Capítulo 36 - Subordinação
Algumas horas atrás, depois de Elias voltar para seu posto, que era em seu escritório, junto com os dois espectadores, Diogo e alguns de seus subordinados esperavam por ele. Eles se sentaram no sofá que estava na sala e observaram um projetor em cima dela. Na tela branca na parede, o projetor mostrava um mapa da cidade em tempo real, com vários pontos nomeados.
“E isso é…?” William perguntou vendo os pontos coloridos no telão.
“É minha estratégia de guerra”, Elias falou casualmente. “Cada ponto é uma unidade que eu estarei ordenado pessoalmente. Acho que é uma boa chance para ver se eles estão aptos para entrarem em combate. Um jogo desses vai ser um ótimo treinamento.”
“Oh? Então essa é uma vantagem que apenas você tem?” Leon coçou o queixo, interessado na tal estratégia.
“Obviamente. Aquele pirralho é muito autoconfiante, mas eu não posso subestimá-lo. Eu não sei quantas pessoas ele tem ao seu dispor, mas posso afirmar que nosso número é maior. Além disso, eu tenho uma estratégia que funcionará com toda certeza.”
Os dois representantes viram o quão confiante Elias estava. Ele passava a impressão de ser alguém invencível, mas, ainda assim, Mayck era o que mais lhes chamava a atenção. Não era todo dia que um garoto fazia um desafio tão ousado. Quando foram enviados por seus líderes, eles receberam a ordem de observar o andamento do jogo e, se possível, descobrir mais coisas sobre o garoto.
“Como era o nome dele?”
“Acho que ele se apresentou como Sr. M.”
Os líderes da região sul e oeste possuíam um acordo de paz, portanto, não era estranho ver seus representantes conversando de forma tão amigável. Eles só precisavam tomar cuidado para não exporem informações sobre suas regiões ou líderes e também tinham que ser cautelosos para não serem pegos e postos em cativeiros ou sob tortura. Já que nesse mundo, onde o mais forte governava o mais fraco, nunca se sabia quando alguém iria se levantar contra o sistema.
Elias manteve em mente que não perderia e decidiu provocar um pouco o garoto. Ele nem se deu ao trabalho de esconder o documento em um lugar seguro. Apenas o colocou sobre uma almofada vermelha dentro de uma caixa de madeira sem tampa, totalmente exposto.
“Você não deveria ser mais cauteloso?”
“Fala disso? Ele não vai chegar aqui de forma alguma. E se chegar, eu faço questão de deixar ele olhar o que nunca terá.” Elias soltou uma leve risada. “E isso não tem nada a ver com vocês. A única coisa que podem fazer aqui, é observar. Mantenham suas bocas fechadas”, ele falou com um tom sarcástico.
“Se é o que você quer.”
“Não temos escolha. Você está certo afinal. Nós deveríamos ser imparciais.”
Os visitantes se calaram e deixaram Elias em seu pódio falso. Se ele caísse, não era da conta deles, eles não tinham nada a ver. Como ele mesmo falou, a única tarefa que eles possuíam era observar, qualquer coisa fora isso, não interessava.
“No fim é apenas um garoto. Eu vou ensinar umas coisinhas a ele.” Elias declarou com um sorriso malicioso.
Quando o horário do jogo chegou, os soldados continuaram onde estavam. Elias não estava atrás de um ataque surpresa, portanto, optou por esperar até o horário certo em que os transeuntes não estariam mais na rua para que pudesse mobilizar seus homens livremente. Por algum motivo, Elias estava querendo jogar com as regras e usá-las a seu favor. Ele planejava mostrar sua superioridade a Mayck, para que ele se arrependesse de desafiá-lo.
Depois das 23h, Elias pegou um walkie talkie e ordenou que seus homens se movessem. Ele dava ordens e recebia relatórios detalhados da situação de todas as unidades em períodos de 15 minutos.
“Equipe Alfa, avance”, Elias ordenou, depois de receber, de um olheiro, a informação de que havia dois indivíduos no caminho
Como ele mandou, a equipe se moveu e começou a avançar pelas ruas da cidade. Eram cerca de 20 portadores treinados e capacitados, que nunca haviam decepcionado seu líder em nenhuma hipótese.
Após alguns minutos de marcha, se depararam com uma dupla de portadores que os interrompeu no meio do caminho. Eram Ronaldo e Mizael, que receberam ordens de Mayck para atrasá-los. Uma batalha intensa se iniciou no local. Tanto Ronaldo quanto Mizael se esforçaram ao máximo para impedi-los. O líder da unidade era Vini, um homem com uma musculatura impressionante, mas que não ofuscava suas habilidades com uma arma de fogo criada por sua ID.
