Índice de Capítulo

    Faltando apenas poucos minutos para o fim do dia um de janeiro. Tudo bem, acho que ainda conta.

    Feliz ano novo a todos os leitores. Espero que possamos, nesse ano, dar dez passos rumo aos nossos objetivos, mantendo nossas convicções e cientes sobre nós mesmo.

    Feliz 2025!

    Olhando para trás, tudo o que eu vejo é uma espiral de situações complexas que poderão moldar a minha vida no futuro, mesmo eu ainda não enxergando que forma ela teria. 

    A primavera desse ano foi turbulenta. Teve momentos que eu pensei que seria o último… mas eu sobrevivi a tudo… Claro. Não sei como consegui me manter racional até agora. Tudo o que meus olhos presenciaram poderiam derrubar qualquer um, quebrar a mente e empurrar para um poço profundo de desespero e trevas…

    Não… Na verdade, eu estou mentindo. Eu sei o que me manteve de pé até esse momento. Tenho muitas pessoas ao meu redor que também experimentaram a dor e sabem o que é se sentir afogado por sentimentos complexos e inexplicáveis.

    Um frio que não se dispersa nem com o abraço mais caloroso.

    Eles também estão lutando. eu espero que eles resolvam seus dilemas e consigam seguir em frente. Eu preciso que se tornem fortes para quando aquele dia chegar. Mas o que eu estou falando? Não sei exatamente o que vem vindo na nossa direção, mas tudo o que eu presenciei até aqui foram sinais de que eles não foram nada perto do que estávamos prestes a viver. 

    É algo pior. Eu não consigo descrever. E até me assusta o fato de ser tão inimaginável. É algo para o qual o mundo ainda não está preparado.

    E aquele homem está no centro disso. 

    Entretanto, eu não sinto medo. Se eu tiver que lutar, vou fazer isso até o último suspiro. As cartas estão no meu deck, então eu só preciso usá-las, sabendo os riscos… Mas e quanto a eles? Será que vão conseguir me acompanhar?

    Não sei se consigo carregar todos eles. Mas vou tentar. Não tenho outra escolha. 

    Só de pensar que tudo pode sair dos eixos e escapar por entre meus dedos… um calafrio percorre todo o meu corpo, se sobressaindo ao frio do inverno. Eu ajustei meu cachecol para aquecer meu rosto — ou será que foi pra me esconder?

    Pensar que minha base é tão instável… chega a ser irônico. 

    Colocar uma expressão fria no rosto e mascarar o que eu sinto pode parecer apenas uma forma de me proteger, mas nem eu mesmo sei dizer o que sinto realmente. Medo? Raiva? Tristeza? Eu não sei, mas sei que isso me corroi lentamente e me faz querer desistir de tudo — porém, eu sei que não posso parar agora.

    Eu sou um cara muito egoísta. Como Alexander disse, eu sou um maldito arrogante, que não consegue perceber que as pessoas crescem e podem se tornar mais fortes que eu. 

    Mas o que posso fazer? Constantemente minha mente cria cenários em que eles escapam das minhas mãos tão facilmente quanto a água que as lava.

    Olhei para a garota ao meu lado. Ela parece frágil, tão delicada quanto a cauda de uma Lágrima do príncipe Rupert. Um toque e ela pode se despedaçar. 

    Hana também passou por muita coisa nesse ano. 

    Ela olhou para mim, os olhos calmos, mas brilhando. Por um instante, senti que ela entendia tudo o que eu não conseguia dizer. Um sorriso seu foi tudo o que eu precisei para acreditar que tudo ficaria bem.

    “Você pensa demais, Mayck”, disse ela, num tom que me desarmava completamente. 

    Talvez ela esteja certa…

    Hana, Chika, Haruki, Rika, Haruna, Saki, Nikkie e também… Merlin.

    Até onde eu posso ver suas expressões sólidas de sempre?  Os rostos calmos, alegres e sorridentes? Até onde eles superaram, de verdade, suas sombras?

    Eu não sei… mas eu não venci as minhas ainda. As mortes de Alana, Kin, meu avô e todas as pessoas que eu matei friamente em meu caminho ainda pesam sobre a minha cabeça.

    Ah… Eu só queria parar tudo isso…

    O quão bom e interessante seria se todos estivessem vivos e felizes? Não. Não posso ficar pensando nisso. Sejamos realistas. Acorde, Mayck. Isso aqui não é um conto de fadas.

