Capítulo 804 - Consulta
Combo 03/50
— Ele pode não usar esse nome em Morora. Eu o conhecia antes e o vi novamente ontem quando ele veio ao bar para duelar com o dono. Ele tem cabelo ruivo. Em Morora, qualquer um com cabelo ruivo, não importa o tom, é problema… — Lumian descreveu a aparência de Albus Médici em detalhes.
O Chef Lez assentiu. — Vou manter isso em mente.
— Você tem certeza? Precisa que eu faça um esboço para você? — Lumian perguntou seriamente.
Ele não estava perguntando apenas para Lez, mas também para Julie, que descia as escadas lentamente.
Ele queria dar à Demônia algo em que se concentrar, esperando que ela tomasse conhecimento de Wanak e Albus Médici em breve, deixando que os problemas colidissem com os problemas para ver quem era o maior problema.
Lez balançou a cabeça lentamente. — Não precisa. Vou me lembrar deles como ingredientes diferentes com características distintas.
— Ingredientes diferentes, como um peru? — Lumian imaginou Albus Médici parecendo um peru e riu.
Ele então entregou a Lez 200 moedas de ouro sassen para reabastecer o bar com carne e bebidas. Quando ele se virou para sair da cozinha, viu Julie chegando ao fim da escada.
A Demônia vestia roupas limpas e frescas: uma blusa branca elegante combinada com uma saia verde na altura do tornozelo, destacando seu comportamento gentil e gracioso. Lumian de repente se lembrou dos sons que ouviu na noite anterior, que contrastavam fortemente com a aparência serena de Julie.
Sua boca ficou seca.
“Droga, essa demônia está sutilmente usando Charme em mim!” Era normal reagir, mas essa reação forte não era certa para uma Asceta como Lumian.
Ele olhou para Julie e levantou uma sobrancelha. — Você se lembra da segunda regra do bar?
Julie, parecendo mais radiante do que ontem, parecia brilhar de alegria interior. Lumian sentiu vontade de esfregar a testa.
“Ei, garota, você realmente não está preocupada em expor que Celeste te visitou ontem à noite? Embora você não saiba que eu vi você correndo para Celeste ontem e sofreu um golpe enorme…”
Julie sorriu gentilmente. — Não incomode o chefe.
— Você estava me encantando agora mesmo — Lumian afirmou categoricamente.
Julie se encolheu, fingindo medo. — O que… o que você vai fazer para me punir?
Ela agiu assustada, mas seus olhos brilharam com diversão, como se estivesse provocando Lumian.
Lumian suspirou, meio genuíno, meio deliberado. — Primeira infração pode ser perdoada. Mas não deixe que aconteça de novo, ou então…
Ele não terminou a frase, deixando um silêncio ameaçador.
— Sim, chefe! — Julie sorriu.
Ela olhou para a porta.
— O bar só abre ao meio-dia. Posso sair um pouco?
— Claro — Lumian provocou. — Planejando adicionar mais à sua coleção? Você tem uma rotina de exercícios matinais?
— Não — Julie balançou a cabeça levemente. — Só quero explorar mais a cidade.
Ao sair do bar, Lumian imediatamente se teletransportou para a frente, transformando-se em uma criatura de sombras para segui-la. Mas Julie desapareceu.
“Invisibilidade, então apagou seus rastros, e fez anti-adivinhação?” Lumian emergiu das sombras, franzindo levemente a testa. Isso significava que o que Julie estava fazendo esta manhã era muito importante. Ela não queria que ninguém soubesse!
Além disso, tendo finalmente conhecido sua amante e encontrado consolo, ela estava mais profissional agora, diferente do quase colapso que teve na noite passada. Esse era o comportamento normal de uma Sequência 5: Demônia da Aflição.
Lumian não ficou muito decepcionado. Pelo menos Julie agora sabia sobre Wanak e Albus Médici.
Seguindo o caminho mais próximo, ele andou em direção ao cemitério, mas não cavou nenhuma sepultura ou se esgueirou para o subsolo. Em vez disso, foi direto para a Catedral do Conhecimento, parecida com uma biblioteca. Hoje, ele não estava apenas rastreando Julie. Seu objetivo principal era visitar o Arcebispo Heraberg de Morora.
O título de Arcebispo de Morora foi criação de Lumian. Afinal, esse membro fantoche do clero da Igreja do Conhecimento alegava supervisionar todos os assuntos teológicos em Morora. Lumian sentiu que, já que a Igreja do Conhecimento o havia “recomendado” para Morora sem confiscar seus itens místicos, uma investigação direta sobre o mausoléu subterrâneo poderia ser surpreendentemente eficaz, em vez de uma investigação indireta.
Este também foi um teste. Lumian queria ver se as informações de selamento sobre 0-01 foram dadas somente a ele ou distribuídas a todos os indivíduos elegíveis. A Igreja do Conhecimento apostou somente nele ou apostou em vários candidatos?
Dentro da radiante catedral sagrada, Lumian encontrou Heraberg, com seus cabelos grisalhos, olhos gentis e túnica branca com bordados de latão, parado perto de uma estante, lendo calmamente um livro grosso.
