Índice de Capítulo

    O caos havia reencontrado seu lugar há poucos minutos. 

    Diferente de antes, havia sangue e morte real. A fumaça negra que subia da cidade não era mais mera distração, mas sinal de que as trocas de golpes de lâminas e tiros eram por uma causa maior. 

    Kaelric estava posicionado de um lado dos portões de entrada do primeiro salão do castelo. Do outro lado, Takeda e seu time formado por agentes da Strike Down e Black Room. 

    Estavam todos prontos para iniciar a invasão. 

    Ao comando dele, Lyara se adiantou junto a Rider e mais um homem. Eles arrombaram a porta, então a espiã lançou três de suas esferas para dentro. 

    Elas rolaram salão adentro e então duas dispersaram uma fumaça branca espessa e a última uma onda de energia.

    Os guardas posicionados no centro do salão e nas escadas de ambos os lados estavam preparados. Começaram a atirar no mesmo segundo. 

    “Não os deixem avançar! Derrubem todos!”, eles gritaram.

    Os projéteis cortavam a fumaça, mas não havia sequer confirmação de atingirem os alvos. 

    Suas viseiras também estavam prejudicadas devido à onda de energia.

    Então os ataques vieram pela esquerda e pela direita — pelas janelas e pelas portas — rápidos e brutais. 

    “Argh!!”

    “Gaah—”

    Os guardas caíram um a um. 

    Assim que a vanguarda confirmou o sucesso, os que ficaram para trás com Kaelric entraram. 

    “Haviam doze deles. Os outros devem estar mais no interior do castelo”, relatou Lyara, que foi uma das batedoras. 

    “Não consigo imaginar que Arden não montaria uma armadilha mais à frente. Vamos ser cuidadosos”, disse Kaelric. Ele virou-se para os demais. 

    “Vamos seguir conforme o planejado. Quanto antes terminarmos, melhor.”

    Todos assentiram. Com a fumaça lentamente se dissipando, dividiram-se em três grupos liderados por Lyara, Takeda e Kaelric. 

    Eles começaram a limpar o castelo, evitando matar os soldados a todo o custo, mas não dando espaço para reação.  

    Os relatórios vinham sem parar, cortando o silêncio entre um confronto e outro, e parecia que estava tudo saindo perfeitamente como o esperado. 

    “Corredor leste limpo.” As vozes saíam abafadas pelos cristais de comunicação.

    “Corredor oeste livre de ameaças.”

    Ao fim de cada encontro com os guardas, o silêncio ficava mais intenso, ao mesmo tempo que resgatava uma atmosfera de alívio — do tipo, um a menos. 

    Precisos e velozes, eles avançavam sem parar até se encontrarem novamente no objetivo principal. 

    O grupo de Takeda e Kaelric chegaram até o átrio de visitas quase ao mesmo tempo, como se estivessem numa competição de quem lidaria com os guardas mais rápido. 

    “Eles já chegaram?” Gunner foi o primeiro a esboçar uma reação, decepcionado. 

    Era certo que os outros chegaram ali antes dele. 

    “Eles pegaram o menor caminho, afinal”, respondeu Yoshiro. 

    “Tsk.”

    Os demais olharam para Gunner após ele estalar a língua, e sorriram sem graça, sem entenderem o porquê do garoto estar sendo tão competitivo. 

    “Parece que tudo correu bem do lado de vocês.”

    “Com vocês não foi diferente.”

    Takeda e Kaelric trocaram essas palavras ao se aproximarem.

    “Como esperávamos, a segurança real interna era pouca. Nós não encontramos muitos guardas no caminho.”

    “Isso quer dizer que eles estão deixando o palco pra comissão, hein.”

    Kaelric assentiu. 

    “Sim, é verdade.”

    O clima imediatamente ficou tenso. Como já haviam enfrentado a Comissão da Lâmina Fria dias atrás, sabiam sobre o poder de alguns deles. Imaginar que lutariam contra um número maior deles deixava uma sensação desconfortável. 

    “Aliás, Kaelric. Naquela vez, você sabia que eles iriam aparecer e também sabiam como iriam agir. O que foi que aconteceu?”