    Você não vai acordar de um pesadelo e ver que está tudo bem. Olhar pela janela e ver seus amigos sorrindo para você, enquanto se preparam para mais um dia de aulas. Você não vai ouvir as vozes de Takashi e Alana discutindo o que fazer para o café da manhã.

    Parando para pensar… como será que era a voz da minha mãe? Eu acho que tem um vídeo antigo que eu gostava de assistir. A voz dela então tão aconchegante, confortável, calorosa, gentil… acho que ela se parecia um pouco com Suzune. 

    Falta pouco tempo para a meia noite. Mais um ano que nós enfrentamos e terminamos vivos — ao menos isso. 

    O que eu conquistei durante esse ano? Fiz vários amigos novos, aprendi muitas coisas, lembrei quem eu era… Acho que pensar nessas coisas boas não me confortam mais. 

    Amanhã, Jade e os outros vão olhar para esse mesmo céu. Será que eles vão refletir assim como eu? Bom, no fim, isso não importa. A virada do ano nada mais é do que o término da translação da Terra, então não temos nada diferente. 

    Então o que importa afinal? Eu acho que sei a resposta disso: Nada muda magicamente de um dia para o outro. Mas é você quem decide se esse ciclo será só mais do mesmo, um reflexo dos mesmos erros, ou o momento em que você se levanta, toma as rédeas e dá propósito à sua jornada.

    Você vai se levantar e começar a realizar todos os seus planos? Ou será que vai apenas sonhar?

    Só cabe a você decidir. Assim como só cabe a mim decidir o que vou fazer daqui em diante. 

    Apesar de tudo, eu sei que, aconteça o que acontecer, eu quero ver todos esses sorrisos de novo, mesmo que isso custe todo o meu ser. O que vai acontecer neste mesmo dia daqui um ano?  

    Que neste ano nossas forças sejam renovadas. Que possamos superar nossos medos e extrair coisas boas de nossas falhas…

    … Que eu possa encontrar quem eu sou de verdade.


    Ao lado deles, eu me sinto segura, inabalável.

    Chika continua animada como sempre. Haruki parece ser mestre em acompanhá-la nisso. Mayck continua agindo como nosso responsável. Isso é tão comum hoje em dia.

    A noite é fria, mas estar com eles me deixa com uma sensação boa que eu não consigo descrever. 

    Todas essas luzes animadas e sorrisos visíveis no rosto das pessoas que passam por nós deixam uma sensação boa no meu peito. 

    Eu consigo sentir orgulho por eles e me sinto feliz: como agente da Strike Down, eu salvei o dia deles e pude garantir que terão dias melhores enquanto eu estiver lutando. 

    É por esses sorrisos que eu luto. É pela felicidade das pessoas. 

    Eu fui ensinada sobre isso desde pequena, então o senso de justiça que me move, foi herdado por mim e eu não abro mão dele.

    Mesmo que eu tenha sido obrigada a questionar o seu verdadeiro significado, eu ainda posso afirmar com convicção: a minha justiça é o que é correto e verdadeiro. 

    Não estou dizendo que sou perfeita em todos os aspectos, nem que todos os meus pensamentos estão corretos. O que eu quero verdadeiramente dizer é que meus ideais não vão se perder, mas vão se sobrepor a qualquer injustiça nesse mundo que eu vivo. Um mundo de corrupção, destruição e desarmonia.

    Se tudo o que é bom e traz paz para as pessoas for o certo, então eu lutarei para mantê-lo. Mesmo que aquela pessoa, que foi meu modelo por toda a minha vida e me mostrou um caminho, se corrompa, eu não vou me deixar abater. Eu o trarei de volta. Vou abrir seus olhos e proteger quem eu amo. 

    Não posso continuar sendo fraca e esperando que as coisas se resolvam com lágrimas. Eu vou me reerguer e continuar lutando por esses sorrisos que vejo diariamente no rosto das crianças… Preciso garantir que nenhuma sofra como Kin sofreu, que nenhuma passe pelo que Mayck passou…

    … Ou pelo que eu passei. 

    Com minhas mãos, tão frias quanto aquela neve que caía hoje cedo, irei segurar o meu destino e eu não vou deixá-lo escapar. 

    Meus olhos lentamente correram por meus amigos e pararam sobre Mayck.

