Capítulo 789 - Na fogueira
Jenna observou o Coelho Chasel, que parecia cada vez mais com Gehrman Sparrow, e perguntou cuidadosamente: — O que você precisa desta vez?
Um dos últimos volumes de O Grande Aventureiro? Ou outra coisa?
Felizmente, poucas pessoas sabiam sobre seu mensageiro, e Coelho Chasel não entregava mensagens com frequência. Caso contrário, Jenna teria que considerar fornecer conhecimento diferente.
O Coelho Chasel abaixou a pata segurando o revólver e disse em tom pensativo: — Traga-me um par de luvas de boxe que um coelho possa usar.
“Que tipo de pedido é esse?” Lumian disse com uma risada, — Não me lembro de Gehrman Sparrow usar luvas de boxe.
Essa imitação não combina muito com a personalidade dele!
— Verdade, mas Gehrman Sparrow tem Blazing Danitz. Preciso do meu próprio Danitz. Quero desenvolver um em nossa comunidade, — Coelho Chasel explicou seriamente. — Danitz usa luvas de boxe.
Por um momento, Franca, Jenna e Lumian não sabiam como responder.
Depois de vários segundos, Jenna assentiu e disse: — Vou mandar fazer um par sob medida para você. Hum, tamanho normal de um Coelho do Conhecimento, certo?
— É isso mesmo. — Coelho Chasel levantou a mão direita e soprou no cano do pequeno revólver, satisfeito.
“Mas… esse gesto não é adequado para a cena atual…” Franca percebeu que Coelho Chasel ainda era um Coelho do Conhecimento imaturo, imitando e repetindo muito sem realmente entender.
…
Na escuridão do Porto de Banamo, apenas algumas lâmpadas de rua com velas tremeluziam. Piratas se reuniam em bares, bebendo muito ou subindo as escadas com mulheres, desfrutando de prazeres indisponíveis no mar. Com o Newins desaparecido e o aventureiro desconhecido desaparecido, os piratas gradualmente deixaram o incidente para trás. Afinal, todos se sentiram envergonhados; ninguém ridicularizaria o outro.
Como piratas, eles sabiam que poderiam morrer em uma tempestade, durante um assalto ou em um motim em sua próxima viagem. Ficar remoendo problemas passados não tinha sentido; entregar-se ao presente era a única opção.
Claro, eles também falaram sobre a força do aventureiro desconhecido e o que havia acontecido dentro do Newins, se perguntando por que o Almirante do Mar Profundo fugiu com tanta pressa.
— Acho que aquele aventureiro estava esperando o Almirante do Mar Profundo!
— Ele quer recriar os grandes feitos de Gehrman Sparrow?
— Pui! Filho da puta. Que grandes feitos? Somos piratas!
— Ele conseguiu, mas não conseguiu completamente? Ele derrotou o Almirante do Mar Profundo, mas o deixou escapar?
— Ele está próximo do poder dos Reis?
— O que está acontecendo no mar? De vez em quando, um aventureiro poderoso aparece! Houve aquele Louis Berry antes também.
— …
Disfarçado de não pirata, Mason se misturou em vários bares, ouvindo os piratas discutirem os eventos recentes, na esperança de que eles começassem uma briga. A caminho do próximo bar, Mason entrou em um beco mais tranquilo e viu uma pessoa parada à sua frente, aparentemente esperando por ele.
A pessoa tinha cabelos pretos e olhos azuis, com feições marcantes e um rosto bonito. Era o mesmo aventureiro desconhecido que desafiou todos os piratas no Porto de Banamo e forçou o Almirante do Mar Profundo a fugir.
Mason de repente ouviu seu coração batendo forte e deixou escapar: — Eu não sou um pirata!
Lumian caminhou para frente e sorriu. — Tenho uma tarefa para você.
Ao ouvir isso, Mason relaxou um pouco e disse cuidadosamente: — O que posso fazer por você? Não tenho certeza se minhas habilidades podem atender às suas necessidades.
Ele temia que, embora completar a tarefa pudesse ser fácil, as consequências poderiam ser problemáticas: piratas poderiam cortá-lo em pedaços quando o aventureiro fosse embora.
Lumian disse sem rodeios: — É uma tarefa simples e secreta. Fique de olho no Porto de Banamo. Assim que o Newins retornar ou você avistar o Grande Tubarão Jörg e seus homens, convoque meu mensageiro imediatamente.
Ao ouvir “mensageiro”, Mason de repente teve um pensamento. Ele se lembrou de sua última tarefa: invocar um mensageiro aterrorizante através de um ritual!
Incapaz de controlar sua expressão, Mason perguntou com um leve terror: — Você é Lumian Lee, senhor?
O mestre daquele mensageiro aterrorizante?
— Perceptivo — respondeu Lumian, não muito sinceramente.
Mason conectou os eventos recentes em sua mente: “o verdadeiro propósito daquela tarefa era levar Lumian Lee ao Porto de Banamo?”
“E o objetivo de Lumian Lee era lidar com o Almirante do Mar Profundo, Howl Constantine, pelo Newins Perdido? Minha intuição espiritual estava parcialmente correta; o ritual de fato trouxe algo ruim ao Porto de Banamo, embora não tenha se transformado em uma catástrofe…”
Lumian continuou: — O pagamento é de 5000 verl d’or.