    Tal dúvida pairava sobre Takeda e todos os outros desde aquele dia. 

    O líder da oposição soltou um suspiro longo, pesado. Ele não parecia ser contra a resposta, mas certamente vinha mantendo algo em segredo por bastante tempo. 

    Ele então abriu a boca, e disse sem hesitar:

    “É porque eu já fiz parte da comissão”, declarou. “Muitos anos atrás.”

    “Você fazia parte…? Daquele grupo de assassinos desgraçados?” Gunner expressou a surpresa de todos.

    Deu para ouvir suas vozes em um quase uníssono som de choque.

    “Eu fui contratado muito jovem. Ofereci anos à comissão. Mas foi graças a isso que descobri a verdade sobre Nevéria, sobre Nivorah e o que o rei planejava. Isso foi há dez anos”, acrescentou.

    Claro, dado o seu histórico, que parecia vazio, Kaelric parecia apenas um revolucionário, mas havia muito mais escondido sob aquela superfície confiante e rígida. 

    Gunner tentou dizer mais alguma coisa, porém, foi interrompido pela mão de Takeda, que deu um passo à frente. 

    “E o que é essa força de elite realmente? Eles não se mostram ao público, e trabalham na sombras. Deve haver algo realmente extraordinário sobre eles.”

    “Você está certo. A Comissão da Lâmina Fria não é apenas uma espécie de tribunal. Eles são comandados diretamente pelo rei. Uma força poderosa que foi capaz de apagar os eventos de cinquenta anos atrás sem deixar rastros.”

    Cinquenta anos atrás, uma tragédia afligiu Nevéria e isso levou aos eventos de hoje.

    Mas antes que Kaelric continuasse sua explicação, a pedrinha brilhou em seu bolso e uma voz veio dela.

    “Kaelric.”

    “Lyara? Onde vocês estão agora? Já nos encontramos com o grupo de Takeda—”

    “Encontramos a comissão”, disse ela, com uma voz cortante. “Estamos prestes a enfrentá-los.”

    “O quê? Vocês não podem lutar contra eles sozinhos. Recuem agora e nos encontre no átrio de visitas.”

    “Não podemos, líder”, disse uma outra voz.

    “?”

    “Temos que fazer isso nós mesmos.”

    “Não sejam ridículos. Vocês estão em menor número. Não vão conseguir lidar com tantos deles. Eu estou ordenando que voltem.”

    “Por incrível que pareça, estamos na mesma quantidade. Não se preocupe.”

    “Isso não é importante. Vocês não estão prontos para isso. 

    “…”

    “Ei! Respondam!”

    Nenhuma voz foi ouvida por um instante. 

    “Lyara!” Kaelric tentou apressá-la, mas tudo o que recebeu em volta foi uma resposta quase inaudível antes do contato ser cortado bruscamente. 

    “Desculpe.”

    O ar pesado ficou silencioso. Kaelric apertou a pedrinha nas mãos, quase a quebrando. Então ele se virou para os demais atrás dele. 

    “Vamos procurá-los. Não podemos nos dar ao luxo de perdê-los aqui.”

    Seus homens estavam dispostos a ajudar seus companheiros, visto que concordaram sem hesitar. 

    Entretanto, Takeda apontou que isso não seria possível.

    Eles se viraram para as galerias em volta quando a temperatura caiu de forma quase instantânea. 

    “Droga.”

    Outros assassinos da comissão já tinham os cercado. Estavam todos posicionados nas galerias, as armas prontas para atacar.

    Num piscar de olhos, uma misteriosa camada de gelo cobriu as paredes ao redor e desceu até o chão, aos pés da oposição. 

    Estavam encurralados agora. Mesmo assim, eles não se sentiam tão pressionados. 

    “Vamos nos livrar deles agora”, disse Kaelric, balançando seu manto e retirando uma espada de sua cintura. 

    Todos o seguiram, e então ficaram prontos para o combate inevitável, enquanto o gelo estalava sob seus pés.

    ****

    Lyara largou a pedrinha brilhante após dizer tudo o que queria a Kaelric. 

    Ela levantou os olhos e encarou os assassinos posicionados à sua frente. 

