Capítulo 3 – [Título Spoiler]
『 Tradutor: Hiroto 』
— Então era aqui que vocês estavam? Coisinhas fofas~
Como não achá-los fofos?
Cada um daqueles coelhinhos era um ponto precioso de experiência — e um item em potencial.
Shoo!
X brandiu sua espada contra os coelhos reunidos.
Sshhk!
A lâmina cortou direto a nuca de um dos coelhos no exato momento em que foi empunhada. Era uma taxa de acerto absurda, impossível de se comparar a de outros jogadores.
Uma chacina impiedosa!
X abateu todos os coelhos que conseguiu encontrar.
Tirolim!
Não demorou até que uma notificação surgisse.
[Seu nível subiu!]
“Depois eu vejo isso. Não posso deixar esses aqui escaparem!”
Para X, os coelhos à sua frente eram mais importantes.
Guinch! Guinch! Guinch!
Os gritinhos miseráveis dos coelhos não paravam!
A lâmina dele era tão implacável, que o pôr do sol perdia até o significado.
Ele literalmente esgotou toda a população de coelhos ao redor.
Finalmente satisfeito, X soltou um suspiro profundo.
— Ufa…
Enquanto enxugava o suor, se lembrou das notificações que tinha ignorado antes.
X abriu a interface e conferiu seus status atuais.
Através de muito esforço, dia e noite, seu atributo de Força havia subido 7 pontos.
Considerando que a média de pontos bônus ao subir de nível era 5, ele realizou um feito notável. Ficava claro que a obstinação de X em cavar sempre o mesmo poço — ou seja, focar em apenas uma coisa — estava dando resultados.
“A Agilidade subiu 5 pontos. Será que coloco um pouco em Resistência também?”
X tinha como objetivo final se tornar um guerreiro de combate corpo a corpo.
Embora ainda não tivesse decidido a classe exata, sabia que precisava priorizar Força.1
Mas também era essencial investir em Agilidade, para movimentos rápidos. E era prudente investir um pouco em Resistência nos níveis iniciais, já que isso afetava a saciedade e a estamina.
Depois de pensar, X distribuiu os pontos:
[Força]: 22
[Agilidade]: 5
[Inteligência]: 1
[Resistência]: 3
[Pontos bônus restantes]: 0
Swish!
X balançou a espada no ar e não pôde evitar o espanto.
“Dá pra sentir a diferença na hora!”
A espada parecia mais leve, seus braços mais rápidos.
Imediatamente, ele perseguiu um coelho que passava.
Thwak!
O coelho morreu no exato momento em que a lâmina o atingiu.
“Acho que está na hora de mudar de área. Eles estão morrendo com um só golpe.”
Se houvesse muitos coelhos, valeria a pena continuar caçando ali.
As peles e carnes de coelho vendiam por um bom preço. E como ele os derrotava com um golpe só, mesmo com pouca experiência por criatura, a quantidade compensava.
Todavia, por causa dele, todos os coelhos da região tinham sumido.
X olhou ao redor e deu de ombros.
— Cada um pega um lugar e acampa…
Nos campos próximos, outros jogadores caçavam em grupo. Dava para ver que a concorrência ali estava bem alta. Não valia a pena insistir.
X atravessou o campo e chegou a uma elevação.
— Uau… É a montanha do trailer!
Varma, a imensa montanha do vasto mundo de Fate!
No horizonte, a ponta da montanha parecia furar o céu. Era uma cadeia montanhosa gigantesca.
X ficou por um tempo hipnotizado pela paisagem… até voltar à razão.
— Não é hora pra isso. Vai se impressionar com algo desse nível?
Ele se forçou a continuar e subiu o morro.
Ali, na base da montanha, apareciam cervos e alces. Ambos tinham personalidades calmas, porém reagiam agressivamente se atacados.
— Melhor do que coelho que foge.
X já estava cansado de perseguir coelho em campo aberto.
Seria ótimo se o monstro apenas o atacasse diretamente.
