Índice de Capítulo

    Um clima estranho invadiu o salão. Rider e os outros ainda tentando processar a resposta fria e indiferente de Mayck, que girava em suas cabeças como uma piada de mau gosto.

    “‘E daí’ Você tá falando sério…?”

    Eles ficaram estupefatos. Sendo Mayck, esperavam uma resposta mais compreensiva e sensata… Então o que foi isso?

    “Você… tá prestando atenção no que está dizendo…?” Até Yoshiro que raramente perdia a compostura ficou atônito. 

    “Claramente.” Ele fechou os olhos. “E a real pergunta é: e daí?”

    Takeda tirou a mão dos bolsos. Ele mesmo estava incrédulo. Nunca havia imaginado aquele garoto se impondo de tal maneira.

    Então disse:

    “Você tem motivos para falar isso, não é? Zero me disse que não é alguém que se deixa levar pelas emoções facilmente. Deixe a gente ouvir.”

    Ele fez sinal para os outros escutarem. 

    “É claro que sim. Mas porque antes não perguntam para o tal atrás de vocês. Ele deve ter uma resposta tão concreta quanto a minha.”

    Seus olhos afiados foram em direção a Kaelric, que só tinha ouvido em silêncio até ali. Não custou muito perceber que aquele homem era o líder que os tinha puxado para esse caminho. 

    Elira, que estava ao lado dele, reagiu com certa hostilidade, vendo o olhar desrespeitoso do garoto. 

    “Vou pedir que meça suas palavras”, disse ela. “Esse não é um encontro casual.” Deu um passo à frente, mas a mão de Kaelric a impediu de continuar. Seus olhos lhe diziam para deixar com ele.

    Ele voltou-se para Mayck com um olhar calmo. 

    “Imagino o porquê de estar tão aflito, jovem forasteiro. Mas acha que essa é mesmo a abordagem que quer tomar?”

    “Se você tivesse dito tudo, eles não estariam com você.”

    Mayck o confrontou sem hesitar. Atrás dele, Viktor tinha um olhar vitorioso e um sorriso presunçoso nos lábios. 

    O garoto continuou:

    “‘O rei está tentando intervir em nosso importante ritual para nossa divindade suprema. Ele está louco! Isso vai desencadear a fúria de Nivorah sobre nós!’, foi o que disseram, não é? Mas talvez tenham esquecido de dizer a parte de que a tal divindade é um monstro tão terrível que pode apagar todos nós com um sopro.”

    Suas palavras soaram diretas e como um banho de água fria para quem escutava — exceto para os membros da oposição presentes. 

    Ninguém ousou falar nada. Um silêncio sombrio pairou sobre eles. A tensão entre Mayck e Kaelric era palpável. 

    “É um monstro. Nada além disso”, acrescentou. 

    Ante aquelas palavras, Takeda sentiu algo balançar dentro dele. Após ouvir Kaelric antes, já tinha tido uma breve ideia do que poderia estar acontecendo ali, mas não podia afirmar com certeza. 

    Ele olhou para Kaelric, sem nenhuma mudança em sua expressão neutra e postura despreocupada. 

    “Isso é verdade?” 

    “Eu não estava tentando esconder nada”, afirmou. “Nós só precisamos impedir Arden — se isso fosse concluído, vocês não estariam envolvidos em mais nada.”

    “E foi por isso que omitiu coisas importantes?”

    Kaelric assentiu solenemente. 

    “Nós só queremos preservar o nosso reino. Não estamos atrás de mais nada—”

    “Será que não estão mesmo?”

    Mayck interrompeu Elira. A mulher já estava ficando perturbada com ele, pronta para pular em seu pescoço.

    “Desde que vi o rei pela primeira vez, notei que ele parece apático demais. Ele deixou sua filha nos levar tão facilmente e apesar de tentar nos matar uma vez, ele não parecia estar ligando de verdade.”

    Era como se a presença deles não fizesse diferença, apesar de ele os querer fora do jogo. Arden já estava velho. Talvez não tivesse muito tempo de reinado. Porém, apesar disso, Kaeelen não parecia estar pronto para herdar o trono. 

    Era só especulação, mas ainda uma grande possibilidade. 

    “Supondo que vocês impeçam Arden… talvez não estavam planejando expor seus crimes e tirar a família Coldheart do poder?”