    Não havia tido sinal deles por um tempo e acabaram pensando que não os encontrariam tão cedo, mas assim que atravessaram o último corredor em direção à sala do trono, foram surpreendidos por ataques de lâminas. 

    Tanto ela quanto os dez subordinados restantes de Eldar estavam com a guarda alta; as armas prontas para lutar. 

    Do outro lado, o mesmo número de assassinos, cuja sede de sangue emanava tão densa que parecia palpável. 

    “Ratos se infiltraram no castelo, assim como o previsto. Vamos matar todos que decidiram cruzar aquelas portas”, disse um deles, carregando uma alabarda. 

    Era óbvio de quem se tratava. 

    Um dos homens ao lado de Lyara deu um passo à frente, os olhos estreitos. 

    “Nós temos alguns assuntos pra resolver, assassino imundo!”

    “Apenas vocês”, Kain respondeu. “Se esqueceram de que essa quantidade foi a primeira a morrer dias atrás?”

    Kain levantou a mão e um de seus colegas se moveu. 

    “Não temos tempo pra vocês. Nosso salvador está esperando para iniciar a nova era.” 

    Sutilmente, fragmentos cintilantes e minúsculos flutuaram no ar em volta deles, mas eles não recuaram. 

    “Uma era onde vocês não existirão”, ele acrescentou. No mesmo segundo, os fragmentos explodiram numa escultura de gelo…

    Ou era o que Kain esperava ver. 

    “Huh?”

    Seu rosto se contorceu de confusão quando uma nuvem branca e espessa tomou conta da sala. 

    Eles olharam atentamente, apenas para ver a silhueta de Lyara e dos demais surgirem no meio da fumaça. 

    “Desculpe se te decepcionei. Mas nós não vamos cair nesse mesmo truque ridículo”, apontou Lyara. “Fomos pegos uma vez, mas isso não vai se repetir.”

    “Hm? Haha… Isso é interessante. Você soltou um explosivo no mesmo segundo que os fragmentos se solidificaram. Você é esperta, tenho que admitir.”

    Ela aprendeu da última vez e agora poderia calcular o tempo entre os surgimento dos estilhaços até sua solidificação quase instantânea. 

    “Pra um assassino, você tá muito falante”, provocou ela. “Nós vamos derrubar vocês aqui. Vamos fazer vocês pagarem pela vida de nossos companheiros.”

    Kain esboçou um sorriso convencido. Ao lado de Lyara, todos levantaram suas armas. 

    E então num piscar de olhos, as lâminas se chocaram. 

    Lyara foi empurrada para trás, para não ser pega na linha de frente. 

    O combate se iniciou de forma feroz.

    Os homens portando espadas interceptaram os atacantes que vieram antes enquanto os outros portando facas flanqueavam por trás. Os assassinos eram rápidos e precisos, mas não conseguiam quebrar a linha de defesa tão facilmente. 

    Nem mesmo Kain que manejou sua alabarda pesadamente conseguiu tal feito. 

    Mas então ele recuou e golpeou o chão. O piso se ergueu com a onda de choque, lançando estilhaços e abrindo passagem até Lyara. Os olhos dele ardiam por acabar com a garota pela qual Eldar deu sua vida. 

    Como se fosse para quebrar qualquer coisa que tivesse restado dele. 

    Mas quando os assassinos tentaram aproveitar a brecha, cortando o ar velozmente, Lyara jogou outra bomba de fumaça, dando espaço para seus companheiros os atacarem outra vez e interceptarem seus movimentos. 

    O som das lâminas e o cheiro de fumaça encheram o corredor. 

    Tudo parecia sob controle. A espiã observava atentamente, pronta para dar o máximo de suporte possível para colocar a batalha ao seu favor. 

    Mas não vamos durar muito. Estamos aguentando até aqui, mas se isso se estender demais… não vamos conseguir chegar lá. 

    Sua análise estava pronta e cada companheiro importava naquele plano, bastava que ninguém desistisse. 

    Kain se envolveu numa batalha individual contra um dos homens, que balançava sua espada confiante e furiosamente. Cada acerto de lâmina carregava o peso de sua determinação. 

    “Vocês vão pagar!”