Os dois irmãos resistiram por muito tempo. Eles estavam enfrentando o time mais fraco do exército inimigo e estavam com muitas dificuldades. Frente a isso, Mayck os ordenou a recuar. Assim, a unidade inimiga avançou e foi parada por Alexander e Miguel, que receberam o bastão deixado pelos dois irmãos. O confronto se iniciou imediatamente e não dava sinais de que iria acabar rapidamente. Apesar do número dos oponentes serem dez vezes maior que o deles, os dois estavam aguentando muito bem as investidas.
Alguns minutos depois, uma unidade maior e mais poderosa foi mobilizada. Eram mais de trinta pessoas, que se dividiram com metade delas indo dar apoio a equipe de Vini. Vini havia sido dispensado do serviço militar, por ter estado sempre envolvido em confusões entre os outros soldados. Embora ele fosse um homem justo e honesto, ele não conseguia dizer não a uma boa briga entre dois homens.
Aquela batalha de grande escala serviu também para abrir caminho para que o restante do time avançasse para a prefeitura. Essa unidade era liderada por ninguém mais ninguém menos que Diogo, o subordinado mais leal de Elias. Junto com sua tropa, eles tomaram o controle da prefeitura sem problemas e encurralaram Mayck e seus primos, que haviam retornado.
A estratégia de Elias era simples, mas eficiente. Lembrando das regras do jogo, ele se utilizou de uma delas — não envolver civis e nem a cidade no jogo. Essa regra evitava que pudessem ferir ou matar pessoas não relacionadas com a briga entre eles e também impedia qualquer meio indireto de usar as pessoas ou por suas residências, lojas, etc, em risco. Essa regra também valia para Mayck e todos os envolvidos. Portanto, as batalhas aconteciam de forma quase silenciosa, sem habilidades chamativas que pudessem causar danos extremos às casas ao redor.
Foi pensando nisso que Elias imaginou que Mayck não poderia lutar dentro da prefeitura, porque poderia destruir tudo à sua volta. Além do mais, não era possível manter o documento consigo, então o garoto não poderia fugir com ele.
“O que acham? Uma estratégia tão boba dessas até uma criança consegue fazer.” Elias se gabou para seus espectadores depois de Diogo anunciar, pelo walkie talkie, que havia encurralado Mayck.
“Tenho que concordar. Foi bem inteligente e até mesmo nobre da sua parte lutar com as regras.”
“Mas como você mesmo disse, uma criança também poderia pensar nisso.”
Os visitantes falaram em um tom sarcástico e isso deixou Elias desconfortável.
“O que querem dizer com isso?”
William fingiu uma tosse, acenando para que seu companheiro desse a resposta.
“Nós não viemos fazer nada além de assistir. Então não é da nossa conta o que acontece ou deixou de acontecer”, Leon proferiu as palavras de Elias de forma escarnecedora, fazendo dúvidas brotarem na cabeça do homem.
“Bom, de qualquer forma, venham comigo. Vocês verão eu receber meu prêmio em primeira mão.” Elias pegou seu paletó preto em cima da cadeira e o vestiu, saindo pela porta em seguida. Com sorrisos maliciosos em seus rostos, Leon e William o seguiram.
De frente a Mayck, Diogo não tirava seus olhos do garoto, como se tentasse descobrir quem ele era apenas com seu olhar. No entanto, a máscara branca da Black Room tornava isso impossível.
“Você perdeu, idiota. Agora entregue o documento.” Um homem, que parecia próximo a Diogo, abriu a boca. Este era Alan, o segundo em comando no esquadrão de espionagem da facção Falcão. Ele não possuía muitos feitos, pois sempre era ofuscado por seu superior. Entretanto, dada a sua posição, ele não era nenhum pouco fraco, capaz até mesmo de bater de frente com alguém do calibre de Falcão, embora ele não vencesse no final.
“Parece que sim, né?” Mayck respondeu.
“O quê?! Você não tem mesmo um plano?” Mizael exclamou colocando a mão sobre o ombro do garoto. Ele e seu irmão também estavam usando máscaras, assim como Alexander e Miguel, para que ninguém pudesse perceber suas identidades, a não ser por suas IDs, mas isso não era algo que todos conheciam a ponto de saberem dizer quem é quem apenas por ver seus poderes.
Alexander, ouvindo as palavras dele pelo aparelho em seu ouvido também dava gritos de irritação. Ele não estava conseguindo acreditar que Mayck o levou tão longe para perder uma disputa e entregar a cidade de bandeja para o inimigo. Internamente, ele jurava socar a cara de Mayck quando o visse depois daquilo. Isso se ele tiver coragem de me encontrar, ele pensava. Tanto ele quanto Miguel já estavam fartos de lutar contra o grupo de Vini, que estava determinado a vencer justamente.
Miguel, ao invés de se irritar como os outros, ele começou a rir do quão patético era aquela situação. Ele debochou do garoto e duvidou de suas capacidades e dizia que o garoto só tinha o vencido por sorte e que, na realidade, ele não passava de um idiota presunçoso. Ronaldo não dizia nada, ele só mostrava sua decepção ao olhar Mayck com o canto do olho, mas era óbvio o que ele queria dizer.