— Arcebispo — Lumian chamou timidamente.
Heraberg olhou para cima e perguntou calorosamente: — O que te intriga?
Lumian escolheu suas palavras com cuidado.
— Se eu quiser entrar na parte subterrânea do cemitério para encontrar algo, como posso evitar os perigos?
Heraberg sorriu e apontou para a estante de latão ao seu lado.
— Este, este e este… leia todos com atenção.
Lumian seguiu seu gesto, anotando mentalmente os títulos dos livros:
“Código dos Residentes de Morora”
“Criação e manutenção de fantoches”
“Exemplos de construção de mausoléus”
“Princípios de Selamento”…
“Qual a utilidade disso para um Caçador como eu? Não sou um Leitor que pode exercer conhecimento diretamente. Isso significa que, ao absorver o conhecimento desses livros, posso entender o layout do mausoléu subterrâneo, entender os mecanismos de selamento e encontrar uma maneira de deixar minha marca no 0-01?” Lumian pensou profundamente enquanto desviava o olhar.
Heraberg continuou: — Depois de ler isso, complete esses testes. Você deve tirar nota máxima em cada um.
Lumian olhou para a pilha de papéis de teste enchendo uma prateleira. Sua testa se contraiu, relembrando algumas memórias desagradáveis.
Ele manteve uma expressão neutra, confirmando: — Então, quando eu terminar de ler e passar nesses testes, poderei evitar os perigos subterrâneos?
Heraberg apontou para outra estante de latão.
— Aquele, aquele e aquele. Domine todo o conhecimento dessas prateleiras e você estará bem preparado.
“Três prateleiras?” Os lábios de Lumian se contraíram levemente.
— São cerca de duzentos ou trezentos livros, além de milhares de provas, certo?
Heraberg sorriu e suspirou. — Lembre-se, conhecimento é igual a poder, e conhecimento é igual a riqueza. Todas as respostas que você procura estão dentro.
A expressão de Lumian mudou quando ele mordeu o lábio e disse: — Vou começar com estes.
Ele pegou os livros iniciais que Heraberg apontou. Heraberg assentiu em sinal de aprovação.
— Um Caçador que aprende e busca conhecimento é o Caçador mais poderoso. Faz anos que outro Caçador veio até mim, disposto a ler pacientemente os livros designados. Os outros, com cabelos ruivos ou grossos, nem sequer pisam no Templo Sagrado do Conhecimento, muito menos se aproximam dessas estantes.
“É porque Aurore incutiu em mim o hábito da leitura desde muito jovem…”
Lumian pensou, sentindo uma pontada de tristeza. Ele colocou os livros em sua Bolsa do Viajante, despediu-se de Heraberg e caminhou em direção à entrada da Catedral do Conhecimento.
Ao longo do caminho, ele viu uma pessoa familiar: Guei, que havia sido exilado para Morora com ele.
Guei, de aparência acadêmica, agora vestido com roupas grossas de algodão, estava de pé perto de uma estante de latão, absorto em um livro sob a luz do vitral.
Depois de alguns segundos, Lumian se aproximou, sorrindo. — Que coincidência. Por que você está aqui lendo?
Guei sorriu fracamente. — Eu não te contei ontem? Lamento não saber o suficiente. Agora, com uma biblioteca tão vasta, como eu poderia deixar passar a chance de aprender? O que te traz aqui?
— Para perguntar se é tarde demais para se converter ao Deus do Conhecimento e da Sabedoria — Lumian brincou, e então mudou de assunto. — Você já encontrou um emprego?
— Ainda não — Guei balançou a cabeça. — Não quero trabalhar em uma fazenda ou em uma fábrica como escravo de algum exilado. Estou planejando estudar por um tempo. Felizmente, tive sorte ontem e ganhei algum dinheiro, então não preciso me preocupar em passar fome.
Lumian conversou um pouco com Guei antes de dar adeus ao assassino em série secreto e retornar ao Bar Carnívoro. Ele encontrou um lugar perto da janela e começou a ler os livros emprestados em uma posição confortável. A luz do sol de Morora alternava entre brilhante e escondida por nuvens de tempestade, mas isso não afetava a leitura de Lumian, pois ele tinha sua bola de fogo radiante.
Perto do meio-dia, Julie retornou, com passos leves, rosto sorridente, exalando um charme que fez até o Chef Lez lançar alguns olhares para ela.
Julie lançou um olhar curioso para Lumian. — Você está lendo?
— Não há muito mais o que fazer — Lumian respondeu casualmente.
Julie não tinha interesse nos livros; ela desviou o olhar e subiu as escadas, provavelmente procurando roupas de garçonete. Lumian estalou a língua silenciosamente.
“Realmente, conhecimento é poder, e conhecimento é riqueza. Você não está curiosa sobre o que estou lendo?”
Lez se aproximou e disse: — Chefe, o almoço está pronto.
Lumian assentiu, guardou os livros e se levantou. Ele pensou por um momento e disse a Lez: — Encontre um pano vermelho e pendure-o na porta.
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