Índice de Capítulo

    — Este é um mundo espelhado comum? — 1 Lumian olhou para os caminhos escuros e ilusórios ao seu redor que lembravam um mosquito pousando em uma teia de aranha complicada. Por alguma razão, ele sentiu uma onda de medo, como se uma aranha colossal, distorcida e preta como breu pudesse rastejar para fora das profundezas desta terra estranha a qualquer momento e arrastá-lo junto com Franca para a escuridão que simbolizava a destruição.

    — Todo caminho ilusório está conectado a um espelho? — A voz de Franca ecoou de repente nos ouvidos de Lumian, tão perto que ele podia ouvir sua respiração.

    Simultaneamente, Lumian sentiu o cheiro de uma fragrância quente e doce. Suas veias pulsaram inexplicavelmente, e seu corpo e mente relaxaram levemente.

    Em algum momento, Franca se moveu para o lado dele, seus olhos brilhando enquanto ela observava os arredores.

    Lumian assentiu levemente. — Em teoria, sim.

    — Não! — Franca rejeitou sua especulação. — Eles também podem estar conectados a algum misterioso espaço alternativo.

    — É mesmo… — Lumian relembrou sua compreensão do mundo dos espelhos.

    Ele exalou e deu um passo à frente.

    — Acredito que essas situações também devem ser conectadas a espelhos, espelhos que pertencem a esses misteriosos espaços alternativos.

    Sem esperar pela resposta de Franca, ele apontou para o caminho escuro e ilusório à sua frente e disse:

    — Antes de entender as coordenadas e a localização do mundo dos espelhos, atravessar este lugar de forma imprudente é provavelmente muito perigoso. Se tivermos sorte, podemos acabar no espelho errado e não ter escolha a não ser retornar ao mundo real. Se não tivermos sorte, chegaremos a um espelho que representa um lugar perigoso. Quando sairmos, teremos que enfrentar inimigos aterrorizantes. Se tivermos muito azar…

    Nesse ponto, Lumian fez uma pausa.

    Franca se aproximou dele e perguntou em voz baixa: — O que acontece se tivermos muito azar?

    — N-nós desapareceremos deste mundo espelhado para sempre. Não seremos vistos vivos, e se estivermos mortos, nossos corpos desaparecerão. — Lumian se recompôs e deu outro passo à frente.

    De repente, ele sentiu o caminho escuro e ilusório se transformar em um enorme vórtice, puxando-o para suas profundezas.

    Franca experimentou uma sensação semelhante, sua espiritualidade lhe enviou um poderoso aviso.

    Ambos recuaram em uníssono, evitando a absorção do temível vórtice.

    — Que traiçoeiro — suspirou Franca. — Só chegar perto desses caminhos ilusórios sem ir mais longe pode fazer você cair em um espelho desconhecido. Talvez possamos contar apenas com a sorte dos Vencedores2 em uma situação como essa. Vamos torcer para que nosso destino não seja tão terrível. Uh, suas habilidades de Troca ou Infusão do Destino devem ser úteis.

    Lumian assentiu.

    — Inicialmente, pensei que o mundo dos espelhos estava intimamente ligado ao mundo espiritual, e o teletransporte funcionaria aqui também. Mas pelo que posso ver, embora haja uma conexão, ela não é forte o suficiente para permitir meu teletransporte. Não é que eu não possa me teletransportar, mas é muito arriscado. Há quase 100% de chance de me perder.

    — Sem compreender as habilidades associadas ao mundo dos espelhos, não sugiro usar este lugar para emboscar Moran Avigny, a menos que sejamos auxiliados por uma Demônia de alto nível ou um Aprendiz3 de alto nível.

    Percebendo que Franca assentiu pensativamente, Lumian suspirou aliviado e provocou intencionalmente: — Você se recuperou?

    — Huh? — Franca se assustou momentaneamente antes que seu constrangimento se transformasse em raiva. — Que outra opção eu tenho? Quando uso um ritual para buscar ajuda da Primordial, sou inevitavelmente impactada. Às vezes sou atraída, às vezes sinto dor e às vezes fico abatida, como se tivesse desenvolvido temporariamente um transtorno mental. Às vezes fico rígida por um tempo, como se tivesse sido petrificada…

    Desde que se juntou oficialmente à Seita das Demônias, a Demônia de Preto compartilhou amplo conhecimento místico com Franca, particularmente no que diz respeito às orações à Demônia Primordial.