    “Quanta bobagem!”

    “Acalme-se, Elira.”

    “Bom, de qualquer forma, eu já disse que isso não é da nossa conta.” Mayck desviou os olhos e voltou-se a Takeda. “Capitão, você sabe qual o nosso objetivo. É sensato o suficiente para saber qual é a hora de recuar.”

    “M-san, se acalme, por favor. Temos que ouvir uma explicação mais adequada…”

    Rider entrou em seu campo de visão. A chegada repentina, a chuva de informações. Isso realmente deixava tudo muito confuso. 

    “Deixe-o falar. Não posso simplesmente ignorá-lo. Se isso tudo for verdade, como capitão responsável pela equipe, não posso apenas pular de cabeça em uma aventura dessas”, disse Takeda. 

    “…”

    Mayck olhou com certo alívio, mas antes de poder falar qualquer coisa, Kaelric moveu os lábios primeiro. 

    “O que está realmente dentro da montanha”, disse, atraindo a atenção de todos. “Aquilo realmente é perigoso. O suficiente para ameaçar a vida de todo o nosso reino.”

    Um silêncio tomou conta dos ouvintes, eles apenas esperaram. 

    O líder continuou:

    “A cada década, nós deixamos que Nivorah adormeça, como pagamento pela abundância de Nheria que nós temos durante esse tempo. Podemos viver assim. Não há mal nenhum.”

    Mas Arden queria mudar isso — acabar com uma tradição criada há séculos.

    Kaelric se levantou e abriu os braços levemente, os olhos carregados de convicção varriam o ambiente.

    “Imaginem o terror que o povo sentiria. Arden acha que pode derrotar a divindade, mas sabemos que isso não é realista. É um poder acima de todos nós. Nós só queremos evitar isso.”

    Em outras palavras — uma luta entre a farsa conveniente e a verdade destruidora.

    Ele acrescentou:

    “Vocês viram nosso reino, certo? Não há fome nem miséria. Não há crimes que merecem ser punidos com a morte. As pessoas vivem em harmonia com a gélida paisagem que nos cerca. O que vai acontecer se isso mudar de repente?”

    Suas palavras eram ditas com clareza, sem nenhuma intenção sutil de parecer manipuladora. Elas eram verdadeiras. Tudo o que saiu de sua boca continha apenas isso. Apenas a verdade que ninguém poderia mudar. 

    Enquanto todos concordavam com murmúrios cheios de paixão, Mayck ardia em raiva. 

    Ele cerrou os dentes e apertou os olhos que brilhavam com um brilho mortal direcionado à Kaelric. As veias saltaram nos punhos cerrados. 

    “Para de tentar convencer…!”

    Sua voz ecoou pelos corredores. Estava clara a sua perda de compostura. Rider e Yoshiro tinham olhos perplexos. 

    “Não estou tentando convencê-los, meu jovem. Estou apenas revelando tudo o que nós devíamos ter dito antes”, ele disse. “Peço desculpas mais uma vez. E novamente, por favor, nos ajudem a salvar nosso reino.”

    “Eu já disse pra parar.”

    As palavras de Kaelric faziam seu sangue ferver. O rumo errado que estavam tomando o deixava irritado.  

    “M-san, nós podemos ajudar. Por que você está sendo tão contra isso?”

    “Temos o poder necessário—”

    Os dois garotos da Black Room tentaram persuadir o garoto a se acalmar, mas foram interrompidos pelo brilho da lâmina negra que ele empunhou de repente, pairando em frente aos seus rostos. 

    Mayck os encarou ferozmente.

    Então disse, com sua voz tão fria quanto nunca:

    “Vocês não estão entendendo a seriedade da situação. Se houver um erro sequer… todo mundo aqui morre, entenderam?”

    “M-san… se eles têm um plano então porque não tentar?”

    “Eu não confio em nada que eu não tenha feito.”

    Ele sabia que soava arrogante, mas não se importava. 

    Afinal de contas, confiava em seus amigos. Sabia que eles podiam cuidar de muitas coisas sozinhos, mas, apesar de tudo, precisava ter certeza de que seguiram para o caminho certo. 

    “Você só está com medo”, alguém sussurrou. Por um momento, Mayck ficou sem resposta. 

    Eles se viraram. Sky entrou pela porta do salão, acompanhada de Lyara e mais uma pessoa. 

