Capítulo 248 – Visitantes
Combo 60/100
No Quartier des Thermes, na Rue Chestnut, nº 55, havia um prédio de três andares tingido de um tom azul-acinzentado. Ele ostentava um jardim encantador, um gramado bem cuidado e até estábulos.
Dentro do estabelecimento, uma banda tocava uma melodia melódica de um canto. Bono Boa Vida, o dono desta fina mansão, graciosamente navegava entre os convidados com uma taça de champanhe dourado na mão. Envolvendo-se em conversas sobre as consequências da explosão da fábrica de produtos químicos, ele astutamente tentou fugir de suas responsabilidades enquanto garantia uma compensação substancial da seguradora.
Entre suas interações, ele conversou com a esposa de um funcionário do governo, conversou com seu advogado e procurou pessoas influentes e relevantes para o assunto em questão.
Como uma borboleta social natural, ele voava sem esforço de uma pessoa para outra, exibindo sagacidade e vigor em meio ao cenário elegante. A luz do lustre de cristal iluminava seus olhos azul-escuros e sua espessa barba castanha, emprestando-lhes um brilho cativante.
Enquanto manobrava graciosamente em torno de um convidado despretensioso, Bono Boa Vida inesperadamente encontrou Travis Everett.
O superintendente do Le Marché du Quartier du Gentleman não estava uniformizado naquela noite. Vestido com um terno preto elegante combinado com uma gravata borboleta azul estilosa, ele segurava uma taça de champanhe dourado claro na mão.
— Superintendente Everett, é imperativo que você garanta minha proteção durante este momento difícil! — Bono Boa Vida sorriu para Travis Everett, expressando suas preocupações. — A explosão ceifou muitas vidas, e temo que seus parentes enlutados possam recorrer a medidas drásticas.
Everett ajustou seus óculos de armação preta e retribuiu o sorriso.
— Ah, veja bem, o Quartier des Thermes está além da minha jurisdição. Além disso, quando pisei nesta rua, ficou evidente que a frequência e a intensidade das patrulhas policiais aumentaram consideravelmente.
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— De fato, mas você não contratou vários guarda-costas? O que há para se preocupar? Aqueles que pereceram eram trabalhadores comuns. Eles não representam nenhuma ameaça para você. Além disso, eles não sabem onde você mora.
Everett comentou brincando, com um tom descontraído.
— Mas se os feridos e suas famílias descobrirem que você está oferecendo um banquete luxuoso, servindo vinho fino enquanto uma pequena banda sinfônica se apresenta, a angústia deles pode levá-los à loucura. Eles podem arrastar você e sua família para as profundezas do desespero.
Bono Boa Vida sorriu timidamente e respondeu: — O banquete não tem relação com a compensação. Devo obedecer à lei e aguardar o julgamento.
— Superintendente Everett, se eu retornasse ao distrito comercial para cuidar de assuntos, humildemente pediria sua ajuda para designar dois ou três policiais para me proteger.
Everett assentiu gentilmente.
— Esse é meu dever, mas devo lembrá-lo de que várias famílias de policiais trabalham na sua fábrica de produtos químicos.
Implicitamente, ele enfatizou a urgência de compensar seus subordinados, esperando uma resolução rápida.
Bono Boa Vida assentiu silenciosamente, aparentemente sem se afetar.
O banquete continuou até as primeiras horas da manhã. Em meio à fragrância persistente, Bono Boa Vida se despediu de seus três filhos, abraçando cada um antes de subir ao terceiro andar.
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Desamarrando a gravata borboleta, ele entrou no quarto com a esposa, pronto para dormir.
Com um movimento rápido, o abajur a gás acendeu, lançando um brilho suave que se refletiu nos olhos arregalados de Bono Boa Vida.
Ali, em sua querida poltrona, estava sentado um convidado inesperado.
Embora sentado, o homem se inclinou para a frente, exalando um ar de superioridade que fez Bono Boa Vida se sentir pequeno e insignificante.
Vestido com um uniforme de trabalhador azul-acinzentado suave, completo com um boné azul-escuro, seu rosto estava escondido atrás de faixas brancas, deixando apenas seus penetrantes olhos azuis e um vislumbre de suas narinas visíveis.
