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    Tristan acompanhou Zahira pelos túneis por algumas horas, eles saíram de forma diferente da que entraram, por meio de uma rachadura em uma grande pedra. A primeira coisa que ele viu foi a cor verde das plantas ao redor.

    ‘Finalmente. Estou livre daquele maldito lugar.’

    Tristan se virou para a garota híbrida e fez uma reverência. Ele fez um pouco de esforço para pensar em algo legal para dizer.

    “Obrigado Zahira. Eu não teria conseguido sair de lá tão rápido sem sua ajuda. Você tem minha gratidão.”

    “Ah, tudo bem. Não foi nada. Faça uma viagem segura.” Ela disse com uma voz com pouca emoção.

    Tristan conseguiu notar uma expressão triste mesmo no rosto coberto por pelos dela.

    Sem ele, ela voltaria a passar seus dias apenas na companhia de seu animal de estimação e de sua casa, nenhum dos quais ela poderia conversar. Pensando nisso Tristan falou:

    “Você tem mais daquele pó que impede que os Fungelites ataquem? Esse é o caminho mais rápido, eu gostaria de passar aqui quando eu retornar para a seita.”

    “Você vai voltar?” Ela disse animada enquanto colocava a mão nas vinhas em suas costas e dava algumas esferas para ele.

    “Sim.” Ele respondeu, “E vou passar na sua casa para fazer uma visita.”

    “Sério? Que bom. Vou esperar ansiosamente para que você me conte tudo o que viu fora daqui. Não demore.”

    Com a promessa de retorno feita, ele partiu em sua jornada, dessa vez ele prosseguiria sozinho novamente.


    Depois de se despedir de Zahira, Tristan passou as últimas horas caminhando em meio a uma natureza muito menos hostil daquela que ele teve que suportar na última semana. A umidade no ar refrescava seus pulmões, o som de pássaros e pequenos insetos era como uma música relaxante em comparação com o silêncio de Kū Mù Lín.

    Debaixo dos seus pés havia uma grama cor verde vibrante. As árvores ao redor eram altas e de formato cônico. Enquanto caminhava, ele avistou uma pequena plantação de bambus. Ele se aproximou e balançou eles, ouvindo o som de líquido em seu interior ele cortou o caule. Ele ficou contente ao ver a cor transparente do fluido ao invés de uma gosma vermelha.

    Tristan bebeu um pouco confirmando que não havia nada de errado com aquilo, ele coletou alguns pedaços de bambu e prendeu em sua mochila.

    Suas próximas horas de viagem também foram tranquilas, até que algo chamou sua atenção. Ele avistou uma bruma branca e espessa. Sua testa franziu e sua mente ficou mais apreensiva.

    Tristan se lembrou do que havia estudado sobre a região das montanhas neblinosas.

    Ele se aproximou lentamente, não sentindo nenhuma vontade de desobedecer os concelhos no seu mapa e livros que ele leu na biblioteca sobre não chegar perto de nenhuma neblina ao chegar perto daquele lugar.

    A névoa tinha uma aparência completamente normal e através de seus sentidos místicos ele não encontrou nada de incomum com aquilo. Porém, logo percebeu que o que ele estava vendo não era natural.

    Tristan agachou, e olhou para o chão abaixo da névoa, era como se aquilo afundasse no solo. Ele respirou fundo e soprou na direção da neblina que permaneceu inalterada. Mantendo uma distância de alguns metros ele olhou para as árvores e pedras ao redor da névoa, novamente parecia que nada era capaz de bloquear aquilo.

    ‘Parece que eu já encontrei a Névoa dos Perdidos.’

    Ele não tinha mais dúvidas, as montanhas neblinosas deveriam estar próximas. E se tudo que ele ouviu fosse verdade, no topo delas estariam as ervas mágicas que iriam milagrosamente impulsionar seu cultivo.

    Seus lábios se curvaram para cima levemente e um brilho de determinação acendeu em seus olhos. A vontade de transformar sua antiga casa e prisão em cinzas queimou em seu coração novamente, ele sentiu a vontade dentro de si crescer como se apenas isso fosse o suficiente para derrubar aquelas montanhas.

    Balançando sua cabeça, ele acalmou sua mente, o foco era vital para sobreviver a qualquer tarefa perigosa. Aqueles que deixavam suas emoções dominá-los tendiam a ter vidas curtas.

    No entanto, cada passo que ele deu a seguir continha o peso de sua ansiedade.

    Ele caminhou até um campo aberto e uma grande cadeia de montanhas apareceu diante de seus olhos.

    Tristan apertou a alça de sua mochila com mais força. Uma densa névoa branca repousava em um dos picos daquelas colossais formações de rocha. Porém, ele não deixou o perigo do desconhecido abalar seu coração, pelo contrário ele encarou a névoa misteriosa com mais determinação. Naquele instante algo estranho aconteceu.

    Ele fechou seus olhos com força e olhou com mais atenção, no entanto tudo havia voltado ao normal.

    Tristan mexeu no seu cabelo em confusão.

    ‘Estou ficando louco de novo?‘ Não era um bom momento para isso.

    Ele tentou lembrar da forma que havia visto no topo da montanha.

    Os detalhes daquela imagem continuavam vívidos demais em sua memória para ser apenas imaginação.

    Tristan suspirou.

    ‘Por que diabos tinha uma mão em cima da montanha?’


    Em uma noite sombria numa floresta com árvores velhas e retorcidas, quatro bestas estavam com seus focinhos próximos ao chão seco farejando. Eles pareciam com dragões de komodo mas tinham o tamanho de um tigre.

    Havia muitas pegadas no chão, buracos e manchas de sangue. Um indicativo claro de que uma batalha havia ocorrido naquele lugar.

    Duas figuras altas e humanóides estavam em pé ao redor daquelas bestas olhando como se estivessem procurando por algo.

    Vestígios de uma luta, isso foi tudo que sobrou para eles. Eles sabiam que caso alguém tivesse morrido naquele lugar, seus corpos já teriam sido comidos pelos monstros naquela região a muito tempo.

    Seus corpos estavam cobertos por partes de diversas criaturas, desde escamas, presas, garras e peles, algumas peles pareciam de animais, já outras lembravam a de humanos. Um pouco mais afastado deles estava alguém que mal tinha o tamanho da perna deles vestindo roupas de couro que o cobria dos pés a cabeça, lhe aquecendo naquela noite fria.

    Uma das bestas manteve seu focinho em um lugar por mais tempo e depois ergueu sua cabeça. A figura mais alta se aproximou e agachou, com sua mão enrugada e com algumas cicatrizes retirou a terra do chão. De repente ele parou e olhou com mais atenção.

    Ele pegou algo do chão e levou até a frente de sua cabeça.

    Eram fios de cabelo, eles eram anormalmente escuros, tanto quanto carvão ou até mais.

    Vendo isso, faíscas de poder brilharam em seus olhos, cheios de intenção predatória.

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