Capítulo 65: Seitas Criminosas

Ele entrou no beco e continuou andando no seu ritmo normal, Diji estava falando alguma coisa mas ele não prestou atenção, ele olhou para o chão vendo animais parecidos com baratas e ratos, já outros eram tão diferentes que ele não tinha nenhuma referência da Terra para comparar.

Aqueles eram animais que ele não conhecia, então isso atraiu a atenção dele, porém depois de um tempo ele sentiu algo pontudo encostando em suas costas. Como ele já estava circulando sua energia vital pelo seu corpo desde o momento que ele entrou no beco, ele apenas moveu seu braço para trás tão rápido quanto o bote de uma cobra e segurou o braço do seu agressor antes que ele conseguisse cortar suas roupas.

Ele puxou o garoto atrás dele com força e arremessou ele como um boneco em direção a Diji.

Tristan olhou para trás, ele viu o terceiro garoto se virar e correr em uma tentativa de fuga, mas com apenas três passos rápidos ele conseguiu encurtar a distância entre eles aparecendo na frente dele como uma assombração.

Ele estalou a língua e disse, “Não é legal abandonar seus amigos quando eles estão com problemas.” Tristan chutou o peito do garoto fazendo ele voar na direção dos outros, ele estava usando essência mas conteve sua força para não quebrar as costelas dele.

“Ei pirralho é melhor você não mexer com a gente! Você sabe com quem está lidando? Nós somos membros da Seita dos Bandidos, você já ouviu falar do que acontece com quem mexe conosco, certo?” Diji gritou sua ameaça.

‘Seita dos bandidos? Será que ele está falando a verdade? Uhm se for verdade esse pode ser meu dia de sorte’, ele pensou que isso poderia acontecer, não seria uma situação improvável, a Seita dos Bandidos assim como a Seita dos Mendigos eram bem conhecidas por usar crianças na base de suas operações.

“Sério? Acho que eu já ouvi falar: Uhm venda de substâncias ilícitas, assassinatos, roubos e destruição de casas das pessoas comuns que se recusam a pagar suas taxas ridículas. É esse tipo de coisa que vocês costumam fazer não é?”

Tristan avançou, pegou Diji e arremessou ele no chão. Depois ele pisou nos dedos da mão esquerda dele, sons de ossos se quebrando espalharam pelo ar.

O garoto soltou um grito de dor.

“Seu bastardo, você não ouviu quem nós somos? Não tem medo de nós?”, Diji disse com lágrimas nos olhos.

“Eu ouvi muito bem e não dou a mínima. Vocês acham que algum artista marcial teria medo dessa seita de merda?”, Os lábios de Tristan se curvaram em uma expressão de escárnio, “Na verdade isso só me deixou mais irritado, eu ia oferecer uma ótima proposta para vocês, mas agora que sei que vocês fazem parte de uma organização criminosa talvez eu devesse quebrar alguns de seus membros antes.”

Tristan colocou seu pé em cima do braço direito de Diji, “Não costumo fazer boas ações, mas impedir que vocês façam alguns pais chorarem no futuro pode não ser uma má ideia.”, A Seita dos Bandidos era bem conhecida por sequestrar jovens e força-los a realizar trabalhos terríveis.

“Espera, espera, eu menti, não somos da Seita dos Bandidos, eu juro, eu só queria assustar você.” Tristan pisou no braço dele com mais força.

“Por favor, eu imploro, somos membros de baixo escalão na Seita dos Mendigos, tenha piedade de nós, faremos o que você quiser.” Diji disse em pânico.

Os outros dois garotos se ajoelharam e colocaram suas testas contra o chão:

“Por favor, nos perdoe! Somos apenas crianças”

Um dos garotos implorou.

Um pequeno sorriso apareceu no rosto dele, “Eu também sou apenas uma criança e vocês tentaram me esfaquear pelas costas um minuto atrás.”

“Mas nós não tivemos escolha, essa é a única forma que podemos sobreviver aqui!”, o terceiro garoto disse.

“Por favor! Poupe meu braço, eu não vou conseguir sobreviver sem ele!” mais uma vez, Diji clamou por misericórdia.