    “Se você não confia em ninguém para cuidar das suas costas, você só está com medo”, acrescentou. 

    Assim que ouviu que Viktor não estava sozinho, Sky soube quem era. Foi direto para o salão, enquanto explicava para Lyara quem era o tal quando a mulher perguntou. 

    Ela respondeu com um sorriso:

    “Ele é um cara forte e bem maneiro.”

    Mas assim que chegaram, se depararam com aquela imagem — a espada da pessoa em questão apontada para o pescoço dos próprios companheiros. 

    “Ei, M-san, eu te admiro bastante. Ouvi sobre você de outros agentes e realmente estava muito animada para trabalhar com você. Então o que há com essa atitude? Você por acaso está desesperado por algum motivo? Ou então não é tão forte quanto demonstrou ser?”

    Sky se aproximou dele, olhando-o firmemente. Os olhos vermelhos não eram tão intensos quanto os de Hana, mas certamente o perfuravam como uma terrível lâmina sem compaixão. 

    “O que você pensa que tá falando?”

    “Estou dizendo que se você é um babaca em quem Sora escolheu confiar, eu vou te chutar um monte pra te manter longe dela, seu idiota!”

    “…”

    “…”

    Foi um silêncio constrangedor dessa vez. Mayck tropeçou em seus próprios pensamentos, tentando juntar as peças daquela ameaça desconcertante. 

    É sério…? O que essa garota tá pensando?

    Ele ficou incrédulo pela forma tão infantil que ela usou para responder. Mas foi isso que o fez voltar um pouco à realidade e perceber que estava passando dos limites. 

    Um suspiro apressado escapou de sua boca.

    Não que isso vá mudar a minha opinião.

    Ele não iria voltar atrás com o que disse, mesmo que tivesse decidido ceder dessa vez. 

    A lâmina em sua mão desapareceu num piscar de olhos, sem deixar resquícios de que estava lá inicialmente. 

    “Se é o que vocês querem fazer, então vão em frente. Coloquem suas vidas em perigo… Mas não contem comigo.”

    Diante do olhar de todos, ele se desviou de Sky e saiu do salão sem dizer mais nada, deixando apenas um clima pesado para trás e um monte de dúvidas na cabeça de quem estava lá. 

    Viktor assistiu todo o debate, torcendo para que Takeda e os outros cedessem. Mas não foi isso o que aconteceu. As veias em suas testa saltaram.

    “Essa merda tá mesmo acontecendo?”

    Ele lançou um olhar hostil ao que estavam ali e bateu os pés no chão, indo atrás de Mayck. 

    “Está tudo bem, deixá-los ir assim?” Yoshiro prendeu seus olhos na porta que se fechou minutos atrás. 

    “Não é o certo, óbvio. Mas não dá pra convencer eles dois nesta situação. Eles pareciam bem determinados a não se envolver.”

    Embora não conseguissem entender Viktor, os motivos de Mayck ficaram bem claros. Por conveniência, eles estavam associando as razões do primeiro à sua própria personalidade egoísta. Era inevitável. 

    “Bom, pelo menos Sky chegou em boa hora. Não sei se estaríamos conversando tão tranquilamente agora.”

    Rider suspirou pesadamente. Ele não iria dizer, mas os olhos do garoto, que saiu minutos atrás, eram assustadores naquela ocasião. Quase como se não houvesse piedade em uma luta para provar a si mesmo. 

    Acho melhor deixar isso de lado e ver o que vai acontecer agora.

    Agora que Mayck e Viktor estavam fora, eles precisavam realmente decidir se iriam ajudar a oposição, visto que novas e relevantes informações surgiram. 

    No entanto…

    “Não vamos mudar os planos. A gente precisa saber mais sobre esse lugar e descobrir qual a relação dele com o nosso objetivo”, determinou Takeda. 

    Àquela altura, ele estava mais do que convencido de que as civilizações antigas tinham relação com a missão que Zero lhes deu. 

    Ele não é tão transparente, afinal.

    Havia coisas que ele não dizia nem a sua subordinada mais próxima. 

    Ouvindo as palavras do líder dos forasteiros, Kaelric pôde respirar aliviado. 

    “É um prazer tê-los conosco”, soudou seus novos aliados com um sorriso. 