Moleque metido.
“Bom, muito bem. O jogo já terminou. Você pode me ouvir, não é, Falcão?”
Quando se referiu ao líder inimigo, Diogo entregou o walkie talkie para Mayck sem hesitar. Se o jogo tivesse acabado, não haveria problemas nisso.
“Estou te ouvindo, e estou à espera do meu prêmio.”
Quando Elias tinha certeza de sua vitória, ele mandou cessar os ataques e os líderes obedeceram sem questionar.
“Seu prêmio? Claro, claro.” Mayck deu um sorriso de canto. “Parabéns, Elias Monteiro, você acaba de se tornar, oficialmente…” ele fez uma parada proposital e deixou todos ansiosos pelo resto da frase. “… Meu subordinado.”
Com aquelas palavras, Diogo deu um passo à frente e lhe entregou uma folha de papel, que continha algumas linhas escritas, uma assinatura e um selo. Sim, aquele era o documento escrito por Elias.
“E o jogo acaba com a minha vitória”, Mayck declarou.
A voz de Elias prendeu em sua garganta e ele se esqueceu como se falava por um segundo. Ele pensou que era brincadeira, mas correu para seu escritório e pegou o documento que estava em cima da almofada. Era uma folha com algumas planilhas de produtos de supermercado, nada mais que isso. Com seus olhos arregalados, Elias sentiu seus batimentos aumentarem e um calor tomar conta de seu corpo. Com os dentes rangidos, ele pegou o walkie talkie e apertou o botão.
“O que você fez?”
“O que eu fiz? Bem… eu apenas usei as regras e roubei o seu documento. Nada demais.”
“Não brinque comigo! Você trapaceou. Diogo te entregou o documento, não é? Então você quebrou as regras e usou um portador que não estava sob seu poder.”
“Você tem certeza?”
“O quê…?” Elias não conseguia acreditar no que Mayck estava insinuando. Diogo não estava sob seu poder? Como ele poderia acreditar nisso?
As mãos de Elias tremiam e estavam cerradas muito fortemente e, por causa disso, o walkie talkie foi despedaçado em sua mão. Ele saiu em passos pesados de sua sala, passando pelos dois visitantes que o olhavam com sorrisos maliciosos em seus rostos.
“Aonde vai, Falcão? O jogo já acabou, não é?”
“Calem a maldita boca de vocês”, Elias falou com seu sangue fervendo. “Eu admito que perdi, mas não vou admitir a forma como isso aconteceu.” Ele não iria aceitar o fato de que foi passado a perna. Em sua cabeça era pura traição e ele ia ter certeza de que o responsável pagaria caro por isso.
Colocou seus óculos vermelhos redondos e saiu do prédio, se encaminhando para a prefeitura. O jogo acabou e as regras também não tinham mais poder, Elias poderia fazer a bagunça que quisesse. Seu orgulho valia mais do que o acordo que fez com a organização corrompida.
Já sabendo desse desenvolvimento, Mayck dobrou o documento e pôs no bolso de seu sobretudo.
“Você… quando foi que…” Mizael estava abismado. Não conseguia entender como as coisas terminaram daquela forma. Não só ele, como também Ronaldo e os outros dois ficaram em choque diante daquela reviravolta.
“Por que não nos contou que tinha um plano?” Alexander perguntou com receio em sua voz.
“Eu precisava de uma atuação realista, então decidi manter em segredo.” Mayck olhou para Diogo e balançou a cabeça agradecendo a ele.
Não demorou muito para o choque de realidade atingir os homens de Diogo, que começaram a trocar informações entre eles, na esperança de confirmarem o que havia acontecido ali.
“Ei, Diogo, você tá zuando, né? Você não traiu o chefe, não é?” Eles perguntaram.
Diogo caminhou e parou ao lado de Mayck, dando a resposta que eles não queriam receber. Então, os murmúrios de dúvidas começaram a virar murmúrios furiosos, que estavam prontos para despejar aquele sentimento ruim em Diogo e nos outros três — e também, por um pouco de lealdade.
“Vamos sair daqui antes que eles façam bagunça”, Mayck falou para seus três companheiros.
“Falar é fácil. Como vamos passar por eles?”
“São seus homens, não é? Faça alguma coisa sobre eles.”
“Escuta aqui, você sabe a posição em que estou agora?” Diogo imaginou que Mayck fosse um pouco desligado por ter feito ele se tornar um traidor e lhe pedir para mandar os homens traídos a cooperar.
“Tá de boa. Eles vão te ouvir.” Mayck fechou os olhos e os abriu, revelando um brilho azul amedrontador através da máscara, intimidando todos os presentes ali. Essa intimidação só foi possível por conta de uma habilidade passiva que Mayck possuía. Ela fazia com que todos que vissem aqueles olhos sentissem o perigo em que estavam. Diogo entendeu o que Mayck queria.