O coração de Bono Boa Vida disparou, seu instinto o impelindo a gritar por socorro.
No entanto, antes que um som pudesse escapar de seus lábios, um corvo flamejante carmesim fantasmagórico se materializou atrás do visitante “surpresa”. Com um rápido golpe, ele caiu nos dentes de Bono Boa Vida.
Um estrondo suave ressoou quando a boca de Bono Boa Vida queimou de dor, e dois dentes bateram no chão. A agonia distorceu suas feições, abafando seu grito.
Naquele preciso momento, um par de adagas afiadas pressionou as costas de Bono Boa Vida e sua esposa.
Emergindo das sombras da porta, Franca e Jenna fecharam a porta do quarto atrás delas, efetivamente prendendo seus prisioneiros.
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Uma delas vestia uma túnica preta com capuz oculto e armadura de couro, seu rosto velado pela escuridão. A outra ostentava uma camisa de linho masculina, uma jaqueta marrom, calças marrom-escuras e botas de couro sem cadarço. Uma máscara de metal branco-prateada adornava sua face superior, deixando apenas seus olhos expostos.
Franca usou sua mão livre para segurar Bono Boa Vida, impedindo que ele caísse em agonia.
Mantendo a postura sentada, Lumian sorriu.
— Monsieur Boa Vida, considere isso um aviso. Poderia ter sido muito pior. Aqueles dois dentes faltando e ferimentos leves não são nada comparados ao que poderia ter acontecido.
A esposa de Bono Boa Vida saiu do seu transe, com a voz trêmula de medo, quando perguntou: — Quem é você? O que você quer?
— Quem sou eu? — Lumian riu, com uma pitada de travessura em seu tom. — Você pode me considerar seu pai.
Olhando para Franca, ela pegou o soro da verdade que Lumian havia fornecido antes e o administrou em Bono Boa Vida.
Enquanto Lumian aguardava os efeitos do soro, ele manteve o sorriso e continuou: — Monsieur Boa Vida, eu esperava um encontro mais desafiador, mas, em vez disso, aqui estamos nós, tendo uma conversa agradável. Você me decepciona.
Ele não recebeu nenhuma bênção!
Sob a influência do soro da verdade, Bono Boa Vida tinha uma expressão amarga enquanto reunia coragem para perguntar: — O que você quer? Tenho uma quantia considerável de dinheiro no meu cofre. Posso dar a você!
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A raiva de Jenna explodiu, indo do peito até a cabeça.
Em um movimento repentino, ela levantou o pé esquerdo e desferiu um chute rápido na panturrilha de Bono Boa Vida.
Oh, como ela desejava golpeá-lo onde realmente doía, mas as circunstâncias a impediram disso!
Droga, leve seu dinheiro para as catacumbas!
O corpo de Bono Boa Vida se inclinou e o som de ossos quebrando chegou aos seus ouvidos.
Antes que seu grito instintivo pudesse escapar, gelo se materializou em sua boca, selando sua voz.
Lumian assentiu em aprovação, reconhecendo as ações de Jenna. Assim que Bono Boa Vida recuperou a compostura, Lumian falou: — Quero saber por que você orquestrou a detonação em sua própria fábrica de produtos químicos.
A expressão de Bono Boa Vida se transformou e ele perguntou: — Como você descobriu?
Antes que pudesse terminar a frase, ele quis levantar a mão direita e dar um tapa em si mesmo.
Ele não deveria ter negado a acusação primeiro? Por que ele expressou seus pensamentos de forma tão imprudente?
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— Bem, bem, você é bem comunicativo. Eu estava apenas testando você, e você prontamente confessou, — Lumian comentou, seu tom quase fazendo o cérebro de Bono Boa Vida paralisar.
Jenna sentiu como se sua alma tivesse deixado seu corpo.
Embora a análise de Lumian a tivesse preparado mentalmente, ouvir a admissão ainda a deixou incrédula.
“Poderia realmente existir um indivíduo tão perverso?”
“Centenas de famílias ficaram devastadas!”
Saindo do seu estupor, Jenna cerrou os dentes com força, temendo que qualquer relaxamento pudesse acender sua raiva, levando-a a esfaquear Bono Boa Vida.