    Eu sei que preciso deles ao meu lado. Sei que preciso ‘dele’ ao meu lado. Não sei quantos mais, mas acredito que ele seja o único que me entenda por inteira, a única pessoa capaz de olhar para o fundo do meu coração…

    Eu também quero ser assim. Quero te confortar com palavras puras, aquecer seu coração frio com a minha presença. Quero que você se importe tanto comigo quanto eu me importo com você. Quero ouvir você dizer que só precisa de mim e que consegue ser forte apenas me tendo ao seu lado. 

    Talvez seja meu egoísmo falando mais alto, mas tudo bem. Está tudo bem ser assim. Dessa vez, apenas dessa vez, eu vou deixar esse sentimento tomar conta de mim. Por mais doloroso que seja, por mais imprevisível e desconcertante que seja, eu vou tê-lo comigo enquanto viver. 

    O céu, iluminado por estrelas coloridas, dá apenas um vislumbre da vastidão do universo. Em breve, ele será ofuscado por luzes coloridas e bem mais brilhantes, as quais carregam os sentimentos de todas essas pessoas, seus desejos e felicidades, dor e aprendizado. 

    Quero que toda essa tristeza, culpa, infelicidade, amargor e desespero sejam dissipados, assim como os fogos de artifícios desaparecem ao perder toda a sua energia. 

    Meus olhos fitam a pessoa ao meu lado. Sem perceber, eu acabei encarando seus olhos calmos, os quais ao mesmo tempo que carregavam uma sombra constante, tinham um certo brilho. Me deparei com o rosto que me encanta e meu coração bateu mais forte, senti meu rosto esquentar.

    Um sorriso nervoso se formou nos meus lábios e eles logo se moveram, proferindo algo silenciosamente, enquanto meus olhos se encontravam com os dele.

    “Eu te amo.”


    Mesmo que eu consiga acompanhar Chika diariamente em suas maluquices, isso ainda me deixa exausto. Não de uma forma ruim, claro, até porque são esses momentos valiosos que mais importam nas lembranças. 

    Uma leve e fria brisa sopra por meus cabelos. Ainda bem que eu segui o conselho de Mayck e vesti um agasalho.

    “Ah! Acho que a frieza de Mayck tá me contaminado”, gritei. 

    “Acho que isso é bem impossível”, Hana respondeu com um leve riso. 

    Chika concordou, se acabando de rir, e Mayck me repreendeu com um tom nada severo.

    É muito raro eu parar pra pensar na vida, mas essa calmaria está me afetando de uma forma estranha, porém aconchegante. 

    De certa forma, eu não odeio ninguém. Talvez, no fundo do meu coração, exista algum rancor ou algo do tipo, mas se alguém me perguntar isso diretamente, minha mente fica em branco e as palavras simplesmente não saem. 

    No futuro, acho que a maior parte da minha infância vai ser lembrada em meio ao ódio e desejo de vingar meu pai, que foi morto impiedosamente naquele dia. Mas isso já terá se tornado uma memória distante. 

    Eu ainda tenho a sensação daquela eletricidade monstruosa correndo na minha pele. Me desespero só de lembrar. 

    Porém, apesar de ser tão chocante, eu não sinto raiva de Mayck. 

    Depois daquele incidente, minha vida foi apenas uma busca constante por vingança. Eu me cobri com uma faceta que não me pertencia e segui, descontando minha raiva em todos os inimigos que apareciam na minha frente. 

    Foi mais ou menos nessa época que conheci Chika. No momento em que olhei para ela, eu pude ver que éramos iguais — ao menos parecidos —, e assim como eu fazia, ela se escondia atrás de uma máscara alegre e descontraída, mas no fundo do coração uma sombra que não seria iluminada tão facilmente. 

    Também foi por aí que eu comecei a me perder. 

    Eu passei por muita coisa. Minha mãe já estava em coma antes do meu pai morrer, então fiquei completamente sozinho quando ele se foi. Acho que, de tanto demorar em realizar meu objetivo, aquele sentimento esfriou.

    Pra quê matar alguém específico se eu posso me divertir tirando a vida desses otários? Sem que eu percebesse, isso foi virando uma parte de mim e tudo se tornou tão abstrato. 

    Acho que eu sou uma pessoa muito hipócrita. Proteger vidas inocentes vai compensar as que eu tirei? Pode ser que eu não me torne um heroi, mas um monstro tentando justificar meus erros.

    Apesar disso, eu não matava injustamente ou sem motivo aparente. Eu era criterioso. Se não queria, mandava alguém no meu lugar. E assim foi sendo. Mas só até o dia que eu percebi que aquele maldito portador estava de volta. 

