『 Tradutor: Hiroto 』


    A manhã nasceu.

    X sentiu um arrepio de empolgação ao observar o sol subindo no horizonte.

    — Hehe, isso é bom.

    Havia 20 peles de raposa de fogo em seu inventário.

    Aquilo que outros não conseguiriam mesmo trabalhando dia e noite por um ano, X conseguiu em apenas um dia. Os espetinhos de cervo, que o ajudaram a se mover rapidamente pela floresta, foram um suporte inestimável.

    — Hora de voltar para Rubin.

    O objetivo tinha sido cumprido com perfeição.

    — Eu queria espancar mais umas raposas de fogo por alguns dias… Mas não tô precisando de dinheiro agora.

    Além disso, a taxa de aumento de experiência havia diminuído consideravelmente após atingir o nível 25.

    Por isso, X decidiu seguir para Narville.

    Seus passos eram surpreendentemente leves.

    — Vamos extrair o efeito da pele de raposa de fogo e transformar isso em poção.

    Era esse o plano: extrair as propriedades da pele e estocar as essências.

    Adicionar efeitos de fogo ao equipamento agora seria como “colocar colar de pérolas em porco”.

    Era melhor esperar até encontrar um bom equipamento para depois aplicar melhorias.

    — Mais importante do que isso… é a Culinária Celestial. Isso tem um potencial absurdo.

    Espetinho de cervo da Culinária Celestial!

    O efeito era tão incrível quanto descrito — permitia se mover pela floresta com agilidade absurda, como um verdadeiro cervo.

    X vasculhou seu inventário.

    — Carne de bisão e carne de raposa também devem funcionar.

    Elas certamente teriam efeitos diferentes dos espetinhos de cervo.

    X se lembrou da classificação que viu na noite anterior.

    — A classificação é feita por estrelas… Será que o efeito aumenta conforme o número de estrelas?

    Era fácil imaginar como aumentar o número de estrelas:

    — Só preciso fazer pratos mais saborosos!

    Na vida real, livros de culinária classificam restaurantes pelas estrelas. Era o mesmo princípio — quanto melhor a comida, maior a classificação.

    Enquanto pensava nisso, X balançou a cabeça.

    — Fui preguiçoso. Tudo o que sei fazer é fritar…

    “Por que diabos fui abrir um restaurante de frango frito? Se ao menos tivesse aberto uma lanchonete, poderia aproveitar melhor a Culinária Celestial…”

    X, ainda lamentando, desistiu da autocomiseração.

    — Tudo bem. Nunca é tarde para começar.

    Vamos aprender a cozinhar em Narville!

    Claro, ele não pretendia virar um chef profissional. Só de aprender algumas receitas básicas, suas habilidades poderiam dobrar.

    Ele queria aprender a cozinhar com eficiência.

    — Talvez o Rubin conheça alguém?

    Rubin provavelmente saberia de um bom cozinheiro.

    X apressou o passo e chegou à Narville justo quando o sol começava a se pôr.


    — Uhm, dou 30 moedas de prata por isso.

    Rubin apareceu diante de seus olhos, negociando com dificuldade com um cliente.

    As olheiras profundas chamavam atenção.

    — Trouxe o que o Sr. Rubin pediu.

    — O que você está… ah, não é o Sr. X?!

    Claramente, Rubin não esperava que ele voltasse tão rápido.

    E estava mais do que radiante com isso.

    Rapidamente, levou X para a sala de recepção.

    Mais uma vez, os outros usuários sussurravam:

    — Ei, o Rubin não tava chorando agora há pouco?

    — Deve ter visto errado. Rubin, o cara sem sangue nem lágrimas, chorando?

    Rubin sem sangue nem lágrimas!

    Não era um apelido à toa, mas aquele Rubin era diferente agora.

    Quando X retirou as peles de raposa de fogo, Rubin caiu em lágrimas.

    — Hehehe… de verdade… muito obrigado. Com isso, até os superiores vão calar a boca por um tempo. X salvou a Loja Geral do Rubin!

    Tiroling!


    [Você concluiu a missão!]



    [Sua reputação aumentou em 10 pontos!]


    — Fico feliz que tenha sido útil.

    X sorriu com gentileza e hospitalidade.

    Depois de se recompor, Rubin falou:

    — Como prometido, vou garantir o melhor tratamento ao senhor. Compartilharei toda a informação que tenho.

