Capítulo 15 – A Promessa no Fim da Caverna
『 Tradutor: Hiroto 』
“Tais bênçãos virão até você porque tem um coração bondoso!”
Encontrar masmorras já era difícil, e a competição era feroz.
A maioria das disputas entre guildas surgia justamente por causa da posse dessas masmorras.
Uma oportunidade dourada para dominar uma dessas belezuras?!
Raan sorriu amargamente diante da resposta firme de X.
— Você está certo. Mas, Sr. X…
— Mas?
— Nossa família também procurou essa masmorra à sua maneira. Investimos uma quantia enorme de dinheiro, contratamos mercenários… e desperdiçamos décadas.
Raan continuou, com um sorriso amargo nos lábios.
Resumindo o que dizia:
A família Thiyer possuía um velho ditado, passado de geração em geração.
Era uma frase simples: Há um tesouro no fim da caverna.
No entanto, a caverna, aqui, referia-se à masmorra.
O pai de Raan era um homem obcecado por essas palavras.
Eles injetaram fortunas para contratar mercenários, capturaram monstros… exploraram o interior da masmorra.
Contudo, os monstros não droparam uma única peça do tesouro esperado.
Eram criaturas estranhas, sequer dropavam itens comuns.
Com o passar dos anos, a situação da família só piorou. O pai de Raan faleceu em estado de choque, e sua mãe adoeceu física e mentalmente.
— As palavras passadas à orgulhosa família Thiyer não podem ser mentiras… mas às vezes duvido. Talvez o motivo de eu ter pedido isso a você seja justamente por causa dessas dúvidas.
Tiroling!
《Lenda da Família Thiyer》
✦ Descrição: Uma masmorra misteriosa ligada à linhagem da família Thiyer. Dizem que nela existe um tesouro imenso, mas Raan, o herdeiro, já não consegue acreditar cegamente nisso. Com sua força excepcional, talvez você consiga revelar a verdade sobre a masmorra.
✦ Condição: Explorar a masmorra da família Thiyer.
✦ Dificuldade: C-
✦ Recompensa: Relacionamento de confiança com a família Thiyer.
X mordeu o lábio rachado.
“Me empolguei à toa. Eu bebi muita sopa de kimchi antes do tempo…”
O gosto na boca ficou amargo.
Na verdade, até pensando com bom senso, era algo estranho:
“Há uma masmorra dentro da mansão, mas o dono passa fome?”
Era como morrer de fome com uma galinha dos ovos de ouro no quintal.
Contudo, X não perdeu as esperanças.
“Bom, mesmo que seja só pelos pontos de experiência… já é negócio.”
Subida de nível acelerada!
Monstros emergindo da masmorra numa frequência absurda — impossível comparar com os campos onde você tem que procurar cada monstro manualmente.
Mesmo sem loot, o ganho de EXP já compensaria.
“Além disso… mesmo um nobre falido ainda é um nobre.”
Criar um vínculo de confiança com a família Thiyer poderia facilitar muito as coisas no Norte.
Sim, havia mais a ganhar do que a perder.
X aceitou a missão de Raan:
— Ótimo. Vou descobrir a verdade.
“Uma vez dentro da masmorra, não é fácil sair. É impossível saber o quão fundo ela vai ou o quão longe já estamos.”
Era preciso estar completamente preparado.
X renovou seu estoque de alimentos.
— Antes de mais nada, é preciso sustentar o estômago.
Puck!
Burbubbuk!
Ele derrotou os monstros que rondavam a mansão e obteve carne suficiente.
Como não podia deixar a família Thiyer faminta, também separou comida para eles.
A velocidade de caça de X era absurda.
Em meio dia, seu inventário já estava lotado de alimentos.
Reuniu mais lenha para usar como tochas e encerrou os preparativos.
— Sinto muito por incomodá-lo com algo tão duvidoso.
— Tudo bem. Eu também estava curioso a respeito dessa masmorra.
