Capítulo 796 - "Duelo"

Em resposta à pergunta de Albus, Lumian soltou uma risada suave e murmurou para si mesmo: “Esse cara parece bem esperto… Não tenho ideia de quando ele foi exilado em Morora, mas esta deve ser a primeira vez que ele come aqui…”

“Ele veio aqui porque notou que algumas pessoas em Morora estavam se comportando de forma estranha depois de comer neste bar?”

Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Lumian deu um tapa no balcão do bar.

Ele pulou do banco e disse friamente ao barman, cuja expressão permanecia sombria:

— Servir esse tipo de carne como bife para mim? Chame seu chefe aqui!

O barman ficou surpreso. — Você tem certeza?

Ele não ficou envergonhado ou irritado com a atitude de Lumian; em vez disso, parecia haver um leve toque de surpresa agradável.

Lumian não respondeu, mas transmitiu com os olhos que queria que o chefe se apressasse e saísse.

O barman imediatamente gritou: — Chefe! Chefe! Alguém está prestes a destruir seu bar!

Em segundos, uma pessoa saiu correndo da cozinha.

A pessoa tinha cabelos bagunçados e um rosto muito gordo, com camadas de carne que faziam seus olhos parecerem pequenos, mas seu corpo era bastante normal, sem mostrar nenhum sinal de obesidade.

Naquele momento, ele estava usando um avental branco e segurando um cutelo, olhando furiosamente para os dois clientes perto do bar, gritando em Lenburg: — Quem? Quem vai destruir meu bar?

Lumian apontou para o bife no prato de porcelana branca e zombou: — Você acha que eu não consigo dizer que tipo de carne é essa?

— Se eu disser que é bife, é bife — retrucou o chefe de cara gorda, sem recuar.

Lumian não discutiu mais. Ele tirou uma luva preta da Bolsa do Viajante e jogou na frente dele.

— Eu desafio você para um duelo — Lumian disse calmamente.

Jogar uma luva no chão era uma maneira habitual de lançar um desafio de duelo em Intis. O chefe olhou para a luva preta no chão, suas camadas de gordura se movendo para revelar uma barba amarela clara. Ele estava rindo.

Ele respondeu ao desafio de Lumian: — Ok.

Assim que falou, ele levantou o cutelo e o golpeou em Lumian.

Lumian desviou do golpe, mas de repente sentiu que não conseguia usar sua habilidade de teletransporte. A habilidade de contrato da Mão Abscessada parecia ter sido removida por algum poder estranho!

Lumian lembrou-se da descrição de Ludwig sobre a Sequência 5: Privador do caminho do Gourmet¹ e suspeitou que esse chefe-chef fosse um abençoado desse caminho.

“Não é de se espantar que ele consiga fazer a carne podre do Mano Mão parecer e cheirar como um bife de verdade… Um abençoado não executado, mas exilado em Morora? Pare de despejar todo esse lixo em Morora…”

“É porque eles temem o declínio populacional de Morora, arriscando o selo em 0-01?”

Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Lumian balançou o ombro, com o braço inchado, e deu um soco com o punho direito.

Seu punho explodiu em chamas brancas brilhantes, como a cauda de um pavão, indo direto para o barman.

Bam!

Quando seu punho atingiu a lateral do cutelo pesado, ocorreu uma explosão violenta.

A luz branca brilhante iluminou o bar inteiro, a explosão violenta derrubou bancos próximos e jogou o chefe de cara gorda para longe.

Albus reagiu rapidamente, pulando do banco e empoleirando-se no balcão do bar, longe da área da explosão. Ele levantou um pé, apoiando-o no bar, observando o duelo de Lumian com interesse. O barman também foi atingido pela explosão, jogado contra a prateleira de bebidas e encharcado no líquido perfumado das garrafas quebradas.

Ele quase foi incendiado.

O dono do bar, que sofreu o impacto da explosão, teve as roupas do peito rasgadas, revelando sangue, carne carbonizada e ossos brancos. Seu rosto tinha ferimentos semelhantes, mas as camadas de gordura impediam que afetassem seu crânio.

As feridas estavam se contorcendo e cicatrizando rapidamente de uma forma não natural e desumana, como se logo fossem ficar completamente curadas.

“Este não é um poder ou traço típico de um Privador. Nenhuma das Sequências médias ou baixas no caminho Gourmet tem essa habilidade. Ele ganhou isso de um tipo especial de comida como um Chef? É semelhante a como a carne podre do Mano Mão pode se regenerar após ser comida…” Lumian recuou alguns passos do dono do bar, colocando distância entre eles.

Ao notar a peculiaridade do outro, ele também percebeu que havia perdido outra habilidade: a Magia de Harrumph.

“Um Privado pode sentir quais das minhas habilidades e características são mais perigosas para ele? Mesmo que ele não saiba exatamente quais são essas habilidades e características, ele ainda pode me privar delas com base no nível de perigo que elas representam?” Lumian calmamente formou uma enorme bola de fogo branca e brilhante e atirou no dono do bar.

O dono do bar não se esquivou. Ele levantou seu cutelo quase quebrado e cortou a bola de fogo branco-brilhante.

A bola de fogo se dividiu em duas, perdendo seu ímpeto e aura destrutiva. O dono do bar abriu bem a boca e a sugou como uma baleia engolindo água, permanecendo ileso. Naquele momento, Lumian riu.