“A tarefa é realmente simples, e eu provavelmente não seria descoberto pelos piratas. A recompensa é generosa… Se eu recusasse, saber os detalhes da tarefa poderia trazer problemas…” Depois de ponderar por mais de dez segundos, Mason disse: — Sem problemas, acho que consigo lidar com essa tarefa.
Lumian assentiu levemente, pagou um depósito de 1000 verl d’or e se virou para sair do beco tranquilo.
Observando a figura de Lumian desaparecer na escuridão, Mason silenciosamente repetiu seu nome: — Lumian Lee, Lumian Lee…
Mason finalmente se lembrou de onde tinha ouvido o nome: em um cartaz de procurados a bordo de um navio!
O pôster descrevia Lumian Lee como uma sobrevivente de um ritual de sacrifício a um deus maligno que destruiu uma vila, severamente corrompida pelo deus maligno.
…
Em Trier, no distrito prisional, no Grande Campo de Execução Rois.
Retornando a Trier por dois dias, Franca, sentindo-se pronta para o ritual de avanço da Demônia da Aflição, decidiu prosseguir.
A pista de 007 sobre o Povo Espelhado veio de um estudioso de minério da Associação das Cavernas de Trier. Os Purificadores planejaram investigar todos os estudiosos de minério da associação, mas uma desapareceu misteriosamente antes que pudessem visitá-los. Recentemente, alguém a viu no Subterrâneo de Trier, suspeita-se que fosse Palia, uma Pessoa Espelhada.
Franca olhou para a estaca e suspirou sinceramente, — Quando me tornei uma bruxa, eu me perguntava se eu acabaria queimada na estaca. Quem diria, eu tenho que me amarrar aqui.
Enquanto falava, ela tirou da Bolsa do Viajante a mala de madeira marrom-avermelhada dada pela Demônia de Preto Clarice e abriu o fecho de metal.
Em seguida, pegou uma taça de vinho tinto, esmagou o gelo cristalino contendo ingredientes da poção e despejou sangue de morcego com cara de flor e sangue humano de uma pessoa gravemente doente. Ambos eram vermelho-escuros e, quando combinados, ficavam quase pretos.
Em seguida, adicionou a cabeça do morcego com cara de flor, a vesícula biliar e a ponta da cauda de uma cobra preta de duas caudas e dez gotas de óleo essencial de eucalipto. À medida que os ingredientes eram adicionados, o sangue vermelho escuro no copo ficava preto como breu, com ocasionais bolhas verdes nauseantes.
— É como uma xícara de esgoto não tratado — comentou Lumian honestamente.
— Droga! Cale a boca! — Franca ficou ainda mais enojada ao olhar para a poção Demônia da Aflição.
Ela entregou a poção para Lumian e pulou levemente na estaca, amarrando-se com a ajuda de Jenna.
Durante isso, Franca murmurou: — Droga, isso é tão estranho…
Ela ajustou sua mentalidade por vários segundos e acenou para Lumian: — Estou pronta.
Lumian entregou a poção para Jenna e estendeu a palma da mão direita.
Uma bola de chamas branco-carmesim voou para fora, pousando em Franca, que imediatamente sentiu dor. Seu corpo instintivamente queria se esquivar e se contrair, mas as cordas a seguravam firmemente.
Jenna rapidamente pulou para o lado dela, uma mão segurando as cordas e a outra levando a poção à boca.
Franca se forçou a engolir a poção verde-escura, parecida com um patógeno. Seja por causa das chamas ou da poção, sua cabeça rapidamente ficou quente e sua mente ficou confusa por causa do calor. Ela involuntariamente se lembrou de prazeres passados, incluindo suas próprias experiências e o feedback de seus parceiros.
Naquele momento, Franca era tanto doadora quanto receptora de prazer, afogando-se nele do corpo à alma, quase se dissolvendo como água de nascente.
Seus pensamentos vagavam, sua vontade afundava e ela estava perdida em vários prazeres intensos. No entanto, a dor que acompanhava esses prazeres a mantinha ligeiramente consciente. Era a resistência mental e o conflito espiritual com Gardner Martin, a lacuna emocional com Jenna, como se eles nunca pudessem realmente unir corpo e alma…
A dor extrema das chamas ardentes em seu corpo era como fios invisíveis puxando seu eu e sua consciência, fazendo-a balançar como uma pipa em uma tempestade, não completamente fora de controle.
Balançando, Franca instintivamente praguejou em sua mente:
“Poxa, dói muito! Esse ritual está tentando me matar, não é?”
“Cof, cof, fumaça quente na minha garganta e pulmões, tão desconfortável. Estou morrendo…”
“Droga, posso dizer que agora estou com um cheiro bom, gosto de comida, cheiro de carne assada…”
Lumian, Jenna e Anthony estavam diante da estaca, observando o corpo de Franca gradualmente escurecer e sua expressão se transformar em algo além da beleza.
Até mesmo Lugano, pronto para fornecer ajuda médica, sentiu-se um pouco exaltado, com suas mentes divagando com certos pensamentos e desejos. Diante dessa cena horripilante, eles tiveram desejos inapropriados.
Felizmente, não foi grave e foi suportável.
Depois de mais alguns segundos, as chamas vermelhas no corpo de Franca ficaram pretas como breu e depois se transformaram em cacos de gelo cristalino, caindo em pedaços.
Os cacos levaram a pele carbonizada com eles, revelando a pele nova, macia e brilhante de Franca por baixo.
Mesmo com sua resistência de Asceta, Lumian instintivamente desviou o olhar.
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