca, mas um homem de meia-idade que saiu da cabana.

    Este homem era de estatura mediana, pele áspera e cabelos desgrenhados de um azul profundo, vestindo uma camisa de linho, paletó marrom e calças mais escuras. Sua postura era bastante digna, dando a impressão de alguém há muito acostumado à autoridade.

    — Este é o capitão, — disse Franca, sem apresentá-lo como O Enforcado do Clube de Tarô, mas apenas dizendo ao Tabela Periódica e aos outros que ele era o dono daquele veleiro de três mastros.

    Após uma reverência de cortesia, a Professora perguntou com certa curiosidade: — Ouvi dizer que o Mar da Névoa ocidental é extremamente perigoso, frequentemente com ventos fortes e ondas enormes. Mesmo as frotas oficiais de exploração não conseguem continuar adentrando-o profundamente, e só conseguem avançar uma seção do canal por vez, estabelecendo bases avançadas.

    — Na verdade, o clima aqui não é tão instável e intenso quanto o Mar Berserk, — disse o Capitão Enforcado em uma voz um pouco baixa e grave. — O que é perigoso aqui é a névoa.

    A maioria dos Beyonders do caminho do Feiticeiro demonstrava grande curiosidade. O Protótipo repetiu as palavras do capitão: — Névoa?

    — O que há de perigoso na névoa… Ela faz com que as frotas se percam, incapazes de encontrar suprimentos ou recuar?

    O Enforcado deu um leve sorriso. — Você sabe por que este oceano se chama Mar da Névoa? Por que a neblina também costuma surgir nas águas do arquipélago, completamente diferente do clima no Mar da Sônia?

    Lembrando-se das explicações de vários meteorologistas em jornais e revistas, Tabela Periódica tocou os símbolos químicos em seu rosto e de repente percebeu: — Se espalha daqui?

    O Enforcado assentiu gentilmente. — A neblina nesta área ora se contrai, ora se expande. Quando se expande, a neblina se espalha para o leste, afetando o clima. Quanto mais perto você chega daqui, mais nevoeiro há e mais lentamente a neblina se dispersa. Quando você chega às águas do arquipélago, a neblina aqui precisa se expandir drasticamente para afetar aquela área.

    — Então, na verdade, é por razões místicas… — murmurou a Professora para si mesma.

    O Enforcado continuou: — Da mesma forma, quanto mais fundo você se aprofunda nesta área, quanto mais a oeste você navega, mais espessa a neblina se torna e mais difícil é dispersá-la. No final, você não consegue ver nada além de uma neblina densa, cinza-esbranquiçada, tornando impossível determinar suas coordenadas e o curso d’água correto com base em quaisquer condições externas.

    — Quem sabe quantos exploradores e aventureiros desapareceram para sempre aqui? Talvez seus navios só retornem da história muito mais tarde, na forma de navios fantasmas não tripulados.

    Franca ao lado deles ouvia com grande interesse.

    “Então essa é a verdadeira origem do nome do Mar da Névoa? Essa névoa veio do selo do Digno Celestial no Continente Ocidental?”

    — E nós? — perguntou a Professora, preocupado.

    “Nós também estamos nos aprofundando nessas águas!” Ao contrário do Protótipo, que só precisava se preocupar em se alimentar, ela e Tabela Periódica tinham fortes vínculos, o que naturalmente os deixava mais ansiosos e preocupados.

    O Enforcado olhou ao redor e disse: — Não se preocupem, já entrei e saí destas águas muitas vezes e tenho algum conhecimento dos canais daqui. Não nos perderemos antes de chegarmos ao nosso destino.

    “Claro, você é um marinheiro de primeira…” Franca murmurou internamente.

    O Enforcado acrescentou: — Esta experiência foi comprada com vidas. Já me perdi aqui antes, enfrentei perigos e quase desapareci com o navio inteiro várias vezes. Felizmente, com proteção divina, orei a tempo e recebi um posicionamento preciso, o que me ajudou a encontrar o caminho de volta com sucesso.

    Vendo como o capitão descreveu suas experiências explorando essas águas sem arrogância, ostentação, medo ou trepidação, a Professora e os outros gradualmente acalmaram seus corações. Esta era de fato uma via navegável segura, explorada em meio a inúmeras dificuldades e com orientação divina, digna de confiança.

    Naquele momento, todos sentiram que o capitão era muito firme e confiável.

    Tabela Periódica olhou para os marinheiros que claramente não eram suficientes para operar um veleiro de três mastros e perguntou com espírito investigativo: — Este é um navio fantasma?

    — Sim. — O Enforcado não negou.

    Nesse momento, o navio inteiro foi jogado para cima por uma onda, voando pelo ar. Com um mergulho, um peixe marinho gigante, de vinte a trinta metros de comprimento, emergiu de baixo da superfície. Seu corpo era coberto por escamas metálicas branco-prateadas que brilhavam com a luz do amanhecer, e do respiradouro em sua cabeça jorrava um jato de água que parecia composto do crepúsculo da manhã.

    Este fluxo de água era como uma espada gigante empunhada por uma divindade, cortando ferozmente em direção ao Vingador Azul. Essa cena era visualmente deslumbrante, deixanda Professoraa, Tabela Periódica e Protótipo, que estavam acostumados a lutar em cidades e ambientes pequenos, momentaneamente sem saber como responder.

    Silenciosamente, uma cor branco-acinzentada se espalhou da amurada do navio, colidindo com aquela espada divina do amanhecer. A luz do amanhecer na espada gigante imediatamente diminuiu, assumindo uma cor branco-acinzentada. Não conseguiu criar um Furacão de Luz, transformando-se rapidamente em uma espada de pedra que se partiu em pedaços e caiu em direção à superfície do mar.