“Escutem, vocês trabalharam comigo por anos e nem ao menos entendem os meus motivos para fazer isso?”
Todos escutaram em silêncio, enquanto sentiam o terror dos olhos do garoto.
“Do que você tá falando? Traição é traição.” Um dos homens tomou coragem para falar.
“Vocês nunca reclamaram das condições em que trabalham? Ou então nunca acharam uma ordem injusta?” Diogo os pôs em reflexão, para que eles percebessem os motivos que fizeram a traição de Diogo ser real. “Existem coisas que vocês fazem sem querer fazer, não é? É sobre esse tipo de coisa que estou falando. Conseguem adivinhar qual foi a ordem secreta que Falcão me passou?”
Ele parou de falar por um tempo, esperando que alguém dissesse alguma coisa, mas todos permaneceram em silêncio, sem ideia do que poderia ser. Em suas mentes, eles não encontravam motivos para uma traição, apesar de que algumas coisas eram verdade, como fazer algo que fosse contra todos os seus valores pessoais.
“Vocês todos sempre se esforçaram. Eu os admiro por sua dedicação em todos esses anos. No entanto, nosso superior os achou inúteis e os viu como peças descartáveis. Minha missão era destruir toda essa estrutura e matar a todos vocês. Apenas eu seria salvo.”
Os homens ficaram perplexos. Seus olhos se arregalaram e a sala se encheu de novos murmúrios de dúvidas. Se aquilo era real ou não, eles escolheram acreditar nas palavras de Diogo, que os comandava tão sabiamente e sacrificou sua reputação por eles. A partir dali, antes que percebessem, todos se tornaram traidores em seus corações, que foram movidos a confiar em seu líder. Enquanto eles davam seus votos de confiança, Mayck e seus primos saíram de lá sorrateiramente.
|×××|
Quando desceram as escadas, Mizael não parava de perguntar o que Mayck havia feito e o garoto desviava a pergunta dizendo que contaria outra hora. Eles teriam que fazer outra coisa a partir dali. O jogo terminou com a vitória de Mayck, mas isso não queria dizer que ele tinha vencido Elias.
Eles correram pelas ruas e encontraram Alexander e Miguel parados de frente a um grande número de portadores, todos cansados. Mayck entendeu imediatamente que os dois haviam feito suas partes e se desgastado bastante. Usar habilidades fracas e até mesmo sair no soco demandava bastante energia.
“Vocês estão uns cacos, né?”
“E de quem acha que é a culpa?” Alexander, que estava ofegante, reuniu forças e gritou em resposta a Mayck, que o viu com sangue escorrendo da boca e do nariz. O mesmo valia para Miguel, que mal conseguia levantar sua clava. Mayck voltou seus olhos para Vini e notou que as condições dele e de seus homens estavam melhores do que de seus aliados.
“Vocês deram um belo trabalho para meus melhores soldados. Parabéns”, o garoto falou e bateu palmas levemente.
“Eu devo admitir, eles são muito fortes. Mas eu não entendo o motivo que os fez se juntar a você. Você não parece ser nada demais, se me permite dizer.”
“Não se preocupe. Logo logo você vai entender o que me fez ser o líder deles nesse jogo.” Mayck não deu muita atenção ao insulto formal que acabara de receber. Ele não precisava dar informações a um subordinado inimigo.
“A propósito, por que você está aqui? Na teoria, você deveria estar encurralado pelo esquadrão de Diogo.” Vini foi movido pela dúvida e perguntou casualmente.
“Hmm… acho que sua mente deve funcionar pelo menos para imaginar o porquê, certo?”
Com a afirmação de Mayck, Vini se calou por um momento, mas sua boca abriu juntamente com seus olhos, que se arregalaram. Ele parecia ter entendido o que estava havendo ali, assim como os homens ao seu redor.
De repente, desde o final da multidão, um caminho foi sendo aberto para que Elias obtivesse passagem pelos homens de Vini. Seus passos pesados pareciam fazer o chão tremer e só de olhar para ele, dava para sentir o ódio que transbordava dele. Seus dentes cerrados quando ele chegou até Mayck deixava isso mais claro que o dia.
Mayck o encarou sem dizer uma palavra, então Elias decidiu tomar a frente. Enquanto tentava conter seu ódio para não gritar, ele abriu a boca.
“Parece que você me fez de bobo, não é?”
“Você acha? Eu diria que foi apenas estratégia. Se você pensa assim, não posso fazer nada.”
“É mesmo? Então por que não tira essa máscara ridícula e me deixe ver esse seu rosto? Você deve estar rindo muito da minha cara.”
“Eu poderia, não é? Afinal de contas, te venci em um jogo tão simples. Você estava bem confiante antes, não é? Conversando com aquelas pessoas.”
