Capítulo 1170 - Simbolismo do Passado

Quando o luar carmesim desceu, Klein percebeu imediatamente que Grisha Adam provavelmente não conseguiria aguentar por muito mais tempo. Ele vinha mantendo um equilíbrio frágil, alcançando temporariamente a força de um quase Grande Antigo, apenas através da fusão das consciências de Herabergen e Leodero. Uma vez concedida a Nova Vida, os problemas latentes acumulados se manifestariam rapidamente.

Se o Deus Primordial Todo-Poderoso realmente ganhasse a vantagem e a Deusa Mãe da Depravação retornasse completamente curada, a situação se tornaria irredimível.

Naquele momento, três planos de contingência se formaram na mente de Klein:

O primeiro plano era que a Deusa da Noite Eterna colocasse Grisha Adam e a consciência do Deus Primordial Todo-Poderoso à força para dormir. Isso daria mais tempo, ou talvez permitisse que Klein encontrasse uma maneira de matar Grisha Adam, pondo fim à possibilidade de o Deus Primordial Todo-Poderoso ressuscitar com a ajuda da Deusa Mãe da Depravação.

O problema com esse plano era que ele liberaria a Fome Primordial. Nesse ponto, provavelmente daria uma mordida substancial em Adam Grisha, e essa entidade insaciável inevitavelmente procuraria Lumian, tentando acomodar a Cidade da Calamidade. Somado ao possível retorno do Devaneios Inextinguíveis em breve, a situação sairia completamente do controle.

O segundo plano utilizava o simbolismo da Mudança para retardar as mudanças adversas em Adam Grisha, mantendo-o como um amortecedor contra a Fome Primordial. Klein desistiria de perseguir a Árvore-Mãe do Desejo e recuperar o Mundo Tenebroso por enquanto. Em vez disso, ele se concentraria em atrasar a Deusa do Destino e o Dominador Supernova, enquanto se juntava à batalha entre as três sefirot restantes e o Supervisor de Alta Dimensão. O objetivo seria ferir gravemente ou eliminar este Grande Antigo Dominador o mais rápido possível.

Isso liberaria as sefirot para auxiliar Lumian e a Deusa da Noite Eterna, potencialmente trazendo uma resolução rápida para o campo de batalha. Se o Deus Primordial Todo-Poderoso ainda não tivesse ressuscitado até então, a situação estaria sob controle e melhoraria significativamente. A desvantagem desse plano era que, se Klein se envolvesse profundamente na luta contra o Supervisor de Alta Dimensão, teria dificuldades para controlar a Deusa do Destino e o Dominador Supernova nos outros domínios estelares. Caso Eles interviessem, a situação poderia se tornar ainda mais caótica e se deteriorar ainda mais.

O terceiro plano era usar novamente o simbolismo da Mudança para permitir que Grisha Adam resistisse um pouco mais. Enquanto isso, Klein evitaria a batalha com o Supervisor de Alta Dimensão, evitaria interferir no Círculo da Inevitabilidade ou se juntaria ao campo de batalha de Lumian e da Deusa da Noite Eterna, e não perseguiria a Árvore-Mãe do Desejo. Em vez disso, concentraria todos os seus esforços em confrontar a Deusa do Destino e o Dominador Supernova.

Embora fosse uma situação de dois contra um, o simbolismo desses dois Grandes Antigos Dominadores não restringia diretamente o Lorde dos Mistérios. Ao utilizar ainda mais os simbolismos do Pilar, Klein teve a chance de ferir gravemente a Deusa do Destino e o Dominador Supernova, forçando-os a desistir e fugir, ou selá-los temporariamente antes que o Deus Primordial Todo-Poderoso pudesse ressuscitar — apesar da interferência da Deusa Mãe da Depravação.

Depois disso, Klein poderia trocar de lugar com a Deusa da Noite Eterna, lidando pessoalmente com o Círculo da Inevitabilidade enquanto a Deusa da Noite Eterna colocava Grisha Adam para dormir e afastava a Fome Primordial.