    Uma chama furiosa, que eu não sentia há tempos, queimou em meu peito. Era hora de completar o meu desejo. No fim, fui desmascarado. A pessoa que eu buscava tinha se tornado meu melhor amigo algum tempo atrás. 

    Somado a isso, aquele fervor e determinação quase apagada não me levavam a lugar nenhum. Eu já não via motivos para fazer o que tanto queria. É como a síndrome do gamer, que luta tanto para conquistar seu primeiro PC, mas quando o consegue, já não se sente ligado a ele. 

    Eu me senti exatamente assim. 

    Eu ouvi a história sobre meu pai de um superior da GSN, que ele era um homem cruel como portador e estava caçando uma certa pessoa. Depois de matar alguém importante para ela, selou seu destino, sendo desintegrado por aquela eletricidade cruel e sem vida.

    Mayck teve seus motivos para se vingar. A vingança dele não foi algo que levou tempo, mas aconteceu no mesmo dia e agora eu sei exatamente o que ele estava sentindo na época. 

    Ele era igual a mim, embora eu tenha desviado do caminho. 

    Mesmo assim, eu não odeio o meu pai. Pra mim, não importava quem ele era fora de casa. Tudo o que me interessava era que aquele homem, Hikaru Yukimura, era um pai gentil e protetor, que fazia de tudo por sua família. Essa é a imagem imutável que eu tenho dele até hoje. 

    Pode parecer que eu tenha sido um babaca por apenas deixar de lado a honra dele e escolher o lado de Mayck. Mas não há honra no assassinato. Mesmo que isso seja por um bem maior. 

    Tenho certeza que, mesmo sabendo que foi num momento de fúria por alguém que ele prezava, Mayck ainda sente uma dor ao pensar em quantos ele matou. 

    Esse é um peso que nenhum de nós consegue se livrar. 

    O que você faria estando no meu lugar? 

    Graças a ele e aos amigos que eu fiz ao entrar na GSN, pude ver minha mãe de pé, mesmo que por pouco tempo. Aqueles minutos com ela me fizeram enxergar várias coisas. Coisas estas que me acompanharão até o resto da minha vida. 

    Até onde eu posso seguir feliz sabendo que eu estou no mesmo nível dos homicidas e criminosos que eu matei? A resposta é: Sei lá! Eu quero que se fodam todos esses sentimentos ruins!

    Talvez eles voltem para me assombrar mais tarde, mas até que isso aconteça, eu vou ficar ao lado deles e ajudá-los, assim como Mayck está fazendo. 

    Talvez eu até mesmo consiga salvar ele também.

    Tudo o que eu quero daqui em diante é descobrir mais sobre a vida. Quero ver o que tem além desse mundo de podridão, monstros e matanças, para o qual eu fui empurrado desde muito cedo. 

    Espero que um dia as luzes da vida brilhem tão fortes quanto os fogos nesta noite. 

    Espero que um dia meu coração encontre uma paz verdadeira, não uma coberta por trevas como antigamente, onde coisas bizarras estavam em andamento sem que eu imaginasse. 

    Que o próximo ano me permita ver as belezas das conexões humanas: o amor, a amizade e tudo o que for possível. 

    Que Haruki Yukimura possa sorrir de verdade com todos os problemas resolvidos. 


    Eu confesso que tive que passar muitas noites em claro, para tentar absorver toda a situação da minha vida. 

    São poucos os momentos que eu posso deixar tudo de lado e aproveitar cada segundo com eles. 

    Mayck é muito sério para fazer o grupo rir, então eu assumo esse papel e trago Haruki comigo. Hana é mais equilibrada, então eu quero fazê-la rir o máximo que der. 

    “Olha só! Se parece com Hana!” Apontei para uma pelúcia de um coelho com pêlos escuros e olhos vermelhos. 

    “E não é que parece mesmo?”

    “Verdade…” Até Mayck pensou sobre isso com um sorriso leve.

    Hana cruzou os braços e virou o rosto, as bochechas infladas. Isso só a deixava mais parecida com a pelúcia.

    Diferente de como era no começo, quando eu me fazia de boba apenas para não acabar revelando o que eu sentia de verdade, agora eu sinto que é o meu papel trazer risos e melhorar o dia deles, mesmo que só um pouco.

    Eu também comecei a me abrir um pouco mais com a minha equipe 

    Mas mesmo depois de tudo o que passamos envolvendo Ryuu, eu ainda lamentava a morte de Clair-senpai. Ela era tudo pra mim. Minha melhor amiga, minha irmã mais velha. 