    — Agradeço muito por isso.

    — Obrigado mais uma vez, Sr. X!

    Rubin fez uma reverência.

    Era até constrangedor receber tamanha gratidão apenas por trazer peles, porém X entendia. Peles de raposa de fogo eram populares não só entre NPCs, mas entre jogadores também.

    Para NPCs que não podiam usar a casa de leilões mágica, conseguir essas peles era como tentar alcançar as estrelas. Mesmo com dinheiro, era impossível conseguir.

    Falando nisso, ele disse que compartilharia toda a informação, né?”

    Havia uma pergunta que queria fazer.

    X começou com naturalidade:

    — Sr. Rubin, por acaso conhece algum chef habilidoso? Tenho cozinhado sozinho durante as aventuras e pensei que aprender um pouco de culinária poderia ser útil.

    — Um grande chef? Hmm… conheço um, mas…

    Rubin hesitou.

    Depois balançou a cabeça.

    — Acho que é impossível aprender com ele. Ele tem uma personalidade extremamente excêntrica. Pessoas comuns não conseguem nem falar com ele direito.

    — Mas quanto às habilidades, são boas mesmo?

    — Ah, disso nem se fala. Mesmo em Narville, onde a culinária é desenvolvida, ele está entre os melhores. Se ainda quiser tentar, posso escrever uma carta de recomendação. Pelo menos assim não será chutado da porta.

    Tão excêntrico a ponto de precisar de carta só pra conversar?

    De qualquer forma, X recebeu a carta de Rubin. Seria útil.

    — O restaurante de Kalon fica na praça central. É tão luxuoso, que você vai reconhecê-lo de cara. Se precisar de ajuda, venha me procurar.

    Rubin, o arrogante, agora inclinava a cabeça para X.

    Os usuários na fila quase desmaiaram:

    — Ele é aquele cara de antes, né?

    — O que ele faz pra ser tratado assim?

    — Com esse tratamento… ele deve ser, no mínimo, um nobre.

    — Mas ele não tem cara de nobre…

    Sim.

    Normalmente, só nobres ou cavaleiros recebiam tratamento VIP nas lojas.

    Todavia, mesmo com pouca reputação, X havia construído uma relação de confiança com Rubin.

    Às vezes, isso valia mais do que um título.

    X se enfiou num beco.

    — Vamos cuidar das peles de raposa de fogo primeiro.

    Ele queria aprender receitas e cozinhar para subir seus atributos, mas esvaziar o inventário era prioridade.

    Seguiu, então, até a Guilda dos Alquimistas.1

    Estava cheia de usuários de vestes longas. X subiu ao segundo andar e foi até o NPC responsável por extrações mágicas.

    — Bem-vindo. Em que posso ajudar?

    O velho enrugado ajustou os óculos.

    Mesmo com cabelos grisalhos, parecia alguém que tinha vivido um século.

    X retirou uma pele do inventário.

    — Quero extrair o efeito da pele de raposa de fogo e transformá-lo em poção.

    — Oh! Peles de raposa de fogo! Um item precioso. A taxa de serviço é 1 moeda de ouro.

    — Espera aí.

    — Algo errado?

    Modo mão-de-vaca ativado.

    — Tem desconto se eu fizer em grande quantidade?

    — Em grande quantidade? Se forem itens com a mesma propriedade, não tem problema. Mas é difícil ter tantas peles com propriedades de fogo.

    Para qualquer um, sim. No entanto, não para X.

    — Então faz tudo por 1 moeda de ouro? Só um instante!

    Um a um, X começou a retirar as peles.

    No total, 19 peles de raposa de fogo!

    O velho gaguejou diante do montante absurdo.

    — I-isso tudo é pele de raposa de fogo?! Hahaha! Olhando essas chamas lindas, não há dúvidas. Nunca pensei que tocaria tantas na vida!

    Até para o ancião, aquilo era algo inédito.

    Ele sorriu satisfeito.

    — Sim, 1 moeda de ouro está ótimo. Por favor, aguarde um momento.

    — Obrigado, velho. Estou ansioso.

    — Aliás, qual é seu nome?

    X respondeu com um sorriso:

    — Meu nome é X.

    O velho sorriu de volta.

    — Hmm… Sinto que você se tornará alguém importante. E não sou de dizer essas coisas levianamente. Mas você com certeza fará seu nome.

    Óbvio.”