    Não muito depois disso, alguém entrou ofegante no salão. As portas foram abertas num estrondo, e todos se viraram. 

    “Senhor…! Lá fora! Os forasteiros estão lutando com os guardas!”

    Então uma chuva de indignação caiu sobre o salão.

    “Hã?!”

    “É sério?!”

    “Eles mal saíram!”

    ****

    No fim das contas, ninguém podia julgá-lo. 

    Apesar de estar irritado e conturbado pelas coisas estarem tão longes de seu controle, ele jamais causaria confusão por conta disso — embora essa não fosse a mesma realidade para Viktor ao seu lado. 

    “Podem vir, seus malditos imundos!”, ele gritou com um sorriso psicótico no rosto. 

    Os guardas se armaram. Não pareciam querer dar trégua.

    Que merda… Eu só precisava voltar.

    Se fosse pego ali, seu disfarce seria arruinado, e qualquer chance de criar um plano por trás dos panos seria jogada no lixo. 

    Não teve outra. Sem qualquer oportunidade para conversar, os guardas avançaram, cientes de quem eram os inimigos. 

    Espadas e lanças rasgaram o ar contra os dois que certamente não iriam se render. 

    “Eu vou acabar com vocês, seus merdas!”

    Sem esperar o contato, Viktor afastou os primeiros que avançaram simplesmente os incendiando. A bomba de fogo explodiu em cheio, criando uma escuridão repentina e fazendo a temperatura subir centenas de graus. 

    Mas os soldados não se acovardaram. As armaduras tilintaram, eles brandiram suas espadas e dispararam suas armas, cristais e balas congelantes choveram sobre a dupla. 

    Swoosh!

    Uma corrente de ar as destruiu. Mayck avançou com sua espada já em punho. Num piscar de olhos, os guardas foram cortados e caíram, enquanto faíscas elétricas azuis rodeavam suas armaduras. 

    “Eu vou te ajudar só essa vez. Não venha mais atrás de mim”, disse o garoto direcionando-se à Viktor. 

    “Que se foda. Eu não tô nem aí pra você.” Ele deu de ombros. 

    Mais soldados apareceram, atraídos pela comoção repentina. Então iniciou-se uma luta feroz no meio da rua, e isso espantou os civis que fugiram assustados. 

    Era de se esperar, já que eles não viam isso acontecer normalmente e logo associaram aos corrompidos que surgiam vez ou outra. 

    Em questão de segundos, raios e chamas encheram aquela área. 

    Os soldados foram caindo um por um. Não podiam dar conta dos dois agentes, que estavam descarregando suas frustrações sobre eles. 

    Em certo momento, Mayck saltou. Ele girou o corpo em pleno ar e foi puxado para o chão como um ímã, causando uma explosão elétrica que empurrou vários soldados para longe. 

    “Isso não acaba nunca?” Seus olhos pareciam entediados. Por que não estaria? Aqueles soldados eram sempre iguais, nenhum ficava de pé quando ele aumentava um pouco a força. 

    Eram todos fracos? Não. Talvez Mayck estivesse ficando forte demais. 

    Dito isso, algo diferente aconteceu. Viktor estava ao fundo, tendo uma luta corporal contra alguns soldados, mas os incendiando na primeira oportunidade — portanto,  não percebeu o que deixou Mayck intrigado. 

    “Então você está de volta…”

    “Como eu pensei. Você e seu grupo são perigosos para o reino. Eu devia ter eliminado vocês quando tive a chance.”

    Lawren abaixou a mão. Com isso, aquela barreira cristalizada que o protegia se desfez no ar. 

    “Isso não estaria acontecendo numa situação normal. Me desculpe por isso.”

    “Há! Idiotice. Criminosos são sempre iguais, não importa o que digam.”

    Lawren preparou sua espada. Mayck fixou seus olhos nele, o ar frio preenchendo seus pulmões e sendo exalado como uma fumacinha branca, que facilmente se dispersava no ar. 

    Então—

    CLANG!!

    Num piscar de olhos, a distância entre eles deixou de existir. As lâminas se chocaram num estrondo que estremeceu o chão e destruiu o chão abaixo deles. 

    “Achei que depois daquilo você estaria com medo demais pra vir atrás de mim.”

    Lawren gargalhou.

    “Não seja tão arrogante a ponto de achar que eu sou um mero capitão assustado. Eu vou lutar pelo meu reino. E você não vai ser um obstáculo!”

