Índice de Capítulo

    A tela da TV emitiu um brilho azulado que banhava o escritório da liderança. O som do noticiário era o único ruído na sala, exceto pelo zumbido persistente do ventilador de teto girando preguiçosamente.

    A repórter encarava a câmera diante do letreiro: TRAGÉDIA NA ZONA RESTRITA — MÃE PEDE JUSTIÇA.

    — A repercussão do incidente envolvendo a Unidade Expedicionária de Caça continua crescendo. A morte do adolescente Sam Whitley, de apenas 17 anos, durante uma intervenção levanta questões sobre a conduta e os protocolos utilizados pela organização.

    A imagem foi cortada para uma mulher sentada em um sofá surrado, claramente em casa, seu rosto inchado em razão das muitas lágrimas derramadas lhe conferia uma firmeza de rocha rachada. Summer Whitley encarava a câmera com olhos vermelhos presos por uma expressão revoltada que nenhum roteiro conseguiria simular.

    — Eles disseram que meu filho estaria seguro. Que sabiam o que estavam fazendo. Me prometeram. Me juraram que não era perigoso… E agora… agora tudo que eu tenho é uma mochila com cheiro dele e uma certidão de óbito. Essa agência age nas sombras, esconde erros, muda versões. Onde tá a responsabilidade? Quem responde por isso? Porque meu filho… meu filho não volta mais!

    A câmera se aproximou quando Summer apertou o colar no pescoço que, na verdade, era um pingente com a inicial S.

    — A verdade é que meu filho não era só mais um nome em uma ficha. Ele era um garoto negro, inteligente, que ainda queria entender o mundo. Mas vocês olharam pra ele como se fosse descartável. É sempre vai ser assim, não é? Menino negro morre, e tudo vira erro de operação. Se fosse o filho de algum político, de alguém importante… se ele tivesse outro sobrenome, outra cor de pele, teria recebido reforço. Teria sido prioridade. — Olhou diretamente para a lente, com os olhos ardendo de raiva. — Mas Sam foi deixado pra trás. Foi colocado no meio de uma missão que ninguém teve coragem de explicar nem pra mim. Isso não é só um erro. Isso é negligência. É omissão. É o mesmo descaso que a gente carrega desde sempre nesse país.

    A câmera capturou o leve tremor em seu queixo, que não a fez ceder. A dor não calava a sua indignação. A câmera se afastou um pouco para revelar ao lado da poltrona a estante com poucos objetos que continha uma foto de Sam aos poucos anos com uma medalha de olimpíada de matemática, um console de videogame desligado e um tênis gasto sobre a mesinha de centro.

    — Não é só o meu filho. Quantos mais vão sumir em missões que ninguém entende? Em operações escondidas, decididas por gente que nunca viu o rosto desses jovens? Isso é arrogância disfarçada de autoridade. Eu quero justiça. E não vou me calar. Nem hoje, nem amanhã. Nem quando as câmeras se apagarem.

    A imagem cortou de volta à repórter, que hesitou por um segundo antes de retomar seu texto com um aceno breve.

    A câmera voltou para a repórter, que agradeceu Summer com um aceno.

    — Summer Whitley, uma mãe em luto que agora se junta a uma mobilização crescente por transparência e responsabilização. Em breve, mais atualizações…

    Antes que o logo do canal pudesse piscar no canto da tela, o click do controle remoto cortou o vídeo. A TV escureceu de repente.

    — Chega. Já entendi o suficiente. — disse Arthur.

    Seus dedos batem levemente sobre o tampo da mesa, num ritmo lento e irritado.

    — Podem mandar entrar. Já passou da hora.

    A porta se abriu.

    Nicholas entrou primeiro.

    Emilly logo depois, com um documento em mãos.

    A sala da liderança sempre teve um ar muito asséptico para um lugar onde se tomavam decisões que arriscavam vidas. Paredes de concreto liso, cortinas cinza engomadas, mobília minimalista em tons frios. A mesa imensa e envernizada mais aparentava ser um altar para sacrifícios do que um ponto de diálogo. Zumbiam, irritantes, as luzes fluorescentes acima. A insígnia da U.E.C na parede atrás da cadeira principal pesava o dobro do habitual. Sua imponência era incômoda e acusatória.