Em um confronto direto, Klein estava confiante de que conseguiria lidar rapidamente com o Círculo da Inevitabilidade, correndo contra o tempo antes que a Deusa Mãe da Depravação se curasse e descesse novamente. Mesmo sem conseguir isolar o Círculo da Inevitabilidade, Klein poderia simultaneamente conter o Monarca da Decadência, permitindo que Lumian executasse um movimento pré-preparado que faria o Monarca da Decadência vivenciar o que significava ser a Origem do Desastre.

A única falha nesse plano era que cada segundo contaria: qualquer momento desperdiçado poderia levar ao fracasso!

Quanto à ideia de alimentar as Singularidades dos caminhos da Lua e da Mãe para a Fome Primordial, a fim de provocar a Deusa Mãe da Depravação a negociar com Ele, essa abordagem carecia de viabilidade real. A menos que o Lorde dos Mistérios Klein fosse até a Deusa Mãe da Depravação agora, fazendo-a sucumbir à Tolice e completando um Engano, Ela poderia se dar ao luxo de esperar até que a situação se tornasse mais caótica e ambos os lados estivessem gravemente feridos antes de descer.

Mesmo que Klein buscasse a Deusa Mãe da Depravação, ela ainda era um Pilar, embora enfraquecida e ferida. Ele não conseguiria dedicar sua atenção aos outros campos de batalha por algum tempo. Klein tomou sua decisão num instante. Sua figura cintilante de alta frequência levantou o sobretudo.

Mudança!

O simbolismo foi aplicado à enorme figura luminosa, retardando imediatamente os efeitos adversos do luar carmesim.

Em seguida, Klein transferiu Amon do Mar do Caos para o planeta periférico na borda do universo, deixando para trás apenas a Singularidade do Acorrentado e a característica de Beyonder de Sequência 1: Deusa da Beleza de Lilith, que ele enxertou no Castelo de Sefirah. Após completar isso, a figura cintilante de Klein desapareceu do domínio estelar.

Ele retornou ao campo de batalha original, agora totalmente decidido a lidar com a Deusa do Destino e o Dominador Supernova!

…

Enquanto isso, Amon apareceu no planeta periférico do universo. Ainda afetado por seu instinto de sobrevivência, ele se escondeu na zona protegida, sem ousar se aventurar para fora. No campo de batalha, fora da zona protegida, Franca e outros anjos ficaram atordoados ao descobrir que os Cupidos e os Leviatãs haviam deixado a área simultaneamente, entrando no universo e desaparecendo.

Isso reduziu significativamente a pressão sobre eles.

Os belos Cupidos disparavam flechas que roubavam Corações Verdadeiros, incitando conflitos internos. Enquanto isso, os Leviatãs incitavam a inveja e a insatisfação entre muitos Anjos, quase causando a dissolução da legião do Anjo Vermelho Médici. Foi somente graças à Estrela Leonard, Arianna e outros Servos da Ocultação, que colocaram os Anjos afetados em sonolência, e à Justiça Audrey e outros Anjos do caminho Espectador, que usaram Hipnose, Acalmar ou implantaram personalidades virtuais, que a legião angelical evitou um tumulto maior.

Agora, por alguma razão, a saída dos Cupidos e Leviatãs do campo de batalha foi um alívio bem-vindo para Médici, o comandante da legião.

…

No vazio sem limites, às vezes envolto na Névoa da Guerra e outras vezes mergulhado na escuridão.

A voz de Lumian ecoou na mente de Amanises, da Escuridão Eterna. — Mudança de estratégia… mire primeiro no Círculo da Inevitabilidade.

Anteriormente, Lumian pretendia usar seus preparativos para ferir ou eliminar rapidamente o Monarca da Decadência, tornando-o o alvo principal. Ele e Amanises quase tiveram sucesso três vezes, mas em cada uma delas o Círculo da Inevitabilidade interveio, seja redefinindo o estado por meio do Loop ou exercendo influência por meio do simbolismo da Inevitabilidade.

Isso fez com que Lumian fosse afetado pelo simbolismo da Decadência, onde “tudo que pode dar errado dará errado”, desestabilizando ainda mais seu equilíbrio interno e reduzindo o tempo que ele poderia se sustentar em mais um minuto. Por isso, a Lumian decidiu não ficar preso nesse vai e vem. Era preciso um avanço, começando pela eliminação do suporte e da interferência disruptiva.