    Seus movimentos hábeis mostravam que essa era sua luta mais séria até aqui.

    “Vocês só sabem gritar.”

    Kain moveu-se para trás e com a alabarda em uma mão, girou. O ciclo completo lhe permitiu atingir aquele homem no peito, causando uma ferida profunda. 

    Ele achava que tinha o derrubado, mas o homem se manteve firme. Ele cerrou os dentes e soltou um rugido feroz. Seus músculos se contraíram e ele deslizou a lâmina para baixo, que passou a poucos sentimento do rosto de Kain. 

    “Eu não vou cair tão fácil, seu desgraçado…!”, disse o homem, encarando-o com os olhos em chamas. 

    “Quanta vontade de morrer.” Os nervos de Kain já estavam à flor da pele. 

    Mas ele não era o único. Mesmo feridos, os demais também resistiram com unhas e dentes. Eles não recuaram um passo e continuavam pressionando com tudo o que tinham. 

    Sangue e poeira cobriam o chão, paredes e janelas estavam destruídas. O combate abafava os gritos da batalha lá fora.

    “Só mais um pouco”, sussurrou Lyara. “Resistam só mais um pouco.”

    Seu coração estava acelerado. Ela não gostava da ideia de ficar apenas assistindo seus amigos se sacrificarem, enquanto ficava sem fazer nada. 

    Ela contava os segundos restantes. 

    “Falta pouco”, repetia a si mesma. 

    Então um som chegou aos seus ouvidos, em seguida, um corpo quase completamente congelado caiu sob seus pés. 

    “Lyara… não pare…”

    Era o homem que estava enfrentando Kain há pouco. Ele deu seu último suspiro, sem mostrar um pingo de hesitação. O coração de Lyara estremeceu, seus olhos umedeceram, mas ela não cedeu, apenas apertou os dentes e voltou seus olhos para a batalha. 

    “Eu não vou…!”

    Quando ela olhou, viu Kain se aproximando rapidamente, manejando sua alabarda com uma intenção assassina imensa. 

    “Mulher imunda. Eu devia ter te matado há muito tempo”, afirmou ele, antes de saltar e desferir um golpe de cima. 

    No entanto, três homens saltaram na frente dele e impediram seu ataque com suas lâminas.

    “Você não vai tocar nela.”

    “O legado de Eldar não vai ser apagado aqui!”

    Eles contraíram seus músculos e puderam empurrar Kain para trás. 

    E então avançaram contra ele velozmente. 

    O assassino não recuou. Furioso, ele apertou o cabo da alabarda, que brilhou fortemente e atingiu o chão, os estilhaços foram congelados e então dispararam contra os três homens como projéteis.

    Foram perfurados. Seus olhos, abdômen e várias outras partes. Eles cambalearam, mas não se deram por vencidos; pelo contrário, apenas se levantaram mais uma vez e rastejaram até Kain. 

    “Ainda vão insistir?! O que diabos vocês conseguiram ao ponto de entregarem suas vidas?! Que ideal fútil vocês conquistaram nesse lugar?!”

    O atacante estava com o sangue fervendo. Ele não conseguia entender o porquê de estarem lutando tanto contra a ideia de sair da prisão que era Nevéria. 

    “A nova era vai nos dar a liberdade! Por que não entendem isso?!”

    “Mesmo que você continue dizendo isso, tudo não passa de falação. Depois que Nivorah destruir tudo, não vai restar nada e nem ninguém!”

    “Que pensamento medíocre… É o esperado de quem já aceitou estar acorrentado como as bestas. Vocês não merecem mesmo existir na nova era que vamos conquistar.”

    Kain preparou mais um ataque, mas suas costas foram atingidas por uma lâmina que se esgueirou atrás dele furtivamente. 

    Uma adaga perfurou logo abaixo de uma de suas costelas, atravessando o manto de couro.

    “Maldito…!”

    Mas mesmo isso não foi capaz de pará-lo. Ele agarrou o homem pela mão, jogou-o na parede e então lançou a alabarda em seu pescoço, e pisoteou a cabeça decepada. 

    “Vocês são fracos! Inúteis! Idealistas estúpidos e medíocres! Eldar foi um tolo ao se juntar a vocês! Eu vou matar todos!”, declarou com os dentes apertados fortemente.