— Então… rezarei pelo seu retorno seguro, Sr. X.
Clack!
Raan destrancou o velho armário. Ao abrir a porta, revelou-se a entrada de uma caverna negra.
A entrada da masmorra.
Os olhos de X brilharam.
“Venha a mim, experiência!”
Após caminhar por alguns metros…
Tiroling!
[Você entrou na masmorra “Cemitério dos Galhos Secos”!]
“Cemitério dos Galhos Secos…”
X memorizou o nome e acendeu uma tocha.
O interior foi iluminado, e então ele ouviu um som estranho.
Creck…!
O som seco da madeira rangendo.
— Terei que segurar a tocha com uma mão… Melhor usar o escudo em vez da espada. Com a Técnica do Escudo de Kalsumar, o ataque continua forte.
Ele ergueu o escudo e se concentrou.
De repente… sentiu uma presença atrás de si!
Swish!
X virou o corpo num instante, girando o escudo com força.
Crack!
Um som satisfatório ressoou ao atingir algo.
Tiroling!
[Seu nível aumentou!]
Ele se preparava para um segundo golpe, porém bastou aquele.
Como Raan disse, a caça nessa masmorra parecia fácil, pelo menos com as habilidades de X.
— Perfeito. Confirmado: a masmorra concede experiência.
Iluminou o chão com a tocha.
Lá estava uma árvore acinzentada e retorcida, do tamanho de um humano.
“Cemitério dos Galhos Secos… um nome apropriado.”
Uma masmorra habitada por monstros que pareciam árvores.
Talvez não rendessem tanto loot, mas a EXP era melhor do que a dos monstros das montanhas nevadas.
“Além do mais… se são árvores secas, fogo é veneno pra elas!”
Pareciam lenha seca esperando para pegar fogo.
Era o terreno ideal para X, cujo escudo carregava propriedades flamejantes.
[Seu nível aumentou!]
Crack!
Mais uma notificação… e o som de madeira se despedaçando.
O tempo passou…
Na escuridão da masmorra, o senso de tempo se perdia.
X, todavia, não tinha intenção de parar.
— Oportunidades como essa não aparecem duas vezes!
Caçar sozinho numa masmorra?
Só líderes de grandes guildas tinham esse privilégio.
— Aqui não dá nem pra conversar sozinho… só se abre a boca pra comer!
Crack!
Ele se calou e continuou destruindo os monstros que o cercavam.
Ao final do dia, X se jogou no chão e se espreguiçou.
— Agh… tô cheio…
Apesar de ter investido muito em resistência, o intenso esforço físico dissipou sua saciedade.
Comeu a carne crua que trouxe.
— Tsk, tsk. É gostosa… mas grelhada seria muito melhor…
A língua dele estava cada vez mais exigente.
Ele se lembrava do prato grelhado, coberto de temperos, que saboreou dias atrás.
— Mas com tão pouca lenha, nem adianta…
Nesse momento, X parou.
Lenha.
Seu inventário estava lotado de comida, trazendo apenas o necessário de madeira.
Mas… a lenha não estava bem na frente dele?
Esses monstros eram basicamente galhos secos vivos!
— Diziam que não dropavam itens…
Talvez os monstros dropassem algo, só que com uma chance ridiculamente baixa.
— Mas com a Captura Celestial… posso conseguir algo!
X se aproximou de um galho caído. Aprendeu que os monstros reagiam ao som… portanto, se agisse silenciosamente, evitaria ataques.
Colocou a mão sobre o galho.
Logo…
[Galho com Alma Pura] (Único)
✦ Descrição: Um galho capaz de queimar a alma e gerar chamas sagradas. A chama sagrada é semi-permanente.
✦ Efeito Especial: Reage a energias sombrias.
— Sabia! Tinha loot aqui!
Segundos depois, porém, franziu a testa.
“Chama sagrada…? Isso parece suspeito.”
Mesmo sem entender tudo, X viu um uso imediato:
Uma chama quase eterna, perfeita para substituir tochas.