Embora o Círculo da Inevitabilidade fosse ainda mais difícil de eliminar rapidamente — seja por meio do simbolismo do seu Loop ou da combinação dos simbolismos do Futuro e do Destinado, que o tornavam quase impossível de atingir — Lumian sentiu que valia a pena tentar, dado o impasse em outro lugar.

Ele também notou o luar carmesim e entendeu a urgência do tempo!

De repente, Lumian conjurou novamente a Névoa da Guerra para envolver o vazio, trocando sua posição com a Escuridão Eterna Amanises.

Escuridão Eterna Amanises agora enfrentava o Monarca da Decadência, semelhante a uma múmia dourada. O estranho livro de serpentes emplumadas e enroladas em suas mãos se abriu com um farfalhar, exibindo apenas um nome escrito em suas páginas: “Monarca da Decadência”.

Morte!

Amanises invocou o simbolismo da Morte! O tempo, que já era lento ao redor do Monarca da Decadência, ficou ainda mais lento, empurrando seu corpo para as profundezas de ondulações ilusórias. Ali, parecia chegar o fim dos tempos, o ponto final da mudança.

O Monarca da Decadência não escapou da influência da Morte. Em vez disso, Ele usou seu simbolismo como o Fim do Rio do Tempo para adiar a Morte até esse ponto final, deixando o presente inalterado. Enquanto Amanises lidava com o Monarca da Decadência, Lumian, com sua perspectiva onisciente dentro da Névoa da Guerra, localizou o Círculo da Inevitabilidade.

O corpo com o rosto de Aurore e Jenna apertou a mão direita. Eles fizeram com que todas as contradições na área explodissem instantaneamente, transformando o apocalipse em um vórtice de caos que engoliu asteroides próximos, junto com tempo, espaço e destino.

Esse vórtice de caos expandiu-se rapidamente em direção ao Círculo da Inevitabilidade, tendo como alvo não seu corpo, mas um afluente fixo dentro do Rio do Destino, de cor mercúrio. Ele tentou arrastar esse ramo para o apocalipse, devolvendo-o ao caos e, assim, quebrando os poderes destinados do Círculo da Inevitabilidade. Os três corpos do Círculo da Inevitabilidade começaram a girar em torno de um único ponto.

Ele tentou acionar um Loop ainda não afetado pelo vórtice do caos, redefinindo o estado do campo de batalha.

Nesse momento, Amanises abandonou subitamente a influência simbólica sobre o Monarca da Decadência. Em vez disso, usando a conexão da equipe, ela libertou uma escuridão profunda como um rio do vazio próximo a Lumian, atraindo tempo e espaço para si e fundindo-os rapidamente.

Escuridão Eterna também era Espaço-Tempo-Único!

Embora esse simbolismo fosse incompleto, ele conseguiu interromper o Loop do Círculo da Inevitabilidade, suspendendo-o como um inseto preso em âmbar. A Origem do Desastre Lumian aproveitou a oportunidade, permitindo que o vórtice do caos se espalhasse, engolfando o ramo fixo do destino e o nó de Loop predefinido. Então, o vórtice do caos, incorporando todas as cores e possibilidades, consumiu o Círculo da Inevitabilidade de três corpos, fazendo-o entrar em colapso no caos em um instante.

Nem Lumian nem Amanises pararam para confirmar sua vitória, pois o Monarca da Decadência fez a Névoa da Guerra avançar até o fim e aplicou o simbolismo da Morte Certa a eles. Um segundo depois, no centro do vórtice do caos em dissipação, o corpo escuro do Círculo da Inevitabilidade reapareceu. Ele havia se reunido com seus corpos cor de mercúrio e em forma de luz redentora, retomando seus sinais de mão.

Simbolismo do passado! O que não foi perdido no passado não pode ser destruído no presente!

Lumian percebeu instantaneamente uma coisa: somente usando o tipo de poder associado ao Quarto Pilar — apagando o próprio conceito da existência do Círculo da Inevitabilidade e sua história passada — Ele poderia ser verdadeiramente ferido ou morto.

É claro que o Rei do Espaço-Tempo, que detinha o simbolismo da História, talvez não conseguisse matar o Círculo da Inevitabilidade, mas certamente poderia infligir sofrimento pior que a morte.