Mayck se referiu a uma dupla distante, em cima de um prédio, observando o desenrolar das coisas, para que pudessem oferecer um bom e detalhado relatório aos seus superiores. Mas estava tudo bem, era isso que o garoto queria. Quanto mais informações sobre os poderes dele fossem revelados, mais altas seriam as chances dos líderes decidirem evitar um confronto de poder diretamente.
Talvez eles até decidissem fazer um jogo como foi com Elias. No entanto, primeiro ele tinha que cuidar do homem à sua frente, que parecia estar em chamas.
“Eu estava confiante sim, e daí? Você venceu porque quebrou as regras. Eu deveria querer que o jogo fosse anulado.”
“Quebrei as regras? Tem alguma prova disso?”
“Uma das regras do jogo era não usar ninguém além dos portadores sob seu poder. E, mesmo assim, você usou Diogo, não foi?”
“Eu não quebrei nenhuma regra. Você consegue imaginar o motivo. Se eu o usei, é porque ele estava sob meu controle”, Mayck falou dando ênfase na sua posse.
“E eu poderia saber como isso pode ser verdade?”
Mayck deu alguns passos para trás e cruzou os braços, olhando fixamente para Elias.
“Se ele está sob meu poder, ele está. Não tem nada a ser discutido.”
“Então me responda, quando o documento foi roubado?”
“Antes que eu possa responder, saiba que, não importa em que momento, um documento roubado é um documento roubado. Não existia nenhuma regra que só permitisse o roubo depois do início do jogo.”
“…hahahah… Hahahahaha! Entendi, entendi.” Elias pôs a mão no rosto e começou a rir histericamente. “Então ele foi roubado antes do jogo começar. Merda. Eu te subestimei mesmo. Mas, quer saber? Dane-se. Não me importo mais com jogo nenhum. Para ter o que é meu de volta, eu só preciso reconquistá-lo.”
Ouvindo seu chefe enlouquecer, Vini e seus homens tomaram distância rapidamente. O mesmo aconteceu com os aliados de Mayck. Mizael e Elias auxiliaram Alexander e Miguel a se levantarem — embora Miguel tenha recusado ajuda furiosamente.
Quando Elias abriu os braços, vários circulos negros que transboradavam de um líquido escuro e espesso e que exalava um cheiro horrível, cuspiram seres estranhos. Eles pareciam seres humanos, porém seus corpos e rostos estavam completamente desfigurados. Alguns sem olhos, alguns exibiram seus esqueletos avermelhados com sangue. Era como se um show de horrores estivesse prestes a começar.
Elias se vangloriou de seu exército intocável e riu freneticamente quando eles se posicionaram. Cada um possuía uma arma diferente. Desde armas medievais até armas de fogo. Mas o que as deixava tão diferentes, eram seus brilhos roxos, que traziam a suspeita de que não eram armas comuns.
“Aí está, o exército intocável do chefe”, Vini falou de braços cruzados, admirado e orgulhoso de seu chefe por algum motivo.
Então esse é o tal exército intocável? Quer dizer que são todos fantasmas?
Mayck se posicionou enquanto olhava para aquele grande número de seres que se moviam tão suavemente que dava a impressão de que o ar não possuía resistência alguma.
“O que acha? Eles são incríveis, não é? Cada um deles eram totalmente inúteis. Mas eu os fiz serem os melhores”, ele se gabava. “Em seus últimos momentos de vida, eu os fiz sofrer… Ah… era tão bom ouvir seus gritos desesperados, seus xingamentos sem esperança dizendo que me fariam pagar…”
Elias falava tudo aquilo como se sentisse prazer em lembrar de cada cena em que torturava as pessoas que ele odiava e que nem sempre eram essas pessoas. Ele também buscava pessoas aleatórias para fazer o que bem entendia. Mayck escutava e sentia nojo de Elias, demonstrando isso em seu olhar de repulsa. Aquela visão fazia ele sentir uma dor no peito por imaginar aquelas pessoas passando por tudo aquilo. Ele sentia a dor de cada uma delas na pele.
O plano inicial era enrolar um pouco e, quando o ego de Elias estivesse no ponto mais alto possível, derrubá-lo impiedosamente, mas o garoto desistiu dessa ideia. Em seu coração surgiu o sentimento de afundá-lo sem nem um pouco de sensibilidade.
Com uma palavra de Elias, os fantasmas se moveram em uma velocidade alucinante, como se estivessem dançando no ar. Eles levantaram suas armas e prepararam o ataque. Golpes físicos, habilidades elétricas, aquáticas ou de vento não serviriam de nada. Aqueles fantasmas podiam tocar nas coisas, mas o inverso não poderia acontecer. Entretanto, não era só isso que Mayck tinha e ele estava confiante de que não perderia de forma alguma.
Quando os fantasmas estavam prestes a atingi-lo, era como se o tempo tivesse parado. Não havia nada que pudesse acompanhar os seus movimentos naquele momento. Todos os presentes pareciam estátuas perto dele.