    Nicholas estava de pé, à esquerda da mesa, com os braços cruzados e os olhos no ponto indefinido na parede. Ele não olhava para ninguém. Emilly, do outro lado, mantinha a mesma postura rígida, com as mãos entrelaçadas atrás. A tensão entre eles pairava densa e contundente. Desde a missão, não trocaram uma palavra sequer, nem mesmo um simples oi.

    Arthur, sentado à cabeceira, esfregava a testa com o polegar e o indicador, apoiando os cotovelos na mesa. A caneta que girava entre seus dedos tremia levemente. Darcy estava recostada na parede ao fundo, de braços cruzados e com uma perna apoiada no rodapé. A sombra do maxilar cerrado denunciava seu desejo de explodir, embora se contivesse por respeito à formalidade da sala.

    — Então… é assim que começa a semana? Um garoto morto, duas versões diferentes da mesma merda de história, e agora, um monte de políticos lambendo os próprios sapatos em pânico por causa do nosso nome estar nos jornais.

    O silêncio de Nicholas foi sólido como concreto. Emilly sequer piscou.

    — Vocês têm ideia da quantidade de chamadas que eu atendi essa madrugada? Gente da imprensa, da corregedoria, de cima da hierarquia e até aquele verme do comitê interno da segurança pública querendo abrir investigação contra a gente. — Arthur se levantou devagar, os olhos girando para encarar os dois. — Vocês estão me ouvindo?

    — Estamos. — respondeu Emilly.

    Arthur não conseguiu conter uma risada forçada.

    — Que ótimo. Fico aliviado de saber que vocês ainda sabem ouvir. Pena que não foi o caso na porra da missão.

    Darcy desencostou da parede. Passou por trás de Nicholas e se encostou na borda da mesa. 

    — Ele tinha 17 anos. A missão não era de contenção, era eliminação. O garoto devia estar seguro. E agora, adivinha? A mãe dele foi na TV ontem. Chorando.

    O clima ficou pesado ao ponto de não se conseguir respirar. Nicholas baixou os olhos, mas não respondeu. Emilly apertou os punhos.

    — Vocês acham que isso é só mais uma missão que deu errado? — continuou Darcy, com raiva represada. — Isso não é mais tático. Isso virou político. E vocês acabaram de entregar munição pra gente que quer ver esse lugar fechado.

    Caminhando até o fim da sala, Arthur fitou a janela com a expectativa de enxergar alguma mudança no ar.

    — A confiança na agência despencou. Nossos relatórios estão sendo filtrados por três comissões diferentes. Tivemos dois contratos suspensos. E agora, até os aliados estão se distanciando.

    Nicholas finalmente falou, a voz rouca, cansada:

    — Eu tentei fazer o certo. 

    Darcy o olhou por cima do ombro, cética.

    — Tentou como? Isolando a vítima quando a situação escalou? Deixando sua parceira sem cobertura?

    Emilly deu um passo à frente.

    — Ele não me deixou sem cobertura. Eu tomei a decisão. A gente se dividiu por estratégia. A culpa não é só dele.

    Os dois se encararam por menos de um segundo, em uma troca rápida e amarga, como lâminas rangendo no escuro.

    — Ah, então agora vocês falam? Ótimo. Porque o que vai acontecer agora é bem simples: vocês dois vão ficar suspensos das operações de campo até segunda ordem. Isso aqui não é um parque de diversões. E se vocês não conseguem confiar um no outro, vão acabar matando mais do que salvando.

    Ambos assentiram.

    — Nicholas, você vai ajudar no centro de treinamento. Recrutas novos chegaram essa semana e, se não forem moldados direito, vão acabar enterrando alguém também. Ensina o que não fazer, já que agora você entende o custo.