Mais bolas de fogo branco-brilhantes se formaram rapidamente ao redor dele, assobiando pelo ar em direção ao dono do bar. Atrás dele, corvos de fogo branco flamejantes apareceram um após o outro, voando em grandes arcos para flanquear o dono do bar.

Lumian queria ver quantas bolas de fogo o Privado conseguiria controlar e se ele conseguiria comê-las todas sem ficar sobrecarregado. Os olhos do dono do bar se estreitaram, e ele imediatamente cuspiu as chamas brancas e ardentes de seu estômago, transformando-as em uma torrente para enfrentar as bolas de fogo que se aproximavam.

Ao ver isso, Albus virou o balcão do bar.

Bam!

As bolas de fogo explodiram uma após a outra ao entrarem em contato com as chamas. O balcão foi achatado, as prateleiras de bebidas desabaram silenciosamente e a bebida misturada queimou em chamas intensas.

O barman, que havia escapado para a posição de Albus, sentiu-se muito sortudo por ter reagido a tempo. Outros clientes se encolhiam até os cantos da sala ou escapavam pelo corredor, demonstrando uma vasta experiência.

Swoosh! Swoosh! Swoosh! Os Corvos de Fogo brancos e brilhantes, que tinham evitado deliberadamente a frente, caíram nas costas do dono do bar, um após o outro. Àquela altura, o dono do bar estava coberto por um brilho carmesim semitransparente, como o luar solidificado.

Bam!

Apesar das explosões e chamas dos Corvos de Fogo, o brilho carmesim do dono do bar não diminuiu. Em vez disso, ele clareou com o reflexo do fogo. Quando as chamas finalmente diminuíram, o dono do bar retornou à sua aparência normal. Ele levantou seu cutelo e olhou para onde Lumian estava.

Não havia ninguém lá. Lumian também não estava em lugar nenhum no corredor. O dono do bar ficou momentaneamente atordoado. Quase simultaneamente, uma figura emergiu de sua sombra.

Lumian, com seus olhos negros como ferro, atingiu a virilha do dono do bar com seu punho direito coberto de chamas brancas. Em meio ao estrondo, o punho de Lumian acertou o alvo, penetrando os intestinos do Privado com chamas brancas brilhantes.

Levantando-se, Lumian levantou o dono do bar, deixando as chamas subirem até seu estômago. Então, Lumian retirou seu punho direito e jogou o dono do bar no chão. Com um baque, a virilha do dono do bar se abriu, os intestinos vazaram, e seu estômago, embora intacto, estava queimado e vazando um líquido amarelo-esverdeado.

Lumian olhou para os olhos doloridos e encolhidos do dono do bar e zombou: — Você transformou seu cérebro em comida também? Você bloqueou uma rodada de ataques e então ficou no mesmo lugar sem se mover. Você não considerou que eu poderia usar sua sombra?

O rosto do dono do bar se contorceu enquanto ele murmurava: — Transformar… meu próprio… cérebro em… comida… É possível?

Sua voz sumiu e ele morreu, deitado imóvel no chão. Lumian olhou para o cadáver do Privador, sem pensar na resposta do oponente, mas notando algo incomum na batalha.

“Privadores certamente têm uma variedade de habilidades. Embora cada uma seja básica e rudimentar, suas aplicações de combate são bastante formidáveis… Se esse cara não tivesse reagido tão lentamente depois que eu desapareci, eu não teria atacado seu ponto fraco tão facilmente. Eu poderia ter precisado usar um dos itens místicos da Bolsa do Viajante…”

“Em comparação, Worms, o Saqueador, não teve esse problema…”

Enquanto pensava, Lumian apertou sua mão, revelando feridas dolorosas e corrosivas causadas pelo ácido estomacal do dono do bar quando ele desferiu o golpe em seu estômago.

Sua mão estava protegida pelas chamas brancas ardentes naquele momento. Apesar de saber que não poderia impedir que as bênçãos do dono do bar retornassem à sua fonte, Lumian se agachou, tirou uma espada simples da Bolsa do Viajante e usou suas chamas para separar o estômago do cadáver.

Ele planejou perguntar a Ludwig se isso poderia ser transformado em um prato com efeitos especiais ou se poderia ser usado como um material exclusivo por um artesão.

Terminada a tarefa, Lumian se levantou e perguntou ao barman, que tinha acabado de sair do esconderijo e estava gravemente ferido: — Há quantos anos seu chefe está exilado em Morora?

— Cinco ou seis anos, eu acho — respondeu o barman com um olhar incerto.

“Cinco ou seis anos… Aquele ladrão parecia mais jovem, provavelmente exilado por apenas um ou dois anos… Quanto mais tempo alguém fica em Morora, mais provável é que mostre sintomas de pessoal experimental — sintomas de corrupção 0-01. Não, as informações de selamento não mencionaram isso, e isso não acontece em Trier… O dono do bar fez algo em Morora que o fez começar a se transformar em uma pessoa experimental?” Lumian ponderou enquanto olhava ao redor e sorria. — Não peguem meus despojos.

Ele se referiu ao dinheiro do dono do bar. Lumian então caminhou em direção ao corredor ao lado do bar.

Com base na origem do “bife” e na posição do Chef, ele suspeitou que a parte do corpo da Mão Abscessada estivesse na cozinha. Ao entrar na cozinha, ele viu um cadáver meio apodrecido, inchado e azul-escuro exposto abertamente no balcão de cozinha.

1. caminho da gula[↩]