“Quer dizer que você gosta de brincar com almas humanas? Okay. Mas… você não é o único que pode fazer isso.”
Mayck ativou sua ID silenciosamente, sem precisar usar sua chave de comando e, em questão de segundos, após usar sua habilidade [manipulação de alma], ele imobilizou todos os fantasmas e os separou como o vento quando batendo em um monte de folhas secas. Os espectadores ficaram chocados — daquela cena, não viram nada além dos fantasmas sendo repelidos. Tudo aconteceu tão rápido que eles não faziam ideia do que se passava ali.
“Quê…?!” Elias estremeceu, ele não tinha reação.
O que foi isso…? Ele empurrou todos de uma só vez, mas como… os fantasmas não podem ser tocados… Esse moleque… ele é um monstro!
Esse provavelmente era o pensamento de todos. Nem mesmo Alexander, Mizael, Miguel ou Ronaldo conseguiam aplaudir com alegria. Eles também estavam perplexos.
“O exército devia ser o intocável… então… como?!” Vini também ficou boquiaberto. Estava testemunhando algo que ele sequer poderia imaginar há algum tempo.
Mayck não falou nada. Ele começou a caminhar lentamente e fez surgir sua espada em suas costas e a desembainhou rapidamente. Colocando sua essência na espada, os receptores azuis se ativaram e começaram a emanar faíscas poderosas que atingiam o chão, jogando pedras do asfalto para todos os lados, juntamente com um ruído ensurdecedor. Todos ali presentes sentiram o ar ficando mais pesado. Era resultado da imensa energia que Mayck emanava e que era poderosa o suficiente para alterar a pressão do ar em volta deles.
Alexander e Miguel não conseguiam tirar os olhos daquela cena. E Mizael e Ronaldo, que achavam que já tinham visto todo o potencial do garoto, ficaram apavorados. Seus corações estavam acelerados e eles só podiam pensar no quão sortudos eram de não estar no lugar de Elias.
Então esse é ele quando está sério?
Os pensamentos de Alexander e Miguel estavam alinhados. Miguel sentia o peso daquele poder e começou a questionar se poderia vencer aquilo, mesmo que, no passado, tenha feito tantos portadores se ajoelharem diante dele. Naquele momento, Mayck e Elias eram monstros fora de sua compreensão, e Mayck ultrapassava esse nível sem dificuldades.
“… Seu desgraçado! Não se aproxime de mim!” Elias fez mais fantasmas aparecerem e os mandou atacar o garoto, mas quando eles chegavam perto eram repelidos com a habilidade de Mayck.
Mais do que todos, Elias sentia aquele poder amedrontador sendo direcionado a ele. Não havia nada que ele pudesse fazer. Seu poder era controlar os outros. Cegado por isso, ele nunca se preocupou em se fortalecer fisicamente ou melhorar suas habilidades com seu elemento base de terra. Foi isso o que o deixou impotente perante o garoto.
“O que estão fazendo aí?! Ataquem esse miserável, Agora!” Elias clamou aos seus soldados por ajuda… Mas ninguém veio. Todos ficaram apavorados e mal podiam se mover.
Em alguns segundos, Mayck se aproximou de Elias
que o encarava rangendo os dentes, quase os quebrando. Com o garoto tão perto, os cabelos de Elias se arrepiaram em sua cabeça por conta da eletricidade que parecia penetrar pelos poros de sua pele.
“Eu… não vou perder aqui. Vou te torturar por muito tempo e, quando você morrer, vai se tornar meu fantoche… Tenha certeza disso!” Elias, em um ato desesperado de se salvar, balançou seu punho e tentou atingir Mayck com um soco de direita. O garoto desviou, pôs o pé atrás de Elias e o empurrou, derrubando-o no chão.
Elias não esperava por aquilo, então não teve reação. Principalmente com Mayck pisando em sua barriga e com a ponta de sua espada a poucos milímetros de seu pescoço.
“Que cena patética. Quem diria, hein? O brutal líder da região leste, o poderosíssimo Falcão, se borrando de medo na frente de um pirralho”, Mayck o insultou sem afastar sua lâmina do pescoço dele.
“O que foi?! Me mata de uma vez! Não é isso o que quer?! Mas lembre-se, nós somos iguais. Você luta sem hesitação, então já deve ter tirado muitas vidas por aí, não é?”
No mais profundo de seu coração, Elias tinha esperança de que Mayck era um garoto idiota que não mataria alguém mesmo estando com raiva. Ele esperava que Mayck fosse com um discurso de não vou te matar porque eu não sou igual a você.
“Você tem razão. Eu não posso te matar porque você matou muita gente e eu nem posso fazer isso agora. Você ainda tem utilidade pra mim.” Mayck o encarava com frieza em seu olhar. “Mas saiba que, se eu quisesse, você já teria dado seu último suspiro de vida há alguns segundos.”