    Sobre esses tópicos, a Demônia de Preto explicou: Como anfitriã do ritual, o próprio ritual garantia um grau de proteção. A extensão em que ela era influenciada pela presença transbordante da Primordial era bem mínima. Uma vez que o ritual terminasse, ela se recuperaria após resistir por dez a vinte segundos. A única coisa a se observar eram os desejos que surgiam de sua reação típica ao serem hipnotizados pela Primordial. Seu desvanecimento seria comparativamente gradual, mas que Demônia não tinha vários amantes? Não havia necessidade de se preocupar excessivamente com isso.

    Quanto mais Franca falava, mais enérgica ela se tornava, até um pouco ofendida.

    — Essa é uma divindade genuína. Como posso resistir à influência transbordante de uma divindade?

    — Se eu não fosse a anfitriã do ritual, não teria conseguido me conter e teria liberado meus instintos primitivos.

    Franca não conseguiu conter uma risada ao ouvir a referência à sua natureza primitiva.

    Dentro do mundo dos espelhos, ela consistentemente chamava a Demônia Primordial de Primordial para evitar blasfêmia.

    Depois de refletir por um momento, Lumian respondeu: — Rezar para uma divindade genuína diferente não levará a nada comparável, a menos que alguém presente seja blasfemo.

    — É culpa da Primordial por estar em um estado tão terrível. — Franca já tinha inventado a justificativa. — Não presuma que você pode suportar isso simplesmente porque você é um Asceta. Se você estivesse lá e não o anfitrião do ritual, eu teria testemunhado sua natureza primitiva irromper.

    Nesse momento, ela avaliou Lumian e sorriu.

    — Não é como se você não tivesse reagido. Você estava preocupado em não conseguir se conter, então me expôs de propósito e criou uma situação embaraçosa?

    Inconscientemente, a respiração de Franca tornou-se difícil novamente.

    Lumian zombou.

    — Quando cheguei lá, os efeitos persistentes da cena não tinham se dissipado completamente, e uma fragrância peculiar permeava o ar. Aquela era uma divindade genuína. Como eu poderia suportar até mesmo a menor parte da influência transbordante de uma divindade genuína?

    Ele repetiu as palavras de Franca.

    — Sério? É apenas por causa do aroma persistente? — Os olhos azuis como o lago de Franca se estreitaram ameaçadoramente, como se desafiados.

    A luz aquosa em seus olhos ressurgiu, brilhando como fragmentos de luz solar.

    Lumian exalou e deu um passo para o lado, agarrando o braço de Franca.

    — Vou te mandar de volta primeiro. Jenna está te esperando.

    — Já estamos voltando? — Franca perguntou, surpresa. — Você não vai explorar mais a fundo e considerar como utilizar este lugar?

    — Eu tenho um plano. — Lumian puxou Franca para longe da escuridão ilusória, semelhante a uma teia de aranha, do túnel.

    Quando retornaram à caverna da pedreira, Franca, com o foco desviado, perguntou: — Que plano?

    Enquanto Lumian tentava ativar a marca negra em seu ombro direito, ele respondeu impassível: — Habilidade contratada.

    Ele pretendia estabelecer um contrato com uma criatura Beyonder que possuísse a habilidade de atravessar mundos espelhados para adquirir as características correspondentes!

    De qualquer forma, ele não havia determinado quais três habilidades contratar dessa vez. Esta poderia ser uma delas.

    — Você está certo, uma habilidade contratada… — Franca ficou emocionada.

    Ela então notou que Lumian ainda estava imóvel. “Compreendendo,” ela murmurou em seu ouvido, — Você não queria se teletransportar? Por que não partimos? Sua ativação da Travessia do Mundo Espiritual sempre demora tanto, ou você está suportando alguma coisa?

    Quando Franca completou sua frase, a dupla desapareceu da caverna sombria da pedreira.

    Naquela noite, no apartamento alugado de Lumian, o Peixe de Fogo de Fürth de um metro de comprimento foi colocado na mesa de jantar. Ludwig usou uma faca de mesa de criança para romper a pele carbonizada e dura do peixe, cortando a carne do peixe em pedaços.

    Lumian olhou para Franca, que vestia um traje de caça de cor clara, e notou que o olhar da Demônia do Prazer era evasivo, cheio de vergonha.

    Ela parecia estar lamentando: Mate-me! Isso é muito mortificante. Não quero mais viver!

    Lumian, que também estava se sentindo um pouco envergonhado, sorriu.

    Ele murmurou para Franca,

    — A pós-nut é realmente notável.

    Apesar da incapacidade de Franca de ler lábios, ela ainda sentia a zombação de Lumian.