Logo ele avistou um cervo, puxou a espada e avançou.
Puck!
A lâmina afundou profundamente na lateral do cervo.
Foi um golpe certeiro, mas diferente de enfrentar coelhos.
Swish!
O cervo contorceu o corpo e acertou um coice pesado em X.
— Caramba!
Contra-ataque brutal!
X foi empurrado para trás.
Era a primeira vez que sentia um golpe real de monstro. Depois de um momento de pânico, ele partiu de novo pra cima.
Mirou no mesmo ponto anterior.
[Golpe fatal!]
[O cervo está com sangramento!]
O alto atributo de Força brilhou.
O ataque preciso no mesmo ponto anterior foi decisivo.
O cervo, que lutava, caiu sem sequer ter a chance de revidar.
— Foi uma boa mudança de área… mas, e quanto ao loot?2
Um cervo valia por uns cinco coelhos.
A experiência era muito melhor em relação ao tempo gasto.
Sorrindo, X pegou os itens caídos do cervo.
[Carne de Veado Fresca] (Comum)
Carne de veado recém-abatida.
Comer crua pode causar mal-estar.
Saciedade: +50%
Efeito Especial: 10% de chance de doença leve, se consumido cru.
“Dizem que os itens de couro de cervo são bons, né?”
Armadura de Couro de Cervo!
Era ótimo para iniciantes: boa defesa, produção barata.
Se tivesse sorte de vir com atributos bônus, poderia continuar usando até depois de mudar de classe.
X se dedicou ainda mais à caçada.
— Você vira sapato! Você vira calça!
Já tinha coletado mais de 10 couros.
A taxa de drop de couro não era alta. Era tipo: a cada 5 ou 6 cervos, dropava uma.
A sorte também influenciava.
No entanto, o número de cervos que X abateu era realmente impressionante.
Naturalmente, notificações surgiram:
[Seu nível subiu!]
[Seu nível subiu!]
Como esperado, o que impediu X de continuar… foi a fome.
[Nível de saciedade abaixo de 10%.]
Ele se sentou no chão e enfiou um pão de centeio na boca.
— Vou ter que decidir com cuidado agora…
Um lugar incrível.
X tinha avançado floresta adentro.
Não havia mais jogadores por perto.
Parecia um lugar pouco visitado.
— Caçando até a pele colar nas costas.
Sem concorrência e com cervos por toda parte!
E, como ainda não tinha classe de nível 10, não sofreria penalidade de morte.
Planejava caçar até acabar o pão — e morrer de fome.
— Vamos ver… sobraram 3 pães…
X contava os pães restantes com um na mão.
Toc!
O pão caiu.
Tinha sido empurrado por trás.
X virou-se e lançou um olhar gelado.
— O de chifre ali… Lembro da sua cara.
Era um cervo, normalmente dócil.
Mas aquele o havia atacado.
Parecia estar ressentido com X, por ter invadido seu território.
A saciedade ainda não estava em 100%.
Depois de resmungar, X se virou para pegar o pão no chão…
— …Hã?
Cadê?
O pão tinha sumido.
O cervo pegou e fugiu?
Mas então ele percebeu algo — e se assustou.
— Ugh!
Barba desgrenhada.
Rosto sujo.
Um mendigo, aparentemente, havia surgido do nada.
Estava ali, comendo o pão de centeio de X e murmurando elogios.
X rapidamente analisou a situação.
“Não é um jogador… é um NPC.”
Se algo aparece, algo retorna — NPCs funcionam assim.
X mudou o tom da voz, tentando soar mais amigável.
— Haha, parece que você estava com fome. Se não for suficiente, me avisa. Ainda tem mais um pão aqui.
— É mesmo?
— Sim, acho que não vai dar. Toma, fique à vontade.
— Não… como posso aceitar o último pão que te resta…
— Tá tudo bem. Fica tranquilo.
Na verdade, ainda restavam dois pães.
X mentiu de leve — queria causar uma boa impressão.