    Ao mesmo tempo, o Enforcado voou no ar, com seus cabelos azuis escuros se espalhando descontroladamente como tentáculos.

    Bam! Bam! Bam!

    O Enforcado cerrou os punhos, lançando raios. Esses relâmpagos branco-prateados atravessaram o céu e o mar, atingindo os peixes marinhos cobertos por escamas branco-prateadas.

    Bum! 

    Só então o trovão ecoou.

    Enquanto a Professora e os outros assistiam estupefatos enquanto o capitão aplicava o castigo divino como uma divindade para disciplinar o monstro marinho, a área onde o Vingador Azul estava prestes a cair começou a borbulhar. Inúmeras criaturas em decomposição emergiram junto com as bolhas que subiam e estouravam, amontoando-se densamente. Uma invocação estranha e horripilante do reino do destino da morte veio de baixo da superfície do mar, puxando o Vingador Azul para fora do curso, diretamente em sua direção.

    A cor branco-acinzentada caiu diante do navio, transformando todas as criaturas mortas-vivas em decomposição instantaneamente em esculturas de pedra, até mesmo a água azul do mar se tornou como um chão de cimento, irregular com altos e baixos. O branco acinzentado continuou a penetrar abaixo da superfície do mar, e tudo ficou em silêncio.

    O Vingador Azul pousou firmemente na água ao lado, e a Professora e os outros viram grandes pedaços de pedra branco-acinzentada sendo quebrados pelo fluxo de água, alguns afundando, outros flutuando.

    — Um monstro marinho de Sequência 5, um Guardião? — murmurou Franca, interrogativa, enquanto se preparava para coletar seus despojos. — Essa demonstração de habilidade não é um pouco exagerada?

    A primeira criatura a atacar o Vingador Azul deveria ter sido uma baleia que tivesse consumido uma característica de Beyonder de Sequência 5: Guardião, do caminho do Guerreiro.

    — Espécies e ambientes diferentes podem levar a diferentes manifestações de habilidades, — disse o Enforcado, voltando ao convés, ordenando aos marinheiros que coletassem rapidamente as partes valiosas do monstro marinho-baleia e a característica de Beyonder.  — Além disso, vocês se esqueceram de que a Sequência 5 no mar qualifica alguém para competir pelo título de almirante.

    Ao ouvir a conversa, a Professora e os outros finalmente perceberam. O capitão era o outro semideus que a Lâmina Oculta havia mencionado. O poder de um semideus era alucinante!

    Enquanto Franca usava a seda de aranha da Demônia para arrastar o monstro marinho Guardião escondido sob a superfície — era um ouriço-do-mar mutante, preto profundo, achatado e espinhoso, do tamanho de um humano — ela perguntou casualmente:

    — Quanto mais fundo navegarmos nessas águas, mais monstros como esse encontraremos?

    — Não. — O Enforcado balançou a cabeça. — O mais perigoso é o próprio ambiente e nossos companheiros. É claro que, enquanto permanecermos na hidrovia pré-determinada, não haverá muito risco. Esses monstros marinhos só apareceram nos últimos anos, possivelmente relacionados àquela guerra daquela época.

    Vendo a Professora e os outros claramente confusos, o Enforcado explicou brevemente: — Após a derrota do Deus do Combate, muitas características de Beyonder caíram do mundo astral para a Terra e para os oceanos. Seu reino divino também sofreu um certo colapso, com muitos itens caindo na realidade.

    “Entendo… A Armadura Traiçoeira, não, a Armadura do Orgulho veio daí? Aquele monstro marinho-baleia agora também deveria ser… O Porteiro é a Sequência 5 do caminho da Morte, adjacente ao caminho do Guerreiro, então é normal que o reino divino do Deus do Combate tenha alguns itens relacionados…” Ao chegar a essa conclusão, Franca esperou que a característica de Beyonder, pálida e preta, se precipitasse gradualmente.

    Ela e Lumian precisariam ganhar mais fiéis no futuro, o que exigiria que os sacerdotes espalhassem seus ensinamentos, então eles precisavam preparar algumas características de Beyonder para seus subordinados. Após coletar os despojos, o Vingador Azul continuou em frente.

    À medida que navegavam mais fundo, a neblina branco-acinzentada ao redor deles ficava cada vez mais densa, tornando impossível enxergar claramente além de algumas dezenas de metros. Durante esse processo, a Professora e outros ocasionalmente descobriram coisas flutuando através da neblina — havia picos fracamente visíveis, ilhas indistintas e figuras gigantes que pareciam sustentar o céu…

    O Enforcado não explicou, apenas disse: — Eles parecem próximos, mas na verdade estão longe, inalcançáveis.

    Depois de mais meio dia, quando a névoa branco-acinzentada atingiu uma certa densidade, o Enforcado disse de repente a Franca:

    — Estamos quase chegando ao nosso destino. Avise a Sra. Eremita que ela já pode entrar na sede da Ordem Ascética de Moisés.

    No túnel escuro da torre do Feiticeiro.

    A Madame Eremita continuou avançando cada vez mais. Sua responsabilidade era conter os escalões superiores da Ordem Ascética de Moisés o máximo possível até a chegada das forças aliadas. De repente, ela parou em uma área cheia de muitos pilares de pedra quebrados.

    Ela viu uma figura familiar. Era a vice-presidente da Ordem Ascética de Moisés, outra Pilar que ela não conseguia entender: Retia Austin.

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