    “O prazer é prejudicial! O prazer é prejudicial! Independentemente do gênero, quando pensamentos de prazer dominam a mente de alguém, ele invariavelmente se envolverá em várias ações que resultam em sua própria ruína!”

    “Que humilhante!”

    “Eu não quero viver!”

    Naquele instante, Franca desejou uma fenda no chão para se esconder.

    Anthony, sentado silenciosamente à mesa de jantar, olhou para Lumian, depois para Franca, antes de desviar o olhar.

    Por fim, Ludwig removeu as partes não comestíveis e cortou os filés de peixe em três panelas de sopa.

    Franca selou uma das panelas com gelo e guardou-a em sua Bolsa do Viagem para uso posterior. Ludwig deslizou a outra para Lugano e falou em tom infantil: — Podemos ter filé de peixe e caldo de creme de mariscos hoje à noite?

    — Claro — Lugano concordou prontamente.

    Ele fez um esforço para desviar o olhar de Franca e Jenna, as duas Demônias, acreditando que era desrespeitoso com seu chefe.

    Do ponto de vista dele, essas duas Demônias eram provavelmente amantes do chefe.

    Ele não pôde deixar de se maravilhar interiormente.

    “Como esperado do chefe. Ele realmente tem Demônias como amantes, e há duas delas!”

    Naquela época, o Imperador Roselle tinha apenas uma.

    Depois de adicionar uma quantidade generosa de suco de limão à panela de filés de peixe, Ludwig os deslizou em direção a Lumian.

    Sua intenção era evidente. Precisava do sangue de um Beyonder de Sequência Média do caminho do Caçador.

    — De quanto você precisa? — Lumian perguntou.

    — O suficiente para agitar tudo — respondeu Ludwig, agindo como se isso fosse o mínimo.

    Jenna franziu a testa e perguntou: — Quanto cada pessoa precisa comer para obter esse efeito permanente?

    Ludwig respondeu inocentemente: — Físicos e sequências diferentes precisam de quantidades diferentes. Você só descobrirá quando realmente comer.

    Lumian ergueu as sobrancelhas e derramou o resto do sangue de Gardner Martin na panela de sopa.

    Percebendo que ainda era insuficiente, ele usou uma adaga de prata ritualística para cortar sua mão e pingou de 20 a 30 mililitros de sangue nela.

    Ludwig observou com expectativa.

    — Você não está preocupado com corrupção? — Lumian perguntou com um sorriso malicioso.

    Ludwig balançou a cabeça. — A quantidade aqui não é substancial.

    Franca tentou o seu melhor para agir normalmente e comentou, divertida: — Discutir toxicidade sem considerar a dosagem é apenas bancar o desonesto.

    — De fato. — Ludwig concordou com Franca e mexeu as fatias de peixe na sopa com uma colher.

    Gradualmente, o peixe branco e macio absorveu o sangue aparentemente escaldante, e lentamente começou a dourar.

    — Adicione um pouco de gelo — Ludwig instruiu Franca e Jenna.

    As duas Demônias se levantaram em uníssono e estenderam as mãos em direção à panela de sopa.

    Gotas de gelo brancas condensaram-se e caíram como chuva, retardando visivelmente o escurecimento do peixe até que ele cessou.

    Ludwig pulou da cadeira e correu para a cozinha, retornando com alguns pratos de prata. Ele distribuiu de sete a oito filés de Peixe com Limão e Gelo para cada um deles.

    — É só isso? — Jenna perguntou com um sorriso surpreso.

    — Se não for suficiente, você pode ter mais dois ou três — Ludwig respondeu seriamente.

    Jenna instintivamente quis dizer algo, mas se conteve quando viu o comportamento infantil de Ludwig.

    Ela apontou para os pratos e disse: — Vocês pediram tanto sangue de Lumian só para comer uma porção tão pequena do peixe?

    — Por que não preparar menos e guardar a metade restante da panela para amanhã?

    Ludwig abraçou a panela de sopa à sua frente e gritou: — Meu!

    “…” Jenna de repente se sentiu como uma bruxa roubando doce de uma criança.

    “Ele definitivamente está abusando de seu poder…” Lumian olhou para Ludwig e balançou a cabeça em diversão. — Pelo menos você tem algum senso quando se trata de comida.

    Com isso, Lumian devorou ​​todos os filés de peixe com limão e gelo do seu prato.

    1. notaram que eles ainda nao estão lá, e o termo é diferente?
    2. seq 5 do monstro
    3. no caso, o caminho do aprendiz
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