    Nicholas soltou o ar pelo nariz numa espécie de riso fraco, mas que poderia ser interpretado como uma resposta. Seus olhos se detiveram por um breve instante em Emilly, mas ela não olhou de volta. Os dois pareciam orbitando em planetas diferentes, apesar de estarem na mesma sala.

    — Posso ir? 

    Arthur fez que sim com a mão.

    Darcy apontou com o queixo para a porta.

    — Vão te passar uma programação nova ainda hoje. E, Nicholas… — Esperou o encará-lo. — Não vá lá achando que é punição. Pensa como uma chance de acertar o próximo. A gente ainda precisa de você. Só não do jeito que tá agora.

    Nicholas lançou um último olhar para Emilly por cima do ombro, que não se moveu. Estava imóvel como se fosse de mármore. Virou o rosto, saiu da sala e fechou a porta.

    Arthur cruzou os braços sobre a mesa e ergueu o olhar na direção dela.

    — Senta.

    Ela obedeceu. Com os joelhos juntos e as mãos unidas e o documento colo, aguardou. O olhar estava fixo, imperturbável.

    Darcy se apoiou na quina da mesa ao lado do líder.

    — Vamos direto ao ponto. Preciso que você nos diga exatamente o que aconteceu em Portland. Sem floreio. Relatório, agora.

    Emilly respirou fundo. Ajeitou o documento grosso em suas mãos, colocou sobre a mesa e arrastou para perto do líder, que o pegou, abriu e retirou o arquivo. 

    RELATÓRIO OFICIAL DE OPERAÇÃO — CLASSIFICAÇÃO NÍVEL VERMELHO 

    Operação ECO NEGRO – WonderheartStudio, Portland, OR

    Data da Ocorrência: 22/08/2022

    Local: Instalações principais do WonderheartStudio, Portland, Oregon

    Duração da Operação: 10h24min

    Agentes Envolvidos: Emilly Jones, Nicholas Andrew

    Autoridade Supervisora Local: Departamento Regional Noroeste – Setor 07

    1. Resumo Executivo

    A operação ECO NEGRO teve como objetivo principal a neutralização de anomalias hostis e a contenção de uma entidade central de origem psicoenergética manifestada nas instalações do WonderheartStudio. A missão foi iniciada após desaparecimentos não registrados na zona industrial de Portland.

    A investigação prévia indicava forte concentração de carga negativa residual no perímetro interno do estúdio, agora confirmado como epicentro do evento conhecido como Transposição de Consciência — Classe BETA/SCARLET, conduzido por Joseph Russel, CEO e fundador do estúdio.

    2. Contextualização Técnica

    Joseph Russel, 52 anos, foi identificado como o principal responsável pela execução de um ritual esotérico classificado como Protocolo de Transposição de Consciência. O procedimento consistiu em um sacrifício humano coletivo, com 43 funcionários do estúdio assassinados em um único ciclo litúrgico, resultando em uma tentativa de selamento da consciência da filha falecida, Lilian Cawright, em um objeto inanimado, uma boneca estilizada modelada em sua imagem.

    O objetivo declarado: O corpo é um meio. A alma é a centelha, conforme escrito no diário pessoal de Russel (anexado ao dossiê investigativo).

    3. Anomalias Geradas 

    A execução incompleta e instável do ritual resultou na liberação de grandes quantidades de energia psicoafetiva de polaridade negativa, concentradas nos corredores, estúdios de animação, áreas de renderização e subníveis de armazenamento. Essa energia originou entidades de Classe Regular, designadas como Mephistos de Tinta, compostas por:

    • Massa corporal de consistência líquida com comportamento mimético;
    • Estrutura interna instável baseada em projeções meméticas dos personagens animados do acervo da Wonderheart;
    • Comportamento predatório direcionado a qualquer presença humana viva.

    Esses Mephistos se mantinham ativos por vínculo direto à consciência preservada de Lilian, cujo trauma e imaginação infantil sustentavam a existência das entidades.