Elias via a determinação nos olhos do garoto. Foi nesse momento que ele percebeu que Mayck não era um inimigo que alguém iria querer. Ele realmente o mataria ali sem dificuldade se quisesse.
“Sou útil, é…? E o que vai fazer com meus fantasmas?”
“Me dói fazer isso, mas eu sei que você é um completo inútil sem eles. Então eu vou deixá-los com você até que eu termine o que tenho que fazer.”
Mayck não se importava com o que Elias fazia ou deixava de fazer. Aquelas pessoas que já estavam mortas não podiam ser salvas e ele não estava tentando ser um herói da justiça. Matar alguém por ser um assassino era hipocrisia da parte dele, não que ele apoiasse essa prática. Pelo contrário, tudo o que ele podia fazer era evitar mais mortes.
Era por isso que Mayck iria derrubar a organização. Para que eles não pudessem finalizar seus planos e transformar o mundo em um campo de batalha. Depois disso, Mayck iria adorar deixar a Black Room ou Strike Down decidirem o que fazer com aquelas pessoas.
Mayck se levantou e guardou sua espada. Um a um os fantasmas foram sendo levados pelos círculos escuros. Elias se levantou lentamente e seus homens correram para o ajudar, mas Elias os parou.
“Não sou eu quem mando agora.” Ele levou seus homens a entender que Mayck havia vencido o jogo e o duelo e estava no controle da região a partir daquele momento.
“Ah, e sobre o Diogo estar sob meu poder, eu não o forcei nem nada. Apenas alguns minutos de conversa foram o suficiente para ele vir para o meu lado por pura e espontânea vontade.”
Mayck recomendou que Elias voltasse para casa e se preparasse, porque ele iria visitá-lo no próximo dia para lhe contar seu objetivo real. Dito isso, Mayck deixou o local, acompanhado de Alexander e os outros.
Enquanto retornavam, exaustos e sujos, Alexander e Mizael insistiam para Mayck contar o que havia feito para fazer de Diogo, um aliado.
O garoto, no entanto, reforçava que não havia feito nada demais e tudo o que eles precisavam saber eles já sabiam — após alguns minutos de conversa, Diogo foi para o lado deles por vontade própria. Mas isso não seria algo que eles aceitariam facilmente. Estava claro que tinha algo mais ali e Mayck não queria contar por algum outro motivo.
Percebendo que Mayck estava firme em sua convicção de não revelar detalhes, eles desistiram e ficaram em silêncio. Em uma parte do caminho, Miguel se virou para seguir em outra direção. Mesmo sabendo que não receberia uma resposta, o garoto o agradeceu pela ajuda e foi ignorado completamente. Os outros três decidiram não falar nada e apenas seguiram juntos por mais algum tempo.
“E então, o que faremos agora?” Alexander perguntou quais seriam os próximos passos para a conquista dos outros três líderes.
“Eu não sei ainda. Quando pensar em algo eu te aviso.”
“E a gente? O que vamos fazer?” Ronaldo seguiu o fluxo.
Mayck ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo abriu a boca e falou o que pretendia dizer desde quando chamou os dois, Mizael e Ronaldo, para o ajudarem.
“Vocês podem voltar para casa e ficarem em silêncio. Não quero que se envolvam mais nisso.” Ele mediu palavras para não ser grosseiro.
Mizael quis reclamar, mas o silêncio de seu primo foi o suficiente para fazê-lo entender que ele não precisava mais de sua ajuda, então desistiu de continuar com aquilo.
“Então, me responda só uma coisa. Aquele cara falou que você matou tanta gente quanto ele. Isso é verdade?”
“De tantas coisas você vem perguntar logo isso?”
Mayck esticou os braços ao céu, tentando se alongar e deu um longo suspiro.
“É verdade. Mas ninguém nunca vai saber se é verdade. Pode ser que nunca tenha sido eu.”
Mayck se afastou e deixou o resto para a imaginação deles. Alexander apenas observava o desenrolar da coisa em silêncio. Quando o garoto já estava longe, os três retiraram suas máscaras. Naquele momento, eles não se importavam se alguém saberia suas identidades ou não.
“Há quanto tempo você vem trabalhando com ele?” A curiosidade de Mizael falou mais alto e ele não segurou a pergunta.
“Há quanto tempo? Não é um tempo tão longo assim.”
Alexander também tomou seu rumo, deixando os irmãos para trás, que saíram dali. Com seus objetivos concluídos, eles perceberam que não tinha porquê se envolverem nas coisas de Mayck ainda mais. Aquela seria, provavelmente, a última vez que eles iriam se ver de forma casual. No entanto, de uma coisa eles tinham certeza, a partir daquele dia, o país ficaria um pouco mais turbulento.
Mayck seguiu seu caminho em silêncio. O relógio marcava quase três horas da manhã. Não era um horário para se fazer barulho e era surpreendente o fato de que ninguém havia acordado com aquela barulheira.
