Capítulo 75: Híbrido solitário
As palavras dela trouxeram confusão à sua mente. Ele virou o rosto em direção a ela, olhando Zahira dos pés à cabeça e, em seguida, olhou novamente para as pequenas plantas. A existência de uma relação entre a enorme figura bestial que era Zahira e aquelas plantas nos jarros, que mal tinham o tamanho de sua mão, era algo difícil de acreditar.
“Desculpe, mas irmãos? Você quer dizer que essas coisas…”, antes de falar algo possivelmente indelicado, ele se corrigiu, “que eles fazem parte da sua família?”
Ela acenou com a cabeça. “Eu não tenho certeza, mas é provável. Eles absorvem uma quantidade muito anormal de energia mundial, muito mais rápido do que Buk, por exemplo. Só eu consigo absorver essência em um ritmo parecido.”
Ele percebeu que uma expressão pensativa apareceu no rosto peludo dela, como se ela estivesse se lembrando de algo distante. Murmurando, Zahira disse: “O cultivo era tudo que importava para ela.”
“Uhm, bem, é melhor eu preparar o almoço logo.” Ela caminhou com pressa em direção a uma sala.
“Eu ajudo você.” Tristan ofereceu sua assistência, e Zahira concordou com um aceno de aprovação.
Ela retirou as penas do cadáver da grande ave, enquanto Tristan retirava suas entranhas e outras partes que ele não seria capaz de digerir.
Zahira acendeu a lenha dentro de um muro circular, com um enorme espeto de metal sobre o fogo.
Olhando para cima, Tristan notou que a fumaça desaparecia por entre as folhas no teto, como se fossem absorvidas.
Zahira pegou a carcaça agora limpa e a enfiou no espeto de metal, mas, antes que ela pudesse colocar aquilo no fogo, Tristan a interrompeu.
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“Você não tempera a carne antes do preparo?”
“Temperar? O que é isso?” Ela inclinou a cabeça, confusa.
“É um processo que precisa ser feito para deixar a comida mais gostosa.”
“Sério?”, disse Zahira, animada. “É realmente possível melhorar o gosto da comida?”
“Claro.” Tristan tirou sua mochila das costas e começou a procurar algo.
Ele pegou vários potes de vidro pequenos. Aproximando-se do espeto, começou a espalhar sal, pimenta em pó e algumas ervas secas. Depois, pegou uma pequena jarra e derramou um líquido amarelado sobre a carne. Seu estoque de azeite era muito limitado, mas ele decidiu gastá-lo tentando conquistar a afeição de Zahira.
“É só isso?”, ela perguntou, desapontada.
“Sim.”
“Tem certeza que isso funciona?”, a dúvida em sua voz era perceptível. “Como essas coisas podem mudar o sabor da carne? Você não está apenas mentindo para mim?”
“Tenha um pouco mais de fé.”
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Depois de cerca de vinte minutos, ele cortou um pedaço de carne e serviu em um espeto para Zahira. “Aqui, prove isso.”
Ela olhou com desconfiança, levando o espeto à boca e mordendo lentamente. Seus olhos se arregalaram. Sua próxima mordida foi muito maior que a anterior.
“Como isso é possível? Como aquelas coisas tão pequenas podem mudar tanto o sabor?”
Buk olhou para ela com seus grandes olhos azuis, como se estivesse suplicando por um pouco de comida.
Ela arrancou uma das asas da ave e entregou para seu mascote. Aquele pedaço era maior que o corpo inteiro dele. Vendo a criatura se alimentar vorazmente, Tristan ficou perplexo ao perceber que o pequeno bastardo não parecia ter problemas com aquilo.
Zahira pegou uma grande jarra de água e encheu o copo de Tristan, que bebeu imediatamente. Ela colocou a jarra ao lado dele caso quisesse mais.
“Você está me dizendo que existem lugares onde milhares de humanos vivem juntos?”
Tristan assentiu, enchendo outro copo de água.
“Os humanos são uma das espécies mais fracas fisicamente. Nós precisamos viver em grandes cidades muradas para usar a força do grupo e resistir contra os monstros.” Enquanto terminava sua refeição, ele passou os últimos minutos contando para Zahira sobre como era a vida dos humanos e dos outros seres de fora daquela floresta.
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“Deve ser muito legal ter tantos membros da sua espécie perto de você. Você nunca deve se sentir solitário, certo?”
“Uhm, claro.” Tristan riu interiormente. A maioria dos membros de sua espécie com quem conviveu só lhe trouxeram dor e sofrimento.
“Você é praticante de alguma técnica de cultivo?” Ele tentou descobrir mais sobre ela.
“Sim, minha mãe me ensinou a cultivar o Verde.”
“Legal. Em que estágio você está?” Ele fez a pergunta que realmente lhe interessava.