    4. Desfecho e Conclusão da Operação

    Durante a operação, a agente Emilly Jones obteve acesso à 7B, uma sala escondida dentro do estúdio, das quais foram retiradas informações valiosas. O contato direto com o receptáculo contendo a essência de Lilian possibilitou a desestabilização do vínculo energético, levando à liberação plena da consciência retida e, subsequente, dissolução dos Mephistos.

    Relatório elaborado por:

    Emilly Jones – Agente de Pesquisa 

    Aprovado por:

    No aguardo.

    Anexos:

    • Diário pessoal de Joseph Russel (fragmentos)
    • Registro audiovisual da dissolução dos Mephisto
    • Relatório preliminar de análise de campo 
    • Laudo técnico da análise da boneca receptáculo

    Fim do relatório

    — Em Portland, o que enfrentamos foi… — Emilly disse — … uma crise desencadeada por um evento que ultrapassou o âmbito convencional das ameaças que normalmente tratamos.

    Arthur ergueu o queixo.

    — O que isso significa Protocolo de Transposição de Consciência… na prática?

    Os olhos de Emilly foram até o envelope com o relatório ainda parcialmente aberto sobre a mesa, como se cada linha escrita ali fosse uma ferida mal cicatrizada.

    — O que eu vou dizer agora não vem dos documentos da agência. Não é algo que vocês vão encontrar nos arquivos oficiais… porque isso nunca foi catalogado.

    Darcy franziu a testa. Arthur parou de tamborilar os dedos.

    — Em alguns círculos ocultistas antigos, há uma crença chamada espelhamento astral. A ideia é que a alma de alguém pode ser copiada, como uma marca deixada num espelho, desde que o reflexo seja alimentado com lembrança e desejo suficientes. Não é só lembrar… é querer que aquilo volte com força suficiente pra rasgar a realidade. Foi isso que Joseph fez. Ele não apenas usou tecnologia ou ritual. Ele fez um chamado.

    — Com quem? — Darcy perguntou.

    — Com o que quer que esteja acima de nós. Algo antigo. Talvez nem tenha nome. Ele entregou todas aquelas almas em troca da chance de fazer Lilian voltar. E ele conseguiu. Mas não era ela de verdade. Era o reflexo dela, moldado pela dor dele e pelas memórias que estavam distorcidas, incompletas e presas.

    Darcy puxou uma cadeira e se sentou.

    — Os Mephistos… eram fragmentos daquilo?

    — Sim. — Emilly confirmou. — Criaturas construídas a partir da lembrança emocional dela. Mas não só isso. Quando uma alma transita fora do corpo sem passar pelo ciclo natural, ela se torna instável. É como se o mundo inteiro em volta dela começasse a ter pequenos curtos-circuitos. As emoções dela se transformam em matéria. Medo vira corpo, angústia vira voz.

    Arthur encostou as costas na cadeira, absorvendo aquilo com uma expressão que misturava desconfiança e preocupação.

    — Então o Protocolo não é só sobre transpor a consciência… é uma espécie de buraco. Um túnel entre realidades.

    — Acho que podemos considerar assim. Um túnel que só abre com sacrifício ou entrega. A mente humana sozinha não é suficiente. Precisa de dor, trauma. Algo que amarre a alma aqui… e force o mundo a aceitar o que já deveria ter ido embora.

    Darcy arrastou a palma da mão pelo rosto, deixando escapar um suspiro áspero.

    — Isso é… um absurdo.

    — Tem mais. — Emilly tirou algo do bolso do casaco.

    Arthur levantou os olhos devagar, os dedos ainda tamborilando na borda da cadeira. 

    — Quando voltamos, eu… não consegui dormir. Então comecei a cavar. Antigos relatos, transcrições que nem deviam estar disponíveis, a maioria escrita por gente que acabou empalada, enforcada ou empilhada na fogueira por falar demais. Mas tem um nome que se repetiu em fontes que não deviam se cruzar. O Manuscrito Voynich.

    O homem arqueou uma sobrancelha, descrente.