Evitar que alguém aparecesse na hora da luta foi um dos motivos que Mayck usou todo o seu poder para terminar a batalha com Elias. Sabe-se lá o que aconteceria se a polícia aparecesse em um momento crucial daqueles. Foi sorte aquele evento não ter saído de controle.
Plenamente, Mayck caminhava e as vezes olhava para o céu limpo, com estrelas por todos os lados e a lua nova, o perseguindo lá de cima.
Um dispositivo para se igualar ao poder da minha mãe? Isso é mesmo possível?
O garoto ia juntando as informações que conseguiu com Diogo nos dois dias que entrou em contato com ele. Isso mesmo, os dois dias antes de Mayck desafiar Elias foram para adquirir informações. A princípio, Mayck planejou arrancar informações de Diogo e partir para um ataque surpresa em Elias. Entretanto, as coisas progrediram de uma forma diferente e a ideia do jogo surgiu.
Quando Mayck se encontrou com Diogo, eles ficaram cautelosos um com o outro e começaram a trocar opiniões sobre o desenvolvimento rápido da comunidade que Elias liderava. Pouco a pouco, Diogo revelou mais informações e começou a se queixar dos verdadeiros objetivos de seu superior.
Elias não visava uma comunidade em que todos vivessem felizes e unidos, o que ele planejava não chegava nem perto disso. Diogo contou o quanto Elias odiava a organização que os mantinha em silêncio e como ele queria se livrar dela. Para isso, Elias decidiu reunir pessoas inteligentes, fortes ou com qualquer outra habilidade única dentre os moradores da comunidade.
A ID de Elias transformava almas humanas em soldados e elas voltavam com as habilidades que possuíam aprimoradas. Então, Falcão começou a cultivar essas habilidades, para que quando transformassem as pessoas em soldados, elas viessem poderosas.
Uma pessoa com um ótimo físico, depois de morta, voltaria com uma força impressionante. Era isso o que ele planejava. Fazer as pessoas da comunidade se tornaram pessoas incríveis no que faziam e aprimorar essas habilidades depois da morte para criar um exército intocável e destruir a organização, tomando, assim, o controle do país.
Depois de ouvir de Diogo, Mayck se ofereceu para ajudá-lo a impedir Elias e ele aceitou sem pensar duas vezes. Foi apenas isso. E foi o suficiente para derrotar Elias sem muitos problemas.
No segundo dia, Diogo apresentou um aliado, um amigo de longa data que ele tinha. Era Isaac, um dos membros da organização. Se ele estava ali, então queria dizer que era um traidor que buscava o fim da organização. Isaac, embora inseguro de sua decisão de trair seus companheiros, forneceu um número valioso de informações que serviriam para derrotar a organização. Mas antes, eles teriam que passar pelos três líderes de região.
Além de saber mais sobre os planos daquele fragmento da Strike Down que ficou no país, Mayck também pôde saber um pouco mais sobre sua mãe, o que era um grande mistério para ele.
Sophia havia trabalhado para impedir o nascimento completo do The fake human e várias peças se encaixaram após isso. Sophia criou a chave e a selou em Alana, na esperança de ela não ser encontrada por ninguém.
O envio da chave para Mayck havia sido decisão de Alana e isso também ampliava o número de dúvidas como, por exemplo, como Alana sabia fazer o ritual de transferência se a chave só ganhou uma personalidade depois de conhecer o garoto. A chave estava mentindo ou escondendo alguma coisa.
No entanto, isso só poderia ser descoberto depois que ela reunisse energia suficiente para voltar a consciência. A última vez que ela esteve ativa, foi quando conseguiu alguma energia para orientar Mayck alguns dias antes.
O que importava era que o garoto estava cada dia mais perto da verdade, mas o que ele faria depois? Mayck não pensava sobre isso, ele apenas se concentrou em chegar ao cerne da questão de sua vida. Por enquanto, ele iria cuidar dos outros líderes e da organização. E, para concluir tudo, ele só tinha mais uma semana.
Mayck entrou em casa pela varanda que fez questão de deixar aberta antes de sair. Ele não queria que ninguém percebesse seus movimentos naquela casa para não deixar seus avós preocupados com o que ele andava fazendo. Ele lutaria por um bem maior enquanto deixava sua família e pessoas comuns longe de problemas. Ele sabia que não podia ser um herói. Portanto, iria usar cada portador que aparecesse em seu caminho.
Depois de um dia cansativo, Mayck guardou seu equipamento com um estalar de dedos e deitou-se em sua cama.
O dia seguinte seria agitado. Como tinha pouco tempo restando, as coisas teriam que ser apressadas ou então Mayck teria que alertar a Strike Down e deixá-los cuidar do resto. Mas também seria um grande problema simplesmente abandonar a bagunça que ele mesmo criou.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.