    Mas ele não era o único preparado para isso. Por mais que doesse em seus peitos, ninguém parou para lamentar a morte de um companheiro, mas decidiram honrar seu sacrifício naquela abertura. 

    Eles se lançaram contra Kain, mas foram interrompidos pelos demais assassinos, que os feriram mais gravemente com suas lâminas de efeito congelante.

    Sangue e destruição era tudo o que os cercava. 

    A oposição se levantou mais uma vez. Seus corpos quase cedendo a uma fina camada de gelo que tomava conta aos poucos. 

    Embora cercados por sangue e destroços, cambaleando com ossos quebrados e ferimentos abertos, eles ainda se levantaram, determinados a não cair.

    “Pessoal…” Lyara estremeceu. 

    Isso está mesmo certo…?

    O pensamento a fez hesitar, mas ela o afastou após chacoalhar a cabeça. 

    Não posso desistir agora.

    Os homens se lançaram novamente contra os assassinos. O objetivo não era atingi-los, mas abrir passagem e se juntarem à Lyara. Então todos conseguiram montar uma barreira na frente dela.

    “Protejam ela a todo o custo. Nós já viemos aqui prontos para morrer!”

    “Vamos derrubar a Comissão da Lâmina Fria ainda hoje!”

    “Vocês não vão nos matar, malditos miseráveis!”

    Eles estavam preparados. 

    Sem mais palavras, Kain estalou a língua. A frustração e a raiva visíveis em sua expressão. 

    “Que seja.”

    Dessa vez, todos os assassinos se prepararam contra eles, prontos para o golpe final. 

    Enquanto Lyara estava focada, um de seus companheiros virou-se para ela, antes do ato final.

    “Está na hora de ir”, disse ele.

    “Hã?” A mulher ficou confusa.

    “Deixa que a gente se vira a partir daqui.”

    Ela ainda não estava entendendo. 

    Outro se aproximou dela e a abraçou fortemente, sem se importar se iria manchar as roupas dela de sangue.

    Ele falou cada palavra lentamente. 

    “Você é a preciosa filha do capitão. Nunca que iríamos nos perdoar se o verdadeiro legado dele fosse destruído assim.”

    Ao se afastar, trouxe um objeto esférico consigo, que piscava sem parar. 

    “Então, seja forte, vice-capitã.”

    “Nã-não! Espera! Isso é…!”

    Ela estendeu a mão para tentar recuperar o objeto, mas foi empurrada para longe e caiu no chão, sem reação. 

    Ela levantou os olhos, e tudo o que viu foram seus companheiros lhe lançando olhares gentis, acenando e sorrindo. Não parecia fingimento, mas eram seus sentimentos genuínos. 

    Seguir sem um objetivo claro é como andar no escuro. Então seja forte. Não perca de vista quem você é agora.

    “Viva por todos nós, Lyara.”

    “Não deixe esses estúpidos destruírem tudo.”

    “Estamos contando com você.”

    As palavras ficaram presas em sua garganta e antes que ela tivesse sequer a chance de falar, todos se correram contra os assassinos furiosos, que também avançaram sobre eles. 

    Espera…

    Tudo ficou mais lento aos olhos da espiã. 

    Vocês não podem…

    Ela se levantou.

    Nós planejamos isso juntos…

    Vocês não podem me deixar para trás! Esperem!

    Era tarde demais. 

    O sangue se espalhou como tinta. Lâminas rasgaram suas peles. E então houve um flash poderoso. 

    Uma onda de choque destruiu as paredes e boa parte do castelo num instante. As chamas e a fumaça negra engoliram tudo e até mesmo pararam a batalha que acontecia do lado de fora. 

    O estrondo foi ensurdecedor, mas dava para ouvir os urros dos homens da oposição que acabaram vaporizados num piscar de olhos. 

    Mesmo assim, eles não partiram com arrependimentos. Estavam felizes por apenas honrar o sacrifício de todos os seus companheiros. 

    Não era uma explosão para assustar, mas para passar a mensagem de que eles haviam feito a sua parte e que agora estariam torcendo por quem ainda estava lutando. 

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