Capítulo 0: Prólogo

No centro da Criação, o berço de todos os universos, uma batalha estava acontecendo que determinaria o destino da própria realidade. Tanto os deuses quanto os mortais seriam afetados pelo resultado do que aconteceria aqui.

O chão desse lugar parecia o centro de um ciclone de nuvens brancas e o céu estava escuro como a noite, mas em vez de estrelas, havia inúmeras formas espirais parecidas com galáxias, cada uma emitindo uma aura energética com uma cor distinta.

De um lado estava uma pequena figura, um humano que parecia ter vinte e poucos anos, vestindo uma túnica preta manchada de sangue e sapatos de madeira brancos. Seus cabelos longos e olhos eram totalmente pretos e sua pele branca era pálida como a de um cadáver. 

A área ao redor do olho esquerdo parecia ter sido devorada, e ele estava sem o seu braço esquerdo. Mesmo assim, ele ainda exibia um sorriso largo com olhos cheios de loucura enquanto segurava firmemente sua espada, um jian quebrado.

“Oh, Grande Imperador Celestial Onipresente e Onisciente, senhor de todas as coisas neste universo miserável e de toda aquela besteira restante. Acho que ninguém esperava que você precisaria desses cães imundos para proteger sua bunda metálica”, gritou o bravo Herói.

Diante dele, uma onda retumbante de repreensões começou, as vozes eram tão altas que se espalhavam como trovões em uma tempestade.

“Seu verme insolente. Você está falando com o governante supremo de todos os universos.”

“Como um verme como você ousa insultar a maior de todas as divindades?”

“Blasfêmia!”

“Juro pelo meu nome que irei fazer você implorar por arrependimento por essas palavras amaldiçoadas, seu pecador!”

As poderosas ondas de choque causadas pelas vozes atingiram o Herói, que permaneceu inabalável enquanto seu longo cabelo balançava com as ondas de energia.

Ele revirou os olhos.

“Bem, pelo menos eu não fui feita só para bajular aquela bunda gigante de metal.”

Quatro criaturas colossais, cada uma com mais de 50 metros de altura, rugiram de raiva. No chão, estavam mais quatro criaturas, completamente desmembradas e tão grandes quanto as outras.

Mas então até eles caíram num silêncio submisso.

Um gigante de metal preto imponente, com mais de 100 metros de altura e uma aura soberana, levantou-se de seu trono. As chamas roxas queimando dentro dele ficaram mais intensas e vazaram pelas fendas da superfície metálica de seu corpo.

O Imperador Celestial tinha oito olhos, dois onde suas orelhas deveriam estar e os outros seis em seu rosto. Seus oito olhos estavam fixos no desafiante insolente parado diante dele.

O espaço ao redor do colosso começou a desmoronar como se sua própria existência fosse algo que o universo lutasse para conter.

Em um de seus oito braços havia um livro enorme, cuja capa ostentava o símbolo de uma árvore com um relógio no centro.

“Matar algumas bestas divinas fez você ficar muito arrogante. Acho que eu já tolerei sua existência por tempo demais.”

Ele não tinha boca, sua aura roxa flamejante distorcia tudo ao redor de seu corpo, fazendo o espaço ondular como um tecido balançando enquanto espalhava sua voz até distâncias incalculáveis.

Ele estendeu um de seus braços direitos, e chamas brancas e pretas giraram em torno dele. Então ele disparou essa energia em direção ao pequeno humano à sua frente. Seu ataque despedaçou a própria realidade, como se uma faca estivesse cortando o espaço.

O Herói se preparou; o sangue escorrendo de seu corpo se transformou em ferro preto cobrindo sua espada quebrada, sua lâmina aumentou de tamanho até ficar tão grande quanto as bestas divinas. Ele avançou em direção ao ataque inimigo, colocando todo seu poder naquele golpe.

Com seu único braço restante ele moveu a enorme lâmina de sangue preto contra o poderoso ataque.

Os dois poderes colidiram, causando uma explosão de luz tão terrível que poderia ser confundida com uma estrela explodindo, se vista do espaço.

O gigante colosso de metal deu um passo para trás; uma parte do local onde deveria estar seu coração foi destruída.

A situação do humano era muito mais lamentável; ele ainda estava vivo, mas seu corpo estava se quebrando estranhamente, como se ele fosse feito de vidro.

“Tantos problemas para um mero inseto; garantirei que sua existência seja apagada do espaço-tempo e que nenhuma variante como você surja novamente.”

No entanto, naquele momento, um portal espacial se abriu perto do Imperador Celestial.

O que emergiu do portal parecia o espírito de uma linda mulher, seu corpo era feito de chamas brancas puras. Ela estendeu seus braços e um jato de luz feito de chamas brilhantes atingiu o rosto do Imperador Celestial.

As bestas divinas, atordoadas por um momento pela estranha reviravolta dos acontecimentos, começaram a correr em direção à mulher de fogo.

Entretanto, já era tarde demais; ela já havia preparado outro ataque, não era direcionado ao Imperador Celestial, mas ao seu livro.

“É hora de acabar com seu império tirânico, bastardo!”, disse o espírito do fogo.

Dezenas de páginas voaram do livro destruído. O espírito do fogo agarrou uma das páginas com uma das mãos. Ela correu de volta para o portal dimensional o mais rápido que pôde.

“Não!” gritou o Imperador Celestial.

Ele estendeu os braços, conjurando correntes azuis que instantaneamente envolveram o corpo do lindo espírito do fogo.

Mas com um último esforço, ela pegou a página do livro e jogou no portal.

“O Imperador Celestial reina sobre toda a existência como um soberano, e ninguém, nem mesmo os deuses, ousa desafiá-lo. Alguém mais poderia alcançar o pico do caminho da ascensão e rivalizar com tal ser?

Que tipo de pessoa desafiaria algo acima dos Céus? “