    Lawren empurrou seus braços. As veias saltando, faíscas saindo das armas. Ele forçou Mayck a recuar.  

    O garoto pousou depois de saltar para trás. Antes que pudesse respirar, Lawren saltou em sua direção e brandiu sua espada contra ele. Então iniciaram uma troca de golpes velozes, que os olhos mal podiam acompanhar. 

    Os resquícios deixados pelas posições de seus corpos mudavam quase instantaneamente. Alguns guardas pararam, atordoados e perplexos. 

    “O capitão está lutando com tudo o que tem…”

    “Inacreditável.”

    Enquanto isso, Mayck esboçava um sorriso como nunca antes. 

    Finalmente estava tendo a chance de descarregar seu estresse numa luta limpa e de alto nível. 

    Esse cara é bom.

    Ele tinha que elogiar seu adversário, que dava tudo de si em seus golpes poderosos, dignos de um capitão da guarda real.

    Mas, se liga, eu vou aumentar a velocidade.

    Dito e feito, Mayck acelerou ainda mais e dominou completamente a luta. 

    Quando Lawren pensou ter visto uma abertura, não passava de um resquícios de luz que ficou para trás. 

    O garoto o estava pressionando sem piedade, investindo de um lado e outro quase ao mesmo tempo. 

    “O que há, capitão do exército de Nevéria? Você não disse que precisa proteger esse lugar? Vai proteger como? Desse jeito?”

    “Cale-se, maldito invasor!”

    Lawren cerrou os dentes, enquanto tentava bloquear os ataques a todo o custo. Àquela altura, sua armadura, que era diferente dos outros guardas, já estava cheia de cortes e seu rosto com alguns filetes de sangue.

    Eu não consigo acompanhar!

    Esquerda. Direita. Cima. Em baixo. 

    Eram quase instantâneos. 

    Não consigo pará-lo!

    Suas mãos estremeceram, apertando o cabo da espada que recebia golpes poderosos e era jogada violentamente para todos os lados. Faíscas voavam descontroladamente. 

    De repente pararam. Lawren levantou os olhos trêmulos e viu Mayck parar em sua frente.

    “Sério. Não tem como você proteger o reino daquela coisa”, Mayck afirmou. 

    “Do que diabos você está falando?!”

    Lawren fixou seus olhos nele. Apertou o cabo da espada. 

    Ele parou… Ficou cansado? Agora é a minha chance.

    Ele não estava realmente se importando com o que o garoto dizia. Sua missão era eliminar a ameaça antes que ela causasse mais problemas. 

    Lawren contraiu seus músculos. Levou a espada em sua lateral e então disparou em direção ao garoto, que estava com os olhos baixos. 

    Assim que parou diante dele, deslizou a lâmina diagonalmente de baixo para cima, visando o pescoço. E então…

    Slash!

    Cortou uma miragem. 

    Hã?

    O verdadeiro Mayck estava atrás dele. 

    “Com esse poder, você não tem nem chance de sobreviver.”

    Ele girou a lâmina e lançou contra o pescoço de Lawren, que sequer pôde reagir nos últimos momentos. 

    No entanto, a cabeça do capitão não rolou. E não, Mayck não errou o corte, mas parou antes de acertar — ou melhor — foi interrompido. 

    “Espero que não esteja pensando em matá-lo.”

    Quem o impediu apertou seu ombro firmemente. Sua voz grave tinha um tom sério. Era Eldar, um dos principais membros da oposição. 

    “Antes que você comece a se gabar, eu já sabia que você estava aí.”

    “Estava me testando?”

    “Não tenho tempo pra isso.”

    Mayck afastou a lâmina e guardou na bainha, fazendo-a desaparecer em seguida. 

    Lawren caiu de joelhos em silêncio. O pó impregnou-se em suas roupas. 

    Quando Mayck olhou ao redor, viu os membros da oposição lutando contra os guardas. Não estavam muito longe da base, então era justificável o fato de terem chegado tão rápido. 

    “Eu estou saindo”, disse Mayck, afastando-se. 

    Já tem problemas demais. 

    Sua decisão foi tomada com base no barulho de soldados que se aproximavam cada vez mais. 

    Eldar também percebeu, então retirou seus homens de lá e partiram rapidamente. 

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