Não, seriam centenas de facadas!
A esposa de Boa Vida também olhou para o marido em estado de choque e medo.
Ela acreditava que a explosão na fábrica de produtos químicos foi um mero acidente.
Lumian lançou um olhar frio para Bono Boa Vida e questionou: — Por que você fez isso? Tem alguma conexão com alguém do escritório de Hugues Artois?
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Ao ouvir a última pergunta, Bono Boa Vida não conseguiu conter seu espanto e pavor.
Após consumir o líquido peculiar e “confessar” ter orquestrado a explosão da planta química, as defesas psicológicas de Bono Boa Vida ruíram. Naquele momento, uma vontade avassaladora o consumiu — arrastar alguém para baixo com ele e compartilhar o fardo de seus pecados.
— Foram Rhône e Tybalt! Eles são a Secretária e o Secretário Assistente do Membro do Parlamento Hugues Artois.
— Eles têm dado dicas de que a fábrica de produtos químicos está se deteriorando há anos e pode explodir a qualquer momento. Pensei que poderia muito bem encontrar uma maneira de lucrar com a indenização do seguro que comprei no passado. E quando chegasse a hora, o membro do Parlamento Hugues Artois usaria a desculpa de montar uma fábrica para impulsionar a economia e proteger os interesses do proprietário da fábrica, garantindo assim fundos para reconstrução e indenização.
— Eles continuaram dizendo que tudo decai. Minha fábrica química não foi exceção, então eu antecipei vários problemas. Em vez de esperar que ela explodisse naturalmente, decidi trocá-la por benefícios maiores.
— Visitei-os novamente ontem de manhã. Por alguma razão, fui tolo o suficiente para ser convencido por suas palavras. Quando a explosão realmente ocorreu, fiquei com medo e fui ao gabinete do membro do parlamento três vezes.
— Eles me garantiram que tudo ficaria bem.
“Que idiota. Ele nem é um herege… Habilidades Beyonder poderiam tê-lo influenciado? Tybalt também mencionou decadência quando me viu disfarçado de Bono Boa Vida. Qual é a verdadeira intenção deles?” Lumian ponderou por um momento, prestes a perguntar mais sobre a conversa, quando o som de uma campainha sendo puxada de repente ressoou do portão de ferro do lado de fora do gramado.
Lumian e Franca trocaram olhares rápidos, ambos dando palpites.
Para chegar a uma hora dessas, tocando a campainha educadamente, só poderia ser um amigo ou um investigador oficial procurando Bono Boa Vida!
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Sem dizer uma palavra, Lumian se levantou, e Franca embainhou sua adaga em silêncio.
Jenna reagiu instantaneamente, compreendendo suas intenções.
Dando um passo diagonal, ela levantou sua adaga e a enfiou no ombro de Bono Boa Vida.
O sangue jorrou quando Bono Boa Vida soltou um grunhido de dor.
Jenna não demorou. Ela correu em direção à janela oposta à entrada principal.
Em sua adaga, chamas negras se acenderam e se extinguiram rapidamente em vários pontos da sala.
O trio saltou para fora do prédio, pulou a cerca de ferro que delimitava o jardim e desapareceu na noite circundante.
…
Dentro do quarto, uma equipe de três pessoas composta por Angoulême, Valentine e o mestiço Imre confrontou Bono Boa Vida, que tinha acabado de enfaixar sua boca queimada.
O dono da fábrica fervia de raiva enquanto se dirigia a eles: — Oficial, quase fui sequestrado por três criminosos!
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Angoulême observou a cena com um sorriso nos lábios.
— Investigaremos esse assunto mais tarde. Por enquanto, o problema principal é com você.
— Meu problema? — Bono Boa Vida ficou alarmado.
Angoulême assentiu levemente.
— Vamos primeiro confirmar sua fé antes de nos aprofundarmos em sua visita ao escritório do parlamentar na manhã da explosão da fábrica de produtos químicos.
Sem evidências suficientes para tomar medidas drásticas contra o membro do parlamento e sua equipe, os Purificadores redirecionaram sua investigação para Bono Boa Vida.
Ao ouvir essas palavras, Bono Boa Vida, com suas defesas psicológicas destruídas, empalideceu de apreensão.
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