    — Aquela maluquice que nem criptógrafo militar consegue decifrar?

    — Essa mesma. Só que eu não tava interessada nos desenhos de planta. Achei uma seção sobre algo chamado translação da centelha viva pro reflexo moldado. Os acadêmicos ignoram, tratam como metáfora esotérica, mas não é. Não é metáfora, senhor.

    Arthur já parara de mover os dedos. Estava ouvindo.

    — Continue.

    — Outros textos falam da mesma coisa, só que com nomes diferentes. O Codex Gigas, por exemplo, menciona um tal de Translatio Conscientiae. Só que o latim não é puro. É misturado com fonemas sumérios e estrutura de oração do proto-acádio, segundo um ocultista chamado Ingram Weller que traduziu uma parte do Grimório de Honorius. Um trecho específico ficou preso na minha cabeça.

    Ela abriu o caderno, virou algumas páginas manchadas de tinta até encontrar a marcada. Leu devagar:

    A alma, deslocada de seu receptáculo sagrado, buscará forma naquilo que lhe for mais próximo, não pelo corpo, mas pelo afeto. O objeto amado se torna carne do espelho.

    O líder recostou-se na cadeira, braços cruzados, o rosto indecifrável.

    — Então… o Mundo Carmesim é um túnel, os corpos são o receptáculo. 

    — E as almas… são a centelha deslocada. — Darcy completou, sem esconder o calafrio. 

    Emilly fechou o caderno.

    — Acreditam que estão trazendo alguém de volta, que estão curando uma perda, corrigindo um erro. Mas estão abrindo uma porta. E o que atravessa essa porta pode até sorrir como a pessoa amada… mas não é ela. Nem de longe.

    Darcy se afastou da mesa devagar, passando as mãos pelos próprios braços.

    — Isso muda tudo. A gente precisa se preparar, porque se esse tipo de coisa se espalhar… não vai ter agência, governo ou milagre que dê conta.

    Arthur encarava o relatório feito de camadas de papel não como algo físico, mas como se pudesse ver através delas, enxergando carne até o coração pulsante por trás daquelas linhas. Uma pausa de alguns segundos se instalou para que ele pudesse digerir a verdade que lhe foi apresentada.

    — Você fez o que pôde. Mais do que isso, até. Vai voltar pro seu setor, fazer os relatórios de acompanhamento. Mantém a cabeça fria. — Respirou fundo. — Você vai ser uma peça importante nisso, Emilly, mas… por agora, deixa essa parte com a gente.

    Ela assentiu. Sem agradecimentos, sem desculpas. 

    Arthur estendeu a mão e pegou o envelope com os documentos restantes. Emilly ajeitou a alça da bolsa no ombro e levantou-se com destino à porta. Antes de sair, trocou um olhar com Darcy que, embora rápido, transmitia uma compreensão silenciosamente compartilhada, proveniente da experiência de ambos no campo.

    E então ela saiu.

    — O nome desse ritual… Protocolo de Transposição de Consciência… Isso não veio do nada. Alguém escreveu essa merda. Alguém codificou, documentou, registrou.

    Darcy já havia entendido onde aquilo ia dar.

    — E se há um original, então alguém pode estar tentando replicar.

    — Ou já está. — Arthur resmungou, folheando os papéis. — Preciso saber quem teve contato com isso. Quem escreveu, onde tá, onde foi lido, onde passou. A origem desse ritual é agora nossa prioridade máxima.

    Darcy recostou-se na quina da mesa, cruzando os braços.

    — Quer que eu vá atrás do manuscrito?

    — Não só o original. Cópias também, rabiscos, notas de rodapé, até lenda urbana de escola primária serve. Não deixamos nenhum vestígio disso circulando por aí. E Darcy… se tiver que queimar bibliotecas ou invadir arquivos mortos pra isso… que assim seja. Mas eu preciso lidar primeiro com as consequências da morte do garoto.

    A mesma assentiu lentamente, um leve sorriso torto surgindo no canto da boca.

     — Finalmente um serviço que vale a pena.

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