Vai que o velho retribui com uma recompensa boa.
O homem parecia emocionado.
Mastigava e soltava exclamações animadas:
— Esse pão aquece o coração! Sinto a energia penetrando cada célula do meu corpo! Faz tanto tempo desde que comi algo tão tocante… acho que uns 300 anos.
Pão de centeio era tudo isso?
Mas… 300 anos era exagero, né?
X ficou quieto.
“E a recompensa?”
Ficou de olho no que o homem faria.
Então…
— Jamais pensei que encontraria alguém tão valioso… mesmo cego, vagando por aí. Não posso aceitar esse pão sem dar algo em troca.
O homem remexeu os bolsos.
X, num gesto automático, levantou a mão:
— Oh, não precisava!
— É uma pequena demonstração de gratidão. Por favor, aceite.
Ele entregou uma pequena esfera preta.
X a pegou, fingindo relutar.
— Obrigado, mas… pra que serve isso?
O homem sorriu:
— É bala.
— …bala? Tipo… doce?
— Isso mesmo.
Trocou pão por bala!
Foi uma surpresa.
X hesitou.
“Será que valeu a pena?”
Ele quis identificar o item… porém nenhuma informação apareceu.
Ele o observou de perto.
“…Tá brilhando?”
Brilho. Partículas flutuantes.
Quando segurou a bala na luz do sol, viu partículas brilhando como a Via Láctea.
X sentiu uma energia estranha.
“Talvez tenha efeitos poderosos…”
Porém, considerando o mundo de Fate, podia muito bem ser uma armadilha.
Afinal, nem todo NPC era confiável. Alguns eram vilões disfarçados.
No entanto… como X ainda não tinha penalidade de morte, valia o risco.
“Vamos lá. Vou comer isso.”
Sem hesitar, ele colocou a bala na boca.
Crunch!
Mordeu com força.
No instante seguinte, a visão ficou turva.
Uma voz ecoou.
— …Espero poder te encontrar de novo algum dia.
“Onde estou…?”
Ao recobrar os sentidos, X sentiu um aroma adocicado.
Cheiro doce, picante, azedo…
Todos os aromas estimulavam seu olfato.
Ele seguiu o cheiro até uma mesa de jantar.
Um banquete!
A luz do sol banhava pratos incríveis.
“Do que são feitos?”
Carnes suculentas, legumes frescos, peixes marinados.
Tudo parecia diferente, exótico…
Era tão apetitoso, que deu água na boca.
Ele estendeu a mão, instintivamente…
Shoo!
…mas ela passou direto pela comida.
Era uma ilusão.
A bala preta era a responsável.
Na frente do fogão, um homem cozinhava, e X o reconheceu.
Era o mendigo.
“São memórias dele…?”
Talvez fosse parte de uma missão.
X decidiu observar.
O homem nunca deixava o fogo.
Esperava por alguém.
Dois pratos sobre a mesa.
Um para ele… outro para “essa pessoa”.
O tempo passou.
O cenário mudava rapidamente.
Dia virava noite, as estações mudavam, mas ninguém aparecia.
O homem encolheu os ombros.
Sozinho.
Abandonado.
O tempo seguiu.
Ele, cansado de esperar, apagou o fogo.
Arrumou a cozinha.
E, quando virou para limpar a mesa…
FLASH!
A visão sumiu.
X abriu os olhos.
— …Terminou bem na hora errada.
Sentiu-se estranho.
O velho havia sumido.
Só restavam cervos comendo folhas.
Todavia, seus pensamentos foram interrompidos.
Tirolim!
Notificações surgiram:
[Você mudou de classe para a esquecida “Gourmet Celestial”!]
[Você adquiriu a habilidade de classe “Paladar Celestial”!]
[Você adquiriu a habilidade de classe “Culinária Celestial”!]
[Você adquiriu a habilidade de classe “Captura Celestial”!]
[A missão de classe “Revele a verdade sobre o Rei Gourmet!” foi iniciada!]
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