O melhor de tudo: poderia grelhar sua carne!
Acendeu o galho.
— !
Uma chama azulada, suave e luminosa surgiu.
De fato, era uma chama sagrada.
A luz revelou a caverna com nitidez.
X sacou sua espada.
— Agora sim. Isso vai ser bem mais rápido.
Swoosh!
Correu até um dos monstros arbóreos.
Eles reagiram ao som, mas… X já tinha agilidade 200+!
Crack!
O golpe atingiu em cheio, e ele riu.
— Nesse ritmo… limpar essa masmorra vai ser moleza!
Em masmorras comuns, derrotar o chefe encerrava o ciclo.
Após isso, os monstros não reapareciam por um tempo.
Por isso, muitas guildas não derrotavam o chefe, mantendo a masmorra ativa para caças constantes.
X, contudo, não era uma guilda.
No terceiro dia de caça, ele finalmente chegou ao fim da masmorra.
— Definitivamente… aquele é o chefe.
Uma árvore colossal, tão enorme, que o espaço ao redor parecia microscópico.
Nem mesmo X confiava em derrotá-la com um golpe só.
Ele colocou um dos galhos sagrados no chão e pegou um pedaço de Carne Bovina Grelhada Aromática, mastigando-a.
[Paladar Celestial revelou o sabor oculto da “Carne Bovina Grelhada Aromática da Cozinha Ilsung”!]
[A energia do bisão que impulsiona a terra foi absorvida pelo seu corpo!]
[+1000 de Vitalidade por 60 minutos!]
[+50 de Força por 60 minutos!]
— Nada de baixar a guarda. Não faço ideia de quais padrões esse chefe usa.
X respirou fundo e avançou com cautela.
Craack!
Os galhos do monstro se agitaram, disparando em sua direção.
Shoo! Shoo! Shoo!
X ergueu o escudo com rapidez.
— Esse cara… usa magia?
Se sim, era melhor acabar logo com isso.
Magia tinha grande área, e baixa resistência mágica era a fraqueza de X.
— Concentre tudo em um ponto só!
X resistiu à investida e, no instante em que parou, avançou com fúria!
CRACK!
A lâmina penetrou o centro do tronco colossal.
Tiroling!
[Você limpou a masmorra “Cemitério dos Galhos Secos”!]
[Você recebeu o título “Aquele que Vê o Fim da Masmorra Sozinho”!]
[Seu nível subiu!]
[Seu nível subiu!]
Mais uma subida dupla!
O buff da comida fez de X um monstro em combate, impossível para outros no mesmo nível.
Ele conferiu seu status.
[Aquele que Vê o Fim da Masmorra Sozinho]
✦ Descrição: Ao entrar sozinho em uma masmorra, você ganha +5% em todos os atributos e -10% de dano recebido.
— É disso que eu tô falando. Agora sim dá pra cozinhar tudo por conta própria!
Era o título perfeito para jogadores solo.
Dessa forma, X tocou a árvore-chefe em busca de itens.
Fora alguns galhos… nada.
— No fim… a lenda da família Thiyer era falsa?
“Há um tesouro no fim da caverna.”
X repetiu essas palavras.
Pegou um galho do chão.
Agora que havia limpado a masmorra, os monstros não reapareceriam.
Tudo o que restava era informar Raan e encerrar a missão.
Mas então… ao dar um passo…
Brilho!
Um clarão refletiu no muro de pedra ao fundo da masmorra.
A chama sagrada era suave, não refletindo luz com tanta intensidade.
Então… o que estava brilhando?
Curioso, X se aproximou.
Parou, atônito.
— …A chama sagrada reage com energia sombria…
Aquele brilho significava que algo com energia sombria estava embutido na parede.
E havia apenas uma coisa que lhe vinha à mente.
Com olhos arregalados, X sussurrou:
— Quando falavam de tesouro… queriam dizer… ferro sombrio?
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