Depois de pressionar eles, Tristan ficou satisfeito ao descobrir que os garotos eram membros da Seita dos Mendigos. Ele não tinha nenhum medo da Seita dos Bandidos, embora fosse uma das mais conhecidas organizações criminosas do continente, apenas a sua sede tinha um poder considerável, suas filiais geralmente não tinham poder suficiente para rivalizar com as seitas locais.

A Seita dos Mendigos também tinha uma reputação terrível, embora não fosse nem de longe tão ruim quanto a da Seita dos Bandidos. Eles eram mais fracos então o risco disso trazer problemas para Tristan no futuro não seria tão alto.

“Tanto faz, pelos menos a Seita dos Mendigos não é tão nojenta quanto a Seita dos Bandidos. Como eu disse anteriormente eu tenho uma missão para vocês, vocês vão conseguir muito mais dinheiro com isso do que roubando aqueles pobres coitados nas ruas.”

Tristan pegou dez moedas de cobre e jogou no chão.

Os olhos das crianças ao seu redor brilharam.

“Posso lhe dar mais dessas se vocês me ajudarem.”

“O que você precisa que a gente faça?” Diji perguntou.

“Reúna os outros jovens que vivem nas ruas para mim, procure aqueles que parecem mais saudáveis. Diga que eu irei recompensar todo mundo.”

Os garotos olharam uns para os outros e falaram, “Certo chefe!”

‘Sem perguntas? Nenhuma curiosidade ou tentativa de recusa?’ Ele olhou nos olhos dos garotos, ele não notou nenhum vestígio de estranheza. ‘Eles já devem estar acostumados com pedidos bizarros devido a vida que eles vivem.’ Ele pensou nisso com algo tão próximo de pena quanto ele era capaz de sentir.

“Tudo bem, não me façam esperar muito.”, ele disse para os garotos antes deles saírem do beco.

‘Bem, agora é só aguardar.’

Ele sentou no beco se perguntando se ele fez o suficiente para conseguir a obediência deles. Cerca de dez minutos depois ele ouviu passos vindo em sua direção, ele viu os três garotos com quem ele havia conversado anteriormente, mas quem estava acompanhando eles não eram crianças como ele havia pedido.

Tristan revirou os olhos, mas não se decepcionou muito porque ele já estava esperando que algo assim acontecesse.

Um homem adulto vestindo roupas velhas e sujas entrou no beco, ele tinha uma densa barba preta e seus dentes amarelos eram visíveis em seu largo sorriso. Ele caminhava a passos firmes e confiantes.

Seus olhos brilharam quando ele viu Tristan como se estivesse diante de um pote de ouro, pelo menos durante alguns segundos, depois disso tudo que seu olho direito viu foi escuridão.

Sem que ele percebesse um objeto havia atingido seu rosto entrando profundamente em seu olho, tudo aconteceu tão rapidamente que a dor só veio depois que sua surpresa passou e ele entendeu o que havia acontecido.

Sangue carmesim jorrou de seu olho direito e ele soltou um grito de dor.

Tristan sentiu um pouco de diversão vendo o rosto dos três garotos se contorcendo em pânico.

Os garotos estavam com os olhos arregalados olhando para o rosto de seu sênior, ele estava com um pequeno pedaço de metal cor de bronze com um formato estranho que lembrava um bote dentro de seu olho.

“Meu olho, meu olho, o que você fez com meu olho?”, O velho mendigo ergueu a mão ao rosto, no lugar de seu olho seus dedos sentiram uma superfície lisa, pontuda e fria.

Ele tentou tirar aquela coisa de dentro do seu globo ocular, mas seus dedos eram muito grossos para isso.

Os garotos estavam tremendo e suor frio escorria do rosto rosto deles, “Uma moeda. Ele jogou uma moeda no olho dele!”, um dos garotos disse.

“Como isso é possível?” Disse Diji consternado.

Tristan se virou para os garotos e perguntou com seu rosto inexpressivo como sempre, enquanto seus dedos da mão direita brincavam com outra moeda de bronze, “Hey, e a missão que eu dei a vocês, eu estou com pressa, vocês sabiam?”

Os três garotos empalideceram com suas palavras e disseram em uníssono, “Não, não se preocupe, estamos indo resolver isso, chefe!”, eles se viraram para trás e correram assustados.

Olhando as costas dos pequenos bandidos se afastando do beco, Tristan se virou para o velho mendigo que estava caído no chão se contorcendo de dor, “Devolva minha moeda quando você parar de gemer.”

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