    Eu não queria que a história dela acabasse daquela forma, mas agora eu finalmente entendo o porquê dela ter sorrido pra mim no final. 

    Sendo líder, tenho o dever de guiar meu grupo e protegê-los, não apenas como amigos, mas como uma família. 

    Eu não conheci meus pais, então talvez eu não consiga dizer o que significa ter uma família realmente, mas os laços, as alegrias e as tristezas que compartilhamos podem ser o suficiente para nos unirmos dessa forma. E Clair-senpai foi quem me proporcionou isso. Ela tem minha gratidão mais profunda. 

    Talvez eu tenha pouco pra falar sobre mim mesma, mas eu sei que tudo o que eu passei até aqui foi o suficiente para me mostrar que não é apenas a felicidade que une as pessoas, mas os momentos dolorosos e tristes também são essenciais para isso. Sem experimentar a tristeza, quem pode dizer o que é a verdadeira felicidade?

    Eu me dedico à organização. Eu luto porque é minha obrigação como portadora formada na Academia de Desenvolvimento. Acho que não sou nada nobre comparada aos outros que eu conheço. 

    Não tenho ambições tão grandes, não tenho um motivo profundo pelo qual lutar. Eu só quero cumprir as missões e evitar que as pessoas se machuquem. Apenas isso é o suficiente?

    Eu admiro muito Lily. Ela fazia parte da mesma equipe que eu anos atrás, antes de recebermos Isha, mas foi colocada como líder muito cedo justamente por suas habilidades excepcionais. 

    Eu poderia aprender muito com ela e sua equipe. Eles têm uma sinergia de dar inveja e um histórico impecável na organização. Provavelmente são os melhores em questão de cautela, visto que são os mesmos membros desde que foram postos juntos. 

    Eu, por outro lado… já perdi gente até demais. E pensar que cheguei tão perto de perder Akari também… Isso só me mostra que eu preciso ficar forte. Forte o suficiente para que nem mesmo Yang seja um perigo.

    Nesse ano, eu vou melhorar não só como portadora, mas como ser humano. Quero ter uma confiança tão boa quanto a de Haruki, uma convicção tão forte quanto Hana e uma determinação tão poderosa quanto a de Mayck. 

    Eu quero ser capaz de seguí-los. Quero ser capaz de guiar os meus amigos pelo mesmo caminho. 

    Clair-senpai, continue me observando. Eu não vou te decepcionar. Vou ser tão forte e tão confiável quanto você. Quando nos vermos de novo, quero que sinta orgulho de mim e me elogie mais uma vez, enquanto me mostra aquele sorriso que eu amo ver. 

    Até lá, vou continuar lutando, encontrarei um objetivo e carregarei o peso de não te ter aqui comigo. Honrarei sua memória e vou provar que nada do que você me ensinou foi em vão. 

    Que os fogos enriqueçam a minha alma e fortaleçam o meu espírito. Eu não vou morrer sem antes marcar meu nome no coração das pessoas à minha volta, assim como Clair-senpai marcou no meu. 

    Espero que o próximo ano nos traga encontros agradáveis e que fiquemos mais unidos do que nunca. Isso é tudo o que eu quero no momento. 


    A contagem regressiva se iniciou e a multidão ergueu-se em uma só voz.

    “5!! 4!!…”

    Cada segundo determinava quanto tempo restava para os antigos receios serem mandados embora. 

    Agora…

    Aqui juntos…

    Mais uma vez…

    Vamos seguir em frente.

    “3!! 2!! 1!!”

    Os fogos de artifício rasgaram o céu e desabrocharam como flores cintilantes, envolvendo todos com seu brilho carregado de sonhos e esperanças, as únicas que restavam naquele mundo sombrio. 

    Mas havia tantas pessoas dispostas a proteger isso quanto as que queriam destruir. Então, de certa forma, tudo estava em boas mãos. 

    Os fogos de artifício explodiam em cores vivas, iluminando os rostos das pessoas ao redor. O cheiro de pólvora e o barulho ensurdecedor contrastavam com o silêncio pesado dos pensamentos.

    Ninguém sabia quanto tempo isso iria durar, porém, naquele momento, tudo parecia perfeito. O mundo parecia estar em paz. Talvez isso fosse tudo o que eles precisavam: mesmo que, por apenas um instante, eles precisavam acreditar que a luz poderia vencer as trevas. 

    “Feliz ano novo!!”, disseram juntos.

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