“Sou apenas uma Mid Orange.” Ela respondeu, um pouco envergonhada com isso.
Tristan ficou surpreso com aquela resposta.
‘Impressionante, ela tem apenas dois anos, mas seu cultivo já superou o meu. As lendas sobre o poder das Dríades podem não ser tão exageradas quanto eu imaginava.’
“Então, você poderia me falar um pouco sobre como são as famílias humanas?”
Tristan pensou por um momento antes de dizer: “Nós humanos demoramos bastante para crescer em comparação com outras raças, então os pais humanos precisam cuidar dos filhos por vários anos até que se tornem adultos e consigam sobreviver sozinhos.”
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“Anos! Isso é muito tempo.”
“E quanto a seus pais, eles ainda cuidam de você?”, ela perguntou.
Tristan ficou em silêncio antes de dizer: “Hey, eu estava curioso sobre algo: de onde vem a água do lago? Você sabe se aquilo foi feito com magia ou se sua mãe cavou um poço subterrâneo gigante ou algo assim?”
Zahira sorriu. “Nada disso.” Ela apontou para cima e falou com orgulho: “É tudo graças ao Bob. Ele drena os ladrões que vêm até nós e cria água a partir deles.”
Ouvindo isso, Tristan não conseguiu evitar olhar para a jarra de água à sua frente.
Depois disso, eles foram para o lado de fora. Zahira deu um estranho abraço de despedida na flor gigante no centro do lago.
Se afastando do Verdakyn poderoso, Tristan, Zahira e Buk partiram em direção à Vila dos Cogumelos.
Tristan e Zahira caminharam pela floresta por algumas horas. A força dela fez com que percorrer aquele lugar fosse mais rápido do que quando ele estava sozinho, mas também havia muitos desafios que nem ela ousava enfrentar, o que fazia com que precisassem procurar outras rotas.
Ele contava com sua visão e habilidade de diagnóstico para localizar os vestígios das criaturas que habitavam aquele lugar. Enquanto isso, Zahira usava seu olfato e sentidos únicos de seu lado Verdakyn. Como a mudança de liderança nos territórios na floresta era constante, nem mesmo alguém que nasceu ali como ela sabia com certeza o que iria encontrar no caminho.
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De repente, Tristan parou de andar. Ele se agachou e colocou seus dedos no chão, como se estivesse medindo algo.
Apreensiva, Zahira se aproximou lentamente dele e perguntou em voz baixa: “Por que você parou?”
“Achei algumas pegadas aqui, pegadas de humanos.” Ele respondeu.
“Sério? Para onde eles foram?”, o interesse era claro em sua voz.
Tristan apontou seu dedo para o sudeste de onde estavam.
“Legal, vamos tentar falar com eles!”, ela disse, animada. “Você não está ansioso para encontrar mais da sua espécie?”
“Morrendo de ansiedade.” Ele disse, com seu rosto tão inexpressivo como sempre.
Eles andaram por alguns minutos, com Tristan à frente procurando por mais vestígios de humanos.
“Acho que eles não estão sozinhos.” Zahira disse. Havia vários rastros no chão, tão evidentes que mesmo alguém que não fosse um rastreador habilidoso saberia que algo grande passou por ali.
Tristan começou a examinar as marcas. Pela profundidade no solo, ele sabia que a criatura era pesada. Os rastros eram contínuos e uniformes, ondulando como em um movimento serpentino. Ele olhou para as árvores ao redor, notando cortes recentes e galhos quebrados a cerca de três metros de altura.
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“Parece que foi um monstro do tipo cobra que fez isso, e um dos grandes.”
“Aqueles humanos podem estar precisando de ajuda.” Ela disse enquanto tomava a frente.
Tristan não tentou impedi-la, até porque, devido à personalidade dela, ele duvidava que conseguiria. Ele apenas decidiu segui-la lentamente por trás.
Depois de um tempo, sons de uma luta intensa puderam ser ouvidos. Tristan reconheceu o som de aço batendo em algo duro, assim como o barulho de algo grande colidindo com o chão, fazendo a terra tremer. Além disso, também havia um estranho som de algo estalando. À medida que se aproximavam, o som ficava mais alto.
Olhando por trás de uma árvore, sua atenção foi imediatamente roubada por uma figura amedrontadora. Ele viu uma cobra vermelha com o comprimento de quase quatro humanos adultos. Labaredas de chamas jorravam de sua boca em direção a dois alvos menores que recuavam desesperadamente. Eram dois homens que pareciam estar no início da idade adulta: um usava um chicote e o outro uma manopla com longas lâminas afiadas nos dedos.
Os olhos de Tristam se abriram mais quando ele viu relâmpagos girando ao redor deles seguindo seus movimentos.
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