    O objetivo de X era ser o maioral de Fate!

    — Nesse caso… que tal dar um descontinho a mais para uma futura celebridade?


    Chullang!

    A solução vermelha no frasco o fez sorrir.

    X checou a janela de informações:


    [Essência Menor de Fogo] (Único)


    Uma essência com propriedades flamejantes.

    Ao embebê-la em um equipamento, concede propriedades de fogo.

    Efeito Especial: adiciona atributos ígneos ao equipamento.


    — Foi um prazer conhecê-lo. Iremos nos ver de novo quando eu tiver o material certo.

    X se despediu, guardou o frasco no inventário e seguiu para a praça central.

    No caminho, comprou comidas de rua que nunca tinha provado.


    [Paladar Celestial descobriu o sabor oculto de “Biscoitos Gelados”!]



    [O sabor refrescante dos biscoitos é absorvido pelo seu corpo!]



    [Inteligência +1!]


    — Hmm… Talvez seja melhor começar com educação.

    Ele se lembrou dos avisos de Rubin.

    Mas antes, deu uma mordida no espetinho de vegetais na outra mão:


    [Paladar Celestial descobriu o sabor oculto de “Espetinhos de Vegetais”!]



    [O sabor picante foi absorvido pelo seu corpo!]



    [HP máximo +10!]



    [Força +1!]


    — Hein?! Que frescura! Precisa até de carta pra conversar com o cara?

    X estava curioso, porém não preocupado.

    Afinal, ele era bom em agradar os outros.

    Tinha lidado com clientes difíceis no seu restaurante, aguentado proprietários abusivos e sorrido em qualquer situação.

    Adulação era com ele mesmo.

    — Uau… então é esse o restaurante de Kalon?

    Um prédio de mármore branco imponente.

    Só de olhar, dava pra saber que era caríssimo.

    X entrou com cuidado.

    — Bem-vindo.

    — Olá.

    Um funcionário o recebeu com educação.

    Ao fundo, havia um quadro de menu.

    Os olhos de X se arregalaram:

    Um prato custa 3 moedas de ouro?!”

    Muito caro. Um roubo.

    Olhou ao redor: usuários ricos e NPCs nobres de roupas finas.

    Ainda não tô pronto pra comer aqui…”

    Quantas poções dava pra comprar com 3 moedas de ouro?

    Bem, dinheiro não é problema.”

    Enquanto pensava parado na entrada, o garçom perguntou:

    — Há algo mais que deseje?

    — Ah, sim.

    X retomou seu foco e entregou a carta de recomendação.

    O atendente ficou visivelmente nervoso ao lê-la.

    — Uma carta do Sr. Rubin… Avisarei o Chef Kalon. Mas claro, é hora do almoço e…

    Antes que terminasse, um homem saiu da cozinha.

    — Vamos ver… que tipo de idiota quer aprender a cozinhar comigo?

    Uma voz grossa e áspera!

    Uma presença avassaladora!

    Kalon, o chef parrudo de avental, rugiu.

    Ele é bem mais… másculo do que eu imaginava.”

    X ficou sem palavras por um segundo, porém logo se curvou.

    — Olá, me chamo X. Como diz na carta, gostaria de aprender com Kalon, conhecido como o melhor chef de Narville…

    — Guarde a bajulação e me siga até a cozinha.

    — O quê?

    Todo o elogio treinado para sobreviver na realidade… ignorado.

    Kalon franziu a testa com impaciência.

    — X. Vou testar suas habilidades para ver se você merece aprender comigo. Se não passar, vou considerar que desrespeitou a minha cozinha, então se prepare para levar um chute na bunda.

    Primeiro encontro… e já um teste com ameaças.

    Rubin não estava errado: Kalon era insuportável.

    Por um momento, os olhos de X escureceram.

    Teste de culinária. Tudo o que sei fazer é… Espera aí, tem uma coisa.”

    X tinha um prato. Um único prato que ninguém podia menosprezar.

    Foi com ele que sobreviveu ao oceano vermelho da indústria de restaurantes!

    Ele ergueu o canto da boca com um sorriso confiante.

    — Beleza… mas tem bastante frango e óleo aí, né?


    1. Alquimistas são personagens que dominam a arte da alquimia, uma prática que combina elementos de ciência, magia e filosofia para manipular a composição de substâncias e criar diversos efeitos, incluindo poções, explosivos e transmutação de metais.[]

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