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    ‘Interessante, ele parece ter um domínio básico da magia do fogo, mas já é capaz de usar isso para acelerar seu processo de produção. Isso me faz pensar se é possível utilizar os níveis mais altos de magia para replicar as tecnologias do meu antigo mundo.’

    Após observar o artesão trabalhando por um tempo, Tristan desceu as escadas e voltou para a entrada da loja.

    Ele viu Chiu sentado atrás de um balcão fazendo anotações com um pincel. Aproximando-se, Tristan disse: “Tenho que resolver algumas coisas; voltarei aqui em uma hora para pegar meus pedidos.”

    “Faça uma boa viagem. Você é muito bem-vindo em nossa loja, jovem mestre.” Chiu respondeu.

    Depois de trocar reverências, ele se despediu do atendente Moeh Chiu e saiu da loja.

    ‘Vou ter tudo o que preciso mais rápido do que esperava. Isso é bom, vou poder adiantar meus planos,’ ele pensou.

    Decidindo preparar as outras coisas de que precisava até a hora de retornar à loja do artesão, ele andou até uma região menos nobre do centro da cidade.

    Aquela era uma área onde itens de necessidade básica eram vendidos. Pelas roupas muito abaixo do padrão da nobreza, Tristan sabia que a maioria das pessoas que via andando por aquelas ruas devia ser composta por funcionários das famílias poderosas.

    Sapatos de madeira eram os mais comuns naquele lugar; por isso, havia muitos sons constantes de madeira batendo em pedra enquanto ele andava.

    Ele viu uma grande variedade de mercadorias, desde roupas e frutas exóticas até utensílios peculiares.

    ‘Para um lugar praticamente isolado, o comércio aqui é bem abrangente.’

    Memórias da guilda de comerciantes onde conheceu Yue e os outros durante sua viagem para o leste passaram por sua mente.

    ‘Parece que outras guildas estão dispostas a fazer aquele caminho infernal para chegar aqui.’

    Os olhos de Tristan continuaram vagando por aquele lugar até que pararam em uma loja que vendia utensílios de cozinha. Ele entrou e olhou para a seção de panelas. Muitas pareciam ser feitas para decoração devido aos seus entalhes e formato complexo; havia uma grande variedade de materiais, desde os inofensivos até os que Tristan sabia serem tóxicos para humanos. Ele escolheu as panelas de aço mais fundas que achou.

    Passando o dedo pela superfície da panela, ele pensou: ‘Isso deve ser mais seguro para meus experimentos do que aquelas que estão na seita.’

    “Essas duas panelas custam quanto?” Ele perguntou ao vendedor.

    “Vinte barcos de cobre,” o vendedor respondeu.

    Ouvindo isso, Tristan pegou um barco de prata e entregou ao dono da loja, recebendo oitenta barcos de bronze como troco.

    Ele se despediu do vendedor e continuou a andar pela área comercial da cidade.

    Então, enquanto caminhava, ele viu uma loja de apenas um andar. Parecia uma pequena cabana de madeira, com uma fila de pessoas saindo pela porta.

    ‘Uma fila?’ Ele ficou surpreso, pois isso não era comum no centro da cidade.

    Curioso, ele decidiu ver do que se tratava. Passou na frente das pessoas e entrou na loja, aproximando-se do balcão. Algumas pessoas cerraram os olhos, olhando para ele com desprezo. Suas roupas não causavam tanto medo neles quanto nas pessoas de fora das muralhas, mas, ainda assim, ninguém ousou dizer algo.

    Dentro da loja, Tristan viu vários tipos de plantas das mais diferentes cores. Flores e raízes estavam penduradas no teto por um barbante.

    Olhando para trás do balcão, ele viu uma velha senhora e, à frente dela, vários frascos de vidro.

    ‘Uma loja de elixires?’

    Ele não ficou muito animado. Além da essência vital daquele mundo, ele não sentiu nem uma gota de energia naquele lugar.

    Ele desconfiava bastante da utilidade das coisas que não tinham propriedades mágicas.

    Seus olhos vagaram pelos produtos da bancada até que, de repente, um dos frascos chamou sua atenção.

    “Ei, senhora, esse elixir é para quê?” Tristan disse, apontando o dedo para um dos menores frascos na bancada.

    “Isso aqui é um elixir para a insônia, jovem mestre. Ele é feito a partir de uma erva rara chamada flor do sono, é um dos melhores produtos que temos disponíveis,” a velha senhora disse a ele.

    “Posso ver isso?” Tristan perguntou.

    A senhora acenou com a cabeça e pegou um dos frascos azuis, entregando-o a ele.

    Dentro do frasco havia um líquido leitoso, azul e espesso.

    Tristan começou a se lembrar de algo.

    “Você poderia me mostrar uma flor do sono?”

    A vendedora fez uma expressão confusa, mas logo respondeu: “Claro, jovem mestre!”

    Ela se agachou e abriu uma gaveta no balcão.

    “Aqui está.” Depois de pegar o conteúdo na gaveta, ela mostrou a ele uma flor de pétalas azuis e caule verde grosso.

    ‘Isso parece com a flor de Iluna. Lembro de ter ouvido que os nobres menores, que não tinham dinheiro para contratar curandeiros, com frequência faziam chá dessa flor para aliviar dores.’

    Embora a flor de Iluna em suas memórias tivesse uma coloração mais púrpura, ‘Elas são muito parecidas e têm efeitos semelhantes. A flor de Iluna também só cresce perto do leste; talvez sejam da mesma família.’

    “Eu quero comprar a flor,” ele disse.

    A velha mulher arregalou os olhos e disse: “Tem certeza, jovem mestre? Essa flor é muito perigosa se não for manejada com cuidado. Qualquer produto feito a partir dela precisa ter medidas precisas, caso contrário, poderá ser fatal.”

    “Não se preocupe, serei cuidadoso.” Havia confiança na voz dele.

    A senhora suspirou e perguntou: “Quantas você quer?”

    “Todas!” ele disse sem hesitação.

    Depois de comprar oito flores do sono por três moedas de prata, ele foi a outra loja e comprou alguns jarros de vinagre por cinco barcos de bronze.

    ‘Posso pegar o sal e o álcool dos armazéns da seita.’

    Quase uma hora já havia se passado; o momento de pegar suas coisas estava chegando.

    Ele caminhou de volta para a loja de artesanato.

    Abrindo a porta, o som do sino se espalhou pelo lugar. Quando entrou, o atendente não veio recebê-lo como da última vez.

    O som de uma voz feminina vinha do corredor da loja.

    ‘Devem estar lidando com outro cliente.’

    Tristan esperou alguns segundos, mas ninguém veio atendê-lo.

    Sem querer perder tempo, ele procurou por Chiu.

    Quando chegou ao corredor, ouviu a voz da mulher que ouvira anteriormente, vindo da terceira porta. O tom dela parecia bem irritado.

    Sem cerimônia, ele abriu a porta e entrou.

    Ele viu várias esculturas humanas dos mais diversos materiais, como bronze, gesso e mármore.

    Havia quatro pessoas dentro daquele quarto. Moeh Chiu foi o único que ele reconheceu; ao lado dele estava um homem baixo, de pele enrugada. Suas mãos pareciam ásperas e tinham algumas cicatrizes.

    Diante deles estava um casal de jovens.

    A lady, que provavelmente tinha um pouco mais de vinte anos, usava um longo vestido verde de estilo oriental, com muitas joias grudadas no tecido. Seu cabelo preto estava preso em um coque; suas bochechas tinham um leve tom de vermelho, e ela tinha uma expressão zangada no rosto. Tudo em sua postura indicava que era alguém de status elevado, pelo menos em comparação com as pessoas com quem estava discutindo.

    O último era um jovem alto de aparência comum. Ele parecia ser alguns anos mais novo que a mulher e estava vestido com as roupas clássicas dos artistas marciais, nas cores branco e preto. Havia um símbolo nas costas do traje dele que chamou a atenção de Tristan; ele sentia que já o havia visto antes.

    O símbolo era um círculo com duas figuras em seu centro: na metade de cima, uma carpa branca com a cabeça voltada para a direita e, na parte de baixo, o esqueleto preto de uma carpa, com o crânio apontando para a esquerda.

    Uma expressão de compreensão apareceu no rosto de Tristan, e seus lábios se curvaram em desprezo.

    ‘Um discípulo da Seita do Corpo e Espírito da Carpa do